Influência da Rússia nos Estados Unidos e no Mundo

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Influência da Rússia nos Estados Unidos e no Mundo

Muito antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos de novembro de 2016 terem sido realizadas, começaram a surgir notícias de que a Rússia estava tentando influenciar as eleições. Esses relatórios chegaram a seu ápice meses depois de Donald Trump ter ganhado, inesperadamente, a presidência; porém, recentemente, isso tudo foi esquecido logo após um ano de investigação minuciosa não trazer nenhuma evidência da interferência russa.

Embora a verdade sobre a possível intromissão da Rússia nas eleições nunca foi revelada, não há dúvida de que a Rússia, como a maioria das grandes potências mundiais, há muito tempo vem exercendo influência no resto do mundo para seu próprio benefício.

Alguns desses esforços, como invadir outras nações à força, são evidentes e conhecidos. Outros esforços — como os que vamos analisar aqui — foram muito mais sutis, mas também muito perigosos em longo prazo!

O objetivo russo: a predominância mundial

Muito antes de a revolução comunista varrer a Rússia, Karl Marx, um dos arquitetos intelectuais do comunismo, junto com Friedrich Engels, escreveu: “A política da Rússia é imutável. Métodos, táticas e manobras da Rússia podem mudar, mas a estrela guia da política mundial de dominação russa é uma estrela fixa” (grifo nosso).

Quando a Rússia se tornou comunista, ela tentou dominar o mundo através do comunismo. Após a revolução de 1917, outros antigos territórios do Império russo se uniram em 1922 para formar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Para ampliar sua influência, a União Soviética estabeleceu frentes comunistas em muitos países através de sindicatos de trabalhadores, organizações juvenis e esportivas, grupos de ajuda humanitária e outros.

Durante esse mesmo período, o secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, Joseph Stalin, ex-aluno de seminário, tornou-se um comunista poderoso e consolidou o poder. Seus objetivos de transformar a Rússia levaram milhões de pessoas aos campos de concentração e à execução sumária, e outros milhões a morrer de fome.

Na Segunda Guerra Mundial, depois de ajudar a derrotar as Potências do Eixo, a União Soviética tomou o controle de grande parte da Europa Oriental, onde instalou governos comunistas em muitos países. E a URSS também apoiou fortemente os movimentos comunistas na Europa Central e Ocidental e, novamente, estabeleceu muitas organizações de comunistas em todo o mundo através de sindicatos e grupos juvenis, de senhoras e de pacificadores.

Na medida em que aumentava o conflito entre o Ocidente e a União Soviética, juntamente com as nações satélites do Bloco Oriental, começava a Guerra Fria — um período de tensão e décadas de rivalidade em que, de vez em quando, “esquentava” para a guerra entre os protetorados das grandes potências, como a Coreia e o Vietnã.

Em 1949, os soviéticos obtiveram uma grande vantagem quando a China caiu nas mãos dos revolucionários comunistas de Mao Tsé-Tung — levando à execução de um a dois milhões de latifundiários e a morte por fome de cerca de 45 milhões na reforma social do “Grande Salto para Frente” do ditador Mao.

"Vamos enterrar vocês!"

As tensões da Guerra Fria cresceram ainda mais quando a Rússia (e depois a China) obteve a bomba atômica e, logo depois, outra muito mais poderosa: a bomba de hidrogênio. As relações entre o Oriente e o Ocidente atingiram seu auge no fim de 1956, quando, numa recepção na embaixada da Polônia em Moscou, o primeiro-ministro soviético Nikita Khrushchev se vangloriou diante de um grupo de diplomatas ocidentais, dizendo: “Queiram ou não queiram, a História está do nosso lado. Vamos enterrar vocês!”.

Quando Khrushchev disse essas palavras, um terço da população mundial vivia sob alguma forma de governo comunista.

Além das repúblicas soviéticas, os seguintes países se tornariam comunistas em algum momento de sua história: Afeganistão, Albânia, Angola, Benin, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Camboja, China, Croácia, Cuba, República Checa, República Democrática do Congo, Alemanha Oriental, Eritreia, Etiópia, Hungria, Laos, Mongólia, Montenegro, Moçambique, Coreia do Norte, Polônia, República da Macedônia, Romênia, Sérvia, Eslováquia, Eslovênia, Somália, Vietnã e Iêmen.

Os soviéticos estavam trabalhando com o objetivo de ter um mundo dominado pelo comunismo. Para muitos, parecia que a jactância de Khrushchev podia se tornar realidade!

E é a partir daí que a história das tentativas russas de influenciar os Estados Unidos e o Ocidente fica realmente interessante.

Outros meios para derrotar o Ocidente

Com a União Soviética e os Estados Unidos armados até os dentes com armas nucleares, ambos os lados sabiam que uma guerra total estava fora de questão. Ambos reconheceram que a guerra nuclear não era possível porque grande parte do mundo seria extinta em um holocausto nuclear.

Então, os soviéticos se voltaram para outros métodos que tiveram sucesso nas décadas de 1920 e 1930 — infiltrar-se no Ocidente através de grupos, organizações e agentes comunistas. E essas investidas nunca cessaram nem mesmo nos últimos anos, ao contrário, agora elas simplesmente têm se intensificado.

Em 26 de março de 1947, J. Edgar Hoover, diretor do Escritório Federal de Investigação (FBI), que lutava contra a influência comunista desde 1919, dirigiu-se ao Comitê de Atividades Antiamericanas da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. Ele advertiu os esforços comunistas generalizados para se infiltrar na sociedade norte-americana — especificamente através dos filmes de Hollywood, entretenimento nas rádios, nos sindicatos, no governo federal e em diversas organizações de fachada.

Ele observou que, nos últimos anos, o FBI havia investigado quase seis mil e quinhentos casos em que funcionários do governo eram suspeitos de estarem envolvidos em organizações que defendiam a queda do governo dos Estados Unidos, resultando na demissão de quase dois mil funcionários.

Ele advertiu que até mesmo programas governamentais estavam sendo usados como fachada para apoiar objetivos comunistas ou socialistas. Ele advertiu que até mesmo a religião e a educação eram campos férteis para o avanço da ideologia comunista:

"Tenho medo de que os conselhos escolares e os pais tolerem condições em que os comunistas e outros aventureiros, sob o disfarce de liberdade acadêmica, possam ensinar a nossa juventude um modo de vida que, eventualmente, poderia destruir a santidade do lar e minar a fé em Deus, levando ao desprezo, ao desrespeito pela autoridade constituída e à sabotagem de nossa respeitável Constituição”.

Em 1959, Hoover publicou um livro intitulado Mestres do Engano: A História do Comunismo nos Estados Unidos. No prefácio, ele advertiu: "Não há dúvida de que os Estados Unidos é o principal alvo do comunismo internacional...Mas talvez não consigamos aprender até que seja tarde demais para reconhecer quem são os comunistas, o que eles estão fazendo e, logo, o que nós mesmos devemos fazer para vencê-los”.

Previsões da transformação dos Estados Unidos e do mundo

Em 1958, quando Hoover escrevia Mestres do Engano, houve a publicação de outro livro intitulado O Comunista Nu. Seu autor, Cleon Skousen, foi um chefe de polícia, advogado e ex-agente do FBI, que passou grande parte de sua carreira estudando ideologia, metodologia e infiltração comunistas no FBI, assim como Hoover. O livro foi um sucesso, e ao longo do tempo vendeu mais de um milhão de cópias.

O que chama muito a atenção nesse livro é uma seção em que o autor listou quarenta e cinco "metas comunistas atuais". Como agente do FBI, ele investigou o comunismo durante anos e, portanto, estava muito familiarizado com seus objetivos, planos e metodologia. Sua lista era tão presciente que foi lida no Registro do Congresso em 10 de janeiro de 1963.

O espaço não permite listar ou comentar essas quarenta e cinco metas. Os leitores interessados podem encontrá-las na Internet, no livro de Skousen ou no livro A Verdade Nua: O Comunista Nu Revisitado, de James Bowers (em inglês). No entanto, vamos examinar algumas dessas metas — mas tenha em mente que elas foram publicadas há quase sessenta anos.

Metas comunistas atingidas no cenário internacional

Com o colapso da União Soviética em 1991, é óbvio que algumas das metas daquela lista não seriam alcançadas. Mas é surpreendente ver que muitas foram alcançadas em um período de tempo bem curto!

• A meta número 7 da lista, por exemplo, era "Garantir o reconhecimento da China Vermelha. Admissão da China Vermelha na ONU”. De 1945 a 1971, a República da China (atual Taiwan) foi um membro fundador das Nações Unidas e um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança. Mas em 1971, a ditadura comunista da República Popular da China foi aceita como membro da ONU, recebendo um assento no Conselho de Segurança com o poder de veto, no lugar de Taiwan (República da China ou Formosa) — que, sem nenhuma cerimônia, foi expulsa da ONU, a única nação expulsa desse organismo até hoje!

• Meta número 44: "Internacionalizar o Canal do Panamá". Após a sua inauguração em 1914, o Canal do Panamá foi considerado uma das sete maravilhas do mundo moderno, que beneficiava todas as nações. Mas em 1977, após a implacável pressão do presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, e do ditador panamenho Omar Torrijos, o Senado norte-americano revogou o tratado que conferia o controle do canal aos Estados Unidos, o que levou a uma transferência gradual para o Panamá em 1999. E quando o Panamá recebeu esse controle, quem passou a gerenciar e controlar o tráfego no canal? Duas empresas chinesas com fortes laços com o governo comunista chinês!

• Meta número 43: "Derrubar todos os governos coloniais antes que as populações nativas estejam prontas para um governo autônomo”. Embora a liberdade seja uma grande bênção, esta liberdade recebida ou adquirida num momento errado ou muito cedo, sem a devida preparação, pode acabar se tornando uma maldição.

A lista de países que conseguiram a independência desde 1958, quando Skousen escreveu estas palavras, inclui muitas nações que foram destruídas por guerras, corrupção, fome, revolta civil e praticamente todas as maldições humanas imagináveis — isso, principalmente, devido ao fato de que elas não estavam prontas ou eram capazes de ter um governo autônomo. A maioria está muito pior hoje do que quando eram governadas por outras nações.

Transformar internamente os Estados Unidos e o Ocidente

As três metas geopolíticas listadas acima certamente enfraqueceram a posição internacional dos Estados Unidos e do Ocidente. Mas de igual modo, talvez até mais prejudiciais, eram as metas que visavam enfraquecer a sociedade ocidental por dentro. Vejamos algumas:

• Meta número 28: “Eliminar a oração nas escolas, alegando que ela viola o princípio da ‘separação entre Igreja e Estado’”. Em 25 de junho de 1962, a Suprema Corte dos Estados Unidos declarou inconstitucional a oração e a leitura bíblica nas escolas públicas, encerrando uma prática de quase dois séculos desde a fundação da nação. Essa decisão, efetivamente, expulsou Deus não apenas das escolas públicas dos Estados Unidos, mas também da vida pública. A grade curricular das escolas públicas mudou para um ponto de vista niilista, centrado na evolução, e com um impacto devastador na vida de milhões de estudantes.

• Meta número 40: "Desacreditar a família como uma instituição. Incentivar a promiscuidade e facilitar o divórcio". Claramente, a família está sob ataque de todas as formas. A década de 1960 viu uma grande revolução cultural nos Estados Unidos. A pílula anticoncepcional removeu, em grande parte, uma das principais consequências do sexo pré-marital, e as taxas deste tipo de conduta sexual aumentaram. A partir de 1958, quando Skousen listou essas metas, e até 1990, as taxas de divórcio mais do que duplicaram. Agora, aproximadamente metade dos casamentos nos Estados Unidos termina em divórcio. A taxa de divórcio diminuiu nos últimos anos, mas apenas pelo simples fato de que hoje muitos casais não se preocupam mais em se casar.

• Meta número 25: "Quebrar padrões culturais de moralidade, promovendo a pornografia em livros, revistas, filmes e televisão". Este objetivo teve tanto sucesso que a maioria dos ocidentais não tem mais consciência de quando o entretenimento não estava repleto de sexo, nudez, palavrões, humor sujo e sanguinolência. Hoje em dia, a pornografia está tão difundida na Internet e nos dispositivos eletrônicos que alguns pesquisadores estimam ser de oito anos a idade média que uma pessoa é exposta pela primeira vez à pornografia.

• Meta número 26: “Apresentar a degeneração e a promiscuidade homossexual como ‘normal, natural e saudável’". Antes da oração e da leitura da Bíblia serem banidas das escolas dos Estados Unidos, era comum ensinar certo nível de moral. Mas como isso mudou! Hoje, muitas escolas fornecem gratuitamente preservativos para estudantes (e aulas de educação sexual demonstrando explicitamente como usá-los). Algumas escolas revoltam os pais, ministrando aulas sobre homossexualismo, lesbianismo e transgêneros além de, geralmente, encorajar a todo e qualquer tipo de experiência sexual.

• Meta número 17: “Tomar o controle das escolas. Usá-las como meio de transmissão para o socialismo... suavizar o currículo. Tomar o controle das associações de professores". Além dos exemplos descritos acima, os currículos educacionais das escolas públicas mudaram radicalmente nas últimas décadas, já que professores e administradores de esquerda tomaram o controle delas.

Sem dúvida, as escolas e as universidades se tornaram "canais de transmissão" de ideias socialistas, já que a maioria dos norte-americanos com menos de trinta anos veem o socialismo de forma positiva e não apoiam o capitalismo ou a livre iniciativa. Apesar de os gastos com educação nos Estados Unidos são os mais altos do mundo (cerca de doze mil dólares por aluno), os estudantes norte-americanos estão numa posição mediana quanto ao domínio de ciência, matemática e leitura em comparação com outros países civilizados — e esses níveis estão estagnados ou em declínio.

Muitos alunos terminaram o ensino médio sem saber ler corretamente, necessitando assim de aulas complementares na faculdade. A vigilância armada e a polícia são uma presença constante em muitas escolas. Tudo isso em um país que, durante décadas, foi um modelo para o mundo!

Qual a fonte de seus valores e crenças?

O mundo de hoje, a sociedade humana, não é o mundo de Deus. A Bíblia nos diz que Satanás, o diabo, é "o deus deste mundo" (2 Coríntios 4:4, BLH). Este ser maligno é quem reina hoje na Terra! Ele engana toda a humanidade para que siga seus caminhos, em vez do caminho de Deus (Apocalipse 12:9). Deus nos diz que "o mundo todo ao nosso redor está sob o poder e o domínio de Satanás" — sob a poderosa influência e controle de Satanás (1 João 5:19, Bíblia Viva).

Certamente, sob a influência de Satanás, Karl Marx, o mestre humano do comunismo, disse: "Meu objetivo na vida é destronar a Deus e destruir o capitalismo". Ele também disse: "O primeiro requisito para a felicidade do povo é a abolição da religião”. Não devemos nos surpreender que um sistema ímpio e anti-Deus, como o comunismo, viesse a apresar milhões de pessoas ao seu alcance — ou que buscasse expandir essa influência em todo o mundo. Como muitas outras formas de desgoverno humana, essa tem uma poderosa influência espiritual por detrás desse trabalho.

Apesar de a própria União Soviética ter colapsado há uma geração, em 1991, os tentáculos do comunismo permanecem vivos e as garras dos socialistas se espalharam pelos governos ocidentais. E como o próprio Vladimir Lenin afirmou: "O objetivo do socialismo é o comunismo".

Não podemos esquecer que um dos principais candidatos presidenciais dos Estados Unidos do ano passado foi um socialista declarado, que defendia uma plataforma socialista. Uma pesquisa recente realizada pelo American Culture and Faith Institute mostrou que 40% de todos os norte-americanos agora preferem o socialismo ao capitalismo. Obviamente, muitos esqueceram as economias atrasadas e arruinadas e os governos socialistas e comunistas inermes de uma geração atrás e não conseguem ver o perigo no rumo que os Estados Unidos e o Ocidente estão tomando.

A revista A Boa Nova do Mundo de Amanhã e o programa de TV Beyond Today (em inglês) dedicam-se a ensinar os únicos valores justos, verdadeiros e duradouros — os valores do Criador da humanidade, como revelado em Sua Palavra, a Bíblia. Temos a responsabilidade e o prazer de compartilhar e explicar esses valores — os valores de um mundo vindouro, e muito além de hoje — para todos os que decidirem ouvir e prestar atenção. Esperamos e oramos para que você esteja entre os que ouvem e prestam muito atenção!