Os Bastidores da Crescente Guerra Cultural

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Os Bastidores da Crescente Guerra Cultural

Uma canção popular e patriótica nos Estados Unidos é “América, A Bela”.

Escrito como um poema em 1893 por Katharine Lee Bates, professora de inglês no Wellesley College em Massachusetts, foi convertida em música no ano 1910 pelo organista da igreja de New Jersey, Samuel Ward. As duas primeiras estrofes destacam as bênçãos de Deus sobre essa nação privilegiada, bem como suas imperfeições.

América! América!

Deus derramou Sua graça em ti

E coroou sua bondade com irmandade

De mar a mar brilhantes!

América! América!

Que Deus corrija cada uma de tuas falhas

Confirme tua alma no controle próprio

Tua liberdade na lei!

Embora os Estados Unidos tenham suas falhas, ele foi fundado sobre uma sincera e genuína reverência ao Criador e pelo estado de direito constitucional — em oposição ao exercício arbitrário da autoridade governante. Durante séculos, esses princípios gêmeos foram altamente considerados e prontamente observados pela vasta maioria do povo norte-americano. Mas hoje a história é diferente. O desejo de honrar a Deus tem diminuído, e o estado de direito não é mais tão respeitado como era antes.

Muitos norte-americanos abandonaram completamente a adoração e a obediência ao seu Criador e são totalmente ingratos por Sua maravilhosa proteção e abundantes bênçãos (2 Timóteo 3:1-5). O profeta Jeremias descreveu o caminho do povo de Israel e Judá em termos que se ajustam a um número grande e crescente de indivíduos insensatos e arrogantes hoje: “No entanto, esse povo tem um coração obstinado e rebelde; Eles se desviaram e seguiram o seu próprio caminho” (Jeremias 5:23, Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada; ver também Isaías 1:4-6).

Enquanto que no Brasil cresce cada vez mais o número de pessoas que se consideram “sem religião”. Sem uma ligação religiosa com qualquer crença tradicional, e elas se dizem mais felizes. O fenômeno dos “sem religião” ganhou força nos últimos anos, sendo que esse grupo aumentou 70% em duas décadas e hoje representa 8% da população brasileira, de acordo com o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Como resultado, poderosas forças internas têm atacado os Estados Unidos, provocando uma guerra total com o intuito de transformar sua cultura fundamental em algo que seus fundadores e gerações anteriores não reconheceriam nem tolerariam. Também temos visto essa luta ocorrer em outras nações ocidentais.

A recente campanha política voltada para o controle do Senado e da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos apresentou pontos de vistas completamente diferentes para a nação. Embora excessivamente simplificado, podemos dizer que um ponto de vista propunha um caminho nacional enraizado nos melhores princípios do passado e da Constituição dos Estados Unidos, enquanto o outro oferecia um caminho muito diferente e oposto, que se distanciava fortemente dos valores e tradições dos norte-americanos. O nível de hostilidade nas últimas eleições chegou perto da guerra aberta — e em algumas ocasiões levou à violência de fato.

Embora existam muitos campos de batalha nessa guerra pelo coração e alma dessa nação, este artigo irá expor e examinar seis deles do ponto de vista das Sagradas Escrituras e das fontes seculares conhecidas. Essas seis arenas de guerra incluem a hostilidade contra o cristianismo, denegrindo e reescrevendo o passado dos Estados Unidos, o viés da mídia, a imigração e fronteiras abertas, a agenda homossexual e transgênero e a redistribuição da riqueza à maneira socialista. Todas estas são as "linhas de frente" da atual guerra cultural.

1. A crescente hostilidade contra o cristianismo

Na edição setembro-outubro de 2018 de A Boa Nova, discutimos em detalhes como, no princípio, o profundo respeito a Deus formou a base da cultura norte-americana e proporcionou grandes benefícios ao povo da nação por gerações (ver nessa edição “O Que Está Por Trás da Guerra Contra Deus?”). Além disso, a influência positiva dos padrões cristãos básicos, como integridade, responsabilidade e moralidade, trouxe resultados muito benéficos para toda a sociedade.

Embora indivíduos e famílias tivessem sido auxiliados substancialmente, nos séculos anteriores, por sua adoração e obediência a Deus, profundas mudanças têm ocorrido nos últimos anos com intuito de afastar as pessoas desses princípios cruciais. A desconfiança e o desprezo em relação ao cristianismo têm crescido consistentemente — sendo alimentados pelos poderes espirituais ameaçadores de Satanás, o diabo e seus demônios (Efésios 2:2; 6:11; 1 Pedro 5:8). As instituições e os cristãos foram submetidos a crescentes ataques e restrições à sua liberdade de adorar e obedecer a Deus.

Isso inclui até as decisões da Suprema Corte que declaram que a oração, a leitura da Bíblia e a publicação dos Dez Mandamentos nas escolas públicas são inconstitucionais — assim proibindo, efetivamente, o ensino dos valores corretos.

Por isso, com Deus e os Dez Mandamentos sendo mantidos longe das escolas durante os primeiros anos de formação das crianças, não deveria ser nenhuma surpresa os resultados prejudiciais que têm surgido em toda a sociedade. Isso é visível diante do aumento da desintegração familiar, da promiscuidade sexual, da pornografia, da violência, do vício em drogas e álcool, do crime e outros males. De fato, nos Estados Unidos, uma operação sistemática está em andamento, e também em outros países ocidentais, para expulsar Deus e Seus mandamentos da vida pública e privada, abalando assim os próprios alicerces da cultura.

2. A tentativa de denegrir e reescrever a história da nação

Outro ataque vem da tentativa de reescrita da história ou “revisionismo histórico”. Está havendo esforços significativos para enfocar e ampliar os erros da nação, minimizando seus sucessos ou reformulando-os como errados. O objetivo é influenciar os cidadãos a sentirem-se humilhados e culpados pelo passado do país, especialmente, se não fizerem parte de um "grupo de vítimas" reconhecidas.

Em seu livro de 2015, The Snapping of the American Mind (A Crise da Mente Americana), o jornalista David Kupelian, editor-chefe da empresa WND.com (ex-WorldNetDaily), descreveu esse plano de guerra cultural como “manipular a culpa da histórica nacional dos norte-americanos sobre a escravidão e a segregação, mantendo persistentemente vivo o ardor da culpa e da vergonha nos norte-americanos de hoje pelos pecados cometidos há gerações por pessoas falecidas há muito tempo” (p. 76).

Uma consequência desse movimento tem sido a destruição ou remoção de monumentos históricos de locais públicos, como parques e praças. De acordo com um artigo da Fox News publicado em 21 de agosto de 2018: “Mais de trinta cidades nos Estados Unidos removeram ou realocaram estátuas e monumentos confederados em meio a um intenso debate nacional sobre a raça e a história...Muitos dos monumentos controversos foram erguidos no início do século XX ou durante o auge do Movimento pelos Direitos Civis” (Christopher Carbone, “Quais Estátuas de Confederados Foram Removidas? Uma Lista Grande”, 21 de agosto de 2018).

Ao comentar esse esforço específico para reescrever a história, Ken Blackwell, ex-embaixador dos Estados Unidos na Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas e membro sênior de Direitos Humanos e Governança Constitucional do Conselho de Pesquisa da Família, escreveu:

“Quando a cidade de Baltimore removeu recentemente várias estátuas da época da Guerra Civil, também removeu a de Roger Taney, ex-presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos. Ele sempre foi fiel aos Estados Unidos. Exceto no caso de Dred Scott, que merece reprovação, mas na época outros sete juízes concordaram com ele. E sua carreira foi muito mais do que um caso. Taney serviu quase trinta anos como um dos juristas mais importantes do país...

“Durante a Guerra Civil, ele defendeu as liberdades civis, inclusive a Doutrina do Habeas Corpus, um baluarte contra a prisão injusta. Antes de ingressar na alta corte, ele serviu como Secretário de Guerra, Secretário do Tesouro e Procurador-Geral. Mas agora, por causa dessa única opinião, ele é uma persona non grata da história do país...

“De fato, é correto reavaliar a história e abordar práticas agora reconhecidas como injustas...No entanto, isso não significa erradicar o passado, nem mesmo as partes que mais nos desafiam. Em vez disso, devemos procurar compreender e contextualizar aqueles que realizaram grandes feitos, mas que, ao mesmo tempo e ocasionalmente, deram seu apoio ao que agora vemos como algo muito negativo” (“O Revisionismo Histórico”, HuffPost, 18 de agosto de 2017).

Em outra tentativa incômoda de alterar a história, um novo curso de Posicionamento Avançado (AP) sobre a história dos Estados Unidos foi introduzido nas escolas secundárias em 2014, que praticamente eliminou as referências aos fundadores do país, ao mesmo tempo em que destacava suas falhas. Ao comentar o currículo, o Dr. Ben Carson, ex-candidato à presidência e atual secretário do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano (HUD), disse o seguinte em um discurso na Cúpula de Ação da Segurança Nacional do Centro de Segurança em 29 de setembro de 2014:

“Estou um pouco chocado ao olhar para o curso de AP da história americana que agora está sendo ensinado em escolas de ensino médio em todo o nosso país. Há apenas dois parágrafos sobre George Washington...Pouco ou nada sobre Martin Luther King. Uma seção inteira sobre a escravidão e o quanto somos cruéis...

“É isso que estamos fazendo com os jovens de nossa nação...Temos que parar de nos crucificar. Nós cometemos erros como nação? Claro que sim. Por quê? Porque somos seres humanos e todo ser humano comete erros” (citado por Warner Huston, “Dr. Ben Carson Critica o Novo Currículo AP Antiamericanista Sobre a História”, Breitbart, 2 de outubro de 2014).

Ao comentar esse curso de história, Dean Kalahar, um educador de trinta e um anos e autor de vários livros sobre questões econômicas e educacionais, descreveu como isso feria a história dos Estados Unidos:

“O mais preocupante é a ênfase anti-histórica sobre a justiça social, a globalização, o ambientalismo, as raças, as classes e a vitimização de gêneros que mina os ideais ocidentais, a Constituição, o capitalismo e a cultura norte-americana...Os fatos agora mostram não apenas as intenções, mas uma visão e a missão de trazer esse tema para as escolas perpetradas por forças empenhadas em incutir uma falsa vergonha do passado dos Estados Unidos com o propósito de estabelecer uma coletividade global” (“O Empenho Em Reescrever o Passado dos Estados Unidos”, American Thinker, 9 de outubro de 2014).

Portanto, não é surpreendente que uma recente pesquisa tenha mostrado que quase quatro em cada dez dos jovens adultos norte-americanos não concordam que “os Estados Unidos têm uma história da qual devemos nos orgulhar” e quase metade acredita que “os Estados Unidos é mais racista que outros países”.

Em outras nações ocidentais também encontramos esse revisionismo. Escrevendo no British Telegraph, o historiador Zareer Masani escreve: “É uma pena que a Sociedade Histórica Real tenha caído na armadilha de confundir diversidade histórica com a estreita correção política de um clamor vociferante para abandonar o lobby em nossas universidades. Realmente, é um objetivo louvável erradicar o racismo no recrutamento de acadêmicos ou estudantes, mas isso não tem nada a ver com a meta absurda de um relatório recente desta instituição de promover e incorporar a igualdade racial e étnica na história do Reino Unido.

“A história não é um projeto de igualdade racial, mas o estudo de realidades complexas e muitas vezes contraditórias sobre o nosso passado, que raramente se prestam a simples estereótipos éticos. Aqueles que professam "descolonizar" o currículo estão travando uma perigosa batalha para purgar o passado das iniquidades de que não gostam e nos apresentar uma versão higienizada, censurada de acordo com os valores do presente" ("A Esquerda Está Degradando O Objeto da História Com Sua Política de Correção Antiocidental”, 23 de outubro de 2018).

O estudo legítimo do passado requer uma avaliação baseada em fatos e uma visão ampla e geral — não uma visão seletiva que promova alguma agenda atual. A Bíblia diz a seus leitores que o que importa é a verdade — sempre (ver Isaías 59:14; João 8:32; 2 Tessalonicenses 2:10). O Deus Eterno inspirou seu profeta Zacarias a escrever: “Eis as coisas que deveis fazer: falai verdade cada um com o seu companheiro; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas” (Zacarias 8:16).

3. O viés ideológico da mídia para reformular o pensamento das pessoas

Então, vamos ver o campo de batalha do viés da mídia — isto é, “um viés político na reportagem jornalística, na seleção da programação, ou de outra forma nos meios de comunicação de massa” (site Definitions.net).

Enquanto os cidadãos dos Estados Unidos acreditam que a mídia tem um papel crítico em sua democracia, “os resultados da Pesquisa da Fundação Gallup / Knight de 2017 sobre Confiança, Mídia e Democracia mostram que a maioria dos norte-americanos acredita que agora está mais difícil ser bem informado e determinar quais notícias são precisas. Cada vez mais, eles percebem que a mídia é tendenciosa e lutam para identificar fontes de notícias objetivas...Hoje, 66% dos norte-americanos dizem que a maioria dos meios de comunicação não faz um bom trabalho em separar o fato da opinião. Em 1984, 42% pensavam assim” (“Perspectiva dos Norte-americanos: A Confiança, a Mídia e a Democracia”, Fundação Knight, 15 de janeiro de 2018).

Qual é a razão disso tudo? Katherine Kersten, escritora, advogada e pesquisadora sênior do Centro Americano de Experimentos, chama a atenção para o que o jornalista norte-americano vencedor do Emmy, Bernie Goldberg, explicou em seu livro Viés: Ex-âncora da CBS Mostra Como a Mídia Distorce as Notícias:

“Goldberg argumenta que as inclinações políticas e sociais dos jornalistas influenciam fortemente a forma como relatam as notícias. Não é que os repórteres conspirem para inclinar suas histórias, insiste ele. O problema é mais sutil e, portanto, mais sério. Goldberg afirma que a maioria dos jornalistas compartilha uma visão de mundo ideológica. Geralmente, eles apoiam o direito ao aborto, a ação afirmativa, o controle de armas, os direitos dos homossexuais e a regulamentação ambiental, e se opõem à oração na escola e à pena de morte. Além disso, eles tendem a cercar-se de amigos e colegas que pensam da mesma maneira.

“O resultado disso, diz Goldberg, é que a maioria dos jornalistas não se vê como políticos liberais. Eles simplesmente acreditam que todas as pessoas razoáveis e humanas pensam como eles. Aos seus olhos, eles representam o meio-campo da política. De acordo com Goldberg, a maioria dos jornalistas divide os norte-americanos em dois tipos de pessoas: moderados, como eles mesmos, e fanáticos de direita” (“As Revelações de Goldberg Sobre O Viés da Mídia Não Surpreende”, Centro Americano de Experimento, 27 de junho de 2014).

Esse ponto de vista fora da realidade é evidente também na animosidade dos jornalistas em relação às pessoas que possuem ideais e convicções cristãs. Em 2013, o vice-presidente do World News Group, Warren Smith, e o editor-chefe, Marvin Olasky, foram coautores do livro intitulado Imprensa Pródiga: Confrontando o Viés Anticristão da Mídia Norte-americana. O livro aponta que, no século XIX, muitos dos mais ilustres jornais diários dos Estados Unidos relataram notícias através de uma perspectiva cristã. No entanto, ao longo dos seguintes cento e cinquenta anos, uma visão de mundo liberal e progressiva gradualmente se infiltrou na grande mídia norte-americana e agora essa visão desempenha um papel dominante na sociedade.

Embora muitos dos atuais jornalistas da imprensa, da televisão e da internet afirmem ser neutros, eles cada vez mais relatam notícias e informações de um ponto de vista anticristão — que inclui o apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, o aborto e outros males sociais que corromperam e degradaram a cultura norte-americana. A Bíblia explica que, frequentemente, as pessoas fazem escolhas tolas e destrutivas ao fazer o que “acham certo” aos seus próprios olhos (Provérbios 12:15; 14:12; 16:25; 21: 2; 30:12). (Para mais informações sobre este assunto, leia “O Conflito dos Pensamentos”, começando na página 21).

4. A imigração e a ideia de fronteiras abertas

O debate contencioso sobre a imigração nos Estados Unidos continuou por décadas enquanto partidos políticos, entidades governamentais e instituições empresariais continuaram enfrentando questões conflitantes de segurança e econômicas. Walter Russell Mead, um ilustre colega no Instituto Hudson, descreveu por que o debate combativo sobre a imigração continua causando furor:

“O que torna a imigração tão contaminante? Em parte, é que nenhuma outra questão, nem mesmo a desigualdade econômica, gera uma divisão tão profunda entre a elite e a opinião pública. As elites quase sempre apoiam a imigração por motivos econômicos e morais. Mas muitos eleitores temem que seus bairros sejam expostos às consequências sociais da imigração em massa e que seus salários caiam à medida que os imigrantes comecem a competir pelos empregos” (“A Imigração Ainda É Contaminante”, The Wall Street Journal, 22 de janeiro de 2018).

As consequências sociais da imigração ilegal incluem tráfico de drogas transfronteiriço, armas e prostituição por organizações criminosas, bem como a ameaça de infiltração terrorista. A imigração ilegal resultou no aumento do crime violento, incluindo assassinato, violência sexual, lesões corporais graves e outras agressões perpetradas por milhares de membros da gangue “MS-13” da América Central, que agora operam em pelo menos vinte e dois estados norte-americanos.

Steven Camarota, diretor de pesquisa do Centro de Estudos de Imigração, explicou que 21% das pessoas condenadas por crimes nos Estados Unidos eram estrangeiros ilegais, o que representa duas vezes e meia a parcela da população:

“O maior problema com o estudo do crime de imigrantes é que os estados e os municípios não acompanham sistematicamente o país de nascimento, a cidadania ou o status legal daqueles que prendem, condenam ou encarceram. Mas o governo federal rastreia a cidadania daqueles que são condenados.

“Novos dados da Comissão de Sentenças dos Estados Unidos mostram que dos condenados por crimes federais entre 2011 e 2016, 44,2% não eram cidadãos norte-americanos — e 21,4%, se os crimes de imigração fossem excluídos. Em comparação, os não-cidadãos são 8,4% da população adulta” (“Os Não-Cidadãos Cometeram Uma Parcela Desproporcional de Crimes Federais Entre 2011e 2016 ”, Centro de Estudos sobre Imigração [CIS.org], 10 de janeiro de 2018).

Mesmo diante de estatísticas tão perturbadoras, ativistas de imigração e políticos de esquerda continuam defendendo um projeto “fronteiras abertas” e, mais recentemente, a extinção do Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE), uma agência governamental que aplica as leis federais que regem o controle fronteiriço, a alfândega, o comércio e a imigração” (Andrew Arthur, "Extinguir o Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos?", CIS.org, 6 de julho de 2018).

Então, as nações deveriam retirar todas as restrições às pessoas que cruzam suas fronteiras? Todos devem ter livre acesso para entrar nos Estados Unidos ou em qualquer outro país que escolherem? Óbvio que não. Os governos dos países são encarregados de manter o estado de direito e proteger os cidadãos de suas nações.

A Bíblia descreve uma antiga época em que as pessoas se reuniram para construir a Torre de Babel com o intuito de engrandecer-se e desafiar a Deus. Mas Deus interveio para mudar o rumo da história, criando diferentes idiomas para distintos grupos étnicos, o que os levou a mudar-se para locais distantes, onde desenvolveram sociedades separadas (Gênesis 11:9).

Deus não apoia um projeto de “fronteiras abertas” nem de imigração ilegal, já que, como explica Deuteronômio 32:8, Ele “fixou os limites dos povos (ARA)”.

5. A agenda homossexual e transgênero

Durante décadas, os ativistas sociais pressionaram pelos direitos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), como a redefinição do casamento para incluir casais do mesmo sexo e a extensão das leis de combate à discriminação para abranger a orientação sexual e a identidade de gênero das pessoas.

Ao longo do tempo, a pressão de ativistas e o declínio moral levaram a revogação de diversos estatutos estaduais e decisões judiciais, como os que proibiam a sodomia. Então, em 26 de junho de 2015, a Suprema Corte dos Estados Unidos, em uma decisão apertada, 5 a 4, exigiu que todos os cinquenta estados realizassem e reconhecessem o casamento de casais do mesmo sexo em condições de igualdade com os casais de sexo oposto.

Nos anos que antecederam essa decisão, a crença de muitos norte-americanos em Deus e em Seus ensinamentos morais bíblicos havia decrescido ainda mais à medida que aumentava a aceitação do estilo de vida homossexual. Uma pesquisa do Pew Research Center, publicada em 12 de maio de 2015, revelou que a crença na existência de Deus diminuiu vertiginosamente na década anterior ("O Povo Norte-Americano Está Cada Vez Menos Religioso”, Pew Research Center, 3 de novembro de 2015).

Além disso, uma pesquisa do Instituto Gallup de maio de 2018 mostrou que 67% dos norte-americanos apoiam o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que representa um incremento de 40% diante da primeira pesquisa sobre o assunto realizada em 1996, quando apenas 27% dos entrevistados disseram aprovar casamento homossexual. (Aamer Madhani, "Enquete: A Aprovação do Casamento Entre Pessoas do Mesmo Sexo Nos Estados Unidos Atinge Novo Patamar", USA Today, 23 de maio de 2018). Evidentemente, a aceitação da agenda homossexual foi impulsionada agressivamente pelos noticiários, pela mídia de entretenimento e pelas instituições educacionais ocidentais, que contribuíram enormemente para essa aceitação generalizada.

A agenda homossexual e transgênero, juntamente com a revolução sexual que começou na década de 1960, transformaram os padrões morais dos Estados Unidos. Muitos veem isso como uma mudança positiva e uma perspectiva mais esclarecida. No entanto, somente porque cada vez mais pessoas acreditam que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é correto e os legisladores aprovam leis em apoio ou juízes decidem a favor dessa mudança não significa que isso seja inerentemente bom.

A única maneira de entender o que é realmente correto é analisando tudo à luz da perfeita Palavra de Deus. Sem dúvida, a Bíblia considera a atividade homossexual como explicitamente pecaminosa (Levítico 18:22; 20:13; Deuteronômio 23:18; Romanos 1:26-27; 1 Coríntios 6: 9-10; 1 Timóteo 1:10). Evidentemente, é preciso demonstrar compaixão para com aqueles que lutam contra a atração pelo mesmo sexo e o estilo de vida homossexual, e estão se esforçando para superar isso com a ajuda de Deus. No entanto, vários estudos demonstram o quanto esse estilo de vida é destrutivo.

Por exemplo, em 9 de março de 2016, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos publicaram o seguinte em seu site: “As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) têm aumentado entre os homossexuais e os bissexuais masculinos, com o avanço da sífilis sendo visto em todo o país. Em 2014, homossexuais, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens foram responsáveis por 83% dos casos de sífilis primária e secundária em que o gênero do parceiro sexual era conhecido nos Estados Unidos. Gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens geralmente sofrem de outras DSTs, incluindo infecções por clamídia e gonorreia” (“Doenças Sexualmente Transmissíveis”, site CDC.gov).

Mais recentemente, veio à tona nesta área a questão do transgenerismo, “relacionar-se com uma pessoa cuja identidade de gênero não corresponde ao sexo biológico da pessoa atribuído no momento do nascimento” (Dictionary.com). Embora alguns possam pensar que são do sexo oposto do qual nasceram, o fato inescapável é que Deus criou os seres humanos, cada um tendo uma identidade sexual distinta como homem ou mulher (Gênesis 5:2). A boa ciência psiquiátrica entende que, embora as pessoas sintam que têm uma identidade sexual diferente, na verdade, elas têm sentimentos anormais e são sintomáticas de problemas psicológicos mais profundos.

Referindo-se ao seu estudo de quarenta anos com pessoas que tinham problemas de transtorno de identidade de gênero, Dr. Paul McHugh, ex-presidente e professor honorário do Departamento de Psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, escreveu: “A disforia de gênero — termo da psiquiatria relativo a sentir-se do sexo oposto — pertence à família de suposições igualmente desordenadas sobre o corpo, como a anorexia nervosa e o transtorno dismórfico corporal. Seu tratamento não deve ser dirigido ao corpo, por meio de cirurgias e hormônios, pois seria como tratar obesos anoréxicos com lipoaspiração” (“A Cirurgia Para Transgênero Não é a Solução”, The Wall Street Journal, 12 de junho de 2014).

Ele continuou: “O tratamento deve se concentrar na correção da falsa natureza e na problemática da suposição e resolver os conflitos psicológicos que a provocam. Com os jovens, isso funciona melhor com terapia familiar”.

No entanto, o transgenerismo está sendo promovido em todos os níveis da sociedade nos Estados Unidos e em outros países ocidentais, inclusive para as crianças nas escolas, às vezes, sem o consentimento dos pais. Este triste exemplo veio de Vancouver, Canadá: “Uma menina chegou a casa chorando porque a professora havia dito a ela que estava brincando com alguns brinquedos da turma que eram considerados masculinos por natureza; e que ela era provavelmente um menino no corpo de uma menina", disse [o pastor da área, Kevin] Cavanaugh. "Ela chegou a casa chorando e disse: 'Mamãe, mamãe, eu não quero ser um menino!'”.

“No dia seguinte, a mãe foi até a escola e, em vez de apoio e compreensão, ela foi chamada de homofóbica e intolerante”, disse ela (“‘Mamãe, Eu Não Quero Ser Um Menino!’ A Reação de Uma Garotinha ao Radical Programa de Identidade de Gênero Diz Tudo”, Wendy Griffith, CBN News, 14 de janeiro de 2018).

Sem dúvida, estes são tempos sombrios. Para saber mais sobre o que está acontecendo nesta área e no cerne do assunto, recomendamos a leitura do artigo "A Guerra Contra O Casamento e a Família" em nossa edição de novembro-dezembro de 2018.

6. A redistribuição das riquezas ao estilo socialista

O instituto Gallup relatou o seguinte em uma pesquisa realizada de 30 de julho a 5 de agosto de 2018: “Os norte-americanos de 18 a 29 anos são tão simpáticos ao socialismo (51%) quanto ao capitalismo (45%). Isto representa um declínio de 12 pontos nas opiniões positivas dos jovens adultos sobre o capitalismo nos últimos dois anos e uma mudança marcante desde 2010, quando 68% o viam positivamente” (“Os Democratas São Mais Simpatizantes do Socialismo que do Capitalismo”, Frank Newport, Gallup, 13 de agosto de 2018).

Os políticos esquerdistas e declaradamente socialistas, como o senador Bernie Sanders, de Vermont, que chegou perto de ganhar a indicação do Partido Democrata para disputar a presidência em 2016, muitas vezes enaltecem países nórdicos (Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia) por seus sistemas econômicos socialistas. No entanto, ao operar seus programas de Welfare State (nacionais do bem-estar social) essas nações o fazem por meio de economias capitalistas subjacentes, e nunca nacionalizaram os meios de produção — que significa a expropriação de ativos privados para transformá-los em bens públicos (“A Escandinávia Não É Um Paraíso Socialista”, site TheFederalist.com, 11 de agosto de 2015). Eles também não precisaram ter gastos pesados com a defesa nas últimas décadas.

Os partidos políticos socialistas, comuns na Europa, estão ganhando terreno nos Estados Unidos. Nas recentes eleições de meio de mandato dos Estados Unidos, duas integrantes do Partido Socialista Democrático da América foram eleitas para a Câmara dos Deputados. Quando uma delas ganhou as primárias democratas em seu distrito, vários meses antes, o presidente do Comitê Nacional Democrata, Tom Perez, proclamou que ela “representava o futuro do nosso partido”.

Será que as pessoas inclinadas ao socialismo realmente compreendem o que se pode esperar de um sistema econômico totalmente socialista? Em uma recente pesquisa, verificou-se que seis em cada dez norte-americanos desconheciam a horrenda crise econômica e os abusos dos direitos humanos na Venezuela socialista, assim como a definição do próprio socialismo ("Um Percentual de 44% da Geração Y Preferem o Socialismo. O Que Isso Significa?”, Marion Smith, site VictimsOfCommunism.org, 2 de novembro de 2017).

Esta é uma definição de um dicionário sobre o socialismo: “Sistema daqueles que querem transformar a sociedade pela incorporação dos meios de produção na comunidade, pelo regresso dos bens e propriedades particulares à coletividade, e pela repartição, entre todos, do trabalho comum e dos objetos de consumo” (dicionariodoaurelio.com).

Uma perspectiva mais abrangente vem de Andres Malave, diretor de comunicações do grupo Americans for Prosperity, cuja família fugiu da Venezuela socialista:

“O socialismo assume que os funcionários do governo são mais qualificados do que outros indivíduos para decidir quanto uma pessoa deve ganhar, quais produtos e serviços são necessários para essa pessoa viver e quanto essa pessoa deve pagar por isso. O socialismo priva a escolha individual e esmaga a ambição em busca de uma definição uniforme, desejada e esmerada de ‘igualdade’" ("Como O Socialismo Fracassou Na Venezuela", EUA News and World Report, 6 de junho de 2016).

A Venezuela, que já foi a economia mais rica da América Latina, tornou-se um Estado falido. E agora está no meio de um colapso social e econômico devido a anos de políticas socialistas opressivas, que começaram após um golpe político de Hugo Chávez em 1999. Em 2007, como parte de sua agenda socialista para redistribuir a riqueza do país, Chávez começou a nacionalizar grandes setores da economia do país, incluindo as indústrias de petróleo e de siderurgia, bancos, setor de produção, agronegócio, saúde e alimentos.

Devido à má administração fiscal em escala globalmente histórica, a economia da Venezuela praticamente entrou em colapso — com uma taxa de hiperinflação anual de 1.000.000% em 2018 ("Inflação na Venezuela ultrapassa 1.000.000% em 12 meses pela primeira vez”, jornal Folha de São Paulo, 11 de dezembro de 2018). A maioria dos trinta milhões de cidadãos do país tornou-se desesperadamente pobre e está sofrendo com desemprego em massa, escassez de alimentos e remédios, desnutrição, fome, tumultos, violência, assassinatos e crimes desenfreados. Milhões de pessoas fugiram do país em uma tentativa desesperada de sobrevivência.

O Dr. Thomas Sowell, economista norte-americano, teórico social e pesquisador sênior na Hoover Institution da Universidade de Stanford, escreveu sobre a redistribuição da riqueza:

“A história do século XX está repleta de exemplos de países que se propuseram a redistribuir a riqueza e acabaram redistribuindo a pobreza. Todos nós já ouvimos o velho ditado de que dar um peixe a uma pessoa vai alimentá-la apenas por um dia, enquanto ensiná-la a pescar vai alimentá-la por toda a vida. Os redistribuidores dão um peixe às pessoas e as deixam dependentes do governo para receberem mais peixes no futuro” (“A Falácia da Redistribuição de Renda”, site Creators Press, 19 de setembro de 2012).

Semelhantemente, o renomado primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, observou certa vez: “O vício inerente do capitalismo é a partilha desigual das bênçãos. A virtude inerente do socialismo é a partilha igual das misérias” (Discurso na Câmara dos Comuns, 22 de outubro de 1945).

A redistribuição forçada de riquezas — o governo tira de uma pessoa e entrega a outra — essencialmente, é uma forma de roubo e uma violação do Oitavo Mandamento bíblico. A Palavra de Deus apoia uma sociedade e uma economia baseadas na propriedade privada, na liberdade de escolha, na iniciativa pessoal e na livre iniciativa, bem como no altruísmo, na generosidade e na compaixão. (Para saber mais, leia o artigo “A Crescente Popularidade do Socialismo”, a partir da página 10).

“Crianças insensatas” que precisam de entendimento e arrependimento

Os Estados Unidos — juntamente com outras nações ocidentais — estão passando em meio de uma guerra de destruição dos valores fundamentais. Muitos cidadãos não honram mais a Deus ou respeitam o estado de direito, em contraste com as gerações anteriores. A este respeito, as palavras do profeta Jeremias certamente são aplicáveis a um crescente número de norte-americanos e outros cidadãos ocidentais de hoje: “O Meu povo é tolo, eles não Me conhecem. São crianças insensatas que nada compreendem. São hábeis para praticar o mal, mas não sabem fazer o bem” (Jeremias 4:22, NVI).

Qual é a solução para os problemas enfrentados nessa guerra cultural? A resposta básica é que as pessoas precisam se arrepender profundamente de seus pecados, honrar a Deus e obedecer aos Seus mandamentos (2 Crônicas 7:14; Isaías 1:16-19). Mas, se não fizerem isso, o triste e terrível resultado serão a punição, a adversidade e a tristeza (ver Deuteronômio 28:15-28; Isaías 1:20; Ezequiel 12:20).

Então, onde você se encaixa em tudo isso? Você estará entre aqueles que estão direcionando a cultura para mais longe de Deus? Ou você vai defender o que é certo? Embora o povo norte-americano e também de outras nações, como um todo, não estejam optando por se voltar para Deus, você pode fazer isso. Você deseja fazer isso? Deus aguarda sua resposta!