Então, Eles O Adoraram

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Qual foi a reação daqueles que entenderam quem realmente era Jesus Cristo? Como vemos nas Escrituras, eles entregaram seu coração, louvaram e adoraram agradecidos.

Diferente de se conhecer qualquer outra pessoa que já andou sobre a Terra, encontrar Jesus de Nazaré é ter que tomar decisões que afeta completamente o seu futuro. Todas as pessoas, inclusive você, deverão aceitá-Lo ou rejeitá-Lo. Você pode até ignorá-Lo, mas isso é apenas uma rejeição indireta. A eterna e incisiva questão sobre Jesus: “Quem dizeis que Eu sou?” (Mateus 16:15) estará sempre diante de nós. E Ele gostaria de ver como responderemos a essa questão.

Até mesmo uma resposta positiva, como a do discípulo Pedro — “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (versículo 16) — é meramente um ponto de partida e não a linha de chegada de nossa jornada de aceitação para mudar de vida pelo convite de seguir a Jesus. A caminhada da fé engloba uma consciência crescente de quem seguimos, à medida que nos tornamos mais convencidos de Sua autorrevelação: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6).

Essa revelação cada vez mais ganha um novo significado à medida que somos confrontados e moldados através das experiências de uma vida rumo à nossa inevitável resposta — nossa adoração pessoal a Jesus Cristo e a nosso Pai Celestial. Exatamente, aquele que o Pai nos deu como peça central de Seu plano de salvação redentora (João 3:16; Efésios 1:10).

Então, como podemos fazer isso de forma ativa, reconhecendo que o Pai disse sobre Jesus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3:17), e assim expressar nossa veneração? Vamos explorar como as Escrituras integram a fé e a adoração a respeito Daquele que foi chamado Filho do Homem e Filho de Deus, conforme encapsulado na profecia de Isaías 9:6: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu...”. Veremos que desde o Seu nascimento até hoje, Jesus é, corretamente, adorado e louvado.

O que é adoração e a quem devemos adorar?

O termo bíblico do grego original mais frequentemente traduzido pela palavra portuguesa “adoração” é proskuneo, que significa “prestar reverência, venerar” (Dicionário Expositivo Completo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento de Vine) — demonstrar profunda adoração e submissão.

Para quem isso deve ser dirigido?

Ao revelar à antiga Israel Sua mente e coração através dos Dez Mandamentos, Deus afirma especificamente no Primeiro Mandamento: “Não terás outros deuses diante de Mim” (Êxodo 20:3). E Ele é muito específico no Segundo Mandamento que é contra idolatrar imagens: “Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque Eu, o SENHOR, Teu Deus, sou Deus zeloso” (versículo 5). Mais tarde, em Isaías 42:8, Ele exclama: “Eu sou o SENHOR; este é o Meu nome; a Minha glória, pois, a outrem não darei”.

Por que aqui Deus é tão inflexível? O Todo-Poderoso Criador está acima de todo o reino criado. As pessoas — e, nesse sentido, o reino angélico criado espiritualmente — não possuem as características únicas de Deus. Além disso, Deus não depende de outras formas de vida para continuar existindo, pois tem vida em Si mesmo, e de forma única e completa.

Deus é quem cria, perdoa pecados, prediz o futuro, cura e ressuscita os mortos, e somente Ele é considerado digno de reverência, devoção, honra ou louvor — e de veneração!

Você percebeu que, durante o Seu ministério terreno, considerando tudo o que disse, Jesus nunca proibiu ou recusou que as pessoas O adorassem? Isso é diferente dos anjos que respondiam apressadamente a qualquer adoração: "Não!" (Ver Apocalipse 19:10; 22:8-9). Como pode ser isso?

O apóstolo João fornece a resposta. Ele afirma em João 1:1-4: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens” (grifo nosso). Então, o apóstolo elucida quem esse é “Verbo”, declarando no versículo 14: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós [referindo-se a Jesus, o Filho do Homem], e vimos a Sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.

Então, antes de tudo, havia dois Seres, e ambos eram Deus, compartilhando a mesma glória. E Um deles, o Verbo, tornou-se um ser humano — Deus na carne, que ainda era digno de adoração. Na verdade, Deus Pai ordenou “que todos honrem o Filho, como honram o Pai” (João 5:23).

Mesmo como ser humano Cristo foi adorado

Nos Evangelhos, vamos notar alguns exemplos de Cristo sendo adorado enquanto estava na Terra e aprender algumas lições pessoais.

Começamos com os sábios do Oriente que vieram de longe, seguindo o GPS das estrelas, que Deus forneceu para guiá-los ao Rei recém-nascido. “E, entrando na casa, acharam o Menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, O adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra” (Mateus 2:11).

Simbolicamente, o ouro apontava para a realeza de Cristo, o incenso distinguia Sua santidade e função como Nosso Sumo Sacerdote e a mirra, usada geralmente como unguento no enterro, assinalava Sua morte sacrificial por nós.

Agora, ao responder o chamado para “segui-Lo”, nos resta responder a estas perguntas: Como os sábios, será que nós estamos dispostos a ir longe? Estamos dispostos a nos ajoelhar — não apenas a ação de dobrar os joelhos, mas permitir que nossos corações se ajoelhem diante de Cristo e do Pai? Estamos dispostos a dar o nosso melhor, seja o que for — espiritualmente, mentalmente, emocionalmente ou ofertas — na adoração pessoal a Quem nasceu para ser nosso Rei?

Mais tarde, durante o ministério terreno de Cristo, descobrimos que Ele foi adorado muitas vezes. Vemos que “um leproso O adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo” (Mateus 8:2).

Também temos o episódio dos discípulos no meio de uma tempestade no Mar da Galileia, onde Cristo andou em direção a eles (Mateus 14:22-31). Quando Ele e Pedro entraram no barco (depois da lição de fé de Pedro sobre a água), “e acalmou o vento. Então, aproximaram-se os que estavam no barco e adoraram-No, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus" (versículos 32-33).

“Eu era cego e agora vejo!"

Talvez uma das histórias mais reveladoras envolvendo a adoração a Jesus esteja condensada no nono capítulo do evangelho de João. É a história de um jovem cego desde o nascimento que foi curado por Cristo. Seus vizinhos mal podiam acreditar. No entanto, sua alegria é ofuscada pelo confronto com as autoridades religiosas daquela época. Seus próprios pais se distanciaram dele devido à pressão. E, enfim, ele é expulso de sua "congregação da cidade natal".

O homem recém-curado tem uma perspectiva progressiva e gradual sobre quem o curou. Ele primeiro O identifica como um “homem chamado Jesus” (versículo 11), e depois, em uma análise posterior, declara: “Ele é profeta” (versículo 17). Mas, ele poderia avançar ainda mais.

Quando aquele homem curado é expulso da Casa do Senhor, o Senhor da Casa, como o Bom Pastor, o procura e o encontra. E Jesus lhe faz uma pergunta: “Crês tu no Filho de Deus?” (versículo 35).

Então, o homem “respondeu e disse: Quem é Ele, Senhor, para que nEle creia? E Jesus lhe disse: Tu já o tens visto, e é Aquele que fala contigo. Ele disse: Creio, Senhor. E O adorou" (versículos 36-38).

Essa história em que esse homem clamou: “Eu era cego e agora vejo!” (Versículo 25, NVI) nos dá uma visão de como nossa consciência cresce enquanto permanecemos no caminho posto diante de nós.

Cada vez mais vemos que Jesus Cristo é muito mais do que um bom homem ou qualquer outro homem de Deus, pois Ele é o Filho de Deus, que era Deus na carne e agora retorna à glória divina junto ao Pai — e Ele é digno de adoração. Ele é único — totalmente distinto de qualquer outra entidade que a humanidade escolha seguir ou adorar.

Sua mão, que foi estendida ao leproso para curá-lo, era muito real. E ela é a mesma mão sacrificial estendida para nos curar da lepra espiritual de nossos pecados.

Ela é a mão que foi estendida para Pedro no mar tempestuoso, levantando-o com garantia de mais oportunidades para seguir nesta caminhada, enquanto acalmava a tempestade para os outros naquele barco. Esta é a mesma mão do próprio Príncipe da Paz que acalma as nossas tempestades particulares, ao redor e dentro de nós, pois Ele nos lembra, "Tende bom ânimo; eu venci o mundo" (João 16:33).

Ele é o mesmo que sabe exatamente onde estamos quando os outros nos abandonaram, como ocorreu com o homem recém-curado, e que, como Deus junto ao Pai, nos promete: “Não te deixarei, nem te desampararei” (Hebreus 13:5, ver Deuteronômio 31:6). O Cristo ressuscitado disse aos Seus discípulos antes de partir: “E eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mateus 28:20).

Espero que a nossa reação seja como a deles quando Jesus ascendeu ao céu: "Então, eles O adoraram" (Lucas 24:52, NVI).

A verdadeira adoração!

Nossa suprema adoração ao Deus Todo-Poderoso, tanto ao Pai quanto ao Seu Filho, tem a ver com o Espírito Santo, pois não surge de uma obrigação e conciliação advindas do terror, ela vem do amor, da gratidão e da confiança que fluem através do temor reverente.

E nossa maneira mais completa de adoração a Deus Pai e a Jesus Cristo não é um reconhecimento momentâneo de palavras escolhidas ou da ação de se ajoelhar, mas de uma existência transformada semelhante à de Cristo, o qual significa muito mais do que dobrar os joelhos. Todo o nosso coração deve ser moldado pela busca da vontade do Pai Celestial e não da nossa vontade.

A suprema adoração é nos afastar de nós mesmos diariamente e, como deseja o Pai, submeter-se a Cristo como o Senhor de nossa vida, permitindo que Ele se assente no trono de nossos corações e nos guie para que nos tornemos um “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Romanos 12:1).

Certamente, esse tipo de adoração leva o Pai Celestial a virar-se para Cristo, que está à Sua direita, e dizer: “Estes são os Meus filhos amados, em quem Me comprazo”.

Course Content

Robin S Webber

Robin Webber was born in Chicago, Illinois, in 1951, but has lived most of his life in California. He has been a part of the Church of God community since 1963. He attended Ambassador College in Pasadena from 1969-1973. He majored in theology and history.

Mr. Webber's interest remains in the study of history, socio-economics and literature. Over the years, he has offered his services to museums as a docent to share his enthusiasm and passions regarding these areas of expertise.

When time permits, he loves to go mountain biking on nearby ranch land and meet his wife as she hikes toward him.

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