Jesus Cristo e os Escritores Bíblicos Comparam a Morte ao Sono
Por exemplo, Eclesiastes 9 declara: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma . . . porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma” (versículos 5, 10).
Daniel 12:2 descreve que os mortos que “dormem no pó da terra” mais tarde “ressuscitarão” para a vida.
Jó menciona o estado da morte em mais de uma ocasião. “Por que não morri eu desde a madre e, em saindo do ventre, não expirei? . . . Porque já agora jazeria e repousaria; dormiria, e, então, haveria repouso para mim . . . Ali, os maus cessam de perturbar; e, ali, repousam os cansados” (Jó 3:11, 13, 17).
Muitos séculos depois, o registo bíblico sobre a morte de Lázaro, um amigo de Jesus, ilustra a morte como sendo um estado de sono. “Estava, então, enfermo certo Lázaro, de Betânia” (João 11:1). Jesus decidiu ir até onde ele se encontrava, mas, para que pudesse realizar um grande milagre para fortalecer a fé dos Seus discípulos, Ele esperou até Lázaro morrer.
Antes de ir a Betânia, Jesus comentou com os Seus discípulos sobre a condição de Lázaro. Ele disse que Lázaro estava dormindo e que iria acordá-lo (João 11:11-14). Os discípulos responderam que ‘dormir’ seria bom porque o ajudaria a melhorar (versículo 12). Então Jesus foi mais explícito: “Lázaro está morto” (versículo 14). Veja que Jesus disse enfaticamente que Lázaro estava morto, mas, ao mesmo tempo descreveu a ‘morte’ como estado de sono.
Porém, quando chegou o tempo de Jesus intervir, Ele “clamou com grande voz: Lázaro, vem para fora. E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto, envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o e deixai-o ir” (João 11:43-44).
Lázaro não tinha ido para o céu nem para o inferno. Ele havia sido sepultado, onde “dormia” na morte até que Jesus o chamou para fora da sepultura através de uma milagrosa ressurreição.
Como Lázaro, todos nós entramos figurativamente em um estado de sono quando morremos. Os mortos estão inconscientes. A crença comum é que, na morte, o corpo vai para a sepultura enquanto que a alma continua viva e consciente, indo para o céu ou para o inferno. Contudo, vimos que esta crença não é bíblica.
Em outra referência ao estado da morte, Paulo menciona os fiéis mortos, que serão ressuscitados para se encontrarem com Cristo no ar, como aqueles que estão “dormindo”.
“Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Tessalonicenses 4:15-17).
Assim, aqueles que estão em suas sepulturas serão ressuscitados, despertando para irem ao encontro do Messias, quando Ele retornar, juntamente com aqueles cristãos que ainda estejam vivos. Todos eles serão elevados no ar para encontrar a Cristo na primeira ressurreição. Depois voltarão para a terra, para reinar com Ele no Reino de Deus.
O entendimento de que os mortos estão figurativamente dormindo e aguardando a ressurreição “era a opinião prevalecente até o século quinto” (O Declínio do Inferno [The Decline of Hell], p. 35). A mudança do ensinamento bíblico ocorreu muitos séculos depois de Cristo. O ensinamento claro da Bíblia é que os mortos estão inconscientes, esperando na sepultura. Eles estão dormindo, como explicaram Jesus e Paulo. E não despertarão até à ressurreição.
Até mesmo Martinho Lutero, líder da Reforma Protestante, escreveu acerca disso:
“É provável que, em minha opinião, com muito poucas exceções, na verdade, os mortos dormem na insensibilidade total até o dia do julgamento . . . Com que autoridade se pode dizer que as almas dos mortos não estão dormindo . . . não é desse jeito que a vida passa em profundo sono no intervalo entre seu repouso noturno e seu despertar ao amanhecer?” (Carta a Nicholas Amsdorf, 13 de janeiro de 1522, citado em Jules Michelet, A Vida de Lutero, traduzida por William Hazlitt, 1862, p. 133). No entanto, a Reforma não abraçou a verdade de que os mortos dormem em total inconsciência.
Eventualmente todos despertarão: uns para a vida eterna na primeira ressurreição e outros para uma vida física, numa outra ressurreição mil anos mais tarde. Como Jesus disse, a hora vem “em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz” (João 5:28-29). Esta é a reconfortante e encorajadora verdade revelada nas Escrituras.