Jacó partiu logo de manhã e, depois de uma curta viagem, avistou Esaú avançando com quatrocentos homens. Jacó havia organizado sua família em grupos, dividindo os filhos entre suas respectivas mães, colocando as concubinas primeiro, seguidas por Lia e com Raquel atrás da caravana. Ele fez isso para colocar Raquel (talvez grávida de Benjamin) e José em uma posição de maior segurança. Pois se Esaú atacasse, talvez sua ira diminuísse se já tivesse matado o suficiente até chegar em Raquel. Jacó se posicionou à frente da caravana, andando e prostrando-se alternadamente enquanto se aproximava de Esaú, demostrando assim a muitíssima consideração e profunda humildade.

Entretanto, o encontro com Esaú foi tudo, menos hostil. Esaú estava realmente feliz em ver Jacó. Aqueles vinte anos haviam moderado significativamente seus sentimentos e, pelo tamanho da força de combate que o acompanhava, parece que Esaú havia alcançado bastante sucesso pessoal — pelo menos, o suficiente para ele se sentir muito abençoado. Jacó entregou-lhe os presentes e apresentou sua família, mas sabiamente desistiu de acompanhar Esaú até Seir, talvez com receio de que sua natureza intempestiva mudasse novamente e começasse a remoer a antiga mágoa que tinha com ele.

Depois de encontrar-se com Esaú, Jacó foi para Siquém (versículos 18-19). E ali comprou um terreno e cavou um poço. Talvez seja o mesmo poço em que, muito tempo depois, Jesus Cristo conversou com uma mulher samaritana — local que depois ficou conhecido como Sicar (João 4:5-6), perto da atual cidade de Nablus na Cisjordânia. Jacó, agora chamado de Israel, também construiu ali um altar para Deus e o chamou de El Elohe Israel, que significa “Deus, o Deus de Israel” (Gênesis 33:20). Nessa ocasião, o “processo de conversão” de Jacó estava bem avançado. Ele não mais considerava que Deus era apenas o Deus de seus pais. Em vez disso, ele via Deus como o seu Deus — isso parece indicar que Jacó havia desenvolvido um relacionamento pessoal com Ele.