Será que Deus Define as condições Para Se Receber o Dom da Vida Eterna?
A vida eterna surge como resultado da graça de Deus. É o Seu dom imerecido para nós. Ninguém nunca vai ser capaz de se gabar de que ganhou ou mereceu o dom da vida eterna.
Mas você pode fazer coisas—ou não fazer—que o desqualifica para receber esse dom maravilhoso de Deus?
Se há uma autoridade acerca do recebimento da vida eterna, esta só pode ser Jesus Cristo. Afinal, Ele é aquele por quem podemos receber esse dom.
Em Hebreus 5:8-9, Jesus é chamado de autor de nossa salvação: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem”.
E já que a salvação é um dom de Deus, o que esta passagem quer dizer quando fala de “eterna salvação para todos os que lhe obedecem”? Se temos que fazer algo para receber o dom da salvação de Deus, como ela pode ser um presente?
Os dons podem vir com condições
O fato é que a Bíblia mostra que Deus estabelece certas condições para receber a salvação. Algumas condições nos habilitam a receber esse dom e outras condições nos desqualificam recebê-lo.
Usando uma analogia, se alguém se oferecesse para enviar-lhe uma nota de cem reais ou euros se você pudesse lhe enviar um envelope endereçado e selado, essa pessoa estaria oferecendo-lhe um presente. Somente crer que ela pode lhe enviar o dinheiro realmente não faria você recebê-lo. E se você não conseguir enviar o envelope, também não iria recebê-lo. Você pode até reclamar, mesmo assim não receberia o presente, porque você não preencheu as condições. Por outro lado, se você enviou o envelope solicitado e recebeu a nota de cem reais ou euros, você não ganhou o presente. Você simplesmente reuniu as condições necessárias para obtê-la. O fato de existir condições atreladas não torna isso um pouco menos que um presente (ou dom).
Visto que Jesus é o autor da nossa salvação, vamos examinar algumas das suas afirmações que nos dizem o que devemos fazer para receber esse dom.
O que devemos fazer?
Em Mateus 7:21 Jesus diz: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus”. Jesus deixou claro que apenas reconhecê-Lo como Senhor e Mestre—dizendo: “Senhor, Senhor”—não é suficiente. Para herdar o Reino, devemos fazer alguma coisa. Devemos fazer a vontade do Pai, como Ele disse claramente.
Jesus quer nos fazer entender que há mais a fazer para receber a vida eterna do que apenas uma crença ou aceitação mental. Nossa convicção de que Ele é nosso Salvador deve ser mais do que apenas um pensamento terno e reconfortante ou um conceito intelectual. Jesus adverte que simplesmente invocar o Seu nome ou reconhecê-Lo como “Senhor” não é o suficiente.
Em certa ocasião, um jovem rico perguntou a Jesus como poderia receber a vida eterna. “Bom Mestre, que bem farei, para conseguir a vida eterna?” perguntou o homem (Mateus 19:16). A resposta de Cristo, no versículo 17, pode chocar alguns que pensam que a obediência à lei de Deus é desnecessária. Jesus respondeu: “Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos”.
Jesus não respondeu que nada é necessário a não ser acreditar em Deus ou nEle. Ele disse ao jovem que devia obedecer aos mandamentos de Deus para receber o dom da vida eterna.
Como o apóstolo Tiago assinala, a crença é inútil a menos que seja acompanhada de ações e obediência: “Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o creem e estremecem” (Tiago 2:19).
Então, Ele passa a explicar que a fé—crer e confiar em Deus —e a obediência andam lado a lado: “Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta? Porventura Abraão, o nosso pai, não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que, pelas obras, a fé foi aperfeiçoada” (versículos 20-22).
Assim, Tiago explicou que as obras de obediência, como resultado da nossa fé, mantém a nossa relação com Deus e leva-nos a ter mais fé e obediência, como Deus requer.
Batismo e imposição de mãos
Jesus deu outra condição para se receber o presente de Deus da vida eterna em Marcos 16:16: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”. O batismo na água —por imersão completa—é um ato simbólico que representa a morte do nosso velho eu e o início de uma nova vida de serviço a Deus e esforço para evitar o pecado (Romanos 6:1-23).
O batismo também é seguido pela imposição das mãos, que nos permite receber o Espírito Santo de Deus e realmente passar a pertencer a Ele (Atos 8:17; Romanos 8:9). A menos que entreguemos nossas vidas a Deus através do batismo e da imposição de mãos para receber o Seu Espírito, conforme as instruções, nós deixamos de atender—consciente ou inconscientemente—aos Seus pré-requisitos para receber o Seu dom da salvação. Para aqueles que deixam de lado estas e outras instruções bíblicas claras, Jesus responde: “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?” (Lucas 6:46).
Em Mateus 10:22 Jesus entrega outra condição que devemos cumprir para receber o dom da salvação de Deus: “Aquele que perseverar até o fim será salvo”. Nós podemos perder a salvação se não perseverarmos até o fim. Uma vez que tenhamos nos comprometido a obedecer e a nos entregar a Deus, devemos manter o curso até o fim e não olhar para trás (Lucas 9:62, 1 Coríntios 9:27).
De graça, mas com um custo
Você pode ter ouvido a expressão: “A salvação é de graça, mas não é barata”. O dom divino da vida nos custou a própria vida de Jesus Cristo. Ele, o Filho de Deus, voluntariamente entregou Sua vida para que possamos receber o dom maravilhoso de Deus da vida eterna.
Mas Ele espera que entreguemos as nossas vidas em troca: “Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo. Não pode ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhar” (Lucas 14:26-27, BLH).
Nosso amor e compromisso com Jesus Cristo e Deus, o Pai, deve ser mais importante para nós do que qualquer outro relacionamento. Cada um de nós deve estar disposto a levar a sua “cruz”, seguindo fielmente Jesus, mesmo através dos desafios mais difíceis da vida.
Os versículos 28-33 nos traz esse pensamento e nos alerta para considerar atentamente que aceitar o dom da vida eterna tem um custo maior do que possamos imaginar. “Assim nenhum de vocês pode ser meu discípulo se não deixar tudo o que tem” (versículo 33, BLH, 1996).
Como Jesus Cristo deu a Sua vida por nós, devemos estar dispostos a dar nossa vida para segui-Lo!