Como o Natal Ganhou Importância

Você está aqui

Como o Natal Ganhou Importância

Através dos séculos, pela ótica do criticismo ao comercialismo do Natal, é interessante notar que o feriado secular, sem aspecto religioso, é que tem sido mais responsável pela sua popularidade. Nos Estados Unidos “os varejistas contabilizam que as vendas natalinas perfaçam até 50 por cento dos seus lucros anuais. A temporada de compras injetam 37 bilhões de dólares na economia da nação—fazendo com que o Natal norte-americano seja maior do que o PIB [Produto Interno Bruto] da Irlanda” (Jeffery Sheler, “Em Busca dos Natais”, U.S. News and World Report, 23 de dezembro de 1996, pág. 64).

O fascínio pelo lucro provou ser tão forte que, desde o ano 1870, os comerciantes têm promovido entusiasticamente o Natal. No início, eles ainda decoravam suas lojas com mais enfeites religiosos do que muitas igrejas conseguiam fazer, tais como órgãos de tubo, coros e estátuas. Convencido do impacto econômico do Natal, o presidente Franklin Roosevelt mudou o Dias de Ação de Graças de 30 para 23 novembro para acrescentar mais uma semana de compras antes do Natal (pág. 62).

“O que muitos historiadores consideram mais fascinante sobre a reinvenção do Natal é que o seu comercialismo, agora tão frequentemente denunciado, foi o que gerou essa transformação em primeiro lugar. As ‘formas de comércio’ associadas ao Natal e outros feriados, diz Schmidt de Princeton [Lee Eric Schmidt, Rituais de Consumo, 1995], se tornaram parte integral da própria sobrevivência do dia de Natal. A cultura do consumismo ‘molda nossos feriados’, diz Schmidt, acomodando diversas tradições locais e criando outras relativamente comuns. Para transformar o Natal numa festa puramente religiosa isso animaria aqueles que querem ‘trazer de volta o Natal’, diz ele. Mas tal observância ‘não teria a repercussão e o impacto cultural de um feriado profundamente enraizado no comercialismo’. Se o Natal se tornar nisso, [sem o comercialismo] acrescenta Restad [Restad Penne, O Natal nos Estados Unidos, 1995], ‘provavelmente não iriamos observá-lo na sociedade” (pág. 64).