Chaves Para uma Vida Longa e Saudável

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Chaves Para uma Vida Longa e Saudável

Podemos creditar tudo isso aos tratamentos médicos sofisticados que muito colaboram para prolongar a vida e melhorar a saúde. A cirurgia geralmente proporciona um novo sopro de vida, corrigindo uma condição de risco de morte ou aumentando consideravelmente a qualidade de vida. Às vezes, algumas partes do corpo podem ser substituídas e novas drogas, quase sempre, debelam infecções.

Em grande parte do mundo os gastos com saúde são devido às tentativas de curar as doenças existentes. Mas se vamos uma vida ainda mais saudável e duradoura, então temos de nos concentrar mais na prevenção. Caso contrário, a velhice significará uma dedicação de mais tempo ao tratamento de doenças por causa do declínio geral da imunidade do corpo à medida que envelhecemos. Podemos compensar esta queda, praticando os princípios fundamentais de saúde em matéria de dieta, exercícios e como lidamos com as nossas ansiedades.

Há evidências sólidas da eficácia das práticas básicas de saúde na ampliação e melhoria da qualidade de vida. Note como alterações comportamentais têm tido impacto nas mortes por doenças do coração: “Um grande estudo mostra que a taxa de mortalidade por doença cardíaca vem caindo desde 1963 também constatou que as mudanças no estilo de vida em relação à dieta e ao hábito de fumar―em vez de novos tratamentos médicos ―foram responsáveis por mais de metade do declínio” (A Enciclopédia do Bem-Estar, 1991, pág. 1).

Vamos considerar sete princípios importantes para a saúde. Quando praticados o ajudarão a viver uma vida mais longa e saudável. Estes princípios são apoiados por extensa pesquisa na área de saúde e da Bíblia. Enquanto analisamos estes princípios, lembre-se que Deus quer que tenhamos uma vida produtiva, saudável e útil (João 10:10, 1 Timóteo 4:8).

1. Você é o que você come

Comer é uma de nossas atividades mais prazerosas, e Deus quis que fosse assim. Sua criação está repleta de uma maravilhosa variedade de alimentos saborosos, nutritivos e saudáveis. No entanto, o mesmo apetite que contribui para o prazer da vida pode, se usado impropriamente, nos fazer mal. Benjamin Franklin havia observado que “devemos comer para viver e não viver para comer”. De todas as práticas de saúde e hábitos, a dieta é a área que muito pode nos ajudar.

Historicamente, os problemas alimentares da humanidade muitas vezes consistiam em geral da condição de desnutrição e fome por causa da pobreza. No mundo ocidental moderno, isso não é mais um grande problema. No entanto, um problema crescente é o aumento do consumo de junk food [comidas rápidas, pré-cozidas, enlatadas, etc., conhecidas como “comidas de plástico”] como uma parte regular de nossa dieta. Este é o resultado de comer fora de casa com mais frequência e servir-se em casa de alimentos prontos e embalados. No Brasil, “65,3% dos brasileiros costumam comer fora de seus domicílios” (Pesquisa da consultoria Data Popular, realizada no segundo trimestre de 2011).

Assim como no Brasil, muitos outros países estão seguindo o exemplo dos Estados Unidos em consumir excessivamente tais alimentos. Uso de alimentos prontos nos dá menos controle sobre o que comemos, e muitos desses alimentos são carregados de gordura e sal. Os hábitos alimentares com base nesses alimentos “pode trazer consigo doenças cardíacas, derrames e câncer, as chamadas doenças da afluência, que acompanham a adoção desse ‘estilo de vida ocidental’ de alto consumo de gordura e pobre em exercícios” (Newsweek, 1 de Junho de 1998).

Tais hábitos alimentares também causam problemas de sobrepeso. No Brasil “o problema do excesso de peso está em alta. Quase metade da população (48,1%) está acima do peso, uma alta em relação aos 42,7% registrados em 2006 . . . Já a percentagem de obesos alcançou 15% da população. Há cinco anos esse índice era de 11,4%” (Ministério da Saúde do Brasil, 18 de Abril de 2011).

Excesso de peso é um dos principais contribuintes para as condições de saúde graves. “Um estudo que durou dezesseis anos realizado em 115 mil enfermeiras, publicado em 14 de Setembro de 1995, edição do The New England Journal of Medicine (O Jornal de Medicina da Nova Inglaterra), concluiu que, mesmo o ganho moderado de peso―no mínimo oito quilos―deixam as mulheres saudáveis com um risco maior para doenças cardíacas, problema cardiovascular e câncer” (Dr Steven Jonas e Dra Linda Konner, Apenas Seu Peso, 1997, pág. 18).

Os homens que estão acima do peso também correm risco. “Os homens que são trinta por cento acima do peso têm setenta por cento mais risco de desenvolverem doenças cardíacas coronárias do que aqueles que estão no seu peso recomendado” (A Enciclopédia do Bem-Estar, pág. 23). Pessoas acima do peso são também mais propensos a sofrer de hipertensão (pressão alta).

Dieta e câncer

De acordo com a Sociedade Norte-americana Contra o Câncer, cerca de um terço das 500 mil mortes por neoplasias malignas nos Estados Unidos a cada ano são devido a fatores dietéticos. Dietas ricas em gordura têm sido associadas ao aumento de câncer do cólon, reto, próstata, endométrio e até de pulmão. O excessivo consumo de carne pode trazer a susceptibilidade ao câncer de cólon. “A doença é cerca de dez vezes mais comum em quem come carne nas sociedades industrializadas do que naquelas onde as pessoas dependem de alimentos vegetais ricos em fibras para sobreviver” (Sherwin Nuland, Como Vivemos, 1997, pág. 132).

Adotar uma dieta rica em frutas, verduras, cereais e feijão pode reduzir o risco de câncer. Estes alimentos são ricos em fibras e pobres em gordura. Eles também contêm muitas vitaminas e minerais benéficos.

Alguns anos atrás, o Instituto Nacional do Câncer (National Cancer Institute - NCI) instituiu o programa “cinco a cada dia”. A ideia era exortar todos a comerem uma combinação de pelo menos cinco porções de frutas e verduras diariamente. O NCI acredita que se as pessoas fazem essa simples mudança em seus hábitos alimentares, o número de novos casos de câncer vai ser drasticamente reduzido.

As provas dos benefícios de comer muita fruta e legumes são incontestáveis. “Os cientistas divergem sobre muitos assuntos, mas todos concordam que aumentar a ingestão de frutas e verduras pode ajudar a prevenir doenças cardíacas, câncer e outras doenças crônicas” (Relatório do Bem-Estar da Universidade da Califórnia em Berkeley, Fevereiro de 1995).

Uma alimentação saudável não tem de ser sem gosto. Observe a seguinte descrição de uma dieta equilibrada e saudável: “Legumes, frutas, grãos e verduras são os alimentos preferenciais, pois eles normalmente são pobres em gordura e ricos em carboidratos complexos, fibras dietéticas, vitaminas e minerais. Mas carnes, aves, peixes e laticínios também contêm muitos desses nutrientes. No entanto, Alguns desses alimentos são ricos em gordura, e assim devem ser consumidos com moderação. Mas não há razão para abandoná-las completamente” (Sheldon Margen, A Enciclopédia do Bem-Estar, da Alimentação e da Nutrição, 1992, pág. 9).

As práticas alimentares refletidas na Bíblia têm muito em comum com esta recomendação. “O alimento comum do hebreu médio em tempos bíblicos era pão, azeitonas, óleo de manteiga e queijo dos seus rebanhos; frutas e verduras de suas hortas e jardins, e carne em raras ocasiões” (Fred Wight, Hábitos e Costumes das Terras Bíblicas, 1987, pág. 43).

O Almanaque da Bíblia faz uma observação semelhante. “Os produtos vegetais formam uma parte importante da dieta . . . Quando se preparava carnes, muitas vezes era com o propósito de servir a estrangeiros ou convidados de honra. Os grãos eram uma parte importante da dieta . . . Frutas e peixes era a parte preferida da dieta” (Packer, Tenney e White, editores, 1980, pág. 465).

A dieta dos tempos bíblicos era provavelmente um fator de longevidade. Em tempos de Davi, parece ter sido comum os adultos alcançarem os setenta anos de idade (Salmo 90:10). Muitos viveram muito mais tempo. A expectativa de vida da era moderna não chegou aos setenta anos até cerca do ano de 1955.

A Bíblia também entrega listas detalhadas de animais, aves e peixes que são adequados ou inadequados para o consumo humano (Levítico 11:1-30, Deuteronômio 14:3-20). Estudos têm ligado vários problemas de saúde ao consumo de alguns desses itens proibidos. A opção de comer ou não alguns desses animais da lista é claramente uma questão de bom senso. (Para saber mais, não se esqueça de pedir sua cópia gratuita do nosso livro O Que a Bíblia Ensina Sobre Carnes Limpas e Imundas?)

2. Atividades físicas para sua saúde

“Os exercícios físicos têm alguma utilidade” (1 Timóteo 4:8, BLH). O apóstolo Paulo escreveu estas palavras há quase dois mil anos. Sua observação é consistentemente apoiada por pesquisas médicas e pela experiência moderna. Os resultados de um estudo com dez mil homens e três mil mulheres foram publicados no Jornal da Associação Médica Norte-Americana (The Journal of the American Medical Association). Assim declarou: “Há evidências sólidas de que pessoas fisicamente ativas vivem mais . . . A educação física ajudou a superar todas as causas de mortalidade, incluindo diabetes, câncer e doenças do coração” (doutor Kenneth Cooper, É Melhor Acreditar, 1995, pág. 211).

O Departamento de Saúde dos Estados Unidos divulgou um relatório afirmando que “a atividade física regular reduz o risco de desenvolver ou morrer de doença cardíaca coronária, diabetes tipo 2, hipertensão e câncer de cólon; reduz os sintomas de ansiedade e depressão; contribui para a desenvolvimento e manutenção de ossos saudáveis, músculos e articulações e ajuda a controlar o peso” (Relatório Semanal Sobre a Morbidade e a Mortalidade [Morbidity and Mortality Weekly Report], 12 de Julho de 1996, pág. 591).

O exercício não precisa ser excessivamente sobrecarregado para ser benéfico. Mesmo a atividade física moderada, como trabalhar no quintal ou jardim, promove a saúde e o bom estado físico.

Até a era moderna a maioria das pessoas faziam exercícios como parte de sua rotina normal. E grande parte das ocupações envolviam considerável atividade física. Geralmente, as famílias cultivavam sua própria comida. Em comparação, quase todos os empregos de hoje não envolvem muito exercício físico, ademais compramos a maioria de nossos alimentos no supermercado.

Entre 1985 e 1990 os Estados Unidos sofreram um declínio de quinze por cento entre pessoas com vinte e tantos anos de idade que faziam exercícios. A queda entre os outros grupos etários foi cerca de metade disso (Carta do Bem-Estar, Julho de 1995). “Um em cada quatro norte-americanos admite ser completamente sedentário, e outros quarenta por cento raramente se exercita” (O Economista [The Economist], 20 de Dezembro de 1997).

Dado o ritmo frenético e a estrutura da vida moderna, é difícil realizar exercício suficiente sem um programa regular. Quanto mais cedo a pessoa iniciar um programa regular de exercícios, melhor, mas nunca é tarde demais. Um estudo recente confirma que “parte das perdas funcionais que se apresenta entre as idades de trinta e setenta é . . . atribuída à falta de exercício” (Carta do Bem-Estar, Maio de 1995). Uma das causas desse desgaste, à medida que envelhecemos, é a diminuição da eficiência do coração e dos pulmões. Começar desde cedo um programa de exercício moderado irá ajudar a retardar ou mesmo reverter esse desgaste.

Há muitas maneiras de se fazer exercícios saudáveis. Correr, pedalar, nadar e exercitar-se em academias ou em casa mesmo, usando os já conhecidos equipamentos para exercícios físicos. Embora haja certos custos em tudo isso, exercitar-se não precisa necessariamente ser dispendioso.

Econômico e conveniente

Provavelmente a maneira menos dispendiosa e mais conveniente que muitas pessoas se utilizam para fazer exercícios é a caminhada. A despesa primária é um bom calçado. O passeio ao ar livre ajuda a função cardiovascular, aumenta a flexibilidade e leva a uma vida mais longa. “Um longo estudo realizado por milhares de ex-alunos de Harvard, sugeriu que um regime de caminhada (uma média de nove quilômetros por semana) pode prolongar significativamente a vida” (A Enciclopédia de Bem-Estar, pág. 252).

Para os idosos e aqueles que sofrem de doenças parcialmente debilitantes, até mesmo andando devagar se beneficiam. Há também algumas indicações de que, porque a caminhada é um exercício de sustentação do peso, pode ajudar a prevenir osteoporose em mulheres pós-menopáusicas.

Um benefício adicional ao exercício―especialmente se combinado com uma melhor alimentação―é a perda de peso. Mas mesmo se você não perder peso significativamente, não deixe de se exercitar. Pois, é provável que você esteja substituindo a gordura por músculo, que é mais pesado que a gordura. E, em alguns casos, a tendência de uma pessoa ser mais pesada do que é considerado normal pode ser uma questão de genética. Estas pessoas ainda se beneficiam de um programa de exercícios físicos regulares.

“A pesquisa atual apoia o senso de que, mesmo se permanecer acima do peso, a atividade física pode ajudar a pessoa a viver mais tempo. Em um estudo feito no Instituto Cooper de Pesquisa Aeróbica, em Dallas, em mais de vinte e cinco mil homens obesos foi realizado um exame de saúde, que incluía um teste de esteira e uma avaliação de gordura corporal. Oito anos depois, eles foram novamente avaliados, e nos homens que praticavam muita ou alguma atividade física teve uma taxa de mortalidade 70% menor do que os homens sedentários . . . As taxas de mortalidade, concluiu-se, foram mais influenciadas pelos níveis de suas atividades físicas do que pelo peso deles” (Jonas e Konner, pág. 41).

3. Tempo para recarregar

Dormir o suficiente é essencial para uma boa saúde. A perda de sono contínua pode trazer muitos problemas. Experiências em laboratório com ratos e cães demonstraram que os animais morreriam se deixassem de dormir por muito tempo. Embora, em curto prazo, possamos suportar a perda de sono, sem efeitos colaterais graves, a privação do sono extensa ou prolongada traz dificuldades físicas, mentais e psicológicas.

A frequente perda de sono é um fenômeno relativamente recente. No final do século dezenove Thomas Edison inventou a lâmpada elétrica, o que nos permitiu praticamente transformar a noite em dia e aumentar o nosso potencial de horas produtivas. Porém, a sua invenção maravilhosa trouxe consequências positivas e negativas. Muitas pessoas veem o sono como um tempo perdido e improdutivo. “Segundo algumas estimativas, estamos dormindo menos de uma hora e meia por noite em comparação com o que dormíamos na virada do século” (Newsweek, 12 de Janeiro de 1998).

Um indicador de que muitos lutam com o sono é que em 1977 havia três clínicas de sono certificadas nos Estados Unidos e em 1997 o número havia aumentado para 337. A perda de sono pode ser desastrosa. O derramamento de óleo do navio Exxon Valdez, a explosão de Chernobyl, o acidente na usina nuclear de Three Mile Island e o desastre do ônibus espacial Challenger todos foram, em parte, culpa da sonolência das pessoas encarregadas. O Departamento de Transportes dos Estados Unidos estima que motoristas sonolentos tenham causado mais de cem mil acidentes por ano, resultando em pelo menos 1500 mortes. Um motorista sonolento vai cometer erros de julgamento e outro que dorme ao volante é uma ameaça para si mesmo e todos os outros ao seu redor.

A perda de sono crônica reduz a resistência do corpo à infecção. Estudos têm demonstrado que, em geral, quando pessoas saudáveis deixam de dormir seus corpos produzem menos células para combater a infecção. “Experimentos com voluntários têm constatado que dois ou três dias de privação de sono produz reduções significativas em vários aspectos da função imunológica” (Doutor Paul Martin, A Mente Cura, 1997, pág. 70).

A dificuldade em adormecer ou permanecer dormindo é chamada de insônia. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil 40% da população têm insônia. E uma pesquisa recente realizada pela Sociedade Brasileira do Sono com 43 mil habitantes de grandes capitais revela que 53% deles não dormem o quanto gostariam e 43% já acordam cansados, pois não conseguem atingir a fase do sono reparador.

Várias práticas simples estão disponíveis através das quais podemos aumentar a nossa capacidade de alcançar um sono reparador. O exercício físico regular é um deles. Muitas ocupações sedentárias produzem grande tensão mental. O exercício físico ajuda a gastar essa tensão reprimida, provocando a fadiga natural que prepara o corpo para o sono.

É melhor, no entanto, abster-se de exercício extenuante quando estiver prestes a ir se deitar. Limitar o consumo de estimulantes também ajuda a ter um sono melhor. Isto inclui a redução ou total abstenção de cafeína perto do fim do dia. O tabaco é um problema porque a nicotina é um estimulante que acelera o processo metabólico. Os fumantes pesados têm o sono mais leve e menos reparador (The Wellness Encyclopedia [A enciclopédia do bem-estar], pág. 422).

Se a pessoa trabalhar até tarde da noite e depois ir para a cama esperando conseguir dormir, ela pode se frustrar. O aconselhável é tentar deixar o trabalho ou a atividade mental intensa cerca de uma hora antes de ir dormir e fazer algo relaxante. Outros hábitos úteis incluem manter horários regulares para deitar-se e levantar-se. Um banho morno antes de dormir também pode ajudar a induzir o sono.

Os cientistas ainda estão quebrando a cabeça para descobrir por que o sono é necessário. Quando dormimos, nosso corpo libera um hormônio de crescimento que alguns pesquisadores acreditam que seja usado para renovar o desgaste do tecido.

Dormir ajuda a restaurar nossos corpos e mentes. Para se sentir bem e trabalhar de forma eficiente, devemos dormir o suficiente. Sem isso perdemos a nossa capacidade de nos concentrar e tomar decisões complexas. Não roube o sono de si mesmo, mas dê o descanso necessário para seu corpo e mente.

4. Tome cuidado para evitar lesões

A maioria dos riscos à saúde que encontramos tem um efeito gradual sobre nós. Os acidentes são uma exceção. É possível ser diligente e consciente ao cuidar de seu corpo, mas se você descuidar-se a sua saúde pode sofrer danos irreparáveis em uma fração de segundo em um único acidente trágico.

Dirigir ou andar de carro pode ser algo muito perigoso para a maioria das pessoas. Milhões de pessoas são feridas e dezenas de milhares morrem a cada ano. Segundo o DENATRAN, em 2005 mais de 50 mil pessoas morreram e 500 mil ficaram feridas em acidentes de trânsito no Brasil.

A maioria dos acidentes poderia ser evitada com cautela e hábitos corretos ao volante. “Se você é um típico motorista de baixo risco, você tem mil vezes menos chances de morrer em um acidente de trânsito do que um motorista de alto risco” (Carta do Bem-Estar, Abril de 1990).

O cinto de segurança e airbags salvam muitas pessoas de lesão grave e perda da vida. E poderia salvar muito mais se todos usassem cinto de segurança. No Brasil, “95 por cento dos usuários de carro afirmam usar cinto de segurança” (GFK- Empresa de pesquisa de mercado, dezembro de 2011). “Países como Austrália, Canadá e alguns países europeus têm taxas de utilização do cinto de mais de 90 por cento” (Portland Oregonian, 19 de Novembro, 1998).

Nos Estados Unidos “motoristas que são menos propensos a usar cintos de segurança são realmente os que mais precisam deles, pois eles tendem a ser do sexo masculino e ter menos de 35 anos . . . e causam mais acidentes e cometem mais infrações de trânsito” (Carta do Bem-Estar, Agosto de 1995).

Quando os adultos não usam cintos de segurança, também colocam as crianças em risco. Muitos adultos descuidados não sabem orientar adequadamente as crianças sob seus cuidados. As crianças, seguindo o exemplo de seus pais, também deixam de usar cintos de segurança. Como resultado, das 2087 crianças que morreram em acidentes de trânsito nos Estados Unidos em 1997, “seis em cada dez não estavam usando cinto de segurança ou assento infantil. O mesmo acontece para as mais de cem mil crianças que sofreram lesões e agora precisam de tratamento médico” (Portland Oregonian, 19 de Novembro, 1998).

Apesar de as lesões geralmente não serem tão graves, mais pessoas são feridas em casa do que em acidentes de trânsito nos Estados Unidos. “Acidentes domésticos ferem mais pessoas anualmente do que acidentes de trânsito e de trabalho juntos” (Parade, 15 de Fevereiro, 1998). Estima-se que 90 por cento desses acidentes poderiam ser evitados. As principais fontes de acidentes domésticos são as máquinas de cortar grama e quedas, principalmente de escadas.

Particularmente, as crianças são propensas a acidentes. As causas mais comuns de lesão infantil ao redor da casa são intoxicações, afogamentos, quedas, tiros acidentais, incêndios e queimaduras. Os pais devem entender que a principal causa de afogamento de crianças com menos de um ano de idade consiste no uso de baldes, banheiras e vasos sanitários.

Acidentes com brinquedos são comuns. Muitas crianças vão para nos ambulatórios de emergência a cada ano depois de ser feridas praticando esportes, o que as expõe a maiores oportunidades de acidentes. As crianças menores, que não desenvolveram um bom controle muscular, são suscetíveis a lesões ao andar de bicicleta, especialmente se não usam capacete. A maioria dos acidentes com ciclistas “envolve lesão na cabeça, e três de cada quatro ciclistas morrem em acidentes por esse tipo de ferimentos” (Enciclopédia de Bem-Estar, pág. 124).

As crianças pequenas precisam de supervisão rigorosa para evitar lesões, mas é impossível supervisioná-las a cada minuto. A melhor proteção em longo prazo que se pode dar às crianças é incutir nelas hábitos de segurança à medida que crescem.

Um programa completo de cuidados pessoais de saúde também deve incluir proteção contra danos acidentais. As pessoas sábias são receosas quanto aos perigos, enquanto as descuidadas ficam apuros. “O prudente percebe o perigo e busca refúgio; o inexperiente segue adiante e sofre as consequências” (Provérbios 22:3, NVI).

5. Substâncias perigosas

Está fora do âmbito da presente publicação tratar de drogas ilegais. Geralmente, as substâncias ilegais são assim declaradas por causa de seus óbvios efeitos destrutivos na sociedade. Qualquer pessoa que esteja usando uma substância ilegal deve parar imediatamente, entrando em um programa de tratamento, caso necessário.

Apesar de legal, e um dos produtos agrícolas mais rentáveis, o tabaco, provavelmente, causa mais danos para a saúde de seus usuários do que qualquer outra substância. “A proliferação global de cigarros leva a uma estimativa de três milhões de mortes por ano . . . Em 2020, o número estimado pela Organização Mundial de Saúde pode chegar a dez milhões por ano” (Carl Sagan, Bilhões e Bilhões, 1997, pág. 205).

O número de mortes prematuras por uso do tabaco é surpreendente em comparação com outras causas de morte do mesmo tipo. “Ao se tomar uma amostra aleatória de mil homens jovens que fumam; com base em dados atuariais é possível prever, com segurança, que um desses jovens será eventualmente assassinado, seis morrerão nas estradas e 250 morrerão prematuramente pelos efeitos do fumo” (Martin, pág. 59).

O tabaco é uma substância mortal. Sua fumaça “contém mais de quatro mil produtos químicos, incluindo resquícios de venenos conhecidos, como arsênico, cianureto e formaldeído. Há 43 produtos químicos reconhecidamente cancerígenos (que causam câncer), no fumo do tabaco” (Livro Saúde da Família da Clínica Mayo, 1996, pág. 317).

Os usuários de tabaco têm a susceptibilidade a numerosas doenças aumentada, inclusive uma variedade de cânceres, doenças cardiovasculares, disfunção sexual e doenças pulmonares, como enfisema. “A cada ano o tabagismo mata mais de quatrocentos mil norte-americanos, maior que o número dos que morreram em batalha na Segunda Guerra Mundial e na guerra do Vietnã” (ibidem, pág. 316). “Cerca de 25 milhões de brasileiros são fumantes. Segundo dados atuais, duzentas mil pessoas no país morrem por ano em decorrência do cigarro” (Instituto Nacional de Câncer Mayo).

Fumar não apenas reduz o tempo de vida como também seus efeitos prejudiciais, muitas vezes, privam os fumantes da oportunidade de viver ao máximo uma vida ativa. Isso é irônico, porque a propaganda de cigarro geralmente associa o tabagismo a excitantes atividades ao ar livre. Os fumantes são mostrados praticando esqui, fazendo caminhadas, nadando, jogando bola e outras atividades. A verdade é que o uso contínuo do tabaco causa danos ao coração e aos pulmões, eventualmente reduzindo atividades do fumante e causando envelhecimento precoce.

O corpo do fumante também fica com a aparência mais velha, especialmente no rosto. “Em comparação aos não fumantes, os fumantes são mais propensos a parecer, pelo menos, cinco anos mais velho que sua idade declarada” (Carta do Bem-Estar, Abril de 1994). O termo “cara de fumante” foi inventado há alguns anos para se referir a certas características físicas que acompanham a quem fuma. Entre elas estão o aumento de rugas, descoloração facial, dentes manchados e uma tendência à magreza. Tudo isso faz os fumantes parecerem mais velhos.

“O câncer de pulmão é uma doença que atinge mais os homens, porque grande parte dos fumantes é do sexo masculino, em comparação com as mulheres. O percentual de adultos norte-americanos do sexo masculino que fumam diminuiu da metade em 1965 para menos de um terço hoje” (Livro de Saúde da Família da Clínica Mayo, pág. 316). Embora esta seja uma boa notícia, ela acaba ofuscada pelo fato de que agora as mulheres fumam quase tanto quanto os homens. Como resultado mais mulheres norte-americanas morrem de câncer de pulmão do que de câncer de mama. “Os fumantes têm dez vezes mais probabilidades de morrer de câncer de pulmão do que os não fumantes” (ibidem., pág. 318). No Brasil, de “2006 a 2010, a proporção de fumantes acima dos 18 anos caiu de 16,2% para 15,1%. O índice representa uma redução expressiva em relação a 1989, quando uma pesquisa apontou 34,8% de adultos fumantes no Brasil” (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – Vigitel, 18 de Abril de 2011). “Na população masculina, o percentual caiu de 20,2% para 17,9%, entre 2006 e 2010. Na feminina, o índice apresenta-se estável no período, em 12,7%” (ibidem).

Uma tendência semelhante está ocorrendo na Grã-Bretanha. “O câncer de pulmão cai drasticamente entre os homens por mais de duas décadas seguintes, mas tem dobrado entre as mulheres. Isso pode ser porque as mulheres começaram a fumar em grande escala cerca de vinte a trinta anos depois dos homens, que estão desistindo de fumar mais rapidamente” (Correio Diário [Daily Mail], 25 de junho de 1997).

Fumar aumenta enormemente o fator de risco para inúmeros cânceres, incluindo rins e bexiga. O professor Richard Peto da Universidade de Oxford, na Inglaterra, que passou sua vida investigando as causas do câncer, diz: “Os fumantes inalam substâncias cancerígenas, que se espalham através de seu corpo. O corpo todo é banhado por solventes cancerígenos, e acabam tendo a urina cancerígena. Isso afeta o rim e a bexiga” (Revista do Sunday Times, 1 de junho de 1997). O tabagismo entre os jovens é uma questão de grande preocupação na Grã-Bretanha. “Uma incrível percentagem de 43% dos rapazes e 42% das mulheres jovens estão fumando aos vinte anos de idade” (O jornal diário The Mirror, 15 de dezembro de 1998).

Reduzir ou eliminar o uso do tabaco é a única forma comprovada de reduzir os riscos do tabagismo na saúde. Se você é um fumante, você deve parar. Aqueles que não fumam nunca devem começar. Fumar é uma aposta perdida, e você não é o único que vai sofrer por esse hábito. O tabagismo passivo coloca os outros em risco e aumenta a chance de doenças respiratórias em crianças que estão expostas.

Alguns pensam que é melhor mudar para charutos, cachimbos, rapé, fumo de corda ou fumo para mascar. Embora estes produtos possam ter quantidades reduzidas de toxinas e carcinógenos ao entrar no corpo através do uso do tabaco, isso não elimina os riscos à saúde. Em qualquer forma e quantidade o uso do tabaco é, sem dúvida, prejudicial a nossos corpos.

“Uma boa notícia relacionada ao uso do tabaco é que quando a pessoa abandona esse hábito o corpo vai começar a se recuperar. Por exemplo, até mesmo fumantes de longa data podem reduzir o risco de derrame ao mesmo nível dos não fumantes dentro de cinco anos” (Carta do Bem-Estar, setembro de 1988). Ao final de cinco anos o risco de ataque cardíaco será quase o mesmo que a dos não fumantes ao longo da vida. “Durante vários anos o risco de inúmeros tipos de câncer diminui significativamente à medida que seu corpo lentamente repara o dano causado pelo fumo” (Livro de Saúde da Família da Clínica Mayo, pág. 324).

Do ponto de vista bíblico, o tabagismo é errado porque Deus nos diz que devemos não infligir dano aos corpos que Ele nos deu. Assim nos diz: “Glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo” (1 Coríntios 6:20, NVI). E prejudicar nossos corpos, submetendo-os aos efeitos nocivos do tabaco viola esta ordem.

Deus também nos diz, no primeiro dos Dez Mandamentos, que não devemos ter outros deuses diante dEle (Êxodo 20:3). Não devemos deixar nada prejudicar essa relação entre nós e Ele. Quando nos permitimos ficar dependentes do tabaco (ou qualquer outra substância), nos tornamos escravos (Romanos 6:16) a um hábito prejudicial, perdulário e destrutivo que nos impede de servi-Lo de todo coração (Mateus 4:10).

O uso e abuso do álcool

Ao contrário do fumo, o álcool não é um perigo para a saúde se consumido com moderação. Estudos têm demonstrado que o consumo moderado de álcool pode ser benéfico, para as artérias do coração, em particular. No entanto, beber excessivamente danifica os músculos das paredes do coração. Alguns pesquisadores, talvez por causa da tendência de muitos beberem demais, questionam se o benefício do seu uso moderado compensa os riscos.

Algumas pessoas não deveriam beber nada. A maioria dos programas de tratamento alcoólico recomenda que aqueles que se tornaram viciados devem praticar a abstinência total. O Departamento de Saúde dos Estados Unidos também tem aconselhado a abstenção para todas as mulheres grávidas ou que estão considerando a gravidez.

Numa pesquisa do Instituto Gallup, nos Estados Unidos, em 1998, um percentual de 77% dos entrevistados responderam que bebiam álcool moderadamente. Infelizmente, muitos acabavam abusando do álcool. “O álcool é a terceira maior causa de mortes nos Estados Unidos, ficando atrás das doenças cardíacas e do câncer. Se o número de mortes e diagnósticos de óbitos relacionados ao uso de álcool fosse incluído nas estatísticas, o alcoolismo seria reconhecido como a causa número um de mortes em nossa nação” (pág. 326).

Na Grã-Bretanha há um problema crescente com o abuso de álcool. “Em comparação com 1950 . . . o consumo médio anual de álcool mais que dobrou e por isso o alcoolismo tem de ser debatido. Beber em excesso agora é a norma, não a exceção” (O Expresso, 13 de Julho 1998). “Estima-se que uma em cada vinte pessoas é alcoólatra” (ibidem, 21 de Março de 1997).

O abuso do álcool pode danificar o cérebro, o sistema nervoso, o fígado, o pâncreas e o sistema cardiovascular. O consumo excessivo de álcool também está associado ao câncer. “Depois da doença cardiovascular, o câncer é a segunda causa principal de morte entre os alcoólatras” (Livro de Saúde da Família da Clínica Mayo, pág. 329).

A Bíblia não proíbe o uso de bebidas alcoólicas. Ela mostra o vinho como uma fonte de prazer (Salmo 104:15; Eclesiastes 9:7) e registra os seus benefícios quando utilizados de forma adequada (1 Timóteo 5:23). O vinho era comumente servido em casamentos na cultura bíblica, e quando Jesus estava presente em um casamento Ele milagrosamente repôs o estoque de vinho que havia acabado (João 2:1-10).

No entanto, a Bíblia nos dá fortes advertências sobre o abuso de álcool (Provérbios 20:1; 23:1, Efésios 5:18). Nenhum bêbado será permitido no Reino de Deus (1 Coríntios 6:10). O abuso de álcool é uma ameaça à sua saúde física e espiritual.

6. O poder de uma perspectiva positiva

A ideia de que pensamentos e emoções positivas ajudam a melhorar a saúde física e as negativas tendem a prejudicá-la era um princípio da sabedoria popular aceito por muito tempo. No entanto, o conceito caiu em desuso após a pesquisa científica, no século dezenove, ter estabelecido uma ligação clara entre agentes microbianos e doenças infecciosas. A ideia de que o nosso estado de espírito pode afetar a saúde corporal foi mais ou menos descartada. Nas últimas décadas, no entanto, alguns pesquisadores da comunidade médica têm revisto e trazido de volta esse tema de sabedoria antiga.

Os pesquisadores médicos na década de cinquenta perceberam que muitos pacientes cardíacos compartilhavam traços de personalidade. Em particular, eles tinham a tendência de serem competitivos, irritadiços e sempre apressados. Os pesquisadores, a partir dessas observações, cunharam o termo “personalidade tipo A”.

Então, observou-se que aqueles que possuem este tipo de personalidade eram propensos à doença coronariana. Mais tarde, as pesquisas resultaram em um refinamento da teoria tipo A. “Os estudos atuais . . . sugerem que certos componentes tóxicos da personalidade tipo A, como hostilidade e cinismo, são os verdadeiros fatores de risco para doenças do coração, em vez do tipo mais geral do comportamento tendente à competitividade e a pressa” (Newsweek, 17 de Fevereiro de 1997).

Estudos realizados nos últimos anos produziram evidências de que as emoções negativas, em geral, muitas vezes afetam não apenas o coração, mas também muitos outros aspectos da saúde física. O estresse e as emoções negativas, como ansiedade e depressão, podem influenciar a nossa saúde, aumentando a nossa susceptibilidade às pequenas doenças, como resfriados, e às maiores, como o câncer.

Observe o que diz o periódico Observador de Harvard da Saúde do Homem (Harvard Men’s Health Watch): “Mais de uma dúzia de pesquisas têm buscado saber se o estresse aumenta a suscetibilidade ao resfriado comum e todas concluíram que sim” (Janeiro de 1999).

Evidências sólidas apontam para os fatores emocionais que influenciam a vulnerabilidade ao câncer, bem como a capacidade de recuperar-se. Os pesquisadores identificaram o que acreditam ser uma personalidade propensa ao câncer, a do tipo C. “Há . . . um razoável consenso de que certas características são os principais componentes do tipo C” (Martin, pág. 223).

Os componentes identificados incluem a atitude de guardar as emoções —especialmente raiva, a incapacidade de perdoar e uma perspectiva de falta de esperança na vida. Deus criou nossos corpos com um maravilhoso sistema imunológico que luta constantemente contra a invasão de agentes bacterianos e virais, bem como contra células cancerígenas produzidas em nossos corpos. O estresse e as emoções negativas parecem inibir a capacidade do sistema imunológico do organismo de responder a essas ameaças, tornando-o mais vulnerável às doenças.

As emoções positivas ajudam a saúde

Se as emoções negativas impedem a imunidade do organismo, podemos esperar que as emoções positivas lhe dessem mais capacidade? Sim, podemos! Cerca de três mil anos atrás, Deus inspirou que esta observação fosse registrada para nós: “O coração alegre serve de bom remédio, mas o espírito abatido virá a secar os ossos” (Provérbios 17:22).

A verdade destas palavras é confirmada por muitos estudos científicos. As emoções positivas auxiliam na prevenção de doenças e, caso se adoeça, elas podem ajudar a acelerar a recuperação. “Os cientistas têm investigado essa noção e encontraram evidências convincentes para sugerir que o ambiente social e a atitude mental podem alterar as nossas chances de sobreviver ao câncer” (Martin, pág. 230).

Alguns pesquisadores em um estudo da Universidade de Londres avaliaram a resposta psicológica das mulheres ao câncer de mama. Um estudo avaliativo, depois de cinco anos, confirmou que aquelas que apresentaram uma resposta inicial de combate eram mais propensas a sobreviver. Outro estudo das mesmas mulheres realizado quinze anos mais tarde, revelou que “aquelas que tinham inicialmente demonstrado um espírito de luta ou negação continuaram a manter-se melhor: 45 por cento delas ainda estavam vivas e livres do câncer, contra 17 por cento das mulheres que reagiram inicialmente com uma aceitação impassível e impotente ou com uma preocupação ansiosa” (ibidem).

O efeito do estresse mental sobre a saúde parece ser ilustrado no desenvolvimento da ex-União Soviética nos últimos anos. “Entre 1990 e 1994 . . . a expectativa de vida para homens e mulheres russas diminuiu drasticamente de 63,8 e 74,4 anos para 57,7 e 71,2 anos, respectivamente”. As autoridades citam muitos fatores, incluindo a “instabilidade social e econômica, as altas taxas de tabagismo e consumo alcoólico, a má alimentação [e] a depressão” (Jornal da Associação Médica Norte-Americana (The Journal of the American Medical Association), 11 de Março de 1998).

Muitas vezes uma resposta de combate a doenças é referida como a vontade de viver. Esta vontade pode ser reforçada por uma série de fatores. Uma das chaves é crer e estar comprometido com uma causa na vida. “Uma série de estudos científicos recentes, estabeleceu que o fato de ter profundas convicções e valores pessoais pode fazer maravilhas em quase todos os aspectos de sua saúde física e bem-estar emocional” (Cooper, págs.3-4). A fé no Deus Criador e o conhecimento de Seu objetivo dá uma forte razão para viver e um impulso em nossa saúde física e mental.

A capacidade de lidar com o estresse e manter uma perspectiva mental saudável são elementos essenciais de uma boa saúde. Como Provérbios 18:14 nos diz: “O espírito do homem aliviará a sua enfermidade, mas ao espírito abatido, quem o levantará?”

7. Gente que precisa de gente

Há muitos milhares de anos, Deus inspirou que se registrasse uma escritura que diz: “Não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2:18). A experiência mostra que isso é verdade. Somos seres sociais e precisamos ter conexão com os outros. A maioria concorda que precisamos de pessoas nos apoiando emocionalmente e psicologicamente, mas pesquisas recentes mostram que ter um bom relacionamento com os outros também é importante para o nosso bem-estar físico. “Mais de vinte anos de valorosas pesquisas científicas têm acumulado evidências esmagadoras de que ter relacionamentos fortes e de apoio é bom para sua saúde física e mental” (Martin, pág. 151).

O isolamento social, por outro lado, pode ser um fator de risco significativo para problemas de saúde. “O seu impacto sobre a saúde e a mortalidade é comparável ao da pressão arterial alta, a obesidade e falta de exercício. A pesquisa sugere que fatores sociais podem ter impactos na saúde tanto quanto o tabagismo . . . Um estudo de seis anos com 17.433 homens e mulheres suecos descobriram que aqueles que tiveram o menor número de interações sociais e menos relações sociais tiveram uma taxa de mortalidade cinquenta por cento maiores do que aqueles com intensa vida social” (ibidem, págs.158-159).

É triste saber que a tendência da sociedade, muitas vezes, é afastar e não ajuntar as pessoas. Pouca atenção é dada à importância das relações—ou ao que a Bíblia chama de amor—na busca da boa saúde. Muitos pais que têm cuidado com carinho de uma criança doente acreditam numa conexão entre a saúde e o amor.

Há muitas maneiras em que podemos aplicar o princípio da saúde. Um deles é melhorar as nossas relações pessoais para aprender a amar mais plenamente no casamento, na educação dos filhos e nas amizades. Outra maneira é conviver mais com seus vizinhos. Ser um voluntário e servir aos outros é comprovadamente uma forma de trazer benefícios a si mesmo, bem como àqueles a quem você está ajudando.

Servir a Deus através do engajamento na igreja pode proporcionar benefícios à saúde. Um estudo do Departamento de Medicina da Universidade do Texas examinou a relação entre a mortalidade e o envolvimento em atividades sociais ou religiosas entre os pacientes que haviam realizado cirurgia de coração. “Aqueles que não participavam em nenhum grupo regularmente nem buscaram força e conforto em sua religião tinham sete vezes mais probabilidades de morrer seis meses após a cirurgia” (Dr Dean Ornish, Amor & Sobrevivência, 1997, pág. 51). O alimento dos relacionamentos, tanto com Deus quanto com nossos semelhantes, é um princípio de saúde comprovado.

Assumir a responsabilidade pessoal de sua saúde

As pessoas saudáveis usufruem de uma das maiores bênçãos da vida. Aqueles que gozavam de boa saúde e a perderam sabem, por experiência própria e dolorosa, que tinham perdido um dos maiores tesouros da vida. No entanto, aqueles que experimentaram um declínio na saúde, muitas vezes, podem recuperar uma porção significativa de seu bem-estar através da aplicação dos princípios enunciados no presente capítulo. E aquelas pessoas que ainda têm boa saúde podem fazer muito para preservá-la e viver corretamente.

Para elevar ao máximo o nosso potencial para viver muito e bem é preciso se habituar a viver segundo os princípios de saúde comprovados. Esta é a vontade de Deus: “Amado, oro para que você tenha boa saúde e tudo lhe corra bem, assim como vai bem a sua alma” (3 João 2, NVI).