A Pandemia Silenciosa

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A Pandemia Silenciosa

Por mais de um ano, o mundo vem sofrendo por causa da pandemia de Covid-19 e suas consequências. Em todo o planeta, os governos lançaram ofensivas para combatê-la, inclusive esforços “acelerados” para desenvolver vacinas e extensos lockdowns em grande parte do mundo. As autoridades médicas pediram a todos que lavassem as mãos regularmente, usassem máscaras, se distanciassem socialmente uns dos outros e se vacinassem assim que surgisse a oportunidade.

Tudo isso foi alardeado incessantemente pela mídia. Além disso, em todo lugar, os governos têm gastado bastante — e até acumularam dívidas enormes — para lidar com essa infecção que, no momento da redação deste artigo, já teria ceifado a vida de mais de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo. Nos Estados Unidos, o número é estimado em mais de meio milhão de mortos e no Brasil cerca de 400.000 mortos.

A epidemia ignorada

Contudo, ao mesmo tempo, outra pandemia se alastra em nosso meio agora mesmo e quase nada está sendo feito para impedir sua propagação. Escutamos falar muito pouco sobre essa onda de morte, uma vez que a maioria dos meios de comunicação permanece praticamente em silêncio sobre ela — exceto, estranhamente, quando se opõe àqueles que procuram detê-la! É impressionante como alguns governos, na verdade, promovem esse enorme sacrifício de vidas humanas usando o dinheiro dos contribuintes para financiar organizações e clínicas onde essa terrível violência é cometida.

Em 2020, essa pandemia horrível tirou a vida de quase quarenta e três milhões de seres humanos — o que significa mais de uma morte por segundo. Esse número de mortos é maior do que em toda a Primeira Guerra Mundial, mas esse número tem se repetido todos os anos. Apenas nos Estados Unidos, as mortes por essa praga em 2020 superaram as mortes por coronavírus em 2.300%!

O que é essa praga letal? É a terrível e silenciosa pandemia do aborto — que é, de longe, a maior assassina do mundo.

Conforme relatado no site de notícias Breitbart News: “Em todo o mundo, houve mais mortes por aborto em 2020 do que todas as mortes por câncer, malária, AIDS, cigarro, álcool e acidentes de trânsito combinados, segundo as estatísticas do site de referência Worldometer. O número chocante de mortes por aborto, de fato, levou alguns observadores a chamar o aborto de 'a causa da justiça social de nosso tempo', uma vez que a magnitude do problema ofusca completamente outras questões de direitos humanos” (“O Aborto É a Principal Causa Mundial de Mortes em 2020 Com 42,7 Milhões de Mortos”, Thomas Williams, PhD, 1 de janeiro de 2021, grifo nosso).

A horrível cultura da morte

Tragicamente, a pandemia do aborto — essa deplorável cultura da morte que age à vista de todos — se tornou algo amplamente aceito pela sociedade. Mas o que a maioria das pessoas escuta da grande mídia sobre o terrível número de mortes provocadas por esse assassino? Nada! Há apenas silêncio. Em vez disso, a maior parte de nossos meios de comunicação, entretenimento e governos, na verdade, dão apoio para aqueles que endossam, implementam e participam dessa obra maléfica e horripilante.

Sendo que, de todas as 195 nações soberanas do mundo, apenas o Brasil, El Salvador, Nicarágua e República Dominicana permitem o aborto com algumas ou poucas restrições. Em alguns países, o aborto é tão comum que se tornou uma parte integrante do controle da natalidade. Por exemplo, a revista Foreign Policy relatou que "muitas mulheres russas usam o aborto como sua única forma de controle de natalidade e os números oficiais mostram que quase novecentas e trinta mil mulheres interrompem a gravidez a cada ano" ("O Próximo Alvo de Putin é a Cultura do Aborto na Rússia", Amie Ferris-Rotman, 3 de outubro de 2017).

O site LifeNews.com relatou que “de acordo com um novo relatório do Instituto Guttmacher (instituição pró-aborto), mais da metade das mulheres [nos Estados Unidos] que fizeram aborto entre 2008 e 2014 já tinham pelo menos um filho” (“Mulheres Que Usam O Aborto Como Controle de Natalidade: 59% Tinham Um Filho e 33% Tinham Dois Filhos”, Micaiah Bilger, 13 de maio de 2016).

Tragicamente, o aborto — o assassinato deliberado e premeditado de um ser humano indefeso ainda não nascido — simplesmente se tornou outro método de controle de natalidade em grande parte do mundo.

O que está por trás dessa situação preocupante? Assim observou Breitbart: “A infame decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos em 22 de janeiro de 1973 sobre o aborto..., juntamente com a [decisão do] caso da Planned Parenthood versus Casey em 1992, invalidou cinquenta leis estaduais e tornou o aborto legal e disponível sob demanda em todo os Estados Unidos”.

Essas decisões horrendas, desde a primeira em 1973, trouxeram mortes cruéis e impiedosas a mais de sessenta e quatro milhões de bebês nascituros inocentes apenas nos Estados Unidos. Isso é mais do que toda a população de algumas nações!

As pequenas vítimas indefesas

E, até agora, essa quantidade de morte não parece ser suficiente! Ao longo dos anos, têm havido diversas tentativas de afrouxar ainda mais ou abolir as restrições ao aborto. Um exemplo recente ocorreu em 22 de janeiro de 2019, no 46º aniversário da decisão do caso que legalizou o aborto.

Naquele dia, o governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, sancionou a Lei de Saúde Reprodutiva. Este projeto invalidou uma parte da lei de saúde pública do estado, removendo a proteção aos bebês que sobreviviam ao procedimento de um aborto — o que significa que esses pequeninos e indefesos seres humanos poderiam ser deixados para morrer após o nascimento. Isso é um infanticídio! Essa lei desprezível também permite o aborto durante todos os nove meses de gravidez, quando a "vida ou saúde da mãe está em risco", algo que pode ser alegado praticamente em qualquer gravidez.

Como a grande mídia reagiu à promulgação dessa lei do aborto em Nova Iorque? Com absoluto silêncio! O site Global Dispatch relatou: “Nenhuma das principais redes de TV do país se preocupou em mencionar essa história. Esse silêncio ensurdecedor está em total contraste com a cobertura alarmista vista quando um estado aprova uma legislação que a mídia vê como uma restrição aos 'direitos ao aborto'” (“A Mídia Evita A Cobertura da Lei de Nova Iorque Sobre o Macabro Aborto Radical”, Brandon Jones, 29 de janeiro, 2019).

Junto com Nova Iorque, cinco outros governos estaduais ratificaram leis semelhantemente horríveis. Por exemplo, um projeto de lei aprovado na câmara dos deputados do estado de Massachusetts, e sancionado pelo governador, permite que as mulheres façam um aborto a qualquer momento durante o terceiro trimestre de gravidez (28 a 40 semanas) — um período em que os bebês podem sobreviver e, geralmente sobrevivem, fora do útero. A revista National Review relatou que, “na prática, essa definição de tolerância permite o aborto sob demanda até o momento do nascimento” (“Lei Aprovada em Massachusetts Permitiria o Aborto Até o Nascimento”, Alexandra DeSanctis, 3 de janeiro de 2020).

O aumento vertiginoso do ritmo de mortes

O ritmo de mortes por meio do aborto foi acelerado em vários estados em 2020. O governo federal dos Estados Unidos seguiu esse curso quando a nova administração governamental assumiu no início de 2021. Em 28 de janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, restaurou o financiamento do Fundo de População das Nações Unidas, órgão responsável pela chamada “saúde reprodutiva”, que inclui o aborto. Anteriormente, em abril de 2017, o presidente Donald Trump havia encerrado esse financiamento de 32,5 milhões de dólares para essa agência porque ela apoiava um programa chinês que praticava abortos forçados e esterilizações em sua política de dois filhos.

Também em 28 de janeiro, o presidente Joe Biden instruiu o Departamento de Saúde e Serviços Humanos a revogar a ação executiva do governo Trump de 2019, que impedia a doação de milhões de dólares para a organização Planned Parenthood (Paternidade Planejada) e outras instituições de aborto. No entanto, de acordo com Jessica Lea do site ChurchLeaders.com, embora essa organização tenha perdido esse financiamento específico durante a administração Trump, ela ainda “alcançou um recorde de 354.871 abortos entre os anos de 2019 e 2020 e receberam a impressionante cifra de 618,1 milhões de dólares em financiamento governamental”.

Considerando que o dever dos representantes governamentais é proteger e defender as vidas do povo de sua nação, inclusive aqueles que estão mais desamparados e indefesos, os exemplos acima revelam que os governantes não apenas falharam em sua responsabilidade, mas também agiram contra ela ao promover a abominável e terrível cultura do aborto.

A negação dos direitos fundamentais das vítimas

Em seu livro de 2015, The Snapping of the American Mind (O Estalo da Mente Americana, em tradução livre), o jornalista David Kupelian, editor-chefe do site WND.com (ex-WorldNetDaily), afirmou: “Neste estranho mundo paralelo, a mesma morte de um bebê que no mundo real nos ultraja e resulta em processo criminal, prisão e talvez até execução, misteriosamente é transformado em um 'procedimento médico' e 'direito constitucional' provido e ferozmente defendido por uma indústria multibilionária [do aborto] e pelo poder público — e financiado pelos contribuintes” (p. 179).

A Declaração de Independência dos Estados Unidos afirma que "todos os homens" — ou seja, todos os seres humanos — "foram criados iguais e dotados por seu Criador com certos direitos inalienáveis, entre os quais o da vida, liberdade e busca da felicidade". Contudo, o que vemos hoje? Todos os dias, esses direitos fundamentais concedidos por Deus são negados a milhares de bebês nascituros, cujas vidas são brutalmente destruídas por fórceps, curetas, tesouras, seringas e aspiradores de abortistas impiedosos.

Mas por quê? O que aconteceu nos Estados Unidos que contribuiu para esse terrível resultado, já que décadas atrás pouco ou quase nada se falava do aborto?

A partir das décadas de sessenta e setenta, um grande número de pessoas nos Estados Unidos rejeitou e se afastou de seu profundo fundamento moral bíblico. O chamado movimento do “amor livre” criou raízes. E envolvia um estilo de vida sexualmente promíscuo com muitos parceiros casuais. Alimentada pelo crescente acesso às pílulas anticoncepcionais, essa decadência foi promovida por meio de filmes, da televisão e das revistas, subvertendo e enfraquecendo gravemente as instituições do casamento e da família, os alicerces para construção de uma sociedade sólida.

Esta degeneração cultural cancerosa continuou implacável até ao ponto que chegou hoje, em que praticamente todas as formas de comportamento sexual ou desvio são aceitas como "normais" — e, muitas vezes, são promovidas agressivamente pelos supostos líderes da sociedade.

O que acontece quando a moralidade virtuosa é abandonada, as sábias leis do Criador são ignoradas, em uma nação que foi originalmente fundada para honrá-Lo e se submeter ao Seu governo? O antigo profeta Oséias advertiu: “O Meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também Eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote [ou representante] diante de Mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também Eu me esquecerei de teus filhos” (Oséias 4:6, ARA).

A disseminação de uma mensagem destrutiva

Ao longo das décadas, as consequências dessa degradação moral cobraram seu previsível e enorme preço em lares desfeitos, crime, violência, narcisismo, doença física e mental, incivilidade e desprezo por Deus como Criador, Protetor e Provedor (2 Timóteo 3:1-5).

Infelizmente, os Estados Unidos e outras nações estão cumprindo as palavras do profeta Isaías, que escreveu: “Ah, como é pecadora esta nação, sobrecarregada pelo peso da culpa! São um povo perverso, filhos corruptos que rejeitaram o SENHOR. Desprezaram o Santo de Israel e deram as costas para Ele. Por que continuam a atrair castigo sobre si? Vão se rebelar para sempre? Sua cabeça está ferida, seu coração está enfermo” (Isaías 1:4-5, Nova Versão Transformadora).

Ao escolher determinar por si mesmos o que é bom e o que é mau, os seres humanos formaram uma sociedade do tipo “vale tudo”, inclusive quanto à maneira como abordam o sexo. Embora Deus tenha dito nas Escrituras que o sexo é reservado apenas para o relacionamento amoroso e comprometido dentro do casamento (1 Coríntios 6:18), as pessoas rejeitaram essa premissa e decidiram que sabem mais do que o Deus que planejou e criou o sexo!

A rejeição aos padrões morais de Deus deu origem à cultura caótica e decadente do sexo casual, da coabitação, da banalização da homossexualidade, do casamento entre pessoas do mesmo sexo e do transgenerismo. Esse comportamento pecaminoso e autodestrutivo é condenado na Bíblia (ver Mateus 5:28; Levítico 18:22; Deuteronômio 22:5; Romanos 1:26-29; Gênesis 5:2).

Então, seria de espantar que a terrível cultura do “aborto sob demanda” tenha acompanhado essa depravação? Tragicamente, a cultura mundial tem caído nessa degradação de assassinar seus membros mais inocentes e vulneráveis. E para quê? Para que outras pessoas possam servir aos seus próprios prazeres decadentes e egoístas (ver 2 Timóteo 3:1-5).

Uma vida singular na concepção

Muitas pessoas acreditaram na triste mentira de que um bebê nascituro é simplesmente uma “massa de tecido inviável” e, portanto, a mãe tem o “direito” de fazer o que quiser com isso. Outra falsidade é que a vida humana não começa até perto do nascimento, quando o bebê seria viável por conta própria. Neste ponto, os abortistas tentam definir o limite da autossuficiência. Eles dizem às mulheres que, uma vez que o feto depende da mãe para sobreviver e não pode sobreviver separado dela, um aborto é perfeitamente aceitável se a mãe assim o desejar.

Mas o que a ciência deixa claro, e também é o que Deus nos diz, é que a vida humana começa na concepção. Nesse momento, uma vida única passa a existir com seu próprio código genético, compreendendo tudo o que esse ser minúsculo se tornará — desde a altura, a cor dos olhos, a personalidade e muito mais.

Então, um incrível processo de rápido crescimento e desenvolvimento ocorre nesta nova vida humana no útero da mãe. Em apenas dezoito dias, um batimento cardíaco torna-se evidente. Por volta de três semanas, os olhos, a medula espinhal e o sistema digestivo do bebê começam a se formar. Ao redor dos quarenta e três dias, as ondas cerebrais podem ser detectadas. Em torno de sessenta dias, os dedos das mãos e dos pés começam a aparecer. E próximo dos sessenta e cinco dias, as glândulas tireoides e adrenal já funcionam e o embrião pode engolir e responder ao som.

Então, aos setenta dias, o bebê nascituro tem basicamente tudo o que tem um bebê recém-nascido. Aos oitenta e quatro dias, as impressões digitais estão se formando. Agora o menino ou menina tem mais de sete centímetros de comprimento e pesa cerca de trinta gramas. E em cento e vinte e cinco dias, ele ou ela estará se movendo e chutando. O nascituro já reage à dor, ao toque, ao frio, ao som e à luz, tem soluços, pode chupar o dedo, passa por ciclos de vigília e sono, pode sorrir, bocejar, expressar emoções, pode reagir à voz da mãe e até sonhar!

O que nosso Criador tem a nos dizer sobre isso?

A Bíblia explica que Deus vê o bebê nascituro como um indivíduo separado de sua mãe. Por exemplo, Deus mencionou que muito antes do nascimento do profeta Jeremias, Ele o escolheu para uma missão especial. Deus disse a Jeremias: “Antes que Eu te formasse no ventre materno, Eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações” (Jeremias 1:5, ARA). Além disso, o patriarca Jó disse a respeito de si mesmo e dos outros: “Aquele que me formou no ventre não o fez também a ele? Ou não nos formou do mesmo modo na madre?” (Jó 31:15).

Vemos, então, que a Palavra de Deus inspirada mostra que nosso Criador considera o bebê ainda não nascido, mesmo nos primeiros momentos de sua vida e desenvolvimento, como um novo e precioso indivíduo. Como todo mundo, ele ou ela tem o direito de viver — de brincar, de sorrir, de aprender e de sonhar! Portanto, embora o aborto não seja especificamente mencionado nas Escrituras, as passagens acima mostram claramente que Deus considera os bebês nascituros como seres humanos individuais. Isso significa que matar deliberadamente um bebê nascituro é homicídio, o que é expressamente proibido pelo sexto mandamento de Deus.

Agora vamos elevar isso a um nível ainda mais alto — além do físico. O quanto cada ser humano é espiritualmente expressivo e importante para o nosso Eterno Criador? Embora Deus tenha criado todas as coisas, inclusive todo o universo e tudo que nele há, você sabia que o que Ele pretende fazer dos seres humanos é, indubitavelmente, Sua maior criação?

Na verdade, a intenção de Deus para a vida humana é o foco principal do incrível e notável plano divino que Ele preparou. Reflita nestas inspiradoras palavras do rei Davi da antiga Israel:

“Quando vejo os Teus céus, obra dos Teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que Te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites? Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das Tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo; as aves dos céus, e os peixes do mar...” (Salmos 8:3-8).

Ademais, reflita na seguinte passagem do Novo Testamento que contém palavras que nos dão uma explicação mais completa do surpreendente destino da humanidade:

 “Tu lhe deste [isto é, ao homem] autoridade sobre todas as coisas. Quando se diz ‘todas as coisas’, significa que nada foi deixado de fora. É verdade que ainda não vimos tudo ser submetido à sua autoridade. Contudo, vemos Jesus, que por pouco tempo foi feito ‘um pouco menor que os anjos’ e que, por ter sofrido a morte, agora está coroado ‘de glória e honra’. Sim, pela graça de Deus, Jesus experimentou a morte por todos. Deus, para quem e por meio de quem todas as coisas foram criadas, escolheu levar muitos filhos à glória. E era apropriado que, por meio do sofrimento de Jesus, ele o tornasse o líder perfeito para conduzi-los à salvação” (Hebreus 2:8-10, Nova Versão Transformadora).

O incrível propósito divino da vida humana

Então, como acabamos de ler, a grande missão de Jesus Cristo é levar "muitos filhos à glória". Mas o que isso significa? A surpreendente intenção e objetivo de Deus ao criar os seres humanos é formar Sua própria família divina. Ele faz esta notável declaração em 2 Coríntios 6:18: “Eu serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o SENHOR Todo-poderoso”. Ele fará isso por meio de um processo pelo qual seres de carne e osso serão transformados em seres espirituais em uma ressurreição dos mortos.

O ato da reprodução humana é um paralelo físico ao processo espiritual que leva ao nascimento de filhos divinos na família espiritual e imortal de Deus! Quando qualquer pessoa tira a vida de uma criança nascitura, ela, de forma irreverente e insensata, interfere no plano de Deus. Portanto, a vida de todos os bebês nascituros deve ser considerada extremamente valiosa. Deus planejou para cada um deles um destino magnífico e incomparável no futuro!

Com tudo isso em mente, se você conhece alguém que está pensando em abortar seu bebê, pedimos encarecidamente que indique a leitura deste artigo e de outros desta revista e sugira a busca de um conselho confiável e piedoso. A Igreja de Deus Unida, editora da revista A Boa Nova, tem ministros em todo o mundo que terão prazer em oferecer uma orientação espiritual. Visite nosso site para saber como entrar em contato conosco.

E quanto a todos nós, nosso grande Criador deseja que rejeitemos completamente os caminhos da cultura da maldade e da morte deste mundo — que sofre grande influência de forças espirituais sombrias, enganosas e invisíveis (ver Efésios 2:2; 6:12; 2 Coríntios 11:14). Considerando a crescente maldade nesta época em que vivemos, é crucial que entreguemos totalmente nossas vidas a Deus e sigamos diligentemente Seus perfeitos e transformadores ensinamentos (Mateus 5:19).

Por fim, se no passado você decidiu interromper uma gravidez, saiba que seu carinhoso e compassivo Pai Celestial lhe oferece perdão e uma grande esperança! Sua graça divina está disponível quando você o procura sinceramente arrependida. Você pode deixar seus antigos erros para trás e construir uma vida maravilhosa hoje, preparando-se para um futuro radiante no Reino vindouro de Deus — tudo isso baseado na verdade e na sabedoria que Deus disponibiliza a você por meio da Bíblia.

Isso mesmo, nosso admirável Criador tem um plano e um propósito empolgantes para todas as pessoas — inclusive para você! Na verdade, você tem a maravilhosa promessa de uma vida divina incomparavelmente plena e alegre na família espiritual de Deus. Nesse ínterim, vamos lembrar que toda a vida humana, incluindo a vida de cada criança nascitura, é suprema e infinitamente preciosa para Ele!

Saiba mais

Há uma razão muito boa para Deus valorizar toda a vida humana. Todos nós fomos criados com o surpreendente potencial de nos tornarmos Seus filhos e filhas, isto é, parte da própria família de Deus! Para aprender mais sobre essa incrível verdade nas páginas da sua Bíblia, peça ou baixe nosso guia de estudo bíblico gratuito Por Que Você Nasceu?


Uma Breve História do Aborto

O aborto não é mencionado na Bíblia, mas a história registra que ele era praticado pelos antigos egípcios, persas, romanos e outras civilizações. No entanto, naquela época o aborto geralmente era considerado amoral. Por exemplo, no quinto século a.C., o Juramento de Hipócrates proibia os médicos de induzirem abortos eletivos.

Por volta de 200 d.C., alguns padres da igreja tradicional escreveram desaprovando os anticoncepcionais e drogas ou dispositivos usados para causar aborto. O aborto era incluído nas denúncias de outros procedimentos condenáveis como furto, perjúrio, orgulho e hipocrisia.

Os puritanos peregrinos fundadores dos Estados Unidos colonial, junto com luteranos e anglicanos, viam o aborto como assassinato. “A Nova Inglaterra estava repleta de igrejas presbiterianas e congregacionais fundadas nas doutrinas de João Calvino, o qual escreveu que uma criança nascitura, 'embora encerrada no ventre de sua mãe, já é um ser humano' e não deveria ser 'roubada da vida que ainda não começou a desfrutar'” (“Did Colonial America Have Abortions? Yes But...” [“Nos Estados Unidos Colonial Se Praticava o Aborto? Sim, Mas...”, em tradução livre], Marvin Olasky, Organização World, 17 de janeiro de 2015, extraído do livro Abortion Rites: A Social History of Abortion in América [Ritos do Aborto: Uma História Social do Aborto nos Estados Unidos, em tradução livre], 1992).

O aborto era considerado pecaminoso e deplorável, mas, era extremamente raro (ibid.), e não havia lei específica contra essa prática no início dos Estados Unidos. Entretanto, no ano 1800, começaram a passar a existir leis proibindo o aborto. Em 1900, a maioria dos abortos nos Estados Unidos foi proibida, principalmente pelos esforços legislativos promovidos pela Associação Médica Americana (AMA).

No início dos anos 1960, a opinião pública sobre o aborto começou a mudar após a tragédia da droga talidomida, que foi revelada no fim dos anos 1950. Por vários anos, esse medicamento foi prescrito para mulheres grávidas que tinham enjoos matinais e também como um remédio para dormir, porém, mais tarde, descobriu-se que ele causava má-formação ou ausência de membros no feto. Amplamente usada no Reino Unido entre 1958 e 1962, a talidomida chegou a causar até dez mil abortos espontâneos e mortes infantis. Em todo o mundo, cerca de vinte mil bebês foram mutilados e oitenta mil morreram. Embora a talidomida tenha sido proibida em 1961, as discussões sobre o aborto legal se intensificaram devido ao medo que as mulheres grávidas tinham de que seus bebês pudessem nascer com graves deformidades.

Por conta disso, entre 1967 e 1970, quinze estados legalizaram o aborto para gravidezes causadas por estupro ou incesto e para gestações que ameaçassem a vida da mãe. Então, em 1971, veio a julgamento o infame processo sobre o aborto do caso Roe v. Wade e, em 1973, a Suprema Corte dos Estados Unidos anulou todas as leis estaduais que regulamentavam o aborto, tornando assim o aborto legal no país.

Infelizmente, o aborto — o ato consentido e deliberado de tirar uma vida humana — tem sido a principal causa de mortes em todo o mundo atualmente. Contudo, uma era magnífica está chegando quando isso será para sempre uma coisa do passado — época em que Jesus Cristo retornará em poder e glória para estabelecer o justo governo de Deus (Daniel 2: 44-45).