Caos no Oriente Médio
O que está acontecendo e Por Quê
Quais os artigos de notícias têm dominado as manchetes internacionais nos últimos anos? Considere estarápida recapitulação:
• Há quatro anos, a revolta Primavera Árabe começou a reformular o Oriente Médio. Vários governos árabes foram depostos no que na ocasião foi amplamente saudado como um movimento democrático popular e progressista. No entanto, os acontecimentos posteriores mostraram que essa ideia era ingênua e ilusória, diante da violência, do derramamento de sangue e das mais severas formas de opressão que se disseminaram pela região.
• A guerra civil síria, consequência da Primavera Árabe, ceifou cerca de duzentas mil vidas de diversos grupos que têm concorrido—até agora sem sucesso—para derrubar o ditador sírio, Bashar al-Assad. A guerra também gerou milhões de refugiados, muitos dos quais fugiram para o vizinho Líbano, Jordânia, Turquia e Iraque.
• Em segundo plano, ao longo dos últimos anos, temos visto o Irã perseguir com determinação as armas nucleares, enquanto as intermináveis rodadas de negociações com as nações ocidentais só têm feito o Irã ganhar tempo para prosseguir com seus objetivos de desenvolver armas nucleares e os meios para lançá-las. As notícias recentes indicam que agora o Irã parece ter dominado a maior parte dos desafios do projeto de criação de uma ogiva nuclear, que pode ser montada nos seus mísseis Shahab-3.
• Nos últimos meses, temos testemunhado a história sendo escrita por uma nova entidade nacional que surgiu no cenário mundial—o Estado Islâmico (também conhecida como ISIS e ISIL), que tem dominado cerca de um terço da Síria e do Iraque. E a partir do surgimento desse novo Estado surgiu, o Iraque e a Síria se fragmentaram a ponto de já não existir como eram conhecidos.
• Parte da declaração do Estado Islâmico continha a anúncio simultâneo do restabelecimento de um califado islâmico—um império islâmico político-religioso, unindo os muçulmanos sob o domínio de um único líder e regido pela lei islâmica da sharia.
• O recém-proclamado Estado Islâmico (califado) também chocou o mundo com a sua brutalidade—decapitando orgulhosamente reféns ocidentais e distribuindo vídeos desses assassinatos, milhares de prisioneiros já foram executados e mulheres capturadas são vendidas como escravas sexuais, e seguem impondo o medo em milhões de pessoas na região.
• No meio do ano passado, no Oriente Médio, vimos mais uma guerra entre o Hamas e Israel, onde o Hamas e outros grupos terroristas em Gaza lançaram, indiscriminadamente, foguetes e morteiros contra cidades e vilas israelenses até Israel retaliar com uma invasão terrestre devastadora para destruir a capacidade bélica dos terroristas. E, podemos estar presenciando o início de uma nova intifada, ou levante, entre os árabes que vivem em Israel, com vários israelenses assassinados por carro e ataques com armas brancas, inclusive um terrível ataque em que quatro rabinos foram baleados e esfaqueados até a morte durante as orações da manhã em uma sinagoga Jerusalém.
Por que estamos vendo tanto caos e violência no Oriente Médio? O que está por trás disso e onde vai parar?
Essas são questões decisivas, pois não podemos entender muito do que está acontecendo no mundo se não entendermos o que está acontecendo no Oriente Médio —e, ainda mais importante, por que está ocorrendo isso. E você pode ter certeza de que o Oriente Médio não é a única área afetada por essas correntes. Elas estão afetando cada vez mais o resto do mundo, como é evidente pelos recentes ataques em Paris e vários ataques cibernéticos, os quais causarão grandes reações na Europa e que afetarão o mundo inteiro.
O que todas essas coisas têm em comum? Se você é um astuto observador das notícias, provavelmente reconhece que todos esses eventos têm um fator comum—o islamismo. Tudo isso tem sido guiado pelas crenças enunciados no livro sagrado do islamismo, o Alcorão e Hadith, as tradições do profeta Maomé.
A profecia das características e dos conflitos
No entanto, a história não começa com manchetes de hoje. Ela começa muito mais cedo, cerca de quatro mil anos atrás, no primeiro livro da Bíblia, Gênesis. Ela começa com um homem chamado Abraão e uma decisão insensata de ter um filho com Agar, a serva egípcia de Sara, pois Sara não era capaz de conceber—essa decisão teria consequências permanentes que alcançariam nossos dias.
Sara ficou com ciúmes de Agar, agora grávida, e a tratou duramente a ponto de ela fugiu para o deserto. A partir da história quando Agar está prestes a morrer de sede, um mensageiro divino aparece e garante que ela e seu filho não morreriam ali, então este mensageiro de Deus lhe diz alguma coisa sobre o filho que ela dará à luz: "Multiplicarei tanto os seus descendentes que ninguém os poderá contar".
Assim, os descendentes do filho de Agar e Abraão, e outras crianças ela teria mais tarde, viriam a se tornar uma grande nação. O mensageiro, então, revelou mais informações a Agar sobre seu filho: “Disse-lhe ainda o Anjo do Senhor: Você está grávida e terá um filho, e lhe dará o nome de Ismael, porque o Senhor a ouviu em seu sofrimento. Ele será como jumento selvagem; sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele, e ele viverá em hostilidade contra todos os seus irmãos" (Gênesis 16:10-12, NVI).
Apesar de que não ser politicamente correto dizer isso, esta é uma descrição apropriada dos descendentes de Ismael—o povo árabe, que, hoje em dia, proclama orgulhosamente ter descendido de Ismael. A história nos mostra que raramente eles têm se dado bem em suas empreitadas, como atestam os ciclos quase infinitos de violência e guerra no Oriente Médio. Em raras ocasiões, eles conseguiram se unir, quando forçados a viver em paz sob o jugo de ditaduras ou aliando-se contra outros povos.
Como diz um velho provérbio árabe: "Eu contra meu irmão; Eu e o meu irmão contra meu primo. Eu, meu irmão e o meu primo contra os meus vizinhos. Todos nós contra o estrangeiro." Às vezes, a última parte é assim proferida: "Eu, meu irmão e o meu primo contra o mundo".
Conforme predito nessa profecia do livro de Gênesis há quase quatro mil anos, a história dos descendentes de Ismael é uma crônica de conflito e luta. Foram homens árabes, principalmente da Arábia Saudita, que lançaram os aviões de passageiros contra o World Trade Center e o Pentágono, no dia 11 de setembro de 2001, e mudou o nosso mundo para sempre. Também foram combatentes de nações árabes que conquistaram o Afeganistão, tornando-o um refúgio do terrorismo.
Não é por acaso ser Osama bin Laden, fundador que a Al-Qaeda, da Arábia Saudita, que seu sucessor, Ayman al-Zawahiri, seja egípcio e que muitos dos combatentes que lutam dentro e fora do Afeganistão sejam árabes. Também não é coincidência que combatentes árabes formem a base do recém-declarado Estado Islâmico.
Também não é de estranhar que as nações árabes mais estáveis têm sido aquelas governadas por ditadores e reis com poderes quase absolutos para suprimir os tumultos ou discórdias. Há muito tempo esses povos não têm vivido unidos ou em paz, exceto quando forçado por homens fortes, como Saddam Hussein no Iraque e Muammar Gaddafi na Líbia. Também vimos como essas nações se tornavam um caos quando seus líderes perdiam o rumo.
A profecia da conquista e do império
Gênesis 16 não é a única profecia dos povos árabes na Bíblia. No próximo capítulo, encontramos outra profecia reveladora dos descendentes de Abraão através de Ismael. Aqui Deus, ao falar com Abraão, diz: "Quanto a Ismael . . . o tenho abençoado, e fá-lo-ei frutificar, e fá-lo-ei multiplicar grandissimamente . . . e dele farei uma grande nação" (Gênesis 17:20).
Será que essa promessa de que os povos árabes se tornaria uma grande nação jamais foi cumprida? Sem dúvida, foi cumprida—começando a mais de treze séculos atrás. Na Península Arábica surgiu a religião islâmica no ano 600 D.C. Os árabes difundiram essa nova religião pela força das armas em todas as direções do Oriente Médio, ao Norte da África e dentro da Europa, conquistando a maioria da Espanha e Portugal e avançando até Paris, antes de serem impedidos.
Após a sua primeira expansão, a onda de propagação do islamismo perdeu o ímpeto e ficou estagnado por vários séculos. O final desse período foi marcado pelas cruzadas, uma reação a essas conquistas muçulmanas. O islamismo e a Europa católica já haviam se enfrentado quando os muçulmanos tomaram a Terra Santa, inclusive Jerusalém, nos anos 635-638 D.C. O conflito se agravou quando os muçulmanos invadiram a Espanha e Portugal, em seguida, ameaçaram dominar a França antes de serem derrotados nas proximidades de Paris em 732. Então, com o apoio e o encorajamento do papa, dos reis e nobres da Europa, foi montada uma contraofensiva para retomar a Terra Santa para o cristianismo.
Finalmente, em 1099, os Cruzados tomaram Jerusalém por quase um século até serem expulsos pelo exército de Saladino em 1187. Mais tarde, desde 1229 até 1239 e desde 1243 até 1244, os Cruzados retomaram brevemente a cidade antes de serem finalmente expulsos—e depois disso os muçulmanos passaram a governar Jerusalém até à Primeira Guerra Mundial, quando forças britânicas conquistaram o Império Otomano em 1917.
No século XII, o islamismo lançou uma segunda grande onda de expansão, a partir das vitórias passadas. Esta segunda onda mais que dobrou o território de seu domínio.
Do norte da África, o islamismo se espalhou para o sul para a África subsaariana e ao longo da costa oriental do continente. Do Oriente Médio ele se espalhou bem para o leste até ao sul da Ásia, abrangendo grande parte da Índia e das ilhas do sudeste da Ásia. Daí também se expandiu para o norte através de toda a Ásia Menor, e das áreas à volta dos mares Negro e Cáspio, atingindo o sudeste da Europa até Viena antes que essas forças muçulmanas fossem novamente impedidas de varrer a Europa.
Enquanto a Europa estava na Idade das Trevas—muito devido ao fato de estar sendo fustigada por forças muçulmanas hostis ao longo de suas fronteiras—o império islâmico árabe tornou-se uma das civilizações mais desenvolvidas do mundo. Os árabes fizeram avanços notáveis nas áreas da geografia, matemática, medicina, química, arquitetura e astronomia—cumprindo a promessa de Deus, muitos séculos atrás, de que eles seriam uma grande civilização.
O ressentimento contra o Ocidente—e, particularmente, contra os Estados Unidos
Uma razão subjacente para o atual conflito entre o mundo árabe e o Ocidente é que os povos árabes seguem lembrando que já tiveram um grande império, mas que entrou em colapso e se desmoronou há muito tempo. Sua visão de mundo é moldada fortemente por seu livro sagrado, o Alcorão, que diz que os muçulmanos estão destinados a governar sobre todas as outras nações: "Ele [Alá] foi quem enviou o Seu Mensageiro [Maomé] com a orientação e com a verdadeira religião [islã], para fazê-las prevalecer sobre todas as outras religiões" (Alcorão, Surata 48:28 e 61:9, grifo do autor).
Esta dicotomia entre as promessas do Alcorão e a realidade do mundo muçulmano tem gerado muito sentimento de humilhação e ressentimento—hoje em dia o mundo ocidental desfrutam de grande sucesso e conforto material, enquanto, comparativamente, a civilização árabe vem declinando em praticamente todas as áreas importantes.
Assim, nas mentes de muitos muçulmanos, as potências ocidentais, como os Estados Unidos, devem ser derrotadas para que o islamismo floresça e os muçulmanos possam atingir o seu lugar de direito como governantes do mundo. É por isso que, depois dos ataques terroristas contra os Estados Unidos em 11 de setembro de 2001, as ruas das cidades em todo o mundo árabe ficaram repletas de manifestantes eufóricos, comemorando esse golpe devastador nos Estados Unidos da América.
É por isso que alguns líderes islâmicos alcunham os Estados Unidos de o "Grande Satã" e Grã-Bretanha e Israel de "pequenos satãs". Na opinião deles, estas nações são instrumentos do diabo que impedem o islamismo de alcançar seu verdadeiro destino de força dominante no mundo.
Mas como chegámos ao ponto que grande parte do mundo e quase todo o Oriente Médio se tornarem um caos devido ao islamismo?
Fatos importantes sobre os distúrbios causados pelo terrorismo
O Índice de Terrorismo Global de 2014, publicado pelo Instituto para Economia e Paz, sediado em Sydney, Austrália, aponta estes importantes fatos sobre o terrorismo global:
• "Em 2013, a atividade terrorista aumentou substancialmente com o número total de mortes passando de 11.133 em 2012 para 17.958 em 2013, um aumento de 61 por cento . . . O número de países que sofreram mais de 50 mortes subiu de 15 para 24. Isso destaca que não só é a intensidade do terrorismo crescente, mas sua abrangência é crescente também.
• "Mais de 80% das mortes causadas por incidentes terroristas em 2013 foram registradas em apenas cinco países: Iraque, Afeganistão, Paquistão, Nigéria e Síria. No entanto, outros 55 países registraram uma ou mais mortes causadas por atividades terroristas.
• "Desde o ano 2000 tem havido um aumento de mais de cinco vezes no número de mortes por terrorismo, passando de 3.361 mortes em 2000 para 17.958 em 2013.
• "A ameaça de atividade terrorista talvez seja o principal risco à segurança nacional de muitos países. O recente aumento dos grupos de ultraviolentos, como o ISIL [ou ISIS] na Síria e no Iraque, que tem ambições territoriais ainda maiores . . . aumenta assim o risco de desestabilização na região do Oriente Médio.
• "A maioria das mortes relacionadas a ataques terroristas, 66% em 2013, foram reivindicadas por apenas quatro organizações terroristas: ISIS, Boko Haram, Talibã e Al-Qaeda e seus afiliados. As várias ideologias religiosas baseadas em interpretações extremas do islamismo Wahhabi, são fundamentalmente semelhantes em todos os quatro grupos . . . "
Verdades e conclusões dolorosas
Veja a realidade desses fatos:
• O número de mortes pelo terrorismo tem aumentando drasticamente—acima de 61% de 2012 a 2013, o último ano com estatísticas disponíveis.
• O número de mortes pelo terrorismo aumentou 500% de 2000 a 2013.
• O número de países afetados pelo terrorismo também tem aumentado dramaticamente, com o número de países com mais de 50 mortes pelo terrorismo aumentando de 15 a 24 desde 2012 a 2013, e 60 países registaram pelo menos uma morte pelo terrorismo.
• A grande maioria das mortes no mundo causadas pelo terrorismo—duas em cada três—são atribuídas a apenas quatro grupos terroristas, todos islâmicos.
• O "ambições territoriais"—ou seja, o desejo de conquista—desses grupos islâmicos ameaçam desestabilizar ainda mais o Oriente Médio.
• Mais de 80% das mortes por terrorismo ocorreram em apenas cinco países. Quatro deles listados são árabes, ou seja, muçulmanos assassinando outros muçulmanos. A exceção é a Nigéria, com 50% da população muçulmana, onde a maioria das mortes causadas por terrorismo é de muçulmanos atacando outras religiões, principalmente cristãos (que compõem 40% cento da população da Nigéria).
A terceira onda da conquista islâmica
O que podemos concluir desses fatos?
Infelizmente, esses simples números não têm a resposta para essa questão: Por que os muçulmanos estão matando tantos muçulmanos? Segundo os próprios muçulmanos, eles consideram os muçulmanos mais moderados, ou muçulmanos de outras seitas, infiéis, que devem ser convertidos ou enfrentar a espada para que o islamismo "puro" (como definem) possa ser revivido e difundido.
Isto também é válido para os governos muçulmanos através da região, onde grupos fundamentalistas estão determinados a derrubar seus governantes—quem eles veem como apóstatas ou ocidentalizados—para que possam converter as nações de acordo com sua visão do Islã. Esses grupos têm ostentado abertamente a intenção de derrubar Bashar al-Assad na Síria (onde uma sangrenta guerra civil está sendo travada) e os dirigentes das famílias reais de países como a Arábia Saudita, Jordânia e Kuwait.
Enquanto isso, na Nigéria, o grupo terrorista Boko Haram, notório por seus massacres sangrentos em igrejas e sequestro de centenas de estudantes, está seguindo o método tradicional de espalhar o islamismo―convertendo o maior número possível de pessoas para o Islã e matando aqueles que resistem e ao mesmo tempo tentando derrubar o governo para que eles possam assumir e converter toda a nação ao islamismo.
O que significa tudo isso?
A resposta é simples e profunda: O islamismo está despertando de seu longo sono e começando sua terceira onda de expansão. E, como aconteceu nas duas primeiras ondas dos anos 600 e 1200, esse ressurgimento é movido à base de violência, de distúrbios e do terror tanto dentro do mundo muçulmano quanto ao longo de suas fronteiras.
Como vimos anteriormente, o alcorão diz que os muçulmanos estão destinados a governar um mundo convertido ao Islã. Também lhes diz que muitos vão resistir, por isso os muçulmanos lançam mão da jihad para forçar a união do mundo sob o islamismo: "E combatei-os até terminar a perseguição e prevalecer a religião de Deus [Alá]" (Surata 2:193).
O califado e a conquista
Os muçulmanos têm sonhado por muito tempo com um império islâmico, um califado, unido sob a liderança de um único governante muçulmano ou califa, como nos dias do fundador do islamismo, Maomé e seus sucessores imediatos. Eles veem isso como uma profecia e ordenança do Alcorão, porque eles são o povo escolhido de Alá: "Vocês [os crentes] constituem a melhor nação criada [como um exemplo] para o homem, vocês impõem o certo e proíbem o errado e acreditam em Alá" (Surata 3:110).
E por isso lhes foi prometido regência em uma terra onde só Alá é adorado e todos os povos se submetem a ele (islã significa "submissão" e muçulmano "aquele que se submete"): “Deus prometeu, àqueles dentre vós que creem e praticam o bem, fazê-los herdeiros da terra, como fez com os seus antepassados; consolidar-lhes a religião que escolheu para eles [Islã], e trocar a sua apreensão por tranquilidade—Que Me adorem e não Me associem a ninguém!" (Surata 24:55).
Quando o chefe do grupo terrorista ISIS ou ISIL (o Estado Islâmico do Iraque e al-Sham, ou seja, da Grande Síria ou do Levante), Abu Bakr al-Baghdadi, estabeleceu o Estado Islâmico no território conquistado da Síria e do Iraque, ele declarou-se califa, governante de um novo califado islâmico. Em uma declaração por escrito, anunciando esse passo dramático, ele citou os dois versos do alcorão citados acima, além de muitas outras passagens similares.
Ele recitou início da história islâmica e suas grandes conquistas, incluindo a queda dos impérios que estavam no caminho do islã, e pediu aos muçulmanos de todo o mundo para se juntar a ele: "Chegou o tempo de acordar [a comunidade mundial de crentes muçulmanos] do seu sono, despir as vestes da desonra, e sacudi o pó da humilhação e da desgraça . . . O sol da jihad nasceu. As boas notícias já estão flamejando. A vitória surge no horizonte. E já brotou os sinais de vitória . . .
"Temei a Alá, Ó servos de Alá. Ouça e obedeça ao seu califa. Apoiem seu estado, que cresce a cada dia—graças a Alá—com honra e altivez, enquanto seus inimigos decrescem e fogem e são derrotados. Então, apressem-se, Ó muçulmanos e se reúnam em torno de seu califa, de modo que possam voltar a ser o que foram por séculos, reis da terra e cavaleiros de guerra. Venham para que possam ser honrados e valorizados, vivendo dignamente como mestres.
"Saiba que lutamos por uma religião que Alá prometeu apoiar. Nós lutamos por todos [a comunidade muçulmana em todo o mundo] para que Alá nos dê a honra, o valor e a liderança, ele nos prometeu domínio e poder sobre a Terra. Venham, Ó muçulmanos para sua honra, para sua vitória . . . corram para sua religião e credo, assim, por Alá, vocês serão donos da Terra e de leste a oeste ela estará submissa a vocês. Esta é a promessa de Alá para vocês".
Al-Baghdadi e o Estado islâmico apenas representam o desejo mais recente de proclamar o restabelecimento do califado, que existia no Império Otomano e foi desmantelado logo após a Primeira Guerra Mundial. Desde então, grupos islâmicos, inclusive os grupos terroristas como a Irmandade muçulmana, o Talibã, a Al-Qaeda, a Jihad Islâmica e o Hamas têm "professado o renascimento desse califado, regime que foi instituído pelos fiéis sucessores de Maomé, os califas, e tornou-se o modelo icônico a ser imitado por todas as futuras gerações de muçulmanos" (Raphael Israeli, Da Primavera Árabe ao Inverno Islâmico, 2013, p. xiii).
Para ser direto, o Estado Islâmico é tão brutal e sanguinário que parece difícil que consiga um apoio amplo em todo o mundo muçulmano—apesar de que grupos como o Talibã, o Boko Haram e outros grupos terroristas na Líbia, Egito, Argélia, Iêmen e Filipinas anunciaram o seu apoio a ele. Ele também está atraindo combatentes em todo o mundo muçulmano e tem atraído centenas de jihadistas de países ocidentais, inclusive da Grã-Bretanha, França, Bélgica, Itália, Alemanha, Estados Unidos e Canadá.
"Vocês vão conquistar Roma e se tornarão os donos do mundo"
Em seu discurso anunciando o renascimento do califado, Al-Baghdadi admoestou os crentes em todo o mundo a se unirem a essa causa. "Venham, Ó muçulmanos, para o seu estado", insistiu ele. "Este é o meu conselho para vocês. Se ouvi-lo, seguramente vocês vão conquistar Roma e se tornarem os donos do mundo, se Alá assim quiser".
As promessas de conquistar Roma são falas comuns nos discursos e sermões islâmicos. Por que Roma? Há duas respostas. Primeira, Roma é a sede do catolicismo romano, visto como o inimigo mortal do Islamismo. E segunda, Roma é um símbolo de toda a Europa, porque foi o catolicismo romano, juntamente com os exércitos europeus, que deu início às cruzadas, que combateram o Islamismo.
Por isso, até hoje em dia, os muçulmanos jihadistas se referem às forças militares ocidentais como "os cruzados"—porque na cabeça deles as cruzadas nunca acabaram. Para eles, esse conflito meramente entrou em um período de trégua temporária e agora essa luta mortal foi retomada.
A profecia bíblica prevê novos conflitos
Tem como saber em que direção isso vai levar o mundo? Há apenas uma fonte segura, que nos diz o que nos reserva o futuro, que é a Palavra de Deus, a Bíblia. Ele não nos dá todos os detalhes, mas nos orienta quantos às principais tendências que vão culminar com o retorno de Jesus Cristo para governar o mundo e estabelecer o reino de Deus, há muito tempo esperado, aqui na Terra.
Daniel 11 contém a mais longa e ininterrupta profecia da Bíblia, dando-nos uma visão geral das tendências que seguem afetando o Oriente Médio desde o tempo de Daniel, nos anos 500 a.C., até o retorno de Jesus Cristo. Essa notável profecia descreve o que vai acontecer "no tempo do fim" (versículo 40), quando, neste tempo, o "rei do sul"—provavelmente o líder de uma aliança de nações muçulmanas ou um califado restaurado, um império islâmico —vai iniciar uma nova onda de guerra com um poder do Norte, aparentemente uma potência da Europa.
Isso vai dar início a uma cadeia de eventos que levarão a uma guerra de escala e destruição sem precedentes, levando a raça humana à beira da extinção, caso Jesus Cristo não retornasse para salvar a humanidade desse trágico fim.
Será que o Estado Islâmico é essa potência do Sul? Isso parece ser muito duvidoso, porque a brutalidade e a crueldade desse regime insensível tornam improvável que consigam um apoio generalizado entre outras nações muçulmanas da região.
No entanto, o Oriente Médio tem sempre a capacidade de surpreender—como há quatro anos poucos poderiam ter previsto que alguns protestos isolados, nos primeiros dias da Primavera Árabe, trariam o caos, arrasando e desestabilizando praticamente todo o Oriente Médio.
Porém, o mais significativo de tudo isso é que esses eventos, que arrasaram o Oriente Médio e outras regiões do mundo, demonstram que o sonho de domínio do islamismo voltou à tona, reacendendo os gritos da jihad e da conquista—com implicações mortais para todos aqueles que ficarem em seu caminho. Isso deixa claro que milhões de muçulmanos desejando um califado, a conquista islâmica e derrota de Roma representam tempos perigosos à frente.
Nunca foi tão importante para você estudar profundamente a Palavra de Deus para entender os tempos em que vivemos. Nunca foi tão importante para você buscar uma relação estreita com o seu Criador para poder enfrentar esses tempos perigosos que vão assolar o nosso mundo! BN