Esperança e Socorro Para Um Coração Quebrantado

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Esperança e Socorro Para Um Coração Quebrantado

"Estou estressado. Odeio minha vida, realmente odeio tudo isso. Não tenho alegria, felicidade, esperança nem paz — apenas miséria. Eu quero saber de Deus quais são Seus planos para mim. Estou perguntando, porque estou cansado disso. Não sou de desistir, mas a vida encontrou uma maneira de me derrotar completamente. Se é disso que se trata a vida, não quero mais fazer parte dela. Será que nascemos para morrer infelizes?”

Este relato é parte de um e-mail que recebemos no escritório de A Boa Nova. Essa pessoa está desesperada e pedindo ajuda. Infelizmente, recebemos muitos pedidos de socorro de pessoas que desejam acabar com suas vidas. Elas estão extremamente depressivas, desesperançadas e num profundo sofrimento, e andam em busca de respostas e esperança.

E, certamente, se você não estiver sofrendo assim, é bem provável conheça alguém que esteja — talvez entre sua família, amigos ou outras pessoas no local de trabalho ou na igreja.

Vamos analisar a dimensão desse problema e o que pode ser feito quanto a isso. Felizmente, a Palavra de Deus fornece orientação e ajuda para enfrentar a ansiedade, a depressão e os pensamentos suicidas — auxílio e incentivo tão necessário para os que sofrem de tristeza profunda.

O aumento dos suicídios está relacionado ao aumento da depressão

Segundo a Organização Mundial da Saúde, quase oitocentas mil pessoas em todo o mundo cometem suicídio todos os anos. E, para cada suicídio, há muito mais pessoas que tentam o suicídio a cada ano. Sendo que entre os adolescentes de 15 a 19 anos, ficou em terceiro lugar, atrás dos acidentes de trânsito e violência interpessoal. Quase 80% dos suicídios no mundo ocorrem em países de baixa e média renda.

E agora, com a pandemia global da Covid-19, as taxas de depressão e suicídio estão piorando. Uma manchete de 3 de abril de 2020 no site Scientific American relatou: “Provavelmente a COVID-19 vai gerar um aumento dos suicídios. As repercussões psicossociais dessa crise podem piorar ainda mais essa tragédia”.

Em 2018, mais de quarenta e oito mil norte-americanos morreram por suicídio e mais de 1,4 milhão de adultos tentaram se suicidar, segundo um relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Esse mesmo relatório observou que o suicídio é a décima principal causa de morte nos Estados Unidos.

Somente no ano passado, os conselheiros do Centro de Valorização da Vida dos Estados Unidos atenderam mais de dois milhões de chamadas e mais de cem mil pedidos de conversa online. Outras organizações locais receberam quatorze milhões de ligações.

Para adultos dos Estados Unidos com idades entre 18 e 65 anos, o suicídio é a quarta principal causa de morte. E para aqueles entre 18 e 24 anos, ocupa o terceiro lugar, enquanto para estudantes universitários é o segundo mais alto.

Surpreendentemente, o suicídio entre crianças está aumentando a um ritmo alarmante. A Associação Nacional de Saúde Mental relata que, entre crianças de 5 a 15 anos, o suicídio é a sexta principal causa de morte. Talvez seus próprios filhos e amigos possam ter problemas com isso!

A Comissão Federal de Comunicações está avançando nos planos de implantar um só numero de telefone para Centro de Valorização da Vida dos Estados Unidos, simplificando o acesso a esse serviço em todo o país.

E no Brasil, a cada 45 minutos uma pessoa comete suicídio. Os idosos são as principais vítimas, mas essa epidemia silenciosa acomete também os jovens, de acordo com o primeiro boletim epidemiológico sobre o assunto, divulgado em 2017.

Também no Brasil é possível contar com o Centro de Valorização da Vida (CVV). Fundado em São Paulo, em 1962, é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de Utilidade Pública, desde 1973.

Essa instituição presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.

Você pode conversar com um voluntário do CVV ligando para o número 188. Se em sua cidade não tiver um posto de atendimento do CVV, você pode utilizar o atendimento por chat e e-mail. No site www.cvv.org.br você encontra todas as informações.

Mas, o que há por trás disso?

O suicídio pode ser o resultado de reveses econômicos, decepções amorosas, infertilidade ou descoberta de doenças terminais, mas a maioria das mortes por suicídio remonta a um dos principais motivos — depressão profunda e debilitante.

A depressão é algo muito sério, consistindo em um persistente sentimento de desespero e desesperança — não é apenas desânimo, tristeza ou melancolia. Estima-se que um em cada dez norte-americanos sofra de depressão crônica. As piores formas de depressão clínica consomem suas vítimas, tornando-as incapazes de enfrentar a vida a cada novo dia.

Em relação ao Brasil, 5,8% da população sofre de depressão, taxa acima da média global, que é de 4,4%. Isso significa que quase doze milhões de brasileiros sofrem com a doença, colocando o país no topo do ranking no número de casos de depressão na América Latina, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Enquanto no mundo houve uma redução nas mortes por suicídio nos últimos anos, em cerca de 32%, o Brasil segue na contramão desta tendência, tendo registrado, entre 2006 e 2015, um aumento de 24% no número de suicídios cometidos pela população de 10 a 19 anos.

E tudo isso antes da recente pandemia de coronavírus. Em 22 de abril de 2020, o jornalista Rodrigo Pérez Ortega escreveu no site da revista Science que “novas pesquisas com médicos e enfermeiros na China, Itália e Estados Unidos sugerem que eles estão enfrentando uma infinidade de problemas de saúde mental, à medida que a Covid-19 continua sua propagação, além de maiores taxas de estresse, ansiedade, depressão e insônia”.

Infelizmente, algumas atitudes sobre a depressão fazem com que muitas pessoas não procurem ajuda. Os dados da Associação Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos mostram que mais da metade dos estadunidenses pensa que a depressão é uma fraqueza pessoal ou um sinal de fracasso. Apesar de anos de bombardeio de propagandas sobre remédios para depressão, quatro em cada cinco que sofrem de depressão não procuram tratamento. O principal motivo? Eles têm vergonha de procurar ajuda.

E, apesar de o assunto ser cada vez mais abordado no Brasil, ainda há muita desinformação a respeito da depressão e as pessoas sentem vergonha de falar sobre o assunto. A questão é tabu inclusive entre os mais jovens. Em uma faixa etária entre 25 a 34 anos, 63% das pessoas disseram que não contariam para a família pela vergonha de admitir um quadro depressivo.

E quanto aos homens, a preocupação é que as pessoas pensem que não são suficientemente másculos, por isso, não procuram ajuda. As emoções são vistas como uma característica feminina, apesar de serem comuns a todos.

A depressão faz vítimas de todos os estratos sociais, independente de QI e religião. Fama e fortuna não são antídotos contra o desejo de se matar. Há uma longa lista de suicídios de ricos e famosos. E muitas estrelas de Hollywood cometeram suicídio. A depressão grave atinge todas as esferas, e é uma grande assassina.

Um problema antigo

Apesar de as pressões da vida moderna estar aumentado cada vez mais, a ansiedade, a depressão e o suicídio também afligiam as pessoas na antiguidade. O desejo insuportável de tirar a própria vida afligiu pessoas de todas as nações, culturas, religiões e sistemas governamentais ao longo da história.

A psicóloga estadunidense Kay Redfield Jamison ressalta: “Ninguém sabe quem foi o primeiro a cortar a garganta com uma lasca de pedra, com um punhado de veneno ou jogar-se intencionalmente sobre uma lança no chão em batalha. Nem sabemos quem primeiro pulou impulsivo ou intencionalmente de um grande penhasco; perambulou sem comida em uma nevasca ou entrou no mar sem intenção de voltar” (Quando a Noite Cai: Entendendo o Suicídio, editora Gryphus, 2000, p. 11).

A Bíblia relaciona exemplos de pessoas que sofreram de depressão a ponto de querer acabar com suas vidas. Isso mostra que a depressão profunda e os problemas emocionais relacionados a ela podem afligir qualquer pessoa — tanto os que não seguem a Deus quanto os que o seguem.

Provavelmente, o mais famoso exemplo de depressão e desejo suicida na Bíblia é o do patriarca Jó. Deus permitiu que Satanás afligisse esse homem justo com a perda de sua família e, praticamente, tudo o que possuía, e que também atacasse seu corpo com dolorosos furúnculos.

Então, Jó, que não sabia o que estava acontecendo, ficou arrasado. Ele lamentou: “Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem! Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz!...Por que se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo, que esperam a morte, e ela não vem; e cavam em procura dela mais do que de tesouros ocultos; que de alegria saltam, e exultam, achando a sepultura?” (Jó 3:3-4, 20-22, grifo nosso).

Em sua adversidade, Jó ansiava pela morte. O sofrimento prolongado e desesperançado leva muitos ao desespero e ao desejo de acabar com tudo.

Outras pessoas também enfrentaram semelhante desesperança.

Pondere sobre a história de Ana, no primeiro capítulo do livro de Samuel. Ela era uma das duas esposas de Elcana. A outra esposa, Penina, tinha filhos e, de forma arrogante, ridicularizava Ana por sua incapacidade de conceber.

Como nos diz o relato, Elcana “subia...da sua cidade de ano em ano a adorar e a sacrificar ao SENHOR dos Exércitos, em Siló... E sucedeu que, no dia em que Elcana sacrificava, dava ele porções do sacrifício a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos, e a todas as suas filhas. Porém a Ana dava uma parte excelente, porquanto ele amava Ana; porém o SENHOR lhe tinha cerrado a madre. E a sua competidora excessivamente a irritava para a embravecer, porquanto o SENHOR lhe tinha cerrado a madre. E assim o fazia ele de ano em ano; quando ela subia à Casa do SENHOR, assim a outra a irritava; pelo que [Ana] chorava e não comia” (1 Samuel 1:3-7).

Então, em um desses anos que iam adorar no tabernáculo, “ela, pois, com amargura de alma, orou ao SENHOR e chorou abundantemente” (versículo 10). Ana estava realmente muito deprimida. Sabemos que essa história teve um final feliz com o nascimento de seu filho Samuel. Mas nem todas as histórias terminam assim.

Outros exemplos bíblicos de depressão

Mais tarde, no mesmo livro, vemos a tristeza de Saul, o primeiro rei de Israel. Ele tinha seus predicados e motivos de alegria — era alto, bonito e de uma boa família. Parecia que ele tinha tudo a seu favor. Mas uma série de más decisões, por conta de seu orgulho, e atitudes erradas cobrou seu preço e, em pouco tempo, Saul se viu imerso em uma profunda depressão.

O relato de Samuel nos diz: “E o Espírito do SENHOR se retirou de Saul, e o assombrava um espírito mau, da parte do SENHOR. [A perda do Espírito de Deus deixou Saul em um estado mental e emocional angustiante]. Então, os criados de Saul lhe disseram: Eis que agora um espírito mau, da parte do Senhor, te assombra. Diga, pois, nosso senhor a seus servos, que estão em tua presença, que busquem um homem que saiba tocar harpa; e será que, quando o espírito mau, da parte do SENHOR, vier sobre ti, então, ele tocará com a sua mão, e te acharás melhor.

“Então, disse Saul aos seus servos: Buscai-me, pois, um homem que toque bem e trazei-mo. [Assim, Davi, que mais tarde se tornaria rei, foi escolhido]...E sucedia que, quando o espírito [angustiante] mau, da parte de Deus, vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa e a tocava com a sua mão; então, Saul sentia alívio e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele” (1 Samuel 16:14-17, 23).

Saul foi rejeitado por Deus por causa de sua desobediência. Quando o Espírito de Deus o deixou, ele ficou em um terrível estado espiritual, mental e emocional. O Espírito Santo de Deus ajuda as pessoas a manter uma mente sã (2 Timóteo 1:7). Sem ele, nossa mente está incompleta. Desde o início, Saul era um homem que demonstrava fraqueza de caráter como, por exemplo, o fato de precisar da aprovação das pessoas. Obviamente, a remoção do Espírito de Deus piorou as coisas.

Alguns dos profetas de Deus passaram por períodos de altos e baixos, a ponto de desejarem morrer. Talvez o mais conhecido deles seja Elias. Ele levou os julgamentos e as advertências de Deus a diversos reis israelitas, inclusive ao déspota Acabe e sua vil esposa Jezabel.

Elias viveu o ápice no monte Carmelo, quando Deus o usou para eliminar os quatrocentos e cinquenta profetas idólatras de Baal. Isso provou não apenas o poder de Deus, mas também a total incapacidade de todos os profetas pagãos. Na ocasião, parecia que Elias se sentia muitíssimo bem, mas, após ser ameaçado por Jezabel, logo entrou em uma profunda e severa depressão:

“E Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito e como totalmente matara todos os profetas à espada. Então, Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses e outro tanto, se decerto amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles.

“O que vendo ele, se levantou, e, para escapar com vida, se foi, e veio a Berseba, que é de Judá, e deixou ali o seu moço. E ele se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu em seu ânimo a morte e disse: Já basta, ó SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais” (1 Reis 19:1-4).

Elias estava físico e mentalmente exausto, mas também precisava aprender uma lição sobre o poder e a presença de Deus. E isso é mostrado mais adiante nessa história.

A Bíblia registra muitos outros exemplos. O profeta Jonas ficou frustrado, indignado e desanimado pela decisão de Deus de não destruir Nínive, capital dos assírios, que eram inimigos mortais de Israel, quando eles se arrependeram em resposta à sua pregação. “E aconteceu que, aparecendo o sol, Deus mandou um vento calmoso, oriental, e o sol feriu a cabeça de Jonas e ele desmaiou, e desejou com toda a sua alma morrer, dizendo: Melhor me é morrer do que viver” (Jonas 4:8).

Agarrar-se às promessas de Deus

Mas há também exemplos bíblicos de uma abordagem diferente. O apóstolo Paulo experimentou muitos episódios de grande sofrimento, mas ele tinha uma maneira maravilhosa de ajudar as pessoas a sempre olhar para frente. Ele direcionava as pessoas para Deus Pai e Jesus Cristo para pedir-Lhes força durante as provações.

Como ele escreveu: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado [ter conseguido aquilo que todos os cristãos buscam, ou seja, a perfeição no Reino de Deus]; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3:13-14).

Embora não seja fácil quando estamos terrivelmente deprimidos, Paulo mostra a importância de permanecer sempre centrado em Cristo e focado no objetivo do Reino de Deus. Suas epístolas estão cheias de encorajamento edificante para os outros.

Aqui está outro exemplo: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus” (Romanos 8:18-19).

O nosso destino é ser filhos glorificados — filhos e filhas divinos — na família de Deus, no Reino de Deus. E o apóstolo Paulo se apegou a esse encorajamento. Os escritos de Paulo proporcionaram grande conforto, incentivo e inspiração a inúmeras pessoas ao longo dos tempos. E podem ajudar você também. O exemplo de Paulo mostra que a ansiedade e a depressão não é apenas uma questão do que acontece conosco, mas também de nossa perspectiva e atitudes sobre o que acontece conosco.

Certamente, é fácil de dizer isso, mas pode ser difícil para alguém que está terrivelmente deprimido acreditar nisso! Se você é a pessoa que perdeu tudo devido aos bloqueios por causa dessa pandemia — prejuízos financeiros ou perda de entes queridos para o vírus — a pressão pode ser insuportável.

Obviamente, a depressão também pode afetar pessoas fiéis a Deus. Nós vimos como ela afetou a Jó, Ana, Elias, Jonas e outros. E não é necessariamente uma falha de caráter ou um pecado que provoca isso. Muitos servos de Deus passaram por períodos de altos e baixos em suas vidas e, às vezes, até expressaram o desejo de morrer.

Contudo, aqui está um ponto muito importante: Embora tivessem desejado que Deus acabasse com suas vidas, eles seguiram em frente e se esforçaram para permanecer fiéis. E, como todos os servos de Deus nas Escrituras, nós também devemos aprender a aguentar — perseverando mesmo quando parece que não vamos conseguir. E precisamos fazer isso confiando em Deus, que sempre nos ajudará.

Podemos encontrar esperança e encorajamento nos ensinamentos da Bíblia. E o que apresentamos aqui na revista A Boa Nova esclarece e destaca essa esperança.

Aqui está uma carta que recebemos de um leitor da Irlanda: “Eu saí de [certo grupo religioso] porque vi muitas contradições no que eles ensinavam da Bíblia. Estou assistindo o programa Beyond Today TV de vocês [https://portugues.ucg.org/a-boa-nova/programa-de-televisao-beyond-today]. Eu moro em Dublin, Irlanda, e vocês não têm uma igreja perto de mim. Eu moro sozinho. Neste ano, meus dois melhores amigos morreram. E dois anos atrás, minha sobrinha cometeu suicídio. Estou muito solitário. Mas encontro conforto em seus ensinamentos. Muito obrigado pela sua ajuda”.

Estou expondo isso para mostrar o que todos nós podemos fazer juntos como povo de Deus — como o apóstolo Paulo e os outros seguidores de Cristo — proporcionando o entendimento, a ajuda e o conforto dos ensinamentos de nosso Pai celestial, através de Cristo. Podemos oferecer ajuda às pessoas que estão deprimidas e em um estado de espírito desesperador. Há um maravilhoso futuro adiante!

Agora, se nós mesmos estamos deprimidos, devemos procurar ajuda imediatamente e não podemos deixar que nenhum constrangimento impeça-nos de fazer isso. Precisamos orar a Deus e conversar com outra pessoa, um amigo ou um conselheiro, que possa nos ajudar ou nos indicar onde encontrar ajuda. Mas, sem dúvida, a maior ajuda vem de Deus.

 (Para obter orientações específicas sobre ações imediatas a serem tomadas e se você sentir que alguém está pensando em suicídio, leia o artigo "O Que Posso Fazer Para Ajudar Quem Pensa Em Suicídio?" E se você tem pensamentos suicidas, procure ajuda agora mesmo. Leia "Onde obter ajuda?" na página X).

O suicídio e a Bíblia

O sexto mandamento nos diz: "Não matarás". Portanto, só Deus dá a vida e só Ele tem autoridade para tirá-la. Embora soframos juntos com aqueles que estão sofrendo e desesperados, nenhuma escritura na Bíblia respalda o suicídio.

Dito isto, precisamos entender que não devemos julgar e condenar as pessoas que tiram suas próprias vidas como, infelizmente, muitos fazem. Embora seja errado, o suicídio costuma ser um assunto complexo. Devemos evitar a tendência de simplificar demais esse tipo trágico de morte. Geralmente, as pessoas que cometem suicídio vêm enfrentando problemas sérios, como os descritos anteriormente. Mas tirar a vida de alguém não é o caminho certo para lidar com qualquer provação. Como se costuma dizer, o suicídio é uma solução permanente para um problema temporário.

A realidade é que a depressão severa, muitas vezes agravada por outros problemas e frustrações, pode levar uma pessoa ao suicídio. A agonia mental que acompanha a depressão clínica, ou um prolongado período de desânimo, pode fazer o suicídio parecer atraente porque o padecente espera que a morte acabe com seu sofrimento.

A esperança da ressurreição

Mas essa não é a resposta, pois isso não é o fim da história. Todos aqueles que morreram vão voltar à vida novamente. Aqueles que pertencem a Deus Pai, que têm o Espírito Santo dentro deles até à morte, serão ressuscitados para a vida eterna no retorno de Jesus (Romanos 8:11).

E ainda há muita coisa no futuro. Deus deseja muito que todas as pessoas que viveram ou viverão estejam em Sua família, se quiserem (2 Pedro 3:9).

Aqueles que morrerem em Cristo serão ressuscitados quando Ele retornar, na chamada "primeira ressurreição" de Apocalipse 20:5-6. Mas há outra categoria — aqueles que morreram sem terem sido verdadeiramente convertidos. Alguns deles podem até ter se considerado cristãos, mas, na verdade, não eram, pois não tinham o entendimento correto e nunca assumiram totalmente um compromisso espiritual com Deus. Posteriormente, estes e todos os que viveram e morreram sem uma genuína oportunidade de salvação serão ressuscitados para viver novamente com “os outros mortos” (versículo 5) e terão a oportunidade de viver uma vida santificada e receber a salvação.

A Bíblia revela que todos os que morreram sem serem verdadeiramente convertidos ao caminho de vida de Cristo (inclusive as vítimas de suicídio) ainda terão sua oportunidade de salvação. Isso acontecerá depois que Jesus Cristo voltar à Terra para governar o mundo (mais informações sobre essa verdade bíblica, leia o texto “Aqueles Que Morrem Sem Conhecer a Jesus Cristo” em nosso guia de estudo gratuito O Que Acontece Depois da Morte?)

Mas o suicídio não é uma fuga ou solução rápida para os problemas. Quando ressuscitados, aqueles que tiraram suas próprias vidas, provavelmente, ainda terão que resolver seus problemas psicológicos. Eles ainda terão que lidar com seus problemas, e agora com o peso de terem que enfrentar as consequências desse terrível erro e do sofrimento que infligiram aos outros por isso.

Felizmente, o desejo de Deus é que essas pessoas se voltem para Ele e sejam salvas. Mas as coisas que as pessoas fizeram nesta vida ainda terão consequências no sentido de terem que resolvê-las. E isso pode ser bem difícil, portanto, ninguém deveria pensar no suicídio como uma espécie de bilhete premiado para uma boa vida no futuro, porque ele não é.

A cura nos dias de hoje e no futuro

Jesus Cristo disse que veio curar as pessoas de coração quebrantado e libertar as que sofrem pela opressão, o que inclui o insuportável peso da depressão.

Podemos ler isso que Jesus disse em Lucas 4:16-21: “E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o Seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler. E foi-Lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre Mim, pois que Me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-Me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.

“E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nEle. Então, começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos”.

Ele fez isso através de milagres e ensinamentos durante o Seu ministério em Sua primeira vinda. E, hoje em dia, Ele continua essa obra por meio de Seu povo — vivendo neles através do Espírito Santo para dar-lhes poder espiritual. Mas essa obra ainda não está concluída. Enfim ela será concluída após a segunda vinda de Jesus — sobretudo após a ressureição de todos os que nunca tiveram a oportunidade de receber a salvação de Deus nesta era.

O fato de saber disso deveria ser muito reconfortante para os entes queridos de uma pessoa que cometeu suicídio.

Também encontramos essa promessa nos salmos: “Aleluia! Como é bom cantar louvores ao nosso Deus! Como é agradável e próprio louvá-lo!...Só Ele cura os de coração quebrantado e cuida das suas feridas” (Salmos 147:1, 3, NVI).

Deus Pai e Jesus Cristo não se esqueceram de ninguém. As pessoas contritas de coração, inclusive aquelas que pensaram no suicídio ou até o cometeram, serão curadas. E aqui está como essa história termina:

 “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe...E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21:1, 4).

Estamos ansiosos por esse tempo incrível de cura e restauração. Todos aqueles que estão sofrendo hoje, seja por depressão ou por pensamentos suicidas ou por estar lidando com a perda de um ente querido que tenha cometido suicídio ou qualquer outra horrível tragédia, precisam saber que há uma luz no fim do túnel. O dia mais radiante de todos os tempos está chegando, em que não haverá mais morte, tristeza, choro ou dor.

Mas não precisamos esperar até lá para ter a ajuda de Deus. Hoje, se respondermos sinceramente ao Seu chamado, Ele abençoará imensamente nossas vidas. Jesus disse que veio nos trazer uma vida abundante (João 10:10). Ele também disse que ninguém que renuncie seu antigo estilo de vida para segui-Lo “que não receba, já no presente, o cêntuplo [todos os tipos de bênçãos]...e, no mundo por vir, a vida eterna” (Marcos 10:29-30, ARA).

Entretanto, Ele não disse que tudo seria fácil. Na verdade, vimos que as Escrituras mostram vários servos de Deus lutando contra a depressão. Muitos deles foram perseguidos e alguns até martirizados. A chave para perseverar é continuar voltando-se para Deus e para os outros em busca de ajuda e encorajamento, e mantendo o contínuo enfoque no maravilhoso futuro que nos aguarda.

Lembre-se que a sua situação atual não é seu destino final. O melhor ainda está por vir! Devemos manter nosso olhar no plano de Deus para nós.

Ademais, lembre-se sempre que você não está sozinho. Deus o ajudará — e Ele colocará outras pessoas em nosso caminho que também nos ajudarão. Portanto, aceite essa ajuda e seja uma luz para outros que vivem em trevas. E saiba que o amanhecer decisivo está chegando.

Isso mesmo! Jesus Cristo foi enviado para curar os quebrantados de coração, para ajudar os deprimidos e para salvar os suicidas. É preciso que todos continuem orando e pedindo: “Venha o Teu Reino”!


O Que Posso Fazer Para Ajudar Quem Pensa Em Suicídio?

Quando o suicídio leva um membro da família ou amigo, a reação mais comum é perguntar-se: "O que eu poderia ter feito?" Os membros da família ficam sofrendo ao lembrar-se constantemente dos últimos dias e semanas com aquela pessoa amada e imaginando o que poderiam ter feito de diferente.

Como a psicóloga Kay Redfield Jamison explica em seu livro Quando a Noite Cai: Entendendo o Suicídio: “O suicídio é uma morte como nenhuma outra, e os que foram deixados para trás enfrentam uma dor como nenhuma outra. Eles ficam em estado de choque e com intermináveis pensamentos de "e se"...Eles são deixados a mercê de um bombardeio de perguntas de outras pessoas... principalmente sobre o motivo daquilo. E são entregues ao silêncio de outros que estão horrorizados, envergonhados ou incapazes de ao menos dar as condolências, um abraço ou fazer um comentário; assim eles ficam com a suposição...de que poderia ter feito algo mais” (p. 292).

E como as pessoas com pensamentos suicidas geralmente se recusam a procurar ajuda, os especialistas em saúde mental apontam a necessidade crucial de intervenção da família e dos amigos. Eles precisam observar os sinais de comportamento suicida e procurar o auxílio de profissionais de saúde mental e centros de prevenção de suicídio, em prol daqueles atormentados por esse mal.

A boa notícia é que quase oito de cada dez pacientes com doença depressiva melhoram com o tratamento, de acordo com a Fundação Americana de Prevenção ao Suicídio. E se o paciente tiver disposição de aprender, provavelmente, o que a Bíblia tem a dizer será de grande ajuda, se a pessoa realmente aprender o que ela ensina.

Se alguém está ameaçando se suicidar, tome medidas para acalmar a pessoa e procure especialistas em prevenção de suicídio o mais rápido possível. O Centro de Valorização da Vida faz as seguintes recomendações:

• Leve a sério as ameaças suicidas.

• Envolva outras pessoas, especialmente se alguém estiver ameaçando se suicidar brevemente. Ligue para o telefone 188.

• Se a pessoa já tiver sendo tratada por um terapeuta ou psiquiatra, entre em contato com esse profissional ou algum grupo de prevenção de suicídios ou outras pessoas que já estejam familiarizadas com o caso.

• Pergunte à pessoa sobre seus pensamentos suicidas. Seja direto, pergunte se a pessoa planeja se suicidar.

• Tranquilize a pessoa dizendo que ela pode encontrar ajuda para resolver seu problema. Lembre a pessoa que a ajuda está disponível e que as coisas vão melhorar.

• Não prometa confidencialidade, pois pode ser necessário falar com o médico da pessoa para sua própria proteção. Não faça promessas que ponham em risco a vida da pessoa.

• Evite deixar a pessoa sozinha até ter certeza de que ela está nas mãos de profissionais competentes.

O objetivo é a intervenção imediata — ações para evitar um desastre iminente. Mas um objetivo de longo prazo também é importante. Ter um objetivo na vida talvez seja o melhor antídoto para sentimentos de desesperança e desânimo.

Embora não seja fácil de concentrar-se nisso quando se está deprimido, lembre-se de que o apóstolo Paulo mostra a importância de permanecer focado em Cristo e em nosso destino e objetivo final, o Reino de Deus.

Nunca é demais insistir nisso: Se você acha que a pessoa está à beira de cometer  suicídio, segundo a maneira como está falando ou agindo, então você vai precisar de ajuda profissional para lidar com a situação. Busque essa ajuda o mais rápido possível.

Os pais de estudantes de ensino médio ou universitários, que apresentam sinais de depressão, precisam discutir o assunto de maneira aberta e direta. Os pais devem incentivar os filhos a se sentirem à vontade para discutir sua depressão ou sentimentos suicidas e procurar ajuda.

Seguir essas orientações recomendadas pode fazer uma grande diferença na vida de alguém que você ama. Não ignore o problema nem fique esperando até o pior acontecer!