O Que Estão Ensinando Aos Seus Filhos?

Você está aqui

O Que Estão Ensinando Aos Seus Filhos?

Acordei antes do nascer do sol e me preparei para o meu dia. É claro que aos sete anos de idade isso envolvia principalmente tomar o café da manhã e assistir a desenhos animados.

No início da manhã, fiz o possível para não fazer barulho, pois ninguém mais havia acordado ainda e, por algum motivo, minha irmã mais velha não gostava que alguém a acordasse.

Sabíamos que a certa altura teríamos que sair e caminhar pela estrada de cascalho até o ponto de ônibus. E se atrasássemos, provavelmente minha mãe teria que nos levar para a escola, então precisávamos cumprir nossa agenda. Meus pais nos mandavam para a escola todos os dias confiando que nossos professores iriam nos oferecer uma educação básica.

Quando os filhos ingressam em uma escola, os pais têm certas expectativas. Eles confiam que os professores, que se prepararam especificamente para educar os jovens, vão ensinar aos alunos os fundamentos necessários para concluir com êxito sua educação formal e um dia ter uma profissão.

Embora esse conceito de educar os jovens nos fundamentos do conhecimento ainda seja apontado como o principal objetivo da educação pública, está cada vez mais evidente que um significativo objetivo secundário tem se desenhado na grade curricular nas escolas de muitos países.

Leitura, Escrita e “Teoria de Gênero”

Além de tentar educar a próxima geração em história, literatura, ciência e matemática, o sistema educacional público dos Estados Unidos começou a incorporar assuntos como a moral, os valores, as teorias e as filosofias da opinião pública e da cultura popular na educação cotidiana das crianças. Em nenhum lugar essa abordagem — que vem sendo arquitetada sutilmente ao longo dos anos — é mais evidente do que na inclusão e no ensino de ideias como “Teoria de Gênero” ou “Teoria Crítica de Gênero”.

Os defensores dessa ideologia argumentam que o sexo biológico de um indivíduo é irrelevante (mesmo que esteja literalmente integrado em cada célula de seu corpo) e que todos devem escolher seu próprio gênero, sexo e sexualidade com base em suas próprias percepções e sentimentos. Os proponentes disso sustentam ainda que os “estereótipos de gênero”, homem e mulher, acarretaram em opressão e discriminação e por isso as ideias tradicionais sobre gênero, sexo e orientação sexual devem ser abolidas.

Durante várias décadas, grande parte dessas discussões ideológicas estavam restritas aos círculos acadêmicos. Mas, nos últimos anos, essas teorias têm sido incorporadas paulatinamente aos currículos das escolas públicas para estudantes cada vez mais jovens — e até mesmo em áreas de estudo não relacionadas com o tema.

A promoção dessas filosofias visa influenciar os princípios morais e éticos de crianças pequenas, independentemente das crenças e princípios de seus pais. Essencialmente, o papel de incutir crenças e valores orientadores nas crianças está sendo usurpado dos pais e entregue às secretarias de educação, aos educadores e ao dirigentes escolares.

O SIECUS (Conselho de Informação e Educação sobre Sexualidade dos Estados Unidos) é um importante fornecedor nacional de materiais sobre educação sexual. Em seu site, que tem o slogan “Educação Sexual Para Uma Mudança Social”, há esta declaração: “A educação sexual tem o poder de desencadear mudanças sociais em larga escala... ela conecta e aborda uma variedade de questões sociais. A educação sexual está no centro de muitos movimentos por justiça social — das causas LGBTQ e Direitos Reprodutivos ao movimento Me Too...”.

E, como admitem os fornecedores desse material usado em escolas públicas em várias disciplinas, a intenção por trás disso é “desencadear uma mudança social em larga escala” em vez de apenas educar as crianças.

O prejuízo ao aprendizado necessário

E de acordo com uma pesquisa feita pela empresa de mídia digital U.S. News & World Report, em 2021 os Estados Unidos ficaram em primeiro lugar em educação no ranking mundial por “ter um sistema de educação pública bem desenvolvido para as pessoas que desejam frequentar uma universidade, pois o país oferece uma educação de alta qualidade”.

Contudo, em várias escolas há um índice muito alto de alunos do ensino médio com deficiência de aprendizado em matérias como matemática e leitura. E tem surgido diversos relatos de estudantes que se formam no ensino médio sem saber ler corretamente e que nem mesmo conseguem ler seus diplomas. Recentemente, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) classificou os Estados Unidos em 25º lugar no mundo (num ranking de 77 países) em pontuações médias em matemática, ciências e leitura — apesar de o país gastar mais de quatorze mil dólares anuais por aluno.

Pelo menos em parte, parece que os acadêmicos têm sido deixados de lado por causa dessas agendas sociais. Os métodos usados para promover essas ideias (ou seja, mídias sociais, entretenimento, currículos escolares, etc.) estão afetando a juventude do país. Segundo um estudo da empresa de pesquisa de mercado Barna, realizado em 2021, 30% dos millennials estadunidenses (nascidos entre 1984 e 2002) se identificam como LGBTQ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer ou assexuais). Esse número sobre para 39% entre a Geração Z (aqueles entre 18 e 24 anos). E o índice entre os millennials que se consideram cristãos é menor, mas nem tanto.

A responsabilidade dos pais na educação correta

O papel dos pais e da família na educação e instrução moral dos jovens está sendo degradado. Estão ensinando as crianças, desde a mais tenra idade, que elas podem escolher seu próprio sexo, gênero e orientação sexual sem que seus pais tenham conhecimento ou participação nessa decisão. A estrutura familiar projetada por Deus, que inclui o papel vital dos pais na educação dos filhos, está sendo desmantelada e substituída por educadores que tentam incutir valores contrários à Palavra de Deus.

Observe as palavras de Jesus Cristo em Lucas 12:53: “O pai estará dividido contra o filho, e o filho, contra o pai, a mãe, contra a filha, e a filha, contra a mãe, a sogra, contra sua nora, e a nora, contra sua sogra". Esse tipo de conflito familiar pode acontecer quando há um grande desacordo sobre crenças e valores fundamentais.

Jesus disse que os membros de uma mesma família estariam divididos quanto ao seu compromisso de segui-Lo em suas vidas. Ensinar às crianças um conjunto de valores contrários aos de seus pais é algo que extrapola os limites de atuação do sistema educacional. E chegar ao ponto de ocultar dos pais a dinâmica dos conflitos mentais, emocionais e espirituais dessas crianças promove ainda mais a desunião e a desconfiança entre pais e filhos.

Ainda mais perigoso do que isso é deixar de lado o papel de Deus e Sua Palavra como guia de vivência para a humanidade. O que a Bíblia diz sobre quem é responsável pela educação dos filhos?

“Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no SENHOR, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do SENHOR” (Efésios 6:1-4).

O fato de ter um sistema de educação pública não é algo ruim, além disso, nem todos os professores, dirigentes escolares e secretarias de educação têm agendas ocultas que são impostas a alunos e pais desprevenidos. Contudo, os pais devem prestar atenção ao que estão ensinando a seus filhos e fazer todo o possível para serem proativos na educação de sua família.

Enquanto os filhos estiverem crescendo, os pais têm a responsabilidade direta de cuidar deles e de ensinar-lhes a viver conforme a Palavra de Deus. Isso abrange toda e qualquer família cristã, independentemente de sua cultura ou país. As leis de Deus são para todos e essenciais para enfrentar as mentiras do “deus deste século” que enganou o mundo inteiro (ver 2 Coríntios 4:4; Apocalipse 12:9).

Lidando com a doutrinação ideológica

Eventualmente, eu trilhei todo o caminho da educação básica, incluindo o ensino médio. E também estudei e me formei em duas universidades públicas. E durante esse tempo, eu decidi assumir o compromisso de seguir os passos de Jesus Cristo. Então, arrependi-me de meus pecados e fui batizado por um verdadeiro ministro que, a seguir, impôs as mãos sobre minha cabeça e orou para que Deus me concedesse Seu Espírito Santo.

Portanto, sobrevivi ao sistema de educação pública sem ter sido doutrinado em um falso estilo de vida nem influenciado pela opinião popular. Sempre me considerei protegido por Deus, ao mesmo tempo em que me foi concedida a liberdade de escolher a maneira como queria viver. Eu também fui abençoado por ter sido criado por pais comprometidos com Deus.

Desde que terminei a escola, e mesmo quando trabalhei em uma escola pública, as pressões para aceitar e abraçar amplamente os valores degradantes desta sociedade têm aumentado muito. E por causa do aumento dessa doutrinação ideológica, provavelmente as crianças e os jovens adultos que desejam seguir o caminho de vida de Deus enfrentarão muitas adversidades.

Eles poderão enfrentar críticas, escárnios e desdéns quanto à sua crença. Alguns poderão tentar convencê-los de que a verdade de Deus e os ensinamentos de seus pais são ultrapassados ou “preconceituosos” ou que disseminam o ódio contra as práticas e crenças dos outros. Sem dúvida, não podemos proteger perpetuamente nossos filhos do mundo, o que significa que eles serão expostos a essas mentiras. Portanto, eles precisarão aprender a lidar com algumas situações difíceis e argumentos morais muito desafiadores.

Pouco antes de Sua crucificação, Jesus orou a Seu Pai acerca de Seus seguidores, dizendo: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como Eu do mundo não sou. Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade. Assim como Tu Me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo. E por eles Me santifico a Mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade” (João 17:15-19).

Como vimos, os pais têm a obrigação de criar seus filhos “na doutrina e admoestação do SENHOR”. Devemos nos esforçar muito para preparar nossos filhos ensinando-lhes a Palavra de Deus e conversando com eles sobre o que podem encontrar na educação escolar. Também precisamos ser um cristão exemplar e ajudar nossos filhos em todas as dificuldades que encontrarem pelo caminho.

Além disso, devemos orar para que, quando chegar o momento de decidirem, eles também escolham seguir a verdade de Deus em vez desse engano imposto pelo mundo.