A Evolução Pode Explicar a Complexidade da Vida?

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A Evolução Pode Explicar a Complexidade da Vida?

O que aprendemos desde que tratado de Charles Darwin sobre evolução, A Origem das Espécies, foi publicado pela primeira vez em 1859? A ciência avançou muito desde aqueles tempos de charretes puxadas por cavalos. Além de uma completa exploração do registro fóssil, uma grande quantidade de outras informações está prontamente disponível.

Como vimos, ao considerar o registro fóssil, a controvérsia sobre a evolução está aumentando. Thomas Woodward relata a última rodada de debate do desenho inteligente versus evolução: “Era dolorosamente real e quando a efervescente controvérsia explodiu em agosto de 2005, provocada por um comentário improvisado na Casa Branca—milhões de norte-americanos menearam a cabeça descontentes, seja por descrença ou por raiva, como foi discutido em manchetes e nas redes de telejornais”.

“Um suposto grupo de agitadores foi responsabilizado pela crescente crise, a maioria com título de doutorado. Este grupo disperso nos últimos anos tinha crescido em uma rede de várias centenas de cientistas e outros estudiosos . . . No caso de você não ter adivinhado, o grupo tinha um nome: o Movimento do Desenho Inteligente” (Darwin Contra-Ataca, págs. 19-20). A polêmica se espalhou rapidamente para além dos Estados Unidos e alcançou grande parte do mundo.

Qual o motivo da confusão e da discórdia? Basta ponderar, como visto no registro fóssil, que a crescente evidência científica não se encaixa no modelo de Darwin—e os evolucionistas estão cada vez mais na defensiva.

Por que isso aconteceu? Principalmente porque as supostas provas primárias da teoria da evolução não se sustentaram diante de mais descobertas e análises.

E quanto à seleção natural?

Após o registro fóssil, o segundo pilar de apoio à evolução entregue pelos darwinistas é a seleção natural, que eles esperavam que os biólogos a confirmasse. “Assim como criadores que selecionam aqueles animais mais adequados às suas necessidades para serem os pais da próxima geração”, explicou o filósofo britânico Tom Bethell, “Darwin argumentou, que a natureza selecionou aqueles organismos que melhor se equiparam para enfrentar a luta pela sobrevivência. Dessa forma a evolução inevitavelmente ocorreria. E assim, escreveu Darwin, aí estava uma espécie de máquina trabalhando decididamente para melhorar na natureza, ‘examinando a cada momento, silenciosa e insensivelmente o trabalho . . . de aperfeiçoamento de cada ser orgânico’”.

“Desta forma, Darwin pensava, um tipo de organismo poderia ser transformada em outro—por exemplo, ele sugeriu que ursos poderiam virar baleias. Então foi assim que chegamos a ter cavalos, tigres e outros—por meio de seleção natural” (“O Erro de Darwin”, A Arte de Prosa, Robert Woodward e Wendell Smith, editores, 1977, pág. 309).

Darwin viu a seleção natural como o principal fator por trás da mutação evolucionária. Mas como tem se saído este segundo pilar da teoria evolutiva desde a época de Darwin? Na verdade, essa teoria foi descartada discretamente por um grande número de teóricos da comunidade científica.

A ideia de Darwin de que a sobrevivência do mais apto poderia explicar como as espécies evoluíram tem sido relegada a uma afirmação redundante e autoevidente. Conrad Waddington geneticista da Universidade de Edimburgo define o problema fundamental de defender a seleção natural como prova do darwinismo: “A seleção natural . . . acaba sendo uma análise mais próxima da tautologia, uma afirmação de uma relação inevitável embora não reconhecida anteriormente. Ele afirma que os indivíduos em melhores condições físicas numa população . . . vão ter mais descendentes” (pág. 310).

Em outras palavras, a resposta à pergunta: ‘Quais estão em melhor forma?’ É óbvio que são os que sobrevivem. E ‘quais são os que sobrevivem?’ Naturalmente são os que estão em melhor forma. O problema é que o raciocínio circular não aponta para qualquer critério independente que possa avaliar se a teoria é verdadeira.

A seleção não transforma as espécies

Darwin citou um exemplo da forma como a seleção natural deveria funcionar: Um lobo que tinha herdado a capacidade especial de correr mais rápido estava mais bem preparado para sobreviver. Sua vantagem em ultrapassar os outros na corrida, quando a comida estava escassa, significava que ele poderia se alimentar melhor e, assim, sobreviver mais tempo.

No entanto, as mudanças que permitiram o lobo a correr mais rápido poderia facilmente tornar-se um obstáculo se outras transformações do corpo não acompanhassem o aumento da velocidade. Por exemplo, o esforço adicional necessário para correr mais rápido, naturalmente levaria a um aumento de tensão ao coração do animal, e, eventualmente, ele poderia morrer de um ataque cardíaco. A sobrevivência do mais apto exigiria que quaisquer alterações, biológicas ou anatômicas, estivesse em harmonia e sincronia com outras modificações corporais, ou as mudanças não trariam nenhum benefício.

A seleção natural, segundo os cientistas, na realidade trata apenas do número de uma espécie e não da mudança de uma espécie a outra. Isto tem a ver com a sobrevivência e não o surgimento de espécies. A seleção natural só preserva a informação genética existente (DNA); ela não cria material genético que permitiria descendentes de um animal gerar um novo órgão, membro ou outra característica anatômica.

Na “seleção natural”, disse o professor Waddington, ocorre de “alguns seres terem mais descendentes do que outros. Então você se pergunta: Quais têm mais descendentes do que outros? São aqueles que têm mais descendentes e nada mais do que isso. As entranhas de toda a evolução—que é, como é que chegámos a ter cavalos, tigres e outros seres—não tem nada a ver com a teoria matemática [do neodarwinismo]” (Simpósio Wistar, Moorehead e Kaplan, 1967, pág. 14).

Tom Bethell chega ao ponto crucial do problema da seleção natural como base da evolução: “Isto não tem nenhum valor. Como T.H. Morgan [ganhador do Prêmio Nobel de Medicina de 1933 por suas experiências com a mosca da fruta Drosophila] tinha comentado, com grande clareza:  ‘A seleção, então, não produziu nada de novo, mas só um pouco mais de certos tipos de indivíduos. A evolução, no entanto, significa gerar coisas novas e não mais das que já existem”’ (Bethell, págs.311-312,  ênfase adicionada).

Bethell conclui: “A teoria de Darwin, creio eu, está à beira do colapso. Em seu famoso livro, [A Origem das Espécies], Darwin cometeu um erro suficientemente grave para minar sua teoria. E esse erro só recentemente foi reconhecido . . . Eu não fiquei surpreso ao ler . . . que em algumas das mais recentes ‘teorias evolucionistas seleção natural não desempenha nenhum papel’. Darwin, eu acredito, está em processo de ser descartado, mas talvez em respeito e consideração a esse respeitável cavalheiro . . . isso está sendo feito de maneira mais discreta e delicada possível, com um mínimo de publicidade” (págs. 308, 313-314).

Infelizmente, o exame crítico da seleção natural foi feito tão discretamente que a maioria das pessoas não tem consciência disso—de modo que continua a decepção generalizada que começou um século e meio atrás.

No entanto cada vez mais cientistas estão se fazendo ouvir. Escrevendo 26 de junho de 2007, no New York Times, Douglas Erwin, cientista sênior do Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsoniano, ousou admitir a atual confusão do papel da seleção natural na evolução:

“Darwin precisa de uma atualização? Estão aumentando os pedidos entre alguns biólogos evolucionistas para que se faça tal revisão, embora eles divirjam sobre a maneira como isso deve ser feito . . . Nos últimos anos, cada elemento deste paradigma [evolutivo] tem sido atacado. As preocupações sobre as fontes da inovação evolutiva e as descobertas sobre como o DNA se desenvolve levaram alguns a propor que as mutações, não a seleção, guiam muito a evolução, ou pelo menos os principais episódios de inovação, como a origem de grandes grupos de animais, inclusive os vertebrados” (“Darwin Ainda Dita as Regras, Mas Alguns Biólogos Sonham Com Uma Mudança no Paradigma”).

Uma olhada à mutação aleatória

Se a seleção natural não é a resposta, o que dizer sobre o terceiro pilar de apoio à evolução, a mutação aleatória?

Curiosamente, o próprio Darwin foi um dos primeiros a desconsiderar os efeitos positivos das mutações raras, ele notou bastante isso nas espécies. Ele nem mesmo incluí-as em sua teoria. “Ele não as considerava importantes”, diz Maurice Caullery em seu livro Genética e Hereditariedade, “porque quase sempre representavam uma desvantagem óbvia do ponto de vista da luta pela existência, consequentemente seria mais provável ser eliminado mais rapidamente no estado selvagem pela ação da seleção natural” (1964, pág. 10, grifo nosso).

No tempo de Darwin os princípios da genética não eram entendidos claramente. Gregor Mendel publicou suas descobertas de princípios genéticos em 1866, mas seu trabalho foi ignorado na época. Mais tarde, no início do século XX, Hugo De Vries redescobriu estes princípios, que os evolucionistas rapidamente abraçaram para apoiar a evolução. Sir Julian Huxley, um dos principais porta-vozes da teoria da evolução no século XX, comentou sobre a imprevisibilidade das mutações: “A mutação . . . fornece a matéria-prima da evolução, é um assunto aleatório e acontece em todas as direções” (A Evolução em Ação, 1953, pág. 38).

Assim, “logo após a virada do século [XIX a XX], a teoria de Darwin, de repente parecia plausível de novo”, escreve Hitching Francis. “Verificou-se que de vez em quando, absolutamente ao acaso (cerca de uma vez em dez milhões de vezes durante a divisão celular, como sabemos agora) os genes cometem um erro de cópia. Estes erros são conhecidos como mutações e são principalmente prejudiciais. Eles levam a uma planta enfraquecida ou a uma criatura doente ou deformada. Eles não persistem dentro das espécies, porque são eliminados pela seleção natural . . .”.

“No entanto, os seguidores de Darwin passaram a acreditar que a mutação ocasional é benéfica, embora raramente aconteça, mas é o que importa na evolução. Dizem que estas mutações favoráveis, juntamente com a mistura sexual, são suficientes para explicar como toda a variedade desconcertante de vida na Terra hoje foi originada a partir de uma fonte genética comum” (O Pescoço da Girafa, pág. 49, grifo nosso).

Mutações: deficiência e não benefício

O que descobriu quase um século de pesquisas? Que as mutações são erros patológicos e as alterações são inúteis ao código genético.

C.P. Martin, da Universidade McGill, em Montreal, escreveu: “A mutação é um processo patológico que tem pouco ou nada teve a ver com a evolução” (“Um Não Geneticista Observa a Evolução”, revista American Scientist, janeiro de 1953, pág. 100). As investigações do professor Martin revelaram que as mutações são esmagadoramente negativas, e nunca criativas. Ele observou que uma mutação aparentemente benéfica era provavelmente só uma correção de um deletério anterior, semelhante a dar uma pancada no ombro deslocado de uma pessoa e, acidentalmente, colocá-lo de volta no lugar.

O escritor de ciências, Richard Milton, explica o problema: “Os resultados de tais erros de cópia são tragicamente familiares. Em células do corpo, a replicação defeituosa apresenta-se como um câncer. O poder da luz solar mutagênica [mutação indutora] causa câncer de pele; o poder mutagênico do cigarro causa câncer de pulmão. Em células sexuais, a reprodução defeituosa do cromossomo de número 21 resulta em uma criança com síndrome de Down” (Abalando os Mitos do Darwinismo, pág. 156). No entanto, os evolucionistas querem nos fazer acreditar que tais erros genéticos não são nada prejudiciais à criatura atingida, mas que são úteis em longo prazo.

O professor Phillip Johnson observa o seguinte: “Supor que um evento aleatório poderia reconstruir mesmo um único e complexo órgão como um fígado ou rim é tão razoável quanto supor que depois de jogar contra a parede um velho relógio ele surgirá como um relógio de melhor qualidade” (Darwin em Julgamento, pág. 37).

Nós devemos agradecer porque as mutações são extremamente raras. Uma média de um erro a cada dez milhões de cópias corretas ocorre no código genético. Qualquer pessoa que consiga digitar dez milhões de letras e errar apenas uma poderia facilmente ser considerada a melhor digitadora do mundo e, provavelmente, não seria humano. No entanto, esta é a precisão espantosa do nosso código genético, supostamente cego, quando se replica.

Se, no entanto, estes erros de cópia fossem acumulados, uma espécie, em vez de melhorar, eventualmente ela se degeneraria e pereceria. Mas os geneticistas descobriram um sistema de autocorreção.

“O código genético de cada ser vivo tem sua própria base de limitações”, diz Hitching. “Parece ter sido projetado para impedir uma planta ou criatura de ir muito além da média . . . Cada série de experiência reprodutora já realizada estabeleceu um limite finito para as possibilidades de reprodução. Os genes são uma força influenciada a se conservar e a permitir apenas uma modesta mudança. Por si só, as espécies criadas artificialmente geralmente morrem (porque são estéreis ou menos robustas) ou se revertem rapidamente à sua espécie original” (págs. 54-55).

Escrevendo sobre zoólogo Pierre-Paul Grassé, Alan Hayward diz:  “Em 1973, ele publicou um livro importante sobre a evolução . . . Antes de tudo, o livro tem como objetivo expor o darwinismo como uma teoria que não funciona, porque ela entra em contradição com muitos  resultados experimentais.

“Como Grassé diz em sua introdução: ‘Hoje, o nosso dever é acabar com o mito da evolução . . . Algumas pessoas, devido ao seu sectarismo, ignoram propositadamente a realidade e se recusam a reconhecer os desajustamentos e a falsidade de suas crenças’ . . .

“Basta ver primeiramente a mutação. Grassé tem estudado isto extensivamente, tanto em seu laboratório como na natureza. Em todos os tipos de seres vivos, desde bactérias às plantas e animais, ele observou que as mutações não levam a subsequentes gerações além do seu ponto de partida. Em vez disso, as mutações são como o voo de uma borboleta numa estufa, que pode viajar por quilômetros sem se mover mais que alguns metros de seu ponto de partida. Há fronteiras invisíveis, mas firmemente fixadas que as mutações nunca poderão atravessar . . . Ele insiste que as mutações são apenas mudanças triviais, apenas o resultado de genes ligeiramente modificados, enquanto a ‘evolução criativa’ . . . exige a criação de genes novos” (Criação e Evolução, pág. 25).

É constrangedor para os evolucionistas que a mutação também não seja a resposta. Se há alguma conclusão, é que nesse sistema de autocorreção, que elimina as mutações, demonstra-se que uma grande inteligência estava atuando quando o sistema geral de genética foi concebido de modo que as mutações aleatórias não viessem a destruir os genes benéficos. Ironicamente, a mutação mostra o oposto do que o evolucionismo ensina: Na vida real, a mutação aleatória é vilã e não heroína.

Isso nos leva a um último ponto nas mutações: a incapacidade da evolução para explicar o surgimento da vida simples e dos órgãos complexos.

A maravilha da célula

As células são seres vivos maravilhosos e incrivelmente complicados. Eles são autosuficientes e funcionam como minifábricas químicas. Quanto mais perto olhamos as células, mais percebemos sua incrível complexidade.

Por exemplo, a membrana da célula é uma maravilha por si mesma. Se fosse muito porosa, as soluções prejudiciais entrariam e levariam a célula a se romper. Por outro lado, se a membrana fosse muito impermeável, o alimento não poderia entrar e os resíduos resultantes não podiam sair e a célula morreria rapidamente.

Dr. Michael Behe, professor de ciências biológicas da Universidade de Lehigh, resume uma das falhas fundamentais da evolução para explicar qualquer forma de vida: “A teoria de Darwin encontra grandes dificuldades quando trata de explicar o desenvolvimento da célula. Muitos sistemas celulares são chamados ‘irredutivelmente complexos’. Isso significa que o sistema precisa de diversos componentes antes que possa  funcionar corretamente.

“Um exemplo comum dessa complexidade irredutível é uma ratoeira, construída com diversas peças (base, martelo, mola e assim por diante). Tal sistema, provavelmente, não pode ser reunido de uma maneira darwiniana, melhorando gradualmente a sua função. Você não pode pegar um rato apenas com uma base e, em seguida, pegar mais alguns ao se acrescentar a mola. Todas as peças devem estar no lugar antes de pegar qualquer rato.”

O ponto de vista do professor Behe é que uma célula que falte um décimo de suas partes não funciona sem essa parte, como uma célula completa, pois simplesmente não funciona. Ele conclui: “A questão principal é que a célula—base da vida—é incrivelmente complexa. Mas a ciência não tem as respostas, ou parte das respostas, de como esses sistemas se originaram? Não!” (“Darwin Sob o Microscópio”, New York Times, 29 de outubro de 1996, pág. A25).

A admirável miniatura tecnológica

Michael Denton, biólogo molecular e pesquisador sênior da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, contrasta como a célula era vista na época de Darwin e como os cientistas a veem hoje. No tempo de Darwin a célula podia ser vista, na melhor das hipóteses, com uma ampliação de várias centenas de vezes. Ao utilizar a melhor tecnologia de sua época, os cientistas viam a célula como “um espetáculo relativamente decepcionante, aparecendo apenas como um padrão em constante mudança e, aparentemente bolhas e partículas desordenadas que, sob a turbulenta influência de forças invisíveis, [eram] continuamente atiradas a esmo em todas as direções”  (A Evolução: Uma Teoria em Crise, pág. 328.).

Os anos que se seguiram trouxeram surpreendentes avanços tecnológicos. Agora os pesquisadores podem explorar as mínimas partes das células. Será que eles ainda veem apenas manchas disformes, ou testemunham algo muito mais surpreendente?

“Para entender a realidade da vida, como revelada pela biologia molecular”, escreve o Dr. Denton, “temos que ampliar bilhões de vezes uma célula até que esteja com vinte quilômetros de diâmetro e se pareça com um dirigível gigante, imensa o suficiente para cobrir uma grande cidade como Lisboa ou São Paulo. Então, o que se vê é um objeto de complexidade sem precedentes e desenho adaptativo.

“Na superfície da célula podemos ver milhões de aberturas, como as portinholas de um imenso transatlântico, que abrem e fecham para permitir um fluxo contínuo de materiais para dentro e para fora. Se fosse possível entrar em uma dessas aberturas nos encontraríamos em um mundo de suprema tecnologia e desconcertante complexidade. Veríamos intermináveis corredores muito bem organizados e dutos de ramificação em cada direção do perímetro da célula, alguns levando ao banco de memória central do núcleo e outros para as plantas de montagem e unidades de processamento.

“O núcleo em si seria uma vasta câmara esférica de mais de um quilômetro de diâmetro, semelhante a uma cúpula geodésica dentro da qual se poderia ver tudo bem empilhado em conjuntos ordenados, quilômetros de cadeias enroladas das moléculas de DNA . . .

“Ficaríamos surpresos ao ver o nível de controle implícito no movimento de tantos objetos abaixo de condutores aparentemente intermináveis, tudo em perfeita harmonia. E poderíamos ver tudo em torno de nós, em todas as direções que olhássemos, todos os tipos de máquinas como robôs. Observaríamos que o mais simples desses componentes funcionais da célula, as moléculas de proteína, eram surpreendentemente peças complexas de maquinaria molecular, cada uma delas constituída de cerca de três mil átomos plenamente dispostos numa organização e acomodação  espacial em 3D.

“E ficaríamos ainda mais surpresos à medida que víssemos as estranhas atividades propositais dessas curiosas máquinas moleculares, especialmente quando percebêssemos que, apesar de todo o nosso conhecimento acumulado em física e química, a tarefa de projetar tal máquina molecular —isto é, uma única molécula funcional de proteína—estaria além de nossa capacidade . . . Contudo, a vida da célula depende de atividades integradas de milhares, certamente de dezenas de milhares, e provavelmente centenas de milhares de moléculas de proteína diferentes” (págs. 328-329).

Esta é a descrição de uma célula por um biólogo molecular. O corpo humano contém cerca de dez trilhões (10.000.000.000.000) de tipos de células cerebrais, do sistema nervoso, do sistema muscular e outros tipos de células.

Tudo isso aconteceu por acaso?

No entanto, por mais complexas que sejam as células, as menores coisas vivas são ainda muito mais complicadas. Sir James Gray, professor de zoologia da Universidade de Cambridge, afirma: “As bactérias [são] muito mais complexas do que qualquer sistema inanimado conhecido pelo homem. Não há um laboratório no mundo que possa competir com a atividade bioquímica do menor organismo vivo” (citado por Marshall e Sandra Hall,  A Verdade: Deus ou a Evolução? 1974, pág. 89).

Quão complexos são os mais ínfimos seres vivos? Até mesmo o mais simples possui uma quantidade impressionante de informação genética para poder funcionar. Por exemplo, a bactéria Escherichia coli é um dos menores seres unicelulares da natureza. Os cientistas calculam que ela tenha cerca de dois mil genes, cada um com cerca de mil enzimas (catalisadores orgânicos, produtos químicos que aceleram outras reações químicas). Uma enzima é composta de um bilhão de nucleotídeos, cada um dos quais corresponde a uma letra do alfabeto químico, comparável a um byte, em linguagem de computador. Estas enzimas instruem ao organismo como funcionar e se reproduzir. A informação do DNA em apenas uma única e minúscula célula é “equivalente a aproximadamente cem milhões de páginas da Enciclopédia Britânica” (John Whitcomb, A Terra Primitiva, 1972, pág. 79).

Qual a chance de que as enzimas necessárias para produzir a mais simples criatura viva—com cada enzima que desempenha uma função química específica—pudesse se juntar por acaso? Os astrofísicos Fred Hoyle e Chandra Wickramasinghe calcularam essa chance seria uma em 1040.00040.000 (ou seja, 10 elevados à potência de 40.000: abreviação matemática para 10 seguido de 40.000 zeros, um número suficientemente grande para encher cerca de uma dúzia de páginas desta publicação).

Veja que, para os matemáticos, uma probabilidade menor de que 1 em 1050 é considerada uma completa impossibilidade (Hayward, pág. 35-37). Em comparação, Sir Arthur Eddington, outro matemático, estima que existem mais de 1080 átomos no universo! (Hitching, pág. 70).

Enquanto os evolucionistas mantêm suas concepções como vagas abstrações, elas parecem ser plausíveis. Mas quando se aplica o rigor da matemática em suas generalidades, e suas afirmações são especificamente quantificadas, os fundamentos da evolução darwinista são expostos como tão implausíveis e irrealistas a ponto de se reconhecer que é impossível.

A reveladora reação dos cientistas

O professor Behe comenta sobre a curiosa reação acadêmica e científica sobre as descobertas da complexidade da célula: “Ao longo das últimas quatro décadas a bioquímica moderna tem desvendado os segredos da célula. O progresso tem sido conquistado arduamente. Isso exigiu dezenas de milhares de pessoas dedicando muito tempo de suas vidas ao tedioso trabalho de laboratório . . .

“Os resultados desses esforços cumulativos para investigar a célula e a vida em nível molecular—é um grande, claro e estridente grito do ‘desenho!’ O resultado é tão inequívoco e tão significativo que deve ser classificado como uma das maiores conquistas da história da ciência.  A descoberta rivaliza com as de Newton e Einstein, Lavoisier e Schrödinger, Pasteur, e Darwin. A observação do desenho inteligente da vida é tão importante quanto à observação de que a Terra gira em torno do Sol, ou que a doença é causada por uma bactéria ou que a radiação é emitida  em quântico.

“A magnitude dessa vitória, conquistada a tão grande custo por meio de um esforço sustentado ao longo de décadas, seria de se esperar que rolhas de champanhe estivessem voando pelos laboratórios ao redor do mundo. Este triunfo da ciência merece o grito de ‘Eureca!’, ecoando bem alto da boca de milhares de cientistas e podendo até mesmo servir de argumento para se declarar um feriado.

“Mas não houve estouro de champanhes em público e nem apertos de mão. Em vez disso, um curioso e embaraçoso silêncio envolveu a enorme complexidade da célula. Quando o assunto vem à tona em público, os joelhos começam a tremer e a respiração fica um pouco difícil. Em privado os cientistas ficaram um pouco mais relaxados, e muitos admitiram explicitamente o óbvio, mas em seguida, olham cabisbaixo, meneiam a cabeça e deixam as coisas como estão.

“Por que a comunidade científica não abraça euforicamente sua surpreendente descoberta? Por que a observação do desenho é tratada com luvas de intelectualismo? O dilema é que, enquanto um lado do elefante é rotulado como desenho inteligente o outro lado pode ser identificado como Deus” (págs. 232-233, ênfase adicionada).

Estas descobertas revelam que a célula viva mais simples é tão intrincada e complexa em sua concepção que até mesmo a possibilidade de vir a existir acidentalmente é impensável. É claro que os evolucionistas não têm uma resposta racional para o modo como as primeiras células foram formadas. Este é apenas um de seus muitos problemas na tentativa de explicar uma criação maravilhosa, que eles argumentam ter surgido por acaso.