Os Dez Mandamentos
O Oitavo Mandamento
Desde a infância somos tentados a furtar.
Comecei a frequentar a Igreja de Deus aos vinte e um anos de idade, mas estou convencido de que Deus usou eventos anteriores em minha vida para me preparar para Seu chamado. Enquanto estava no ensino médio, furtei algo que valia cerca de vinte dólares. Com o tempo, minha consciência me acusava cada vez mais enquanto eu refletia no que tinha feito.
Mas esse não é o fim da história. Algum tempo depois, alguém invadiu uma propriedade nossa e, aparentemente, furtou apenas duas coisas — o que eu havia furtado antes e algo de muito valor sentimental para mim. Isso me pareceu incrível demais para ser uma coincidência. Penso que Deus orquestrou a situação para me ensinar uma lição duradoura (ver Hebreus 12:5-11).
Através do Oitavo Mandamento, aprendemos que Deus quer que todos usufruam do direito à propriedade privada e também respeitem a propriedade dos outros. Entre as leis bíblicas sobre heranças, as leis referentes ao ano do Jubileu até garantiam que as terras continuassem pertencendo aos seus proprietários originais (Levítico 25).
As pessoas precisam confiar em Deus como seu Provedor e também na Bíblia como seu Guia, além de confiarem em sua própria integridade e esforço e outras leis práticas para serem bem-sucedidas. (Ver Mateus 6:19-34, Efésios 6:5-9 e Colossenses 3:22-25.)
Infelizmente, a natureza humana é dominada pelo egoísmo, luxúria, ganância e inveja. E com um mundo cada vez mais secular e materialista, governado por Satanás, muitas pessoas confiam em todo tipo de coisas erradas, inclusive na desonestidade e no roubo. (Ver 1 Timóteo 6:9-10.) Muitos tipos de roubos foram pandêmicos ao longo da história, até mesmo entre pessoas religiosas. Muitas vezes, as vítimas de furtos ou roubos sofrem cicatrizes emocionais duradouras e sentimento de insegurança, bem como o desafio de superação das perdas.
Experimentamos a tentação de roubar desde a infância. É muitíssimo importante que os pais sempre ensinem as leis de Deus e os valores bíblicos aos seus filhos (Deuteronômio 6:1-25).
O furto ativo — pegar algo que não lhe pertence por direito — é um pecado de comissão. O furto passivo — reter deliberadamente o que pertence a outro — é um pecado de omissão. (Um exemplo de furto passivo é quando um funcionário não informa que recebeu o pagamento de uma conta abaixo do valor real ou alguém que recebeu um troco maior).
E não importa o quanto um pecador esconda seu pecado, Deus, o Juiz de todos, vê tudo, e Sua Palavra declara que “ladrões”... não “herdarão o reino de Deus” (1 Coríntios 6:10). Mas Deus é extraordinariamente misericordioso. Felizmente, Ele perdoa quando há arrependimento verdadeiro!
Diversas formas de roubos ou furtos
O espaço não permite apresentar as inúmeras escrituras que proíbem tipos específicos de roubo. E uma lista de todos os tipos de roubo seria interminável, mas a seguir estão alguns tipos comuns que podem violar direta ou indiretamente o espírito do Oitavo Mandamento.
• Furtar dinheiro ou bens de pessoas ou empresas. E isso inclui também roubo, arrombamento e furto em lojas.
• Furtar os empregadores. Empregados que arrumam desculpas para não irem trabalhar ou não trabalham diligentemente quando estão no trabalho. Desperdiçar recursos, desviar o dinheiro da empresa, furtar propriedades da empresa, falsificar uma despesa ou usar equipamentos da empresa para uso pessoal sem permissão são formas de furtos.
• Furtar os funcionários ao fazer com que trabalhem em excesso, não pagando o devido salário ou um salário justo, não fornecer os benefícios prometidos ou reter seus salários.
• Ludibriar clientes com propagandas enganosas, rótulos de embalagens falsos, informações falsas, defeitos ocultos ou juros excessivos.
• Inadimplência intencional de empréstimos e dívidas. Uma crise imprevista pode acontecer com qualquer um, mas muitas pessoas pegam dinheiro emprestado ou usam o cartão de crédito sem intenção ou capacidade de pagar essas dívidas.
• Instalar ransomware no computador de alguém para forçar o proprietário a pagar um resgate.
• Iniciar processos judiciais infundados.
• Furtar do governo deixando de pagar os impostos devidos ou solicitar assistência social sem realmente necessitar (ver Romanos 13:1, 6-7).
• Denegrir a imagem de uma pessoa configura furto do seu bom nome. Prejudicar a reputação de alguém com acusações, calúnias ou fofocas, pode causar um dano permanente na vida dele. (Ver Provérbios 22:1 e Eclesiastes 7:1).
• Sequestro. Na antiga Israel, a pena para esse crime era a morte (Êxodo 21:16).
• Furtar a inocência de alguém. Exemplos disso é o estupro e o consentimento de pais para que adolescentes se envolvam sexualmente, ou até mesmo pais e pessoas que expõem crianças a algum entretenimento imoral.
• Furtar quando não se demonstra o devido amor, respeito e afeição pelos outros. Deus nos ensina que maridos e esposas têm uma responsabilidade especial de expressar amor conjugal um pelo outro (1 Coríntios 7:3-5). Semelhantemente, os pais devem dar amor e disciplina aos filhos — e os filhos devem honrar os pais.
• Furtar propriedade intelectual ao copiar ilegalmente softwares (inclusive músicas e filmes) ou violar patentes e marcas registradas. O plágio também é uma forma de furto.
• Furtar a confiança de alguém ao não cumprir compromissos, contratos e promessas.
• Comprar conscientemente bens furtados ou roubados é ser cúmplice de um ladrão, seja comprando para uso próprio ou para ganhar dinheiro como receptador (pessoa que compra bens furtados ou roubados para revender).
Roubar a Deus!
As pessoas roubam de Deus de duas principais maneiras. Em primeiro lugar, Deus é nosso dono porque nos criou — além disso, Ele sacrificou Seu Filho para nos redimir (ver 1 Coríntios 6:19-20). Portanto, nosso tempo, talentos e energia devem ser dedicados a servir e glorificar a Ele. Caso contrário, somos servos furtando de nosso Mestre.
Em segundo lugar, Deus é dono de absolutamente tudo, mas permite que tenhamos administremos a maior parte de nossa renda. Ele exige apenas que antes paguemos um dízimo (um décimo) e demos ofertas dela. Em Malaquias 3:8, Deus disse: “Roubará o homem a Deus? Todavia, vós Me roubais e dizeis: Em que Te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas”. Apropriação indébita do que é de Deus! Uma vez que uma pessoa entende que Deus ordena o dízimo, o pecado por desobedecer a essa lei torna-se muito grave.
As leis de Deus exigem restituição total de bens roubados
Sob a aliança que Deus fez com Israel, um ladrão tinha que restituir à vítima o valor do que foi roubado mais uma quantia adicional. Esse valor adicional para reparação foi planejado como uma punição — além de ajudar a compensar a vítima pelo estresse e pela perda temporária dos bens. As leis específicas sobre isso estão em Êxodo 22:1, 3-6, 12 e Levítico 6:1-7.
Na maioria dos países hoje, o “sistema de justiça” pune os criminosos, mas não faz nada pelas vítimas dos crimes. E isso é muito triste. Se nós, como indivíduos santificados, percebermos que causamos um dano a alguém, devemos fazer o possível para que essa pessoa seja compensada disso.
Oferecer versus Obter
Qualquer mandamento de Deus que proíbe coisas más implica o oposto — ou seja, temos a obrigação de fazer coisas boas para compensar. Se amarmos nosso próximo como a nós mesmos, vamos tratá-lo como desejamos ser tratados. Essa é a Regra de Ouro (Mateus 7:12).
“Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Efésios 4:28). Essa passagem ensina três lições: (1) Nunca furte ou roube; (2) Pratique a ética bíblica do trabalho e seja produtivo para ter o suficiente para sustentar a si mesmo e a sua família e ajudar aos outros; (3) Seja compassivo e generoso com aqueles que precisam de ajuda. (Em relação à terceira lição, ver Lucas 6:27-38, Atos 20:35, Romanos 12:1-13, 2 Coríntios 9:10-13, Filipenses 2:4 e Hebreus 13:16.)
Muitas escrituras ensinam sobre bondade, misericórdia, compaixão e generosidade. Um exemplo disso é a lei que permite “o pobre e o estrangeiro” pegar comida de uma fazenda ou pomar (Levítico 19:9-10, 34). Outro exemplo ensina que se você encontrar um boi, ovelha ou jumento perdidos, você deve procurar o dono e lhe devolver o animal, mesmo que ele seja seu inimigo (Deuteronômio 22:1; Êxodo 23:4). Deus não tolera pessoas que se apropriam das coisas dos outros. Quando encontrar algo que não lhe pertence, você deve fazer o possível para encontrar o proprietário ou entregar isso num local em que ele possa recuperá-lo. (Ver também Provérbios 3:27-28).
Um mundo sem furtos ou roubos!
Como mundo seria muito diferente se não houvesse furtos ou roubos! E esse mundo está chegando! Jesus Cristo retornará e estabelecerá o Reino de Deus sobre toda a Terra, e Ele e os santos ensinarão e aplicarão os Dez Mandamentos em todos os lugares. Será um mundo feliz, porque pessoas honestas são pessoas mais felizes!
Pense como haverá prosperidade quando pessoas e empresas não perderem mais dinheiro com furtos ou roubos nem gastarem dinheiro com sistemas de segurança! Pense na paz de espírito que as pessoas terão quando estiverem vivendo em um mundo honesto, onde todos deverão ser confiáveis e ninguém sofrerá perdas financeiras e o trauma emocional de ter sido vítima de furto ou roubo.
Que venha logo o Reino de Deus!