Precisamos de nos esforçar a estarmos unidos
Carta do Presidente da Igreja de Deus Unida aos irmãos na fé:
Queridos irmãos,
O dia de Pentecostes está chegando. Todos os anos nós acatamos a ordem de rever, repetir e observar esse dia por uma forte razão. Este dia tem um profundo significado pessoal para você e para mim. Espero que possam dedicar algum tempo para pensar sobre esse dia em que a Igreja espiritual de Deus foi fundada, por meio de um incrível e sobrenatural milagre que extrapolou a capacidade da linguagem humana de descrevê-lo! O Espírito Santo prometido foi, poderosa e generosamente, derramado sobre a assembleia de discípulos de Cristo. Realmente, aquele foi um dia glorioso e singular na história humana.
Pouco antes de acontecer esse milagre, a Bíblia João Ferreira de Almeida Corrigida e Fiel registra que os discípulos estavam reunidos “concordemente no mesmo lugar” (Atos 2:1). O que isso significa? Isso seria apenas um rótulo ou um pensamento esperançoso? Permita-me compartilhar meus pensamentos e orações sobre esse dia e o que significa realmente estar “concorde”. Eles estavam concentrados na veemente oração que Jesus havia feito por Seus seguidores pouco antes de ser torturado e morto.
Nessa passagem, Jesus está realmente orando por nós hoje! “E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que pela Sua palavra hão de crer em Mim [incluindo você e eu]; para que todos sejam um; assim como Tu, ó Pai, és em Mim, e Eu em Ti, que também eles sejam um em Nós; para que o mundo creia que Tu me enviaste. E Eu lhes dei a glória que a Mim me deste, para que sejam um, como Nós somos um; Eu neles, e Tu em Mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, a fim de que o mundo conheça que Tu me enviaste, e que os amaste a eles, assim como Me amaste a Mim” (João 17:20-23, grifo nosso).
E assim, vemos que o grande desejo de Jesus Cristo era que Seus seguidores permanecessem juntos e unidos em propósito e ação.
O apóstolo Paulo lançou mais luz sobre esse desejo ao escrever sobre a Páscoa: “Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão [koinonia — companheirismo sincero] o sangue de Cristo? O pão que partimos, não é porventura a comunhão do corpo de Cristo? Pois nós, embora muitos, somos um só pão, um só corpo; porque todos participamos de um mesmo pão” (1 Coríntios 10:16-17).
Convido-os a ponderar sobre o Manifesto de Visão da Igreja de Deus Unida, que foi extraído diretamente do chamado “capítulo de união” de Efésios: “O corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo em amor” (Efésios 4:16).
Estarmos unidos representa o resultado do compartilhamento de um propósito e de uma visão, pois para essa finalidade é que todos nós trabalhamos ativamente! Para alcançar isso, precisamos estar em harmonia com a oração de Cristo e cada um deve se esforçar, diligentemente, no apoio e desenvolvimento desse propósito coletivo como um só corpo, que atua em comum acordo.
Também devemos meditar no prefácio de Paulo nessa passagem. De forma urgente, ele se dirige a nós hoje, dizendo: “andeis como é digno da vocação com que fostes chamados” (Efésios 4:1). Como vamos fazer isso? “Sejam humildes e amáveis. Sejam pacientes uns com os outros, tendo tolerância pelas faltas uns dos outros por causa do amor, entre vocês” (versículo 2, Bíblia Viva).
E aqui está o principal chamado à ação de Paulo: “Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (versículo 3, NVI).
Por que Paulo escreve isso? Porque há “um só corpo, e um só Espírito... e uma só esperança... um só Senhor, uma só fé e um só batismo... um Deus e Pai” (versículos 4-6, BLH). Isso é reflexo direto da substância da oração de Jesus por cada um de nós!
A paz não é simplesmente a ausência de conflito. Avançar apoiando nosso grande propósito como uma assembleia espiritual — pregando o poderoso evangelho do Reino e preparando-se para entrar nele como filhos de Deus — exige muito esforço e trabalho de cada um de nós. Quando fazemos isso, quando estamos dispostos e motivados, então temos paz e unidade!
A paz é o agente que cria um vínculo espiritual. Jesus disse: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9). Temos que estar dispostos a fazer paz espiritual em vez de guerra em nossas vidas diárias. Naturalmente, praticar a paz é um desafio muito difícil. Obviamente, é muito mais fácil destruir do que construir. Mas vale a pena o esforço. Com a ajuda de Deus, podemos superar os impulsos sinistros de nossa natureza. Podemos extinguir a raiva, a inveja e o orgulho — estados mentais e espirituais que levam a palavras agressivas e prejudiciais.
Essa condição de unidade, de concordância, é algo que não é intrínseco à nossa natureza humana. Essa condição espiritual crítica e importante deve ser cultivada, forjada e, rigorosamente, mantida.
Quando Paulo pediu aos filipenses: “completai o meu gozo”, como ele esperava que isso acontecesse? Ele explica com detalhes que devemos ter “o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, pensando a mesma coisa” (Filipenses 2:2). Como conseguimos isso? “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas com humildade cada um considere os outros superiores a si mesmo” (versículo 3). Um foco essencial? “Não olhe cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (versículo 4).
É muito fácil escrever e ler esses preceitos, mas para alcançá-los exige-se esforço e foco. A congregação grega de Corinto teve alguns problemas. Qual foi a orientação de Paulo para eles? Pela autoridade de Jesus Cristo, ele disse-lhes “que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer” (1 Coríntios 1:10).
À medida que nos aproximamos do dia de Pentecostes, vamos nos dedicar novamente a nosso maravilhoso propósito e vamos fazer nossa parte para sermos um Corpo verdadeiramente unificado e uma Igreja unida para aqueles a quem Deus está chamando.
Desejo que tenham um Pentecostes maravilhoso, gratificante, triunfante e enriquecedor em que nos lembramos do estabelecimento da lei real de Deus, da promessa do Espírito Santo e do resultado de estarmos “concordes” — uma verdadeira Igreja Unida.
Graça e paz a vocês da parte de Deus nosso Pai e de nosso Senhor Jesus Cristo.
Victor Kubik