A Nova Revolução Sexual
Cresci durante a década de 1960, época de grande agitação cultural e social. Uma grande transformação social marcou esse período — a Revolução Sexual. Um dos principais fatores por trás disso foi a “pílula anticoncepcional”, um contraceptivo oral para mulheres aprovada para comercialização em 1960. Por conta da disponibilidade dessa pílula, as pessoas agora podiam se envolver mais livremente em relações sexuais sem o receio da gravidez.
Isso era uma enorme mudança de paradigma. O sexo casual, eufemizado pelo termo “amor livre”, tornou-se um chamariz para os jovens e as gerações mais velhas.
As atitudes em relação à moralidade tradicional e à estrutura familiar mudaram radicalmente ao longo da década, principalmente depois que a Suprema Corte dos Estados Unidos proibiu a oração e a leitura da Bíblia nas escolas públicas em 1962 e 1963. Então, em 1973, ocorreu outro evento relacionado ao aumento da imoralidade e ao colapso da moral tradicional. A decisão da mesma Suprema Corte sobre o caso “Roe versus Wade” legalizou o aborto. Desde então, mais de sesenta milhões de abortos legais foram realizados apenas nos Estados Unidos.
E não espero que alguém entenda todo o impacto desse fato em nossa vida, pois sei que o valor da vida tem sido banalizado em nossos dias. O fato de vivermos nossas vidas cotidianas aceitando o aborto — o assassinato de milhões de crianças nascituras — como algo normal nos dessensibilizou quanto à santidade da vida, à maternidade e o valor da família para a sociedade. Ao que tudo indica a decisão desse caso “Roe vs. Wade” vai ser anulada em breve pela Suprema Corte, porém os danos causados são incalculáveis e irreparáveis. A batalha pelo aborto foi travada ao longo de uma linha de fratura cultural profunda e ampla.
Outra fase da Revolução Sexual
Atualmente, enfrentamos mais uma etapa dessa revolução sexual. Podemos chamar isso de uma “nova revolução sexual”, levando em conta que, na verdade, não há nada de novo sob o sol em termos de degradação humana. Sempre houve imoralidade sexual nas eras passadas (Basta ler sobre a história da antiga Grécia e Roma). O aborto e as formas de infanticídio faziam parte de muitas culturas antigas.
Entretanto, quando se trata da profundidade da confusão sexual, da autoaversão, das perversões sexuais vis e da negação da biologia pela grande mídia, pelos governos e pelas elites do entretenimento de hoje, podemos estar vendo um novo aprofundamento dessa perversão cultural, social e espiritual que chocaria até mesmo os povos da antiga Sodoma.
Vamos examinar brevemente o que está acontecendo. Essas notícias e manchetes serão bem familiares para você, pois fazem parte desse interminável ciclo de notícias atuais. Os leitores desta revista precisam entender que o que está acontecendo diante de nossos olhos não é normal e pode levar a uma ruptura da estrutura familiar como a conhecemos tradicionalmente. Na verdade, parece que essa é a clara intenção disso tudo!
Se isso acontecer, a humanidade terá se separado da instituição divina que Deus criou para perpetuar a raça humana. A família — a família segundo a Bíblia, composta de um homem biológico (pai) e de uma mulher (mãe) comprometidos mutuamente pelo casamento — é o principal alvo dos ataques dessa nova revolução sexual. E isso vai impactar a todos nós!
O que Deus tem a dizer sobre isso?
Ao analisarmos as consequências do pecado de um indivíduo, de uma nação e de uma cultura, necessariamente precisamos olhar para os ensinamentos da Bíblia sobre a família, a moralidade e essa sopa de letrinhas LGBTQIA+. É vital saber o que Deus tem a dizer sobre esse comportamento contrário a Sua lei espiritual eterna. Perante Deus, todos nós somos igualmente pecadores e precisamos do perdão dEle. E a lei de Deus define como devemos viver, pois há consequências quando cruzamos a linha da desobediência e do pecado. E hoje estamos vendo essas consequências.
O objetivo da revista A Boa Nova não é condenar o pecador, mas apontar claramente o pecado. Queremos que cada indivíduo entenda a verdade, a verdade de Deus, sobre esse assunto. Simpatizamos com aqueles que foram enredados por essas condutas e ideias prejudiciais à mente e ao corpo. E para aqueles que entendem que estão presos e escravizados pelo pecado, oferecemos compreensão quanto a essa luta e o conhecimento do amor e da verdade de Deus (ver “Como Reagir Empaticamente ao Tema da Identidade Sexual” na página 12).
E parte dessa verdade é que existe uma saída dessa armadilha. Esses grilhões podem ser rompidos. Ficamos muito tristes ao ver o sofrimento de muitas pessoas. Queremos ajudar as pessoas a abandonar esse comportamento destrutivo e viver em retidão diante de Deus. Todos podem encontrar perdão, cura, esperança e capacidade através de Jesus Cristo.
Entendemos a dificuldade de mudar esses padrões de comportamento e de pensamento radicais profundamente enraizados na mente. Também sabemos que há como ajudar a quem deseja ser ajudado. Nós acreditamos na promessa de Deus de que “se um ímpio se desviar de sua maldade e fizer o que é justo e certo, viverá por assim proceder” (Ezequiel 33:19, NVI, grifo nosso).
O cúmulo do absurdo
Assim como eu, provavelmente muitos ficaram surpresos quando, no início deste ano, a juíza Ketanji Brown Jackson, indicado à vaga na Suprema Corte dos Estados Unidos, foi questionada por uma senadora no Comitê Judiciário do Senado sobre a definição da palavra mulher e ela disse que não sabia responder, pois não era bióloga”.
Entendo que na política é normal desvencilhar-se de determinados temas. Mas essa resposta foi o cúmulo do absurdo. Esta linha poderia definir nosso tempo como de grande estupidez. Sem dúvida, é surpreendente o fato de uma juíza federal cotada para o mais alto cargo do judiciário do país dizer isso. E o que deveria ser ainda mais surpreendente, mas infelizmente não é, é que ela foi aprovada para a vaga na Suprema Corte.
A juíza Ketanji Brown sabia que para ser confirmada pela maioria dos congressistas liberais do Senado dos Estados Unidos, ela tinha que estar alinhada com eles ou parecer progressista. Ela teve que demonstrar alinhamento às ideias políticas das elites de hoje. E sua nomeação não teria sido confirmada sem ela demonstrar que estava de acordo com a nova revolução de gênero e sexualidade. A resposta dela sinaliza que suas decisões nos casos perante o tribunal tenderão a não aderir à Constituição do país, mas à agenda progressista.
O fato de uma mulher de elevado nível educacional dizer que não sabe a diferença entre homens e mulheres é menos relevante do que o fato de que o presidente Joe Biden ter declarado que um pré-requisito para a vaga era ser mulher. Obviamente, ela estava disposta a participar de uma mentira. Sem dúvida, para uma pessoa desse nível negar a biologia, a ciência genética e a sexualidade básica, é preciso estar envolvida em uma mentira recorrente divulgada constantemente pelos principais meios influenciadores. A resposta dela mostra o abismo a que essa nova revolução sexual levou o país. E será muito difícil recuar dessa posição e escapar de suas consequências.
E participar de uma mentira dessa magnitude pode prejudicar imensamente uma cultura. Afinal de contas, é contra a própria natureza negar a sexualidade biológica dentro da estrutura genética. O homem tem um cromossomo XY e a mulher um XX. Nosso sexo está literalmente escrito em cada uma dos trilhões de células de nosso corpo.
Então, foi assim que Deus fez o homem e a mulher. O livro de Gênesis nos diz que a primeira mulher foi tirada da costela do homem e que ambos são diferentes. E essa distinção vai bem além da estrutura de funcionamento de nosso organismo. A mulher foi criada para carregar outra vida humana em seu ventre. Essa vida só pode ser engendrada a partir de um homem biológico com distinções específicas, sendo esta a ordem natural divina, como revelada na Bíblia.
O livro de Romanos descreve o resultado de abandonar e negar a ordem estabelecida por Deus: “Por isso, Deus os entregou aos desejos pecaminosos de seu coração. Como resultado, praticaram entre si coisas desprezíveis e degradantes com o próprio corpo. Trocaram a verdade sobre Deus pela mentira. Desse modo, adoraram e serviram coisas que Deus criou, em lugar do Criador, que é digno de louvor eterno!” (Romanos 1:24-25, Nova Versão Transformadora).
“Não Diga Gay”
Em março, o congresso do estado da Flórida aprovou, e logo foi sancionada pelo governador Ron DeSantis, a “Lei de Direitos dos Pais na Educação”. Essa lei restringe “discussões em sala de aula sobre orientação sexual ou identidade de gênero” para alunos do Jardim de Infância até o quarto ano do Ensino Fundamental I.
O fato de tal lei ser necessária é inacreditável. Esses primeiros anos da escola primária — de cinco a nove anos — costumavam ser uma época de aprender a trabalhar em equipe e demonstrar respeito dentro do contexto de uma vida normal de meninos e meninas, que brincavam em um ambiente familiar tradicional.
Os opositores dessa lei da Flórida a apelidaram de lei "Don't Say Gay" (não diga gay), embora não contenha a palavra “gay” e muito menos é descrita assim. Esse apelido tem o objetivo de fazê-la parecer abusiva e excludente, acirrando os ânimos e obscurecendo os fatos para conseguir apoio contra ela.
Mas as pesquisas mostram que a maioria das pessoas, mesmo as ultraliberais, é contra o ensino em sala de aula sobre sexualidade e identidade de gênero para crianças nessa faixa etária. E, felizmente, muitos pais estão acordando para esse perigo a que as crianças estão sendo expostas nas escolas públicas. (Para saber mais, leia “O Que Estão Ensinando A Seus Filhos?”).
Na Flórida e na Virgínia, pais sensatos se uniram para resistir a essas mudanças sinistras que se infiltraram na elite educacional de hoje. E a reação deles não é apenas contra essa doutrinação de gênero, pois também estão percebendo o quão absurda é essa teoria racial crítica que estão ensinando aos jovens.
Suspeito que estamos assistindo ao despertar dos últimos remanescentes de uma geração de pessoas que conheceram um país diferente, onde pelo menos a estrutura da moral e da ética bíblica formava a base da religião e da educação. Entretanto, isso não significa ignorar as desigualdades, as injustiças e o racismo, mas o pecado que sempre fez parte de todas as sociedades. Houve um tempo em que a maioria das pessoas sabiam distinguir o certo do errado nos assuntos cruciais à manutenção a ordem social. Houve um tempo em que um candidato à Suprema Corte não hesitaria em dar uma resposta franca à pergunta sobre o que é uma mulher.
Talvez o maior sinal de perigo tenha vindo da reação da Disney, sediada na Flórida. Os executivos da Disney começaram a dizer abertamente que lançariam mais histórias de temática “queer” e desvios sexuais nos entretenimentos da empresa.
Em uma gravação vazada de uma videoconferência, uma executiva da Disney se gabou de sua “agenda gay nada secreta” e tentativas de “acrescentar a temática queer” sempre que possível em programas infantis. Outro funcionário falou abertamente sobre suas tentativas de “explorar histórias queer” e apresentar “personagens de gênero inconforme”.
Há algum tempo, astutos observadores da Disney perceberam a mudança na programação dos costumes tradicionais. E como a Disney tem décadas de entretenimento familiar em seus arquivos, você deve se perguntar se haverá um movimento para refazer grande parte disso para que se torne adequado a um aceitável formato progressista de gênero. Eles farão um Davy Crockett trans? E os sete anões? Eles farão isso porque ofendem um determinado grupo de pessoas? Haverá princesas masculinizadas da Disney? A gente estremece ao pensar no que eles poderiam fazer com o Mickey Mouse ou com a Branca de Neve.
Sejamos francos
Essa reação à lei da Flórida por parte de grupos ativistas e da Disney é o exemplo mais claro do rumo que está tomando essa nova revolução sexual. Tudo indica que se dirige para um novo mundo onde práticas nocivas como a mudança de gênero são aceitas como normais. Um mundo onde a sociedade tem o direito de ensinar aos seus filhos e a qualquer criança que eles não são meninos nem meninas, mas são o que os sentimentos deles decidirem no momento.
O objetivo não é apenas ensiná-los que podem se identificar com o gênero que quiserem, mas que também podem passar por danosas modelagens psiquiátrica e cirúrgica para mudar seu comportamento e anatomia. O dano a longo prazo é incalculável. (Consulte “Estilos de Vida Alternativos São Realmente Inofensivos?”, começando na página 10).
Estamos assistindo a um esforço sistemático para preparar as crianças para um sistema pervertido que ensina uma abordagem antinatural, antibíblica e destrutiva da sexualidade. Isso está sendo feito abertamente diante de nossos olhos. O intuito daqueles que promovem o orgulho gay, a normalização do estilo de vida LGBTQA+ e a aceitação de outras formas de perversão sexual é bem claro. Há relatos encobertos de agressões sexuais em escolas por causa dessa política de banheiros transgêneros, que permite que rapazes usem banheiros femininos. O Museu de Cultura Pop de Seattle tem realizado oficinas de arte drag para ensinar as crianças a se vestirem como drag queens.
As instituições de educação, a indústria do entretenimento e a mídia estão sendo armadas para criar ambientes onde crianças, sem o consentimento ou conhecimento dos pais, são preparadas para aceitar ou se tornar participantes de um sistema de pedofilia e perversão sexual.
Um artigo da revista eletrônica The Federalist citou as definições da American Bar Association (associação voluntária de advogados e estudantes de direito dos Estados Unidos) sobre aqueles que manipulam crianças para seu comportamento predatório. Listado entre os muitos comportamentos que podem ser sexualmente excitantes para adultos que molestam crianças estava o intuito de “discutir informações sexualmente explícitas sob o pretexto de educação” (“Weirdos Who Want to Sexualize Your Children Should Absolutely Be Stigmatized As Groomers” [Groomers: Pessoas Esquisitas Que Querem Sexualizar Seus Filhos, em tradução livre], Kylie Zempel, 7 de abril de 2022)
Sem dúvida, tudo isso é desagradável e chocante. Você pode até achar isso fora de contexto em uma revista dedicada à pregação do evangelho de Jesus Cristo e do Reino de Deus. Mas, infelizmente, esse assunto não está fora de contexto. Isso está de acordo com o clamor de todo profeta de Deus contra a corrupção moral na antiga Israel e Judá. As pessoas dessas nações chegaram a sacrificar seus filhos no fogo a um deus pagão chamado Moloque. E o sacrifício da vida e mente de nossos filhos a essa perversão demoníaca de hoje não é coincidente com isso?
Se você acha que Deus não vê nem se importa com isso, lembre-se que Ele varreu da Terra a antiga Sodoma com fogo abrasador vindo do céu (leia nossa edição de janeiro-fevereiro de 2022 para saber mais sobre esse evento). A humanidade tornou-se tão corrupta e perversa nos dias de Noé que apenas oito pessoas da família de Noé foram poupadas quando Deus extirpou literalmente o mal daquele mundo. Então, podemos pensar que nossa era maligna vai escapar de um julgamento?
>Essa nova revolução sexual pretende criar uma cisão entre pais e filhos, rompendo a ordem natural da família. Aqueles que fomentam isso têm a intenção de ensinar às crianças ideias pecaminosas sobre sexualidade e moralidade, que são completamente opostas aos ensinamentos da Bíblia.
Essa doutrinação costumava começar nas universidades, quando os pais que trabalham fora mandavam seus filhos para a escola e, ao voltarem para casa, os encontravam cheios de ideias sobre teoria racial crítica, imoralidade e agenda antiDeus. Agora, essa catequização se infiltrou em todas as fases da educação, começando antes da pré-escola. Por isso, a necessidade de leis como a que foi aprovada recentemente na Flórida. Sem dúvida, isso não é o suficiente para mudar essa maré — especialmente quando as escolas deixam deliberadamente os pais no escuro sobre o que estão ensinando aos seus filhos.
O que você pode fazer?
Você pode tomar medidas para proteger sua família dessa cultura maligna generalizada. E não se engane, isso é tremendamente maléfico.
Primeiro, entenda que isso está acontecendo nos sistemas de escolas públicas onde talvez seus filhos estejam estudando. Os professores de hoje são obrigados a se adequar aos currículos planejados por “especialistas” — com falsas ideologias sobre teoria racial crítica, inclusão e justiça social, reinterpretando o que está na história, na linguagem e, em alguns casos, até na ciência e na matemática. Atualmente, a formação dos professores molda suas mentes para aceitarem e promoverem estilos de vida bem diferentes do que você acha apropriado e ensinaria aos seus filhos.
Você deveria se envolver mais com as escolas de seus filhos para demonstrar sua oposição a essas ideias inseridas na grade curricular. Você também pode ser mais proativo com seus filhos sobre as ideias que eles ouvem na escola, seja de professores ou amigos. Não abdique de seu papel de principal professor na vida deles.
Se você puder, eduque seus filhos em casa ou matricule-os em escolas particulares que promovam valores adequados. Um dos benefícios dos lockdowns da pandemia de Covid-19 foi que muitos pais enfim descobriram o que estavam ensinando aos seus filhos por causa das aulas on-line e perceberam que precisavam se envolver mais na educação e orientação dos filhos.
Você também precisa saber quais programas estão sendo oferecidos na televisão ou nos serviços de streaming como Disney+, Netflix e outros. Atualmente, a programação inclui mensagens sutis e flagrantes que promovem estilos de vida LGBTQIA+. E isso é mostrado como algo normal e aceitável. Até os serviços de TV por Assinatura aderiram a isso e mostram cada vez mais personagens e histórias LGBTQIA+.
Você e seus filhos estão sendo preparados para se encaixarem em uma cultura moldada pela nova revolução sexual. E esta não é a cultura de Deus. Essa cultura entrou em nossas casas de todas as maneiras possíveis. Por isso, devemos estar vigilantes para perceber isso e ser proativos para expulsá-la de nossos lares.
E o mais importante, você precisa se basear no que a Bíblia diz sobre sexualidade, família e moralidade. A nova revolução sexual de hoje é um ataque direto contra a família, descrita na Bíblia como uma união divina entre um homem e uma mulher com filhos gerados dessa união que são sustentados e protegidos e recebem ensinamentos sobre a moralidade divina.
As famílias de hoje estão evoluindo no contexto dessa revolução. Cada vez mais crianças vivem em lares onde os pais coabitam sem o benefício do casamento. As altas taxas de divórcio criam um grande número de lares monoparentais, onde não há o necessário suporte de um pai e de uma mãe. E pelo fato de as crianças estarem sendo direcionadas desde cedo a considerarem a mudança de gênero, a estrutura tradicional da família do futuro tende a ser alterada.
Contudo, você pode se proteger com a verdade sobre o projeto de Deus para a família. Vejamos algumas escrituras básicas para entender essa verdade.
Um ponto de vista bíblico
Uma escritura fundamental se encontra em Mateus 19, onde Jesus foi testado com a pergunta: “É permitido ao homem divorciar-se de sua mulher por qualquer motivo?” (versículo 3, ARA). Jesus respondeu: “Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem” (versículos 4-6).
Por várias razões, essa passagem é importante na formação de nossa cosmovisão bíblica sobre o assunto. Ela remonta à fundação do mundo e a intenção de Deus para a ordem criada. Deus projetou dois sexos, masculino e feminino — não um número infinito de gêneros.
Quando um homem e uma mulher se unem em casamento, eles são unidos por Deus. Portanto, o casamento tem origem divina. O casamento não é uma instituição cultural idealizada pelos seres humanos. Eu já conduzi muitas cerimônias e muitos casamentos e em cada uma delas enfatizo aos noivos que o casamento é uma instituição divina ordenada por Deus na criação. E isso centraliza e fundamenta o novo relacionamento deles nas Escrituras.
Retornando a Gênesis, vemos que a partir dos primeiros pais humanos, Adão e Eva, se inicia e se desenvolve a primeira família. E esse é um padrão que se estende por toda a Escritura. Um homem e uma mulher formando uma família nuclear e tendo filhos, que crescem e formam suas próprias famílias. Esse padrão tem se perpetuado assim através das gerações. E no cerne de cada geração está a família, pai e mãe e seus filhos. Assim se desenvolve e se expande repetidamente. A Bíblia contém mais sobre família do que muitos imaginam.
Muitas escrituras também ensinam como lidar com uma família que pode se desfazer pelo risco do divórcio. Então, Deus ordenou que Moisés escrevesse a respeito disso para mostrar como se deve lidar com famílias desfeitas e garantir sua continuidade. Onde houver uma viúva sozinha, há uma lei para protegê-la. E onde tiver órfãos, há instruções para que a comunidade os proteja e cuide deles.
A conhecida história de Rute contém detalhes que mostram como isso funcionava. A viúva Rute e sua sogra Noemi foram sustentadas em Belém por causa das leis destinadas a preservar o nome de uma família e sua propriedade. E no âmago do casamento de Rute com Boaz estão as leis que mantêm a ordem, a paz e a segurança estrutural da família nuclear citada por Cristo.
Na verdade, Deus mesmo promete consolação e proteção se nos voltarmos para Ele: “Pai para os órfãos e defensor das viúvas é Deus em Sua santa habitação” (Salmos 68:5, NVI).
No Novo Testamento, o dever básico da aliança do casamento e da família é reiterado nos Evangelhos e nos ensinamentos do apóstolo Paulo. A família está no centro da mensagem do evangelho. Em Efésios temos uma passagem que se concentra nos deveres do marido e da mulher. E vale a pena citá-la na íntegra pela visão meticulosa que nos entrega sobre como funciona essa união basilar da família e o que ela retrata no plano espiritual. Então, vamos analisá-la de perto:
“Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido”.
“Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”.
“Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja; porque somos membros do Seu corpo”.
“‘Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja. Assim também vós, cada um em particular ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido” (Efésios 5:22-23).
Um homem e uma mulher unidos na amorosa e divina união do casamento é uma das fases mais belas da vida humana. Gerar filhos e criá-los para compreender o amor, conhecer a Deus, respeitar seus corpos como instrumentos sagrados para Deus, abrange todo o propósito da vida humana. A família é um modelo do relacionamento divino entre Deus Pai e Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. Podemos compreender o destino da vida humana como parte da família de Deus quando examinamos os ensinamentos bíblicos sobre o casamento e a família. Portanto, precisamos estar espiritualmente casados com Cristo, pois todos nós somos filhos de Deus Pai.
A confusão gerada por essa nova revolução sexual tem a finalidade de destruir o padrão bíblico do casamento e da família. E não se engane, pois essa mentira satânica está funcionando.
As Escrituras nos ensinam a amar uns aos outros e a pregar a mensagem de esperança e reconciliação do evangelho. Cristo morreu por todos os pecadores, que terão a oportunidade de se arrepender e de conhecer o amor de Deus. Mas ao pregar e ensinar essa verdade, não podemos negar a verdade da sexualidade humana e do casamento planejados por Deus — e o que significa corromper essa verdade.
Você também não pode ignorar essa verdade. Portanto, exortamos que pondere seriamente essa guerra cultural em nosso entorno. Arme-se com a verdade para proteger a si mesmo e a seus entes queridos!