Série Os Dez Mandamentos: O Sétimo Mandamento

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“Não adulterarás” (Êxodo 20:14; Deuteronômio 5:18)

O casamento é uma maravilhosa dádiva de Deus! E ele tem prioridade máxima no plano de Deus. Após criar Eva, Deus ordenou imediatamente o casamento.

Sem dúvida, O Sétimo Mandamento é um importantíssimo tema relacionado ao casamento. E dois de nossos guias de estudo bíblico, Os Dez Mandamentos e Casamento e Família: A Dimensão Perdida, cobrem os ensinamentos bíblicos fundamentais relativos ao assunto. Este artigo também indicará outros artigos relevantes e importantes. O desejo de Deus é que levemos em consideração Seu Livro de Instruções, a Bíblia, como fundamento de todo o conhecimento, inclusive a compreensão sobre o casamento e o sexo.

Hoje, a maioria das pessoas que está em algum relacionamento ignora totalmente o que revela a Bíblia. Nossa sociedade está cada vez mais imoral e amoral. E as consequências disso são catastróficas. Quando o alicerce da sociedade — a família — rui, esta logo sucumbe.

O primeiro e segundo capítulo de Gênesis contêm muitas revelações significativas. Em uma de Suas primeiras declarações, Deus disse a Adão para “não comer do fruto proibido” (Gênesis 2:16-17). Depois disso, Deus disse-lhe também: “Não é bom que o homem fique sozinho. Vou fazer uma companheira para ele, uma auxiliadora à altura dele” (Gênesis 2:18, Bíblia Viva). Eva era o complemento perfeito para Adão.

Então, Gênesis 2:24 declara: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (ARA).

Essa passagem contém um importante significado. O homem e a mulher começam uma nova família enquanto transferem sua dependência, dedicação e compromisso dos pais para o cônjuge. A palavra “unir-se” tem uma conotação muito além do casamento. Deus queria que eles fossem permanente e inseparavelmente unidos. Por exemplo, a tradução Almeida Corrigida e Fiel usa o termo “apegar-se-á”. Deus vê o casamento como um pacto sagrado em que o marido e a esposa prometem sua fidelidade um ao outro diante dEle, permanecendo juntos, amando e servindo um ao outro altruisticamente.

A palavra “adulterar” significa contaminar ou tornar impuro. Deus proíbe qualquer coisa que arruíne o casamento. O adultério era tão sério na Antiga Aliança, que os adúlteros eram mortos (Levítico 20:10; Deuteronômio 22:22).

O Sétimo Mandamento proíbe mais do que o sexo extraconjugal (um pecado contra si mesmo e contra o cônjuge, conforme mencionado em 1 Coríntios 6:18). Ele é um mandamento abrangente que proíbe o sexo antes do casamento (fornicação), o homossexualismo, o incesto, a prostituição, a bestialidade e outras relações proibidas, alguns das quais estão listadas em Levítico 18 e 20. Em muitas passagens, além do adultério, o Novo Testamento condena todas as formas de “imoralidade sexual” (a palavra grega usada é porneia, donde se origina a palavra portuguesa pornografia).

Ações pecaminosas começam com pensamentos pecaminosos (Tiago 1:14-15). Jesus Cristo magnificou o Sétimo Mandamento, demostrando que o ato do adultério abrange os pensamentos de uma pessoa. Ele disse: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mateus 5:27-28). A palavra grega para “cobiçar” é epithumeo, que significa desejo carnal, luxúria e fantasia.

Então, nos versículos 29-30, Jesus usa uma linguagem contundente para enfatizar que devemos fazer o que for necessário para fugir das tentações.

O mandamento de Jesus é contra ver qualquer tipo de pornografia e até mesmo cenas eróticas, que é muito recorrente em diversos filmes, programas de TV e revistas. Ademais, isso também diz respeito ao afeto físico apaixonado (beijar, acariciar, etc.) de um homem e uma mulher que resulte em excitação sexual, pois isso não deve acontecer antes do matrimônio. Na verdade, isso deve ser considerado como preliminares da relação sexual no casamento.

O casamento é sagrado, pois é um vínculo confirmado por Deus no céu. Em Marcos 10:9, Jesus disse: “Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem”. E Deus odeia o divórcio, pois o descumprimento de um voto de casamento é uma deslealdade com o cônjuge (Malaquias 2:14-16). Portanto, Deus espera que tenhamos um compromisso absoluto com nossos votos de casamento.

Tenha em mente que na Bíblia a palavra “amor” é principalmente um verbo de ação, que se refere a como tratamos os outros e não a um sentimento emocional. Isso nos ajuda a entender as Escrituras que ordenam que os maridos “amem suas esposas” e as esposas “amem seus maridos” (Efésios 5:25; Tito 2:4). Então, Deus está julgando maridos e esposas todos os dias pela forma como estão se tratando.

Em Mateus 22:39, Jesus disse que o segundo grande mandamento é “amar o próximo como a si mesmo” e seu próximo mais importante é seu cônjuge!

O casamento requer muito empenho, sacrifícios, perdão e amor verdadeiro, mas um casamento fiel é recompensado com muita felicidade a longo prazo. E o mais importante, independentemente de quanto alguém seja recompensado ou não nesta vida, Deus recompensará ricamente os bons maridos e as boas esposas na próxima vida.

O que significa “uma só carne”?

Em Gênesis 2:24, a frase “uma só carne” refere-se especificamente às relações sexuais e ao vínculo íntimo entre marido e mulher. Isso é demonstrado no texto de Paulo em 1 Coríntios 6:13-20. Observe que nos versículos 19-20, Paulo nos diz que nossos corpos e mentes pertencem a Deus, então quando os usamos como Ele deseja, nós O glorificamos.

Então, quando Deus disse a Adão e Eva que eles “se tornariam uma só carne”, Ele estava dizendo especificamente para se unirem no sexo. Mas Ele também queria que eles se unissem em companheirismo, completude, parceria e amor.

Deus não planejou a sexualidade humana apenas para reprodução como o fez quando projetou a anatomia e os instintos dos animais. Pois, Deus deseja fervorosamente que as pessoas “sejam frutíferas e se multipliquem” porque Ele quer ter uma grande família espiritual (Gênesis 1:28) no futuro. Deus deseja que a maioria dos casais tenham filhos e sejam os melhores pais possíveis para eles.

Então, Deus teria projetado a humanidade de forma muito diferente se estivesse apenas preocupado com a reprodução. Quanto mais uma pessoa aprende sobre os projetos complexos (anatômicos, neurológicos e hormonais) do corpo e mente humanos, masculinos e femininos, mais entende que eles foram “destinados ao prazer” e ao vínculo conjugal, e não apenas à reprodução.

A intenção de Deus de que o sexo fosse prazeroso também é enfatizada em várias Escrituras, como Provérbios 5:15-19, Eclesiastes 9:9 e Cantares.

Deus deseja que os casais considerem sua intimidade conjugal como uma grande responsabilidade e uma expressão essencial do amor um pelo outro. 1 Coríntios 7:3-5 adverte aos maridos e esposas a não serem egoístas negligenciando a satisfação sexual do cônjuge. Isso nos diz que se você é casado, então não deve privar seu cônjuge de satisfazer suas necessidades sexuais.

O plano de Deus é que quando casais amorosos “se tornem uma só carne” regularmente, isso fortalece e melhora seu casamento, unindo-se e harmonizando-se profundamente para também terem uma mente e um coração. Assim, dois se tornam um!

Esse é o plano de Deus. Ele nos criou como homem e mulher para que maridos e esposas possam se tornar intimamente unidos física, mental, emocional e espiritualmente. Sem dúvida, um plano belíssimo e extremamente significativo!

Nosso amorosíssimo e sapientíssimo Criador nos deu o Sétimo Mandamento para enaltecer e proteger o precioso relacionamento do casamento!

A relação de Cristo com a Igreja para um futuro casamento!

O relacionamento de Deus com Seu povo foi retratado como um casamento, e o relacionamento entre Cristo e a Igreja também é descrito dessa mesma maneira.

A Bíblia toda diz respeito a relacionamentos. E o mais importante deles é o nosso relacionamento com Deus, sendo o casamento o segundo mais importante. Esses dois relacionamentos tem um paralelo significante — cada um deles nos ajuda a entender e desenvolver o outro.

O Sétimo Mandamento promove, preserva e protege o casamento. Há muitas Escrituras que proíbem qualquer tipo de relacionamento sexual que não seja entre um homem e uma mulher casados. E de fato, no Novo Testamento, as palavras porneia e porneuō (substantivo e verbo grego que originaram a palavra pornografia), muitas vezes traduzido como “imoralidade sexual”, têm uma conotação reprovável em trinta e uma passagens. Um relacionamento sexual é uma dádiva especial de Deus somente para casais casados.

Deus, Cristo, a Igreja, o Matrimônio e o Espírito Santo

O relacionamento de Deus com Seu povo foi retratado como um casamento (Jeremias 3:14; Ezequiel 16:1-63). A relação entre Cristo e a Igreja também é retratada como um casamento (Efésios 5:23-32; Apocalipse 19:7-9). E quando Israel — a quem Deus se referiu como Sua esposa — se voltou para falsos deuses, Deus chamou isso de “adultério” e “prostituição” (Jeremias 3:1-9). A idolatria é um adultério espiritual.

Esses e outros textos semelhantes enfatizam a importância e a santidade do relacionamento conjugal aos olhos de Deus. E como o casamento tem a intenção de ilustrar nosso relacionamento com Jesus Cristo, todo tipo de pecado sexual pode ser visto como um vergonhoso sacrilégio contra Deus. O casamento de um homem piedoso com uma mulher piedosa os ajuda a entender seu relacionamento com Deus e Cristo e também a crescer espiritualmente. E, da mesma forma, quanto mais entendemos o relacionamento da Igreja com Cristo, mais entendemos como devem ser nossos casamentos.

E se o marido e a mulher são cristãos, eles são parceiros espirituais que ajudam um ao outro a permanecer fortes e crescer espiritualmente, servindo melhor à Igreja e a outras pessoas. Um casal que tem o Espírito Santo tem uma vantagem monumental — assim o marido e a esposa são realmente semelhantes entre si e a Deus, porque ambos têm os “olhos” e os “ouvidos” da compreensão e da perspectiva espiritual (Mateus 13:16 -17). E seus frutos do Espírito Santo — amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gálatas 5:22-23) — são exatamente as virtudes que necessitam para terem um bom casamento!

Quanto mais o marido e a esposa forem compatíveis em atitude, mais fácil será para eles terem um casamento harmonioso. E, sem dúvida, a maneira mais importante de um casal ser compatível é ter a mesma mentalidade espiritual. Isso é mencionado em diversas escrituras do Antigo Testamento e em duas passagens do Novo Testamento. Ao se referir a uma mulher solteira ou viúva, Paulo escreveu que estão livres “para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor” (1 Coríntios 7:39; ver também 2 Coríntios 6:14-18). A mentalidade espiritual tem enormes vantagens práticas. Quando o marido e a esposa têm “consenso” nos assuntos bíblicos, eles podem “andar juntos” e fortalecer um ao outro (Amós 3:3). Pois, estão de acordo sobre quais Dias Santos observar, o que ensinar aos filhos, etc.

E se você já é casado com alguém que não compartilha de suas convicções religiosas, mesmo assim Deus quer que você seja um cônjuge dedicado e amoroso e uma “luz” humilde para seu cônjuge (ver 1 Coríntios 7:12-17; 1 Pedro 3: 1-2, 7; Mateus 5:14-16).

O Sétimo Mandamento

Em Gênesis 2:24, “unir-se” significa um relacionamento permanente e exclusivo entre marido e mulher. Assim nunca deve haver qualquer relacionamento sexual ou intimidades, romance ou flertes com outra pessoa. E qualquer uma dessas deslealdades são tentações que resultam em outras formas de infidelidades.

A atração sexual é algo poderoso, e qualquer tipo de poder pode ser usado para o bem ou para o mal. As relações sexuais são uma grande bênção dentro do casamento, mas fora do casamento são um grande desastre pessoal e espiritual. Satanás despreza o casamento e quer destruir a humanidade com uma cultura cada vez mais imoral, libertina, indecente e obcecada por sexo. As pessoas “ao mal chamam bem e ao bem, mal” (Isaías 5:20). Romanos 1:18-32 explica como um pecado leva a outros pecados ainda mais nefandos.

As inevitáveis consequências da imoralidade são perniciosas para qualquer pessoa e para os que a cercam (ver Provérbios 6:26-33). Pois, geralmente, isso resulta em divórcios, famílias desfeitas, doenças, violência, crimes, problemas mentais, suicídios, reputações arruinadas e ruína financeira. Além disso, se uma pessoa não se arrepender profundamente desses pecados sexuais, ela “não herdará o reino de Deus” (1 Coríntios 6:9-10).

Como dito anteriormente, o Sétimo Mandamento proíbe mais do que o sexo extraconjugal (um pecado contra o atual cônjuge). O espírito da lei implícito nesse mandamento inclui proibições contra o sexo antes do casamento (fornicação, um pecado contra o futuro cônjuge), o homossexualismo, o incesto, a prostituição, a bestialidade e outros relacionamentos proibidos. Como explicado anteriormente, Jesus Cristo deixou claro que até mesmo o desejo sexual na mente é um grave pecado (Mateus 5:27-30).

Consequentemente, o Sétimo Mandamento também proíbe interações imorais por meio da tecnologia moderna, como pornografia e cibersexo. Todos esses pecados são transgressões trágicas e terríveis contra as leis de Deus.

O pecado da homossexualidade

Tanto o Novo Testamento quanto o Antigo Testamento deixam claro que as relações sexuais homossexuais são pecado. Leia Romanos 1:26-27, 1 Coríntios 6:9 e 1 Timóteo 1:10. O principal problema com a legalização do casamento homossexual não é a cerimônia em si, mas o fato de se tolerar oficialmente um relacionamento sexual proibido como algo aceitável e normal. Deus proíbe todas as relações sexuais homossexuais e até as heterossexuais que não sejam entre um homem e uma mulher casados.

As trágicas consequências da imoralidade

Em toda a Bíblia há muitas advertências contra a imoralidade. O livro de Provérbios dedica os primeiros nove capítulos à advertência sobre as tentações e a insensatez do pecado sexual.

Os pecados sexuais são singulares porque são especialmente destrutivos para a mente e o coração de quem os praticam. (E muitas vezes são lesivos à integridade física da pessoa, como, por exemplo, quando resultam em uma DST — doença sexualmente transmissível — ou em um conflito violento).

Em 1 Coríntios 6:18 diz o seguinte: “Fujam do pecado sexual. Nenhum outro pecado atinge o corpo como este. Quando vocês cometem este pecado, é contra o seu próprio corpo” (Bíblia Viva). Nesse contexto, o termo “corpo” inclui a mente e o coração. Paulo está citando Provérbios 6:32: “No entanto o homem que comete adultério não tem juízo; ele está se destruindo a si mesmo” (BLH).

Geralmente, as pessoas tentam manter seus pecados em segredo, mas quase sempre são descobertas. Números 32:23 adverte: “Sentireis o vosso pecado, quando vos achar”. E, independentemente do quanto alguém consiga esconder um pecado de outras pessoas, lembre-se de que Deus vê tudo. “Nós teremos de prestar contas a Deus de tudo o que fizermos e até daquilo que fizermos em segredo, seja o bem ou o mal” (Eclesiastes 12:14, BLH).

Em nosso site, www.revistaboanova.org, há muitos artigos excelentes que tratam dos aspectos da moralidade sexual e ensinam nossos filhos a respeito da perspectiva de Deus sobre o sexo, a moralidade e a modéstia.

Preparando-se para algo muito maior

Quando uma pessoa se preocupa com os prazeres sexuais, ela corre o risco de tomar péssimas decisões pela busca desses prazeres. Mas os cristãos precisam estar focados em se preparar para algo muito maior. Deus está nos oferecendo a oportunidade de ter uma vida alegre e gloriosa — vida eterna — no Reino de Deus!

Na “mão direita de Deus há delícias perpetuamente” (Salmos 16:11). No Reino de Deus, você terá todos os prazeres que jamais experimentou na vida e nunca se arrependerá dos sacrifícios que fez para estar no Reino de Deus!

Enfim, sempre devemos nos lembrar de que Deus é imensamente misericordioso. E não importa quais pecados uma pessoa tenha cometido, quando Deus vê que houve um arrependimento profundo e sincero, Ele sempre a perdoará (Salmos 103:8; Ezequiel 18:30-32; 1 João 1:9). O verdadeiro arrependimento inclui tanto a tristeza segundo Deus quanto a determinação de “ir e não pecar mais” (2 Coríntios 7:9-10; João 8:11). Assim, Deus promete: “Ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve” (Isaías 1:18).

Deus deseja que você entre em Seu Reino e Jesus Cristo o convida para ser parte de Sua Noiva, a Igreja!

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Don Hooser

Don Hooser is a minister for the United Church of God. He lives in McKinney, Texas, a suburb of Dallas.  He and his wife Elsie had three children, and she died in August 2020.  Don married Judy in January 2022.  Mr. Hooser graduated in 1963 from Southern Methodist University with a degree in mechanical engineering, and graduated in 1966 from Ambassador College, Big Sandy, Texas.  For most of the time since then, he served as the pastor of churches in Ohio, Nebraska, Oklahoma, Texas, and Washington. From 2011 until his retirement in 2021, his primary responsibility was answering the many letters written to the Church.

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