Comentário Bíblico
Gênesis 17
Mais uma vez, as promessas a Abrão são expandidas, dessa vez para incluir uma multidão de nações e reis. E como sinal de Sua aliança com os descendentes de Abrão, Deus ordenou a circuncisão. Ela é um sinal visível na carne de todos os homens israelitas de que eles fazem parte de uma família que tem um relacionamento especial com Deus e para qual Deus tem um trabalho especial. Todo homem deveria ser circuncidado no oitavo dia de vida. É interessante notar que em bebês do sexo masculino a vitamina K — fator de coagulação do sangue — aumenta acentuadamente desde o nascimento e atinge o pico no oitavo dia, antes de estabilizar seu nível. Embora Abrão e os israelitas não tinham como saber disso, mas Deus estava totalmente inteirado dessa peculiaridade do organismo humano.
Mudança de nomes
O capítulo dezessete de Gênesis também registra a mudança dos nomes de Abrão e Sarai. Até Gênesis 16, as Escrituras sempre usam os nomes de nascimento de Abrão, que significa “Pai Exaltado”, e de Sarai, que significa “Princesa”. Mas, em Gênesis 17, Deus concede novos nomes a eles. Abraão significa “Pai de uma Multidão” e Sara, embora ainda retenha o sentido de “Princesa”, parece significar alguém de uma posição ainda mais elevada (por exemplo, é derivado da mesma palavra traduzida como “rainhas” em Isaías 49:23, na ARA e na ACF) . Curiosamente, ambos os novos nomes diferem de Abrão e Sarai pela adição de uma letra no hebraico — a letra He, que tem o som de "rr" em português, como um sopro de ar, que muitas vezes denota um simbolismo do Espírito de Deus. Embora talvez não haja um significado para esse termo, a circuncisão e a mudança para ser uma nova pessoa podem representar a conversão espiritual. Em todo caso, não sabemos se Abraão e Sara receberam o Espírito de Deus naquele momento específico, mas temos certeza de que eles o receberam em algum momento da vida (comparar 1 Pedro 1:11) — pois, eles estarão no Reino de Deus, e somente os convertidos têm essa honra (Romanos 8:9,11).
A futura grandeza
Também é interessante notar que esse capítulo sugere uma futura grandeza nacional da descendência de Abraão. Enquanto as principais bênçãos nacionais viriam através de Isaque, Deus também prometeu fazer de Ismael uma grande nação (Gênesis 17:19-21; 21:18). Ismael tornou-se o pai de muitos povos árabes. E, sem dúvida, o mundo presenciou um período de grandeza do povo árabe. O escritor estadunidense Louis L'Amour descreveu esse período em seu romance best-seller Um Tambor nas Trevas, ambientado na Europa e na Ásia do século XII: “Num espaço de cem anos após a morte de Maomé em 632, os árabes carregaram a espada do islamismo do Atlântico ao Oceano Índico, abrangendo ao mesmo tempo a maior parte da Espanha, parte do sul da França, a ilha da Sicília, todo o norte da África e Egito, toda a Arábia, Terra Santa, Armênia, Pérsia, Afeganistão e quase um terço da Índia. O império dos árabes era maior que o de Alexandre, o Grande, ou de Roma... Sob o impulso da grandeza... por mais de quinhentos anos os árabes carregaram a tocha da civilização” (Editora Globo, Ed. 1987, pp. 171-172).
Então, pondere no que isso deve significar para os descendentes de Isaque. Se o fato de Ismael tornar-se uma “grande nação” significaria um império mais vasto que o de Roma, que preservou a civilização através da Idade das Trevas na Europa, então pense no que estaria reservado para os descendentes de Isaque — que se tornariam muitas nações e herdariam muito mais bênçãos! Será que o povo judeu algum dia teve tamanha grandeza? Nunca. Ainda hoje, o território dos povos árabe é muitíssimo maior do que a terra do moderno Estado de Israel. No entanto, as incríveis profecias de Deus foram cumpridas — e, por mais surpreendente que possa parecer, isso ocorreu através dos atuais descendentes de José na figura do Império Britânico e dos Estados Unidos da América. Você encontrará toda essa incrível história explicada com mais detalhes em nosso guia de estudo bíblico gratuito Os Estados Unidos e a Inglaterra na Profecia Bíblica.