A Bíblia Contém Erros?

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Muitas vezes, a resposta depende da visão do observador. Para aqueles determinados a destruir pouco a pouco as Escrituras, sim, para eles a Bíblia contém erros e nenhuma resposta vai satisfazê-los. Para outros, porém, um estudo cuidadoso e paciente normalmente resolve quaisqueres problemas.

Como observou o escritor Josh McDowell ao explicar sobre a Bíblia: “É um erro o crítico pressupor . . . que o que ainda não foi explicado será explicado. Quando um cientista se depara com uma anomalia na natureza, ele não desiste de aprofundar-se na exploração científica. Ao contrário, ele usa o inexplicável como uma motivação para encontrar uma explicação . . .

“Da mesma forma, o estudioso cristão se aproxima da Bíblia com a mesma presunção de que o que está sem explicação não é, por isso, inexplicável. Ele ou ela não assume que as discrepâncias sejam contradições. E quando se depara com algo para o qual ele não tem explicação, simplesmente ele continua pesquisando e acreditando que um dia acabará encontrando essa explicação . . .

“Como seu contraparte científico, o estudante da Bíblia tem sido recompensado por sua fé e pesquisa. Muitas dificuldades para as quais os estudiosos não tinham resposta, foram resolvidas pela busca incessante de respostas através da história, da arqueologia, da linguística e de outras disciplinas. Por exemplo, os críticos, uma vez propuseram que Moisés não poderia ter escrito os cinco primeiros livros da Bíblia porque não havia escrita nos dias de Moisés. Agora sabemos que a escrita existia a uns mil anos ou mais antes de Moisés.

“Da mesma forma, os críticos acreditavam que a Bíblia estava errada ao falar do povo hitita, já que eles eram totalmente desconhecidos dos historiadores. Agora, os historiadores sabem de sua existência por meio de uma biblioteca hitita encontrada na Turquia. Isso nos dá confiança para acreditar que as dificuldades bíblicas ainda não explicadas têm uma explicação e não precisamos supor que existe um erro na Bíblia” (A Nova Evidência que Exige um Veredito[The New Evidence That Demands a Verdict], 1999, págs. 46-47).

Contradições nos Evangelhos?

Como exemplo de resolver supostas contradições, vamos considerar como os quatro Evangelhos registram as palavras que Pôncio Pilatos, governador romano, ordenou ser colocadas acima da cabeça de Jesus na Sua crucificação.

Mateus 27:37 diz: “Este é Jesus, o rei dos judeus”.

Marcos 15:26 diz, “O rei dos judeus”.

Lucas 23:38 diz: “Este é o rei dos judeus”.

João 19:19 declara: “Jesus nazareno, rei dos judeus”.

À primeira vista, poderia parecer que nenhum dos autores copiou corretamente as palavras da placa. Mas, quando lemos cada relato, vemos que cada um acrescenta um pouco mais de informações ao resto. De João descobrimos que Pilatos escreveu a mensagem. De Lucas temos informações adicionais sobre o motivo dessas palavras serem diferentes: A inscrição original foi escrita em três idiomas, grego, latim e hebraico (Lucas 23:38).

Assim, a variação da mensagem logicamente é devida às três línguas utilizadas, bem como o ponto de vista diferente de cada biógrafo, sublinhando aspectos ligeiramente diferentes da vida e do ministério de Cristo. E juntando-se a mensagem dos diferentes relatos, vemos que a mensagem completa gravada nas placas era “Este é Jesus nazareno, o rei dos judeus”.

Nenhum dos relatos do Evangelho contradiz os outros, pois eles se complementam para fornecer uma melhor compreensão. Uma ferramenta útil para estudar a vida e o ministério de Cristo é uma harmonia dos Evangelhos, tal como a de A.T. Robertson, que fornece os quatro relatos do Evangelho lado a lado, em ordem cronológica.

Outras aparentes contradições na Bíblia estão relacionadas com horas e datas. Um exemplo disso é fato de Israel ter usado um calendário civil e um sagrado. O ano civil começava no Outono com o mês de Tishri, enquanto o ano sagrado começava na primavera com o mês de Nisã ou Abibe. Quando dois escritores pareciam discordar quanto ao momento de um evento particular, a aparente discrepância poderia ser esclarecida ao determinar qual dos dois calendários que estão usando.

Em outra questão sobre o tempo, João 19:14, parece discordar de Mateus 27:45. João descreveu os eventos que ocorreram antes da crucificação e afirma que elas ocorreram perto da “hora sexta”. E Mateus está de acordo com Marcos 15:33 e Lucas 23:44 quando diz trevas cobriram a terra depois da crucificação da sexta para a nona hora. Existe realmente uma disparidade entre essas relatos?

Claro que não! A resposta está no fato de que o Estado judeu estava então sob o controle romano e João usou o cômputo do tempo romano, que começava à meia-noite. A “hora sexta” na contagem de João era seis horas da manhã. No entanto, o método judaico de cronometragem inicia-se a partir dessa hora da manhã, contando-a como a primeira hora do dia. Assim, a sexta hora do dia de acordo com cálculos judaicos era meio-dia.

A crucificação ocorreu entre as horas sexta e nona do dia―do tempo judeu. Assim, os quatro relatos do Evangelho não se contradizem, em vez disso eles se complementam.

As respostas podem não ser facilmente perceptíveis

E o que dizer sobre outras passagens bíblicas que contêm aparentes disparidades? Algumas dessas disparidades são o resultado de traduções falhas; algumas traduções da Bíblia são simplesmente mais precisas do que outras na tradução de certos versículos. Com outras passagens as dificuldades podem ser ainda maiores.

Em todo caso, não se deve ficar alarmado com o que parecem ser erros na Bíblia. Há respostas e soluções para essas passagens que podem não ser facilmente perceptíveis. Como observou o erudito bíblico Gleason Archer:

“Como eu tenho lidado com uma aparente discrepância após outra e tenho estudado essas supostas contradições entre o relato bíblico e as provas da linguística, da arqueologia, ou da a ciência, a minha confiança na fidelidade das Escrituras tem sido repetidamente confirmada e reforçada pela descoberta de que quase todos os problemas nas Escrituras que já foram descobertos pelo homem, desde os tempos antigos até agora, têm sido resolvidos de uma maneira totalmente satisfatória pelo próprio texto bíblico, ou então pela informação arqueológica objetiva . . .”

“Há uma boa e suficiente resposta na própria Escritura para refutar todas as acusações que já foram levantadas contra ela. Mas isto é de se esperar ao se considerar o tipo de livro a Bíblia afirma ser, a escrituração da infalível e inerrante Palavra do Deus vivo” (Enciclopédia de Dificuldades da Bíblia [Encyclopedia of Bible Difficulties], 1982, pág. 12).

A Bíblia é a Palavra de Deus, e podemos depender dela como o Livro que ilumina o caminho para a salvação. Ela é confiável. O apóstolo Paulo escreveu que “toda a Escritura é inspirada por Deus” (2 Timóteo 3:16). Jesus disse que “a Escritura não pode falhar” (João 10:35, ARA).

Esta é uma promessa de Jesus Cristo sobre a qual podemos confiar e em que podemos colocar nossa total confiança. Assim, quando lemos a Bíblia, vamos ter certeza de que estamos realmente lendo um livro que é inspirado por Deus e contém o total respaldo do Deus Eterno, que deseja nos dar a salvação que o livro nos promete.

Um pouco de pesquisa, com comentários e outras versões da Bíblia geralmente ajuda a resolver as dificuldades da Bíblia.