Promessas e Alianças
Um Legado Profético
Aqui está uma das primeiras profecias de grande abragência—a promessa de que Deus corrigiria o problema do engano e do pecado provocado por Satanás. Ele prometeu que de Eva, a primeira pessoa a ser enganada, viria a “Semente”—um descendente—que iria “ferir” (esmagar) a posição dominante de Satanás (sua “cabeça”) sobre a humanidade pela qual ele engana o mundo.
Deus revelou que a “semente” de Satanás—as pessoas sob sua influência —seria hostil para com a “Semente” que Deus havia prometido através da mulher. Satanás conseguiria incapacitar temporariamente (como uma grave contusão no calcanhar) a Semente prometida por Deus.
Milhares de anos depois, a vida e a obra dessa Semente prometida realmente seriam interrompidas, como Deus predisse, por três dias e três noites pela crucificação de Jesus Cristo (Mateus 12:40).
Nessa fundamental promessa—que Deus enviaria uma Semente, o Filho do Homem, como Redentor da humanidade para derrotar Satanás—se mantém uma série de outras promessas que Deus deu a Seus servos através das eras. Conjuntamente essas promessas—e cada uma delas amplia e expande a promessa original—formam a base da profecia bíblica.
Mais tarde, Deus prometeu a Abraão que nele “serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12:3). Essa bênção viria através da semente de Abraão (Gênesis 22:18). Séculos depois de Abraão, o apóstolo Paulo escreveu: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua posteridade. Não diz: E às posteridades, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua posteridade, que é Cristo” (Gálatas 3:16). Através de Jesus de Nazaré, o Messias, todas as nações da terra serão abençoadas.
O legado de duas famílias
Adão, o pai, biológico e natural, da raça humana, respondeu à influência enganadora de Satanás, através de Eva, optando por confiar em seu julgamento pessoal ao invés de seguir a instrução de Deus. Diferente de Adão, “creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça” (Tiago 2:23, Gênesis 15:6). Portanto, Deus escolheu Abraão como o pai humano de outra família, uma família de crentes guiados espiritualmente, que aceita e obedece a instrução de Deus.
Essa família seria composta primeiro de descendentes naturais de Abraão através de seu filho Isaque (Gênesis 21:12). Depois, teria uma função mais importante através de um outro descendente, Jesus, o Messias prometido (Gálatas 3:29, Romanos 8:16-18). Por meio Dele, Abraão é o “pai de todos os que creem” (Romanos 4:11).
Finalmente, Deus prometeu, através da segunda vinda do Messias, dar aos membros desta família espiritual a vida eterna em Seu Reino.
Promessas duplas
Junto com a promessa de que uma Semente de Abraão se tornaria o Messias veio uma promessa de grandeza para os descendentes de Abraão. Esta promessa é para a semente natural de Abraão. Em outras palavras, são duplas as promessas de Deus a Abraão. Elas contêm implicações tanto físicas (para os descendentes de Abraão) quanto espirituais (para os seguidores de Cristo). Ambas são essenciais para o sucesso do plano mestre de Deus para a raça humana.
Deus disse a Abraão: “E te darei a ti e à tua semente depois de ti a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão” (Gênesis 17:8; compare com 12:7; 24:7) .
Este foi apenas o começo. Muitas nações surgiriam a partir dos descendentes de Abraão. Por essa razão Deus mudou seu nome de Abrão para Abraão: “E não se chamará mais o teu nome Abrão [‘pai exaltado’], mas Abraão será o teu nome [‘pai de uma multidão’], porque por pai da multidão de nações te tenho posto. E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti” (Gênesis 17:5-6).
Deus multiplicou a família de Abraão. No entanto, Ele esperou até que Abraão e sua esposa Sara ficassem idosos a ponto de não poder ter filhos. Então, milagrosamente, Isaque nasceu. Eventualmente, todos aqueles considerados descendentes de Abraão são milagrosamente “nascidos” (João 3:3) no Reino de Deus. Isaque era um tipo, um precursor, das coisas que virão (Romanos 9:6-9).
Isaque teve dois filhos, Esaú e Jacó. Deus escolheu Jacó, o mais novo, para receber as promessas físicas que Ele deu a Abraão. Deus, igualmente, escolhe aqueles a quem Ele quer oferecer a oportunidade de estar entre os descendentes espirituais de Abraão que receberão completamente as eternas promessas espirituais (Romanos 9:10-11). Deus impõe condições, é claro. Todos devem primeiro entender a Sua verdade revelada, e então devem arrepender-se de seus pecados (1 Timóteo 2:3-4, 2 Pedro 3:9).
Deus mudou o nome de Jacó para Israel (Gênesis 32:28). E de seus doze filhos surgiram as doze tribos de Israel, que Deus livrou do cativeiro egípcio, por meio de Moisés. Deus deu aos israelitas a terra de Canaã, como havia prometido a Abraão. Mais tarde, nos dias de Saul e Davi, estabeleceu os israelitas como um reino.
Mas, Deus não limitou Sua promessa de grandeza para os descendentes de Abraão somente ao território que Ele tinha entregado ao antigo reino de Israel na terra de Canaã. Deus prometeu que Abraão seria “certamente uma grande e poderosa nação” (Gênesis 18:18). Paulo nos diz que Deus deu a Abraão “a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo” (Romanos 4:13).
Deus confirmou ao neto de Abraão, Jacó, esta expansão final da sua herança: “Esta terra em que estás deitado ta darei a ti e à tua semente. E a tua semente será como o pó da terra; e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul; e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 28:13-14).
Finalmente, esta expansão contínua em todas as direções iria abranger a terra inteira. Deus iria enxertar todos os povos como Seus filhos na família de Abraão.
Gentios enxertados em Israel
Como isso acontece? Por meio de Jesus Cristo, tanto os israelitas e os não-israelitas podem receber as promessas feitas a Abraão. Paulo explica: “Portanto, lembrem-se de que anteriormente vocês eram gentios por nascimento... estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo” (Efésios 2:11-13, NVI).
Qualquer pessoa que não seja um descendente natural de Abraão pode tornar-se um herdeiro da herança prometida à sua família. Independentemente da linhagem, todos podem tornar-se parte da “Israel [espiritual] de Deus” através de Cristo (Gálatas 6:15-16). Para participar dessas promessas é preciso ser enxertado na família de Israel.
Paulo compara isso a um enxerto de uma oliveira brava em uma árvore de oliveira cultivada: “Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados [referindo-se aos israelitas sendo cortados por desobediência], e tu, sendo oliveira brava [gentios], foste enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti” (Romanos 11:17-18, ARA).
Em seguida, Paulo adverte aos gentios, quem Deus enxertou em Israel, para não se sentirem superiores aos israelitas que ainda não aceitaram a Jesus como Messias e Salvador. “Dirás, pois: ‘os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado’. Está bem! Pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé; então, não te ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que te não poupe a ti também” (versículos 19-21).
Israel deve ser resgatada
A expansão das promessas dos descendentes naturais de Abraão aos crentes espirituais começou logo após a morte e ressurreição de Cristo. Os próprios conterrâneos de Jesus rejeitaram-No e se recusaram a aceitá-Lo como o Messias (Mateus 21:42-43, Lucas 17:25), então a mensagem de Jesus como o Messias foi estendida aos gentios. Logo muitos gentios se tornaram parte da “Israel de Deus”, a Igreja (Gálatas 6:15-16).
Mas, os descendentes naturais de Abraão não estão permanentemente afastados de Deus. Eles serão redimidos e reconciliados com Ele. Paulo explica o papel que desempenham no plano de Deus. “São israelitas”, escreve, “dos quais é a adoção [filiação] de filhos, e a glória, e os concertos [as alianças], e a lei, e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne” (Romanos 9:4-5).
Paulo continua: “Digo, pois: porventura, rejeitou Deus o seu povo [israelitas]? De modo nenhum! Porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu” (Romanos 11:1-2).
Paulo, então, dirige-se aos israelitas, atualmente na cegueira espiritual: “Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos. Como está escrito: Deus lhes deu espírito de profundo sono: olhos para não verem e ouvidos para não ouvirem, até ao dia de hoje” (versículos 7-8).
“Novamente pergunto: Acaso tropeçaram para que ficassem caídos? De maneira nenhuma! Ao contrário, por causa da transgressão deles [pela queda deles sobre a ‘Pedra de tropeço’ que é Cristo; 1 Pedro 2:7-8], veio salvação para os gentios, para provocar ciúme [no futuro] em Israel. Mas se a transgressão deles [a sua queda] significa riqueza para o mundo, e o seu fracasso, riqueza para os gentios, quanto mais significará a sua plenitude!” (Romanos 11:11-12, NVI).
Você consegue captar o significado das palavras de Paulo? A maioria dos descendentes de Israel continua rejeitando a Jesus como Messias. Mas, Deus não os rejeitou. Eles serão incluídos no processo de redenção do Messias ao Seu retorno como Rei dos Reis. Compreender essa verdade é essencial se quisermos emtender as profecias referentes ao povo de Israel no final desta perversa era presente.
Participar da herança eterna prometida a Abraão—igualmente aos israelitas e aos gentios—somente é possível através do Messias. “E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa” (Gálatas 3:29). “Portanto, a promessa vem pela fé, para que seja de acordo com a graça e seja assim garantida a toda a descendência de Abraão; não apenas aos que estão sob o regime da Lei, mas também aos que têm a fé que Abraão teve. Ele é o pai de todos nós” (Romanos 4:16, NVI).
Primogenitura e cetro
Podemos notar uma dualidade nas promessas de Deus a Abraão. Embora alguns aspectos das promessas dizem respeito a uma herança eterna através do Messias, outros aspectos dizem respeito a uma herança nacional e material. O cumprimento dessas promessas foi passado para Isaque e depois a Jacó (renomeado Israel por Deus).
Pouco antes da morte de Jacó, Deus o inspirou a revelar a seus doze filhos a maneira pela qual a herança material de Abraão afetaria as gerações de Israel. “Depois, chamou Jacó a seus filhos e disse: Ajuntai-vos, e anunciar-vos-ei o que vos há de acontecer nos derradeiros dias” (Gênesis 49:1). Jacó explicou o que iria acontecer com cada descendente de seus filhos—as doze tribos de Israel.
Significativamente, a essência das promessas que Deus fez a Abraão foi passada apenas para José e Judá. Cada um teve uma promessa diferente, uma herança separada.
A Bíblia resume assim: “Embora Judá tenha sido o mais poderoso de seus irmãos e dele tenha vindo um líder, os direitos de filho mais velho foram dados a José” (1 Crônicas 5:2, NVI).
Por causa dessa promessa de primogenitura, os descendentes de José gozariam de prosperidade inimaginável—possuiriam as melhores bênçãos materiais—e alcançariam grande superioridade militar, porque a mão de Deus estaria com eles. Eles iriam multiplicar-se consideravelmente, colonizando além de suas fronteiras como ramos que crescem sobre um muro (Gênesis 49:22-26).
Entretanto, a Judá e a seus descendentes foi prometido um cetro—um bastão empunhado por um rei como emblema de sua soberania. Isso significava que a partir de Judá viria uma dinastia de reis que culminaria no reinado do Messias.
Jacó explicou que “o cetro não se apartará de Judá, nem o bastão de comando de seus descendentes” (Gênesis 49:10, NVI). As promessas feitas a Abraão sobre reinado, salvação e o Messias seriam cumpridas através do povo judeu, os descendentes de Judá. Jesus mesmo disse que “a salvação vem dos judeus” (João 4:22). É por isso que Ele tinha de nascer em uma família judaica como um descendente físico de Judá (Mateus 1:1-16, Lucas 3:23-38).
Promessas a Davi
Muito tempo depois de Abraão, através do rei Davi, da tribo de Judá, a promessa do cetro finalmente ganhou um significado ainda maior. Deus deu a Davi o reino de Israel e prometeu que dele nasceria uma dinastia de reis que continuaria para sempre.
Deus enviou o profeta Natã a Davi com esta mensagem: “Assim diz o senhor dos Exércitos . . . eu o farei tão famoso quanto os homens mais importantes da terra . . . escolherei um dos seus filhos para sucedê-lo, um fruto do seu próprio corpo . . . e eu firmarei o trono dele para sempre . . . sua dinastia e seu reino permanecerão para sempre diante de mim; o seu trono será estabelecido para sempre” (2 Samuel 7:8-16, NVI).
Deus realmente estabeleceu uma dinastia de reis através de Davi. Deus prometeu que um grandioso futuro Rei viria da descendência de Davi. Ele enviou um anjo a Maria que lhe disse: “E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim” (Lucas 1:31-33).
O reino sobre o qual Jesus Cristo irá governar durará para sempre. Ele vai estabelecer esse reino quando voltar à terra. Entender essa verdade é de primordial importância, se quisermos compreender as mensagens dos profetas que seguiram Davi.
O reino de Davi dividido
Antes de morrer Davi passou o reino a seu filho Salomão. Deus deu a Salomão grande sabedoria e riqueza, mas em sua velhice, ele permitiu que suas inúmeras esposas e concubinas estrangeiras afastassem seu coração para longe de Deus (1 Reis 11:1-8). O reino sucumbiu à adoração de falsos deuses.
Logo após a morte de Salomão, Deus dividiu o reino que havia dado a Davi em duas nações. As tribos de Judá, Benjamin e algumas de Levi se mantiveram fiéis ao filho de Salomão, Roboão, preservando a dinastia de Davi. Este reino muito menor era conhecido como Judá ou a casa de Judá. Ele conservou Jerusalém como sua capital.
Dez tribos—a maior parte da nação—separaram-se e mantiveram o nome Israel, posteriormente, estabeleceria Samaria, no território de Efraim, como sua capital. (Anos mais tarde este reino israelita do norte foi conquistado e levado para o cativeiro pela Assíria antiga. Seu povo desapareceu dos registros da história, tornando-se conhecido como “as Dez Tribos Perdidas”).
A divisão do reino separou o cetro prometido do direito de primogenitura. Judá manteve o cetro e o trono de Davi.
As tribos de Efraim e Manassés, os descendentes diretos de José, dominaram o reino do norte e mantiveram o direito de primogenitura. O direito de primogenitura e o cetro prometido seguiram caminhos separados até o reino de Judá ser derrubado pelos babilônios e o trono dos judeus ser transferido de Israel para uma terra distante. Mas, finalmente, a casa de Israel e a casa de Judá um dia se reunirão como uma só nação sob o domínio do Messias.
(Para entender melhor essas promessas e o papel vital que desempenham no cumprimento da profecia bíblica, não deixe de baixar ou solicitar a sua cópia gratuita do nosso livro Os Estados Unidos e a Inglaterra na Profecia Bíblica e leia nossa publicação online O Trono da Grã-Bretanha: Sua Origem bíblica e seu Futuro).
Um reino reunificado
A restauração de Israel como uma nação sob o domínio de Cristo é um tema que aparece nos escritos de muitos dos livros proféticos da Bíblia. Essa reunificação ocorrerá logo após o retorno de Jesus Cristo como Rei dos Reis. E Deus confirma, através de Ezequiel, que Israel e Judá serão reunidos como um só povo:
“Assim diz o Soberano, o senhor: Tirarei os israelitas das nações para onde foram. Vou ajuntá-los de todos os lugares ao redor e trazê-los de volta à sua própria terra. Eu os farei uma única nação na terra, nos montes de Israel. Haverá um único rei sobre todos eles, e nunca mais serão duas nações, nem estarão divididos em dois reinos. Não se contaminarão mais com seus ídolos e imagens detestáveis, nem com nenhuma de suas transgressões, pois eu os salvarei de todas as suas apostasias pecaminosas e os purificarei. Eles serão o meu povo, e eu serei o seu DEUS.
“O meu servo Davi será rei sobre eles, e todos eles terão um só pastor. Seguirão as minhas leis e terão o cuidado de obedecer aos meus decretos. Viverão na terra que dei ao meu servo Jacó, a terra onde os seus antepassados viveram. Eles e os seus filhos e os filhos de seus filhos viverão ali para sempre, e o meu servo Davi será o seu líder para sempre” (Ezequiel 37:21-25, NVI).
Deus havia prometido a Davi que seu reino duraria para sempre. Quando o mundo vir essas duas divisões reunificadas sob o domínio de Jesus Cristo, saberá que o Deus Eterno cumpre suas promessas.
E Deus continua a falar sobre o povo reunificado de Israel: “Farei uma aliança de paz com eles; será uma aliança eterna. Eu os firmarei e os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles para sempre. Minha morada estará com eles; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (versículos 26-27, NVI).
Deus confirmou muitas de Suas promessas por meio de alianças [concertos] especiais, começando com Abraão. “Naquele mesmo dia, fez o Senhor aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra” (Gênesis 15:18, ARA).
Mais tarde, os israelitas comprometeriam-se com Deus, e, por conseguinte seus descendentes, como Seus servos especiais. Deus lhes disse: “Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações” (Êxodo 19:5, NVI). Eles responderam: “Tudo o que o Senhor tem falado faremos” (v. 8). Este acordo foi em essência uma aliança de casamento entre Deus e o povo (Jeremias 3:20; 31:32).
O propósito das alianças
Cada profeta bíblico do tempo de Moisés para frente usou esta aliança como padrão para avaliar e julgar o comportamento do povo escolhido de Deus. Assim, os israelitas eram julgados pela fidelidade à sua aliança com Deus.
Todas as alianças de Deus têm o mesmo propósito. Elas definem os parâmetros de relacionamento entre Ele e os beneficiários de sua aliança. As alianças esclarecem o que Deus requer do Seu povo, se quiserem continuar recebendo Suas bênçãos, ou benefícios de Suas promessas. Elas estabelecem as obrigações que Seu povo deve cumprir para continuar recebendo Seu favor, ou graça.
Uma aliança é um pacto entre o povo e Deus. Aqueles que quebrarem essa aliança perdem o favor de Deus—a bênção de Sua graça. O grau em que Deus dá Seu favor às pessoas é baseado na conformidade dessas pessoas com Suas alianças.
A aliança que Deus fez com a antiga Israel é especialmente significativa na profecia bíblica. Ela documenta, detalhadamente, as condições que Israel tinha que cumprir para permanecer com o favor de Deus.
Apesar de os Dez Mandamentos resumirem a obrigação central de Israel para com Deus, as pessoas deveriam obedecer a todas Suas instruções. Deus prometeu: “E será que, se ouvires a voz do senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu te ordeno hoje, o senhor, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do senhor, teu Deus” (Deuteronômio 28:1-2).
Nos doze versículos subsequentes Deus lista as bênçãos maravilhosas de prosperidade material que Israel receberia.
Mas, o acordo não para por aí. Deus também estabeleceu as conseqüências que se abateria sobre os israelitas se eles rejeitassem as condições de Sua aliança: “Entretanto, se vocês não obedecerem ao Senhor, o seu Deus, e não seguirem cuidadosamente todos os seus mandamentos e decretos que hoje lhes dou, todas estas maldições cairão sobre vocês e os atingirão” (Deuteronômio 28:15, NVI). O restante deste capítulo descreve o que aconteceria com eles se ignorassem ou rejeitassem sua aliança com Deus.
O firme fundamento para a profecia
As promessas e alianças de Deus—especialmente a promessa de bênçãos pela obediência e maldições pela desobediência que estão incluídas na Sua aliança com Israel—fornecem a base para a profecia bíblica.
Vamos agora olhar para a obra específica e para as mensagens dos profetas de Deus, homens como Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel. Vamos saber por que eles entregaram suas profecias por escrito. Poucas pessoas compreendem a importância de suas profecias para um mundo cego.