Podemos explicar todo esse sofrimento?

Você está aqui

Podemos explicar todo esse sofrimento?

Download (Baixar)
MP3 Audio (6.77 MB)

Download (Baixar)

Podemos explicar todo esse sofrimento?

MP3 Audio (6.77 MB)
×

Temos de compreender que tragédias individuais podem vir de coisas que não temos controle e que são impossíveis de prevermos. Em tais situações as Escrituras nos encorajam a orar, pedindo a Deus para resolver ou aliviar o problema ou nos ajudar a lidar com a dificuldade e aprendermos com ela.

Em Sua sabedoria, nosso Criador nem sempre nos dá as respostas que desejamos. Raramente Ele revela a razão específica da decisão que toma. Contudo, Ele sempre tem uma boa razão.

Por exemplo, Deus livrou o apóstolo Paulo de muitas dificuldades, mas em pelo menos uma delas, Ele decidiu não intervir, apesar das súplicas de Paulo (2 Coríntios 12:7-10). Nessa ocasião, a resposta a Paulo foi: “A minha graça te basta, porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.

Neste caso, fortalecer um aspecto da perspectiva ou caráter de Paulo era, em última análise, mais importante que o seu conforto pessoal.

Esse exemplo deve nos ajudar a compreender que a perspectiva de Deus é diferente da nossa (ver Isaías 55:8-9; 2 Pedro 3:8). Às vezes, Ele põe as lições de caráter, que devemos aprender em circunstâncias difíceis, acima de nosso conforto físico e mental. Em tais ocasiões, nós podemos pensar que Deus não ouve as nossas súplicas, mas Ele ouve. A verdade é que, muitas vezes, nós não queremos aceitar que Sua resposta seja um “não” ou “ainda não” —ou, como no caso do apóstolo Paulo, “Eu tenho em mente algo melhor para ti”.

Devemos nos lembrar da promessa de que Deus nunca vai nos testar além de nossa capacidade de resistir (1 Coríntios 10:13). Paulo deu um exemplo maravilhoso. Simplesmente, ele confiou na sabedoria de Deus e decidiu continuar fazendo o trabalho que Deus tinha lhe chamado para fazer.

Se estivermos sobrecarregados com sofrimentos que Deus não deseja aliviar logo—sobretudo se for causado por circunstâncias que não podemos controlar—então, devemos seguir este conselho bíblico de Pedro: “Portanto, se vocês estiverem sofrendo segundo a vontade divina, continuem a fazer o que é direito e entreguem-se aos cuidados do Deus que criou vocês, pois Ele nunca faltará” (1 Pedro 4:19, Bíblia Viva).

Observe que tipo de sofrimento em particular Pedro tinha em mente: “Alegrem-se se vocês forem amaldiçoados e insultados por serem cristãos, pois quando isso acontecer o Espírito de Deus virá sobre vocês com grande glória. Não quero ouvir falar de vocês sofrerem por cometer assassinato, ou roubar, ou fazer desordem, ou por serem abelhudos e se intrometerem nos negócios dos outros. Mas não é vergonha nenhuma sofrer por ser cristão. Deem graças a Deus pelo privilégio de estarem na família de Cristo e serem chamados pelo Seu nome maravilhoso!” (1 Pedro 4:14-16, Bíblia Viva).

Se o sofrimento de cada pessoa pudesse ser ligado diretamente à sua transgressão de uma lei específica, então seria mais fácil entender e aceita-lo apenas como consequência. Mas raramente é tão simples assim.

Deus nos deu liberdade de escolha e também alvedrio para aceitar ou rejeitar a Sua orientação, escolhendo a rebelião ou a submissão e a tomar decisões insensatas ou sábias. Ao fazer isso, Ele deu a cada um de nós um futuro indefinido.

Somos livres para dirigir de forma irresponsável ou depois de beber muito, livres para lançar toxinas em nosso meio ambiente, livres para comer alimentos nocivos. Cada um de nós tem essa liberdade, assim como nossos vizinhos e todos ao nosso redor. Todas as nossas ações—e as dos outros—têm consequências. Às vezes, sofremos por causa de nossas próprias decisões—e outras vezes por causa das decisões dos outros. E também vice-versa. A liberdade de escolha é um dom maravilhoso, mas raramente temos feito bom uso dela, como está evidente em nosso mundo triste e cheio de sofrimento.

Isso nos ajuda a compreender porque inocentes, como criancinhas, às vezes, sofrem por causa das decisões errôneas dos outros. Esse momento é quando mais precisamos da ajuda reconfortante de um Deus amoroso e do apoio da família e dos amigos.

Nenhum de nós está imune às consequências das ações—nossas ou de terceiros. Tanto uma pessoa que desenvolve uma doença que não condiz com seu modo de vida quanto uma criança que nasce com um defeito congênito sofrem, embora não necessariamente por qualquer coisa que fizeram.

Quem é ferido ou morto em acidentes ou desastres naturais, muitas vezes, também é vítima inocente. Nem todo o sofrimento é resultado da desobediência pessoal ou de um comportamento irresponsável. Nos Dez Mandamentos, Deus nos lembra de que as consequências dos maus atos podem afetar a nossa descendência por várias gerações (Êxodo 20:5).

Muitas vezes, a causa específica de certo sofrimento não pode ser explicada—pelo menos nesta vida. Às vezes, o melhor que podemos fazer é aceitar a explicação da Bíblia, que chama isso de “tempo e sorte” (Eclesiastes 9:11). Todavia, Deus não causa acidentes nem governa meticulosamente a vida de cada ser humano para prevenir tudo. Paulo diz que nesta vida nos vemos através de “um espelho embaçado” (1 Coríntios 13:12, BLH). Nós nunca vamos compreender inteiramente algumas coisas durante esta vida, mas compreenderemos no mundo de amanhã.

Devemos entender que até mesmo o sofrimento resultante de tempo e de sorte não acontece sem causa. Se ele não puder ser associado a um comportamento específico, muitas vezes, é consequência de uma ou mais formas de conduta da raça humana desde a criação.

Ao pecar, Adão escolheu afastar-se de Deus. O resto da humanidade seguiu o mesmo caminho: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Romanos 5:12).

Uma das consequências da decisão da humanidade de viver contrariando a instrução de Deus é um mundo sujeito às extravagâncias e aos caprichos do “tempo e da sorte” e das ações dos outros. Este padrão continuará assim até Cristo regressar para estabelecer o Reino de Deus na Terra. Então, o mundo inteiro vai se encher do conhecimento de Deus e de Suas leis justas (Isaías 11:9). Finalmente, toda a humanidade vai prosperar em um mundo justo e leal.