“Ensina-Nos a Contar os Nossos Dias”
Tivemos notícias chocantes no começo deste ano — do tipo difícil de ser esquecida. Em 13 de julho, houve uma tentativa de assassinato de um candidato a presidente dos Estados Unidos. Um simples meneio de cabeça fez a diferença entre a vida e a morte dele. É incrível como um momento no tempo pode alterar nossa existência.
Enquanto os eventos se desenrolavam, muitos se perguntavam como isso poderia mudar o comportamento daquele candidato e alterar seu discurso político divisivo para o país. Há muita coisa a se aprender com isso.
Sempre é mais fácil colocar os outros sob escrutínio do que a nós mesmos. Mas, na verdade, o que precisamos é analisar nossas próprias vidas e permitir que esse exemplo sirva como um chamado para o despertar — refletindo sobre quão frágil e efêmero é o nosso precioso tempo aqui reservado para atender ao convite de seguir a Jesus Cristo (Mateus 4:19, grifo nosso). Vamos nos fazer uma pergunta simples, mas profunda: Como viveríamos hoje se soubéssemos que não haveria amanhã para nós?
Aqui está uma história para ajudar a ilustrar esse ponto. Um homem estava em uma consulta médica para receber os resultados de um check-up de saúde. O médico lhe disse que tinha más notícias e péssimas notícias e perguntou ao paciente qual ele queria ouvir primeiro. "As más notícias", respondeu ele calmamente. Então, o médico disse que as más notícias eram que ele tinha apenas 24 horas de vida. O homem, agora perturbado, pulou e gritou: "Apenas 24 horas de vida?! Não conseguirei colocar meus assuntos em ordem assim tão rápido. Então, ele perguntou: “E que notícias poderiam ser piores do que essas?". O médico respondeu: "Eu deveria ter lhe contado isso ontem, mas esqueci-me!".
Como esse paciente, podemos chegar a pensar que somos imunes à brevidade da vida, aceitando a certeza da “morte e dos impostos” apenas para os outros. Contudo, Aquele que seguimos não é como esse médico esquecido. Ele já analisou nossa situação e inspirou, sobretudo a Moisés, a prescrição de uma dieta saudável e realista a ser feita com a ajuda dEle: “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio” (Salmos 90:12)”.
Como iremos “preencher o traço da existência”?
Pensemos por um momento nas lápides de cemitérios, que geralmente têm gravadas nelas as datas de nascimento e morte das pessoas. Vemos que Deus define uma faixa de expectativa de vida quando Moisés afirma: “A duração da nossa vida é de setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos...” (versículo 10). Como saber a extensão desse “traço da existência” que está entre as datas inscritas? Somente Deus sabe o real comprimento desse “traço” para cada um de nós (Jó 14:5; Salmos 139:16). Todavia, dentro de nosso traço pessoal, que conecta a vida e a morte, está o espaço em que aprendemos a amar, arrepender-nos, experimentar o perdão do Alto, exercer o perdão e permanecer cheio de esperança e fé aqui na Terra. A partir do momento que recebemos o convite de seguir a Cristo devemos continuar crescendo ininterruptamente.
Mais uma vez, vamos investigar se encontros dramáticos com a morte mudam as pessoas. Espera-se que sim, mas não precisamos ir além do faraó egípcio, que se opôs à exigência de Deus para libertar Seu povo, para ver que as pessoas podem ser muito obstinadas em seus caminhos. Deus continuou enviando pragas ao império de faraó. Em um dado momento, seus próprios magos lhe disseram: “Isto é o dedo de Deus” (Êxodo 8:19). Mas o imponente e poderoso “deus-homem” não deu ouvidos, e o resto é história.
Quase um milênio depois, o rei Belsazar da Babilônia, em um banquete pagão, se deteve quando viu um dedo escrevendo em uma parede a mensagem do julgamento de Deus. A inscrição proclamava: “MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM”, interpretada como “contou Deus o teu reino e o acabou...Pesado foste na balança e foste achado em falta...Dividido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas” (Daniel 5:25-28). Mas Belsazar não se arrependeu. Ele depositou mais confiança nas poderosas muralhas da Babilônia do que “no dedo de Deus”.
Por outro lado, será que os encontros com a vida mudam as pessoas e a nós também? Pondere no relato de três homens que foram conversar com Cristo, Aquele que é “o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6), e acabaram recebendo dEle o convite para segui-Lo. Mas cada um deles tinha uma desculpa humanamente razoável para evitar esse compromisso e retornar à vida cotidiana (Lucas 9:57-62). Enquanto lê esse artigo, talvez você esteja no nível de conversação com Cristo, mas Ele quer mais do que seus ouvidos. Ele quer seu coração e sua total lealdade!
Vamos considerar outro candidato ao discipulado, Saulo de Tarso, que encontrou o Cristo ressuscitado na estrada para Damasco, registrado no capítulo nove de Atos. Atingido pela cegueira, uma grande luz interior nasceu nele. Ele nunca mais seria o mesmo homem. Saulo, que se tornaria o apóstolo Paulo, experimentou uma mudança total de vida através do toque do dedo de Cristo em sua vida.
Como alcançar um coração sábio
Então, como podemos “alcançar um coração sábio”, conforme referido no Salmo 90? Considere que Aquele que apareceu a Paulo, Jesus Cristo, mais tarde foi definido por este mesmo homem transformado como a “sabedoria de Deus” (1 Coríntios 1:24, 30). Permita-me compartilhar alguns princípios de três passagens bíblicas que ensinam como obter essa sabedoria divina através do que Cristo pregou e praticou, algo que serve para nos encorajar hoje!
1. Priorize o que é mais importante. Aquele que nos ordena a segui-Lo compartilha uma parábola em Lucas 12:16-21 que mostra o que acontece quando não “contamos nossos dias”. Ele descreve um homem rico focado em viver regaladamente em abundância de comida, prazeres e bens acumulados, enquanto seu Criador era apenas um reflexo distante para ele. O homem pensava que ainda tinha muitos anos para aproveitar, mas sua vida acabaria naquela mesma noite.
Pondere como essa pessoa teria reordenado suas prioridades se soubesse que seus dias estavam acabando. Ele não teria permitido que aquilo que parecia urgente naquele momento atrapalhasse sua preparação para encontrar-se com seu Criador. E nós, que somos “pó ambulante” que acabará voltando à terra, precisamos aprender dessa parábola que nenhum de nós sabe quantos dias de vida nos foram concedidos, por isso não devemos desperdiçá-los em atividades egoístas que não têm nenhum proveito eterno!
2. Trabalhe naquilo para o qual você foi chamado, enquanto pode. Jesus praticou o que pregou! Ele sabia que Seu ministério terrestre não era infinito, mas que duraria alguns poucos anos até a Páscoa, quando Ele morreria como “o Cordeiro de Deus”. Ele proclamou em João 9:4: “Convém que Eu faça as obras Daquele que Me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”. E como “Filho do Homem”, Cristo não vivia dominado pela tristeza, pois entendia plenamente Sua realidade espiritual a cada passo e momento precioso de Sua vida.
3. Aproveite seu tempo ao máximo. Na epístola aos Efésios, Paulo soa um alarme com um alerta para a preciosidade do tempo — aqui e agora, neste momento. A Palavra viva e escrita, Jesus Cristo, através das Escrituras Sagradas, ilumina do Alto a importância de fazer cada momento valer a pena agora mesmo, pois o amanhã pode nunca chegar ou ser tarde demais para compreender o que Deus está oferecendo.
Como Paulo escreveu: “Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo [valorizando-se diariamente para aquele momento específico da colheita enquanto é possível ser produtivo], porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor” (Efésios 5:14-17, ARA). Então, aqui está o caminho para a verdadeira sabedoria.
Então, permanece a questão que somente você pode responder: Doravante, como você utilizará seu tempo— ou este momento, que talvez seja seu último — para dignificar seu “traço de existência”? Enquanto o relógio ainda está correndo, espero que todos nós possamos “crescer na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 3:18), levando muito a sério o convite dEle para segui-Lo. Até a próxima — se Deus quiser!
Aprofundando o Tema
Para aproveitar ao máximo o tempo que lhe foi dado, você não pode negligenciar a busca por Deus nem deixar de escutar e obedecer a Suas instruções. E para ajudá-lo nessa busca vital, baixe ou peça nosso guia de estudo bíblico gratuito “Ferramentas Para o Crescimento Espiritual”.