A Hipótese do Retorno de Deus
“Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das Suas mãos” (Salmos 19:1, NVI). Na verdade, Deus criou todas as coisas e elas existem unicamente por Sua vontade (Apocalipse 4:11).
Stephen Meyer, escritor do best-seller Darwin’s Doubt (A Dúvida de Darwin, em tradução livre), acaba de lançar seu último livro Return of the God Hypothesis: Three Scientific Discoveries That Reveal the Mind Behind the Universe (O Retorno da Hipótese de Deus: Três Descobertas Científicas Que Revelam a Mente Por Trás do Universo, em tradução livre).
O texto da contracapa contém uma breve sinopse do livro:
“A partir do fim do século dezenove, muitos intelectuais começaram a insistir que o conhecimento científico entra em conflito com a crença teísta tradicional — que a ciência e a crença em Deus estão 'em pé de guerra'. Stephen C. Meyer, diretor do Centro para Ciência e Cultura do Instituto Discovery, desafia essa visão examinando três descobertas científicas com implicações decididamente teístas...Meyer demonstra como as descobertas nas áreas da cosmologia, da física e da biologia ajudam a estabelecer a identidade do design inteligente por trás da vida e do universo.
“Meyer argumenta que o teísmo — com sua afirmação de um criador transcendente, inteligente e ativo — explica bem as evidências que temos sobre as origens biológicas e cosmológicas. Antes, Meyer se abstinha de tentar responder a perguntas sobre "quem" poderia ter projetado a vida. Agora ele entrega uma resposta baseada em evidências, que revela uma conclusão surpreendente: os dados apoiam não apenas a existência de um projetista inteligente, mas também a existência de um Deus pessoal”.
Em seu prólogo, Meyer menciona suas palavras de encerramento de um debate ocorrido em 2016, o qual o levou a escrever esse livro:
“Descobri-me descrevendo brevemente três descobertas científicas importantes que, em minha opinião, apoiavam a crença teísta — o que chamo de 'hipótese do retorno de Deus': (1) evidências da cosmologia sugerindo que o universo material teve um início; (2) evidências da física mostrando que desde seu início o universo foi "ajustado" para permitir a possibilidade de vida e (3) evidências da biologia que estabelece que, desde o início, grandes quantidades de novas informações genéticas funcionais surgiram em nossa biosfera para tornar possíveis novas formas de vida. . .
“Essas três descobertas científicas. . .juntas apontam não apenas para um projetista, mas também para uma inteligência que os teístas religiosos há muito atribuem a Deus. . . Talvez, pensei, seja a hora de explanar esse caso”.
A crença teísta e a ciência não se opõem
Eu levei várias semanas para completar minha leitura dessa importante obra com seus convincentes argumentos científicos e matemáticos para a existência de um Deus pessoal, mas foi um tempo bem empregado.
O livro está dividido em cinco partes.
Na primeira parte, Meyer examina a ascensão e queda da ciência teísta, mostrando que em um passado não muito distante a religião e a ciência eram muito compatíveis. E somente após o surgimento do materialismo e do naturalismo, estimulado pela teoria da evolução de Charles Darwin, é que a ciência e a religião passaram a ser vistas como discordantes. Na verdade, os primeiros cientistas eram de fé judaica e cristã e entendiam que a Bíblia e a ciência se apoiavam uma à outra. Eles compreendiam que a Bíblia encorajava a descoberta científica, enquanto o materialismo não fazia isso.
E na segunda parte, ele investiga ainda mais detidamente as três descobertas mencionadas acima que apoiam a hipótese de Deus como a razão da existência do universo. Ele mostra como a luz de galáxias distantes e a descoberta de que nosso universo teve um início, e já muitas vezes explicada, como no caso da teoria do Big Bang, apontam para uma causa para esse início — e também sobre a curvatura do espaço.
Além disso, o ajuste fino das constantes físicas fundamentais de nosso universo não poderia ser um mero acaso. Tudo isso exigem um projetista inteligente.
O ajuste fino cósmico é apenas “requintado”?
Continuando na segunda parte, Meyer escreve: "Os físicos determinaram que se a matéria no início do universo tivesse sido configurada de forma ainda que ligeiramente diferente, haveria uma aglomeração extrema de matéria resultando em um universo no qual apenas buracos negros existiriam ou, alternadamente, um arranjo de matéria extremamente difuso sem nenhuma estrutura de grande escala” (p. 147).
Ele prossegue, evocando o físico de Oxford, Sir Roger Penrose, determinando matematicamente "que a existência de um universo como o nosso com configurações de matéria extremamente ordenadas exigiria um grau de ajuste fino requintado — um conjunto de baixa entropia incrivelmente improvável [isto é, baixo movimento de desordem] de condições iniciais” (p. 149).
“O número que Penrose calculou — 1 em 1010123— fornece uma medida quantitativa do ajuste fino inimaginavelmente preciso das condições iniciais do universo. Em outras palavras, sua entropia calculada [ou tendência desordenadora] implicava que das muitas maneiras possíveis a massa e a energia disponíveis do universo poderiam ter sido configuradas em seu início, pois apenas algumas configurações resultariam em um universo como o nosso” (p. 150).
Os físicos estimam que todo o universo contém “apenas” 1080 partículas elementares (um grande número — 1 seguido por 80 zeros). E isso não é nada próximo ao número de possibilidades de Penrose, das quais apenas uma poderia produzir nosso universo funcional.
Como escreve Meyers: “Na verdade, se tentássemos escrever este número [1010123, ou 10 elevado a 10 elevado a 123] com um 1 seguido por todos os zeros que seriam necessários para representá-lo com precisão sem o uso de expoentes, haveria mais zeros no número resultante do que partículas elementares em todo o universo. O cálculo de Penrose sugere, portanto, um arranjo incrivelmente improvável de massa e energia — um grau de ajuste fino inicial que realmente não pode ser refletido adequadamente pela palavra "requintado". Não conheço uma palavra em inglês que faça justiça ao tipo de precisão que estamos discutindo” (p. 151).
Além dessas descobertas poderosas, Meyer também discute a origem da vida e o enigma do DNA e do RNA — outras descobertas que mostram a necessidade de um projetista. Podemos ver em tudo isso a absoluta impossibilidade matemática de a vida ter surgido por acaso. Juntamente com isso, está a imensa quantidade de informações imateriais contidas na vida — algo distinto dos elementos físicos em que essas informações são codificadas.
“Inferência para a melhor explicação metafísica”
Então, Meyer passa para a terceira parte de seu livro, intitulada: “Inferência para a Melhor Explicação Metafísica”. Ele mostra como avaliar matemática e cientificamente uma hipótese — seja a teoria da evolução ou outra matéria. Ele mostra como os cientistas podem avaliar racionalmente diferentes pontos de vista como hipóteses metafísicas concorrentes e determinar qual é a mais provável de ser verdadeira. (A metafísica é um ramo da filosofia preocupado e caracterizada pela investigação das realidades que transcendem a experiência sensível, das propriedades do objeto e causas e possíveis efeitos).
Como você já deve ter concluído, no fim da terceira parte, a hipótese de Deus — a de um Projetista e Criador ativo e consciente — é mostrada pela matemática e pela razão como uma explicação mais provável para a origem do universo e da vida do que qualquer outra hipótese concorrente. A verdadeira resposta está claramente inferida nos fatos.
Na quarta parte, Meyer aborda outras tentativas de explicar as evidências antes de asseverar sua conclusão na quinta parte.
A propósito, esse é um livro muito técnico. Tive de ler muitos parágrafos duas ou três vezes para compreender totalmente o que ele está explicando. Somente a bibliografia e as notas no fim do livro cobrem mais 115 páginas! E cada afirmação, cada fórmula, cada cientista citado, cada tabela, cada gráfico, cada diagrama está cuidadosamente documentado.
E tudo aponta para a melhor explicação metafísica para a razão de estarmos aqui — a realidade de um Deus pessoal, conforme revelado na criação. E que Deus revelou mais disso em Sua Palavra, a Bíblia. Nenhuma outra teoria ou hipótese — mesmo a crença em outros deuses ou em religiões diferentes das que encontramos nas Escrituras — é uma inferência mais razoável sobre o motivo de estarmos aqui.
Eu encorajo a todos — caso desejem fazer uma leitura fascinante sobre a necessidade de um Criador pessoal para dar sentido ao universo, que é o mesmo Deus revelado na Bíblia — a lerem esse livro de Meyer (ainda não traduzido para o idioma português).
Acima de tudo, é claro, procure recorrer à fonte suprema da verdade — a própria Bíblia. Muito antes da ciência moderna, ela anunciou que Deus fez o universo, inclusive os seres humanos (Gênesis 1:1, 26-27). Isso está muito claro! O que poderia ser mais óbvio? Essa é a majestade que vemos nos céus e em nossa própria constituição — a obra das mãos de Deus. E isso é o que Stephen Meyer aponta como a melhor explicação metafísica para o motivo de estarmos aqui na Terra!