Comentário Bíblico
Deuteronômio 18
O Profeta e os Falsos Profetas
Novamente Israel é advertida para não "seguir as abominações" do povo que vivia naquela terra, incluindo as práticas de bruxaria, quiromancia ou mediunidade (versículos 9-14). Em contraste com os adivinhos pagãos, Moisés profetiza que eventualmente Deus levantaria um Profeta como ele, referindo-se à vinda de Jesus Cristo (Deuteronômio 18:15-19; João 1:45; Atos 3:22-23). Moisés deixa claro que assim como os israelitas deveriam obedecer às palavras de Deus proclamadas por ele, o mesmo ocorreria com esse futuro Profeta. E, de fato, assim como Moisés, Jesus veio como um Proclamador da lei de Deus e como um Mediador de uma aliança baseada nessa mesma lei. Em suma, as palavras de Cristo deveriam ser seguidas — enquanto os que alegassem falsamente serem profetas deveriam ser rejeitados (Deuteronômio 18:20).
Mais tarde, Cristo confirmaria que numerosos falsos profetas viriam para enganar muitas pessoas (Mateus 24:4-5, 11). Infelizmente, esse problema sempre persistiu entre o povo de Deus (2 Pedro 2:1-3). Moisés explica sobre como determinar se uma pessoa é um profeta de Deus ou não: "Quando o tal profeta falar em nome do SENHOR, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou o tal profeta" (Deuteronômio 18:22). Contudo, ele entrega mais uma palavra de cautela, dizendo que às vezes os falsos profetas acertam uma predição (Deuteronômio 13:1-5), contudo, o próprio Deus pode estar por trás disso (Números 22:20, 38; 23:12).
Entretanto, mesmo que alguém acerte muitas profecias, basicamente essa passagem está dizendo que se essa pessoa alegar que Deus, além das Escrituras, lhe revelou diretamente que algum evento acontecerá e não acontecer, então, por si só, isso o tornaria um falso profeta — geralmente uma profecia é um aviso de uma punição divina que vem junto com o direito ao arrependimento dos destinatários, pois as profecias dependem da reação dos destinatários (Jeremias 18:6-8; Jonas 3:1-10). E, conforme explicado nos destaques de Deuteronômio 13, as profecias cumpridas de qualquer pessoa devem ser comparadas com seus ensinamentos e ações. Não devemos seguir ensinamentos antibíblicos ou práticas malignas de ninguém.