A Vinha de Nabote e Uma Latrina em Laquis
Uma prensa de vinho em Jizrreel
A primeira diz respeito à propriedade de um homem chamado Nabote durante o reinado em Israel do perverso rei Acabe e da rainha Jezabel no ano 800 AEC.
Em 1 Reis 21 diz que Nabote tinha uma vinha que ficava ao lado de um grande edifício do rei em Jizrreel. Este edifício é comumente referido como um "palácio", porém tudo indica que parece que era uma instalação militar — "provavelmente o principal local de reunião da cavalaria de Acabe" (Norma Franklin, Jennie Ebeling, Philippe Guillaume e Deborah Appler, "Encontramos a Vinha de Nabote Jizrreel?", página 52). Acabe queria essa propriedade adjacente, mas Nabote recusou-se a entregar a terra de seus ancestrais por dinheiro ou por outra vinha. Jezabel disse a Acabe que ele era o governante, por isso ela conseguiria aquela vinha para ele — e assim fez, ela acusou falsamente a Nabote e o condenou à morte. Deus então enviou o profeta Elias para informar Acabe que haveria consequências graves por causa daquele crime.
Mais tarde, em 2 Reis 9, vemos esse lugar sendo mencionado novamente. Depois que Acabe morreu, seu filho Jorão reinou em seu lugar, e Jezabel agora era a rainha-mãe. Jorão foi ferido numa batalha na área que agora é a Jordânia e voltou para Jizrreel. Então, Deus ordenou ao comandante do exército de Israel, Jeú, ungir a um rei e enviá-lo para derrocar a casa de Acabe. Jeú voltou para Jizrreel. Ele teria se aproximado pelo lado leste. Quando os vigias o viram chegar, Jorão saiu para combatê-lo "e o encontrou no campo de Nabote, o jizreelita” (versículo 21). Jeú matou Jorão e jogou seu corpo no campo de Nabote, lembrando que Deus disse que a casa de Acabe receberia de volta essa parcela de terra. Então, Jezabel foi morta em Jizrreel.
Surpreendentemente, em 2012, arqueólogos descobriram uma área de pedra rochosa exposta, ao lado da antiga Jizrreel, que parecia uma antiga adega — e as escavações que começaram no ano seguinte mostraram que se tratava de um grande complexo vinícola. "O complexo de adegas escavadas abrange cerca 39 metros quadrados e consiste em um piso de 10 metros quadrados e duas cubas de 4 metros quadrados e mais de um metro de profundidade” (p. 54). Os arqueólogos declararam acreditar que, "baseado em comparações com vinícolas próximas e com a ausência de provas de uma prensa de trava ou parafuso (que foram inovações mais recentes), isso provavelmente data da Idade do Ferro" (ibid.) — e coincide com a época de Acabe.
A vinha descoberta também estava no lado leste de Jizrreel, o lado em que Jeú se aproximou e perto da estrada em que ele teria viajado. Também se destacou que "o solo rico do terraço agrícola ao norte da vinícola [aonde a vinha que fazia parte a área de processamento teria sido descoberta] recentemente foi analisado e considerado adequado para a viticultura [cultivo de uvas], enquanto, em contraste, os campos ao oeste eram mais adequados ao cultivo de azeitonas" (ibid.).
Então, a arqueologia e a análise científica confirma uma vinha da Idade do Ferro no lado nordeste de Jizrreel — alinhado ao que é indicado na Bíblia.
Um banheiro num portão do santuário
A segunda descoberta apoia o que a Bíblia diz sobre as reformas religiosas durante o reinado do rei Ezequias de Judá no ano 700 AEC e também um método de profanação de santuários usado pelos israelitas naquela época.
Em 2016, os arqueólogos que trabalhavam em Laquis, a sudoeste de Jerusalém, completaram a escavação de seis câmaras em um portal da cidade da Idade do Ferro. Em uma das câmaras do portão, foi descoberto um santuário onde eles creem ser o lugar que o Deus de Israel era adorado. Apesar de Deus ter determinado um lugar central de culto e sacrifício — o tabernáculo e, mais tarde, o templo — muitos em Israel e Judá seguiram contrariando as instruções de Deus, mantendo vários locais de adoração e sacrifício em toda a terra conhecidos como "os altos".
No caso dessa câmara no portal de Laquis, ela era "dividida em dois cômodos. No cômodo menor, dois altares de pedra com chifres foram colocados em frente a um nicho de gesso" (Saar Ganor e Igor Kreimerman, "Indo ao Banheiro em Laquis", p. 60). "Cada altar tinha quatro chifres. Sete desses chifres foram cortados intencionalmente com um objeto afiado" (ibid.).
Os arqueólogos encontraram na sala "uma grande pedra quadrada deitada de lado. A pedra estava bem esculpida e tinha a forma de um assento... e no meio tinha um buraco conectado à frente com um canal. [Os arqueólogos] identificaram isso como um banheiro de pedra” semelhante a outros encontrados em distintos lugares de Israel, que datam do período dos reis de Israel e Judá (ibid.).
A desfiguração dos chifres do altar e a construção de um banheiro naquele cômodo, evidentemente, tinham a intenção de profanar o santuário, tornando-o impróprio para o uso. A Bíblia atesta essas práticas quando o rei Jeú destruiu o santuário de Baal na cidade de Samaria e transformou-o em uma latrina: “Derrubaram o templo e o transformaram em sanitários para uso do público” (2 Reis 10:27, Bíblia Viva).
Esta profanação em Laquis se encaixa com o expurgo da adoração idólatra por Ezequias em toda a terra quando ele procurava centralizar a adoração no templo em Jerusalém (ver 2 Reis 18:4). Mais uma vez, a arqueologia confirma a história registrada nas Escrituras. Vemos que a Bíblia é precisa e confiável em todos seus detalhes. Para mais evidências, não deixe de baixar ou solicitar o nosso guia de estudo bíblico gratuito A Bíblia Merece Confiança? Há muitas razões para confiarmos em tudo o que esse grandioso livro dos livros tem a nos dizer!