Da Glória à Glória, para trazer Glória ao Homem
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16).
Esta passagem central da Escritura fala sobre Aquele que veio a morrer pelos pecados do mundo e também sobre Aquele que O enviou, bem como o propósito subjacente — o plano de Deus de dar vida eterna ao homem mortal. Deus amou tanto ao ser humano, o pináculo de Sua criação, que entregou Seu Filho para morrer pelos pecados da humanidade. Esta é uma declaração sobre um grande propósito e também acerca do enorme preço pago para alcançá-lo.
Então, quem era esse Filho enviado e quem é o Deus que O enviou? Como isso foi possível? Por que Deus iria intervir no mundo de forma tão pessoal, e por que isso é importante para você e para mim?
Para entender, devemos confiar nas palavras autorizadas das Escrituras. "As palavras que eu vos disse são espírito e vida", disse Jesus Cristo a Seus seguidores (João 6:63). "Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade", assim Ele orou a Deus Pai naquela noite antes de Sua crucificação (João 17:17). “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida", Jesus disse a Tomé quando este Lhe perguntou para onde estava indo (João 14:6).
Quando exploramos a questão da natureza dAquele que veio e dAquele que O enviou, não precisamos ir além das palavras autoritárias e obra de Deus Pai e de Jesus Cristo.
Partindo do princípio
"No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus", declara o apóstolo João na introdução de seu Evangelho (João 1:1). E, para deixar registrado, ele declara essa verdade que foi-lhe revelada por Jesus Cristo para que outros tenham plena confiança em crer nela.
A clareza da inspiração de João deve ser a base de nossa compreensão da natureza de Deus, em vez de um raciocínio humano complicado.
De forma sucinta, o apóstolo Paulo diz-nos por que: "O mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria" (1 Coríntios 1:21, grifo nosso). Ele destaca a inconformidade da sabedoria filosófica com uma série de perguntas: "Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor [argumentador] deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?" (versículos 20-21).
Como essa sabedoria filosófica tornou-se uma tolice? Uma das maneiras principais se encontra no Evangelho de João. João desconstrói as ideias humanas sobre o que Deus pode fazer, ou ser, com uma afirmação essencial: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do Unigênito do Pai" (João 1:14).
Deus torna-se carne
"Deus tornando-se carne" é o tema central do livro de João — o restante do livro apoia e ilustra essa verdade.
A alegação é audaciosa, mas entendê-la não é difícil: "No princípio", afirma João, existiam dois Seres divinos — um chamado "Deus" e outro chamado "Verbo", que também "era Deus". E este, revela João, "se fez carne e habitou entre nós”.
Entender o que João disse não é difícil. Acreditar na audácia dessa reivindicação era um desafio naquela época, como também é agora. O fato de Deus tornar-se carne, como o unigênito do Pai, entrava em conflito com todas as pessoas crentes daquele tempo. Para os judeus aquilo era uma blasfêmia e um “escândalo" (1 Coríntios 1:23), e inconsistente com sua visão imperfeita de Deus. E para os gregos era “loucura", porque durante séculos os seus filósofos negaram a possibilidade de um deus se tornar realmente humano.
O Verbo se tornando carne varria séculos de "sabedoria" e tornava "em nada" os construtos filosóficos sobre Deus, que limitavam Sua interação com Sua própria criação — conceitos que declaravam a criação física como perversa e o reino espiritual como místicos e incognoscíveis.
Tudo se resume numa palavra — "tornou-se", o que, por definição, significa "se fez". João é muito claro aqui. O Verbo, que desde o princípio estava com Deus e era Deus, "se fez" carne. Isso não significava que Ele não era mais Deus, pois Sua identidade não mudou. Isso significa que, tendo se tornado carne, Ele não era mais um ser espiritual como Ele era antes.
Quando o Verbo se tornou carne na Terra, então Ele passou a não existir mais no céu. O Verbo se tornar carne não diminui a divindade de Cristo, mas, na verdade, confirma-a.
O fato de o "Verbo se tornar carne" é fundamental para esclarecer de forma objetiva o que os teólogos não conseguiram explicar com volumes de raciocínio humano complicado. Ainda assim, esse é apenas um passo no processo que tirou o Verbo da glória e depois O colocou de volta na glória.
A transição do Verbo da glória à carne e de volta à glória pode ser assim resumida: Quando "o Verbo se fez carne" deixou de ser espírito e "habitou entre nós" como "o unigênito do Pai" até morrer crucificado. Quando Deus Pai O ressuscitou dos mortos e "pondo-O à Sua direita nos céus", Ele deixou de ser carne e "tornou-se um espírito vivificante", mais uma vez, dotado da glória que tinha com Deus antes de o mundo existir (João 1:14; 3:6; Efésios 1:20, 1 Coríntios 15:45; João 17:5).
A jornada, da glória à glória, para trazer glória
Vamos voltar ao começo descrito por João e seguir a jornada do Verbo, da glória à carne e de volta à glória, com o propósito de, como mais tarde afirma, levar muitos filhos e filhas à glória (ver Hebreus 2:10).
Como já vimos, João abre o Seu Evangelho com estas palavras: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Novamente, existiam dois Seres divinos, a quem João chama “Deus” e "o Verbo". O Verbo tanto estava com Deus como também era Deus — esses dois Seres Eternos existiam juntos como Deus antes da criação do primeiro capítulo de Gênesis.
João prossegue dizendo sobre o Verbo que "todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (João 1:3; ver também Efésios 3:9 versão Almeida Corrigida e Fiel).
"Todas as coisas" são definidas pelo apóstolo Paulo como “todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades" (Colossenses 1:16). Paulo, frequentemente, usa os termos “dominações", "principados" e "potestades" para se referir a diferentes categorias ou classes de seres e autoridade no mundo espiritual invisível (ver Romanos 8:38; Efésios 1:21; 3:10; 6:12; Colossenses 2:10, 15).
Assim, Deus criou todas as coisas, sejam espirituais ou físicas, através do Verbo — este Verbo atuou na obra de criação como agente Daquele que, mais tarde, seria conhecido como Deus Pai.
O livro de Hebreus confirma esta verdade: "Deus...falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a Quem constituiu herdeiro de tudo, por Quem fez também o mundo" (Hebreus 1:1-2).
Isso é condizente com o registro da criação física que vemos em Gênesis 1:1: “No princípio, criou Deus [Elohim] os céus e a terra”. A palavra hebraica Elohim, aqui traduzida como “Deus”, é uma palavra no plural — que significa mais de um Ser espiritual divino, compartilhando o enorme poder divino e participando da criação do universo físico a partir de nada. Isso culminou no climax da criação: "E disse Deus: Façamos [plural] o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança” (Gênesis 1:26; ver também Hebreus 11:3).
Deus declarou que toda Sua criação física era boa (Gênesis 1:31). Então, "plantou o SENHOR Deus", aqui Aquele que criou tudo em nome do Outro, como declarado em João, “um jardim no Éden, da banda do Oriente” e mandou ao homem “para o lavrar e o guardar" (Gênesis 2:8, 15).
Naquela época, o SENHOR Deus realmente andava e falava com eles, mesmo depois que Adão e Eva pecaram: "E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia...E chamou o SENHOR Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás?" (Gênesis 3:8-9). Ele não apenas andou e falou no meio da criação, mas o Ser que mais tarde se tornaria Jesus Cristo procurou o homem caído, pelo qual mais tarde se sacrificaria. (Ver também "Quem e o Que Era Jesus Cristo Antes de Nascer Como Ser Humano?").
O SENHOR Deus está diretamente, pessoalmente e tangivelmente envolvido em Sua criação. Ele plantou um jardim no Éden. Ele criou o homem do pó da terra. Ele auxiliou Noé a preservar a vida após o Dilúvio. Ele chamou os patriarcas para erguer uma nação. Ele derrotou o faraó e libertou Israel. Ele falou com os antigos profetas.
E, finalmente, Deus Pai enviou o Verbo para se tornar carne: "Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher" (Gálatas 4:4).
Nascido de uma mulher! "Emanuel" ou "Deus conosco"! (Mateus 1: 22-23). “Deus se manifestou em carne"! (1 Timóteo 3:16, ACF) O impacto disso dificilmente pode ser subestimado. O anjo Gabriel levou a notícia para Maria: "E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um Filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo” (Lucas 1:31-32).
Então, Maria fez a pergunta óbvia: “Como se fará isto, visto que não conheço homem algum?" (versículo 34, ACF). Como uma virgem poderia conceber e gerar o Filho de Deus — Deus na carne?
A resposta de Gabriel descreve o processo que os filósofos diziam ser impossível e impensável: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a Sua sombra; por isso, também o Ente Santo que há de nascer será chamado Filho de Deus" (Lucas 1:35, ARA).
Deus torna-se carne no ventre de Maria
Deus não somente uniu-se à raça dos mortais, como também fez isso de maneira muito íntima com a concepção de Jesus Cristo no ventre de Maria. Observe que esse processo não criou Aquele que se tornaria Cristo. A fecundação de Maria por um milagre do Pai, através do Espírito Santo, é o ato que fez com que o Verbo preexistente se tornasse carne. O Verbo sempre existiu com o Pai antes desse evento. Porém, agora o Verbo não seria mais espírito, pois "se fez carne e habitou entre nós" como Jesus Cristo (João 1:14).
Então, Ele esvaziou-se da glória que tinha com o Pai antes de existir o mundo? Sim, para assumir a "glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade" (Filipenses 2:7; João 1:14; 17:5). O Verbo imortal tornou-se um homem mortal? Sim! (João 1:14). O espírito se tornou carne? Sim! Deus tornou-se ser humano? Sim! (Mateus 1:22-23)
Então, Ele deixou de ser Deus, o Verbo? Não, porque o Verbo havia se tornado carne, mas manteve Sua identidade anterior.
Quando o Verbo se tornou carne, o Deus incognoscível tornou-se conhecido. O Deus invisível tornou-se visível. O altíssimo e grandioso Deus se tornou pessoal.
O Verbo deixou a glória para trazer glória ao ser humano. Deixou Seu status existencial glorioso, eterno e todo-poderoso para que, finalmente, os seres humanos fossem glorificados como filhos espirituais e eternos de Deus.
Jesus não atuou nesse propósito sozinho e sem Deus Pai. Ele é o símbolo máximo da humildade e da submissão. A Bíblia registra que Ele se submeteu à vontade de Seu pai adotivo terreno, José (Lucas 2:51) e que também se submeteu a Seu Pai Celestial até o dia de Sua morte (Mateus 26:39). Outras declarações de Jesus demonstram Sua total submissão a Deus Pai:
"Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por Si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer ao Pai, porque tudo quanto Ele faz, o Filho o faz igualmente" (João 5:19).
"Eu não posso de Mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo, e o Meu juízo é justo, porque não busco a Minha vontade, mas a vontade do Pai, que Me enviou” (João 5:30).
Jesus disse ainda: "Se Deus fosse o vosso Pai, certamente, Me amaríeis, pois que Eu saí e vim de Deus; não vim de Mim mesmo, mas Ele Me enviou" (João 8:42).
Deus, o Filho, realmente morreu?
Alguns teólogos argumentam que a "parte Deus" de Jesus Cristo não morreu quando Ele foi crucificado, mas apenas a parte homem. Este é um argumento que traz consequências. Se somente Jesus, o homem, morreu então Sua morte só poderia pagar ou cobrir os pecados de apenas outro homem. A ideia de que o Verbo divino continuou habitando eternamente no reino espiritual enquanto, de alguma forma, estava ligado ou possuindo o Jesus humano, ignora a mensagem clara, afirmativa e fundamental de João: "O Verbo se fez carne". O Verbo passou de espírito a carne. Então não havia nenhuma parte do espírito divino que permaneceu viva quando Jesus morreu.
E é precisamente isso que o apóstolo João combate em seu evangelho e nas epístolas posteriores. Observe sua citação de Jesus revelando o Pai e a Si mesmo, o Filho, como dois Seres distintos e separados: “Porque, como o Pai tem a vida em Si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em Si mesmo” (João 5:26).
Quando o Verbo se tornou carne, o Pai, sendo um Ser distinto e separado, continuou a existir no céu. E quando morreu o Verbo, que se fez carne, o Pai ainda reinava supremo no céu e foi capaz de agir independente e separadamente do Deus Filho enquanto Este estava morto.
E tudo isso é o oposto da doutrina da trindade, que apresenta o Pai, o Filho e o Espírito Santo como três pessoas em um único ser. Além disso, essa doutrina ensina que todos os três participam plenamente do ser e das ações uns dos outros. Mas, isso suscita o problema óbvio de que, se Deus, o Filho, morresse, então o Pai e o Espírito Santo também morreriam. A verdade é que essa doutrina é simplesmente falsa. (Não temos espaço para cobrir esses e outros assuntos semelhantes neste artigo. Os leitores interessados podem aprender mais sobre esse assunto em nosso guia de estudo bíblico gratuito Deus É Uma Trindade?).
Muito mais que um simples homem
Quando o apóstolo Pedro se dirigiu à multidão em Jerusalém no dia de Pentecostes, quando teve início a Igreja do Novo Testamento, ele proclamou que Alguém muito maior que um homem havia sido crucificado: "Vós negastes o Santo e o Justo e pedistes que se vos desse um homem homicida. E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos testemunhas (Atos 3:13-15).
Além disso, Paulo deixa o assunto ainda mais claro. Observe o que ele disse em Filipenses 2:5-8: "Embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a Si mesmo, vindo a ser servo, tornando-Se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a Si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!” (NVI).
Quem foi que morreu? Não foi apenas um homem que estava unido a Deus que morreu, mas Aquele que tinha sido Deus no mesmo nível de existência do Pai — o Verbo que se tornou carne — Esse morreu.
E, finalmente, uma confirmação clara e enfática de que Deus morreu na cruz vem do próprio Cristo glorificado: "Não temas", disse Cristo enquanto o apóstolo João estava prostrado a Seus pés, "Eu Sou o Primeiro e o Último e O que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém!" (Apocalipse 1:17-18).
Jesus Cristo, em Seu estado glorificado, reivindica Sua divindade, dizendo que Ele é o Primeiro e o Último (comparar Isaías 44:6), e afirma categoricamente que "esteve morto", e acrescenta a palavra "amém" para dar ênfase. Negar que Cristo morreu como Deus é negar sua própria e explícita declaração.
Quando Jesus Cristo — o Verbo feito carne — foi crucificado, Deus, o Filho, estava morto, como testemunha o próprio Cristo: “fui morto". Ele não mais vivia. Ele estava morto. Durante três dias e três noites, somente Deus Pai esteve vivo como Deus.
A ressurreição: o retorno à gloria
Então chegava a hora da outra parte crucial dessa jornada planejada desde a fundação do mundo (ver 1 Pedro 1:19-20; Apocalipse 13:8). Deus Pai, reinando supremo no céu, fez o que tinha combinado com o Cordeiro de Deus, morto desde a fundação do mundo — Ele O ressuscitou dos mortos.
O fato incontestável de que Deus Pai foi Quem ressuscitou Jesus Cristo, o Filho, dentre os mortos, é testificado várias vezes nas Escrituras (Atos 2:24, 32; 3:15, 26; 4:10; 5:30; 10:40; 13:30, 33, 34, 37; Romanos 4:24; 6:4; 8:11; 10:9; 1 Coríntios 6:14; 15:15; Gálatas 1:1; Efésios 1:17-20; Colossenses 2:12).
Por meio dessa ressurreição, Jesus tornou-se um espírito vivificante (1 Coríntios 15:45, 50) e sentou-se à direita de Deus (Marcos 16:19; Romanos 8:34; Hebreus 10:12). Esse é o evento mais magnífico de toda essa jornada da glória à glória. O Verbo retornou à glória que havia compartilhado com o Pai antes que o universo viesse a existir (João 17:5). Ele retornou como o totalmente realizado Cordeiro de Deus que tinha sido predestinado a ser morto desde a fundação do mundo.
Esse retorno à glória abriu o caminho da glorificação de todos os filhos de Deus e da expansão da família de Deus. João descreve assim: "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele; porque assim como é O veremos" (1 João 3:2).
E como é Jesus Cristo agora em Seu estado glorificado, depois de ter sido ressuscitado pelo Pai e voltado ao estado de Sua existência anterior?
Leia a descrição de Jesus, relatada na visão de João em Apocalipse 1:12-18 (NVI): “Voltei-me para ver quem falava comigo. Voltando-me, vi sete candelabros de ouro e entre os candelabros alguém ‘semelhante a um Filho de Homem’, com uma veste que chegava aos seus pés e um cinturão de ouro ao redor do peito. Sua cabeça e seus cabelos eram brancos como a lã, tão brancos quanto a neve, e seus olhos eram como chama de fogo.
“Seus pés eram como o bronze numa fornalha ardente e sua voz como o som de muitas águas. Tinha em sua mão direita sete estrelas, e da sua boca saía uma espada afiada de dois gumes [essa parte da visão, evidentemente, é figurativa da Palavra de Deus — Hebreus 4:12]. Sua face era como o sol quando brilha em todo o seu fulgor. Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Então ele colocou sua mão direita sobre mim e disse: ‘Não tenha medo. Eu sou o primeiro e o último. Sou aquele que vive. Estive morto, mas agora estou vivo para todo o sempre!’”.
A glória que pode ser compartilhada com o ser humano
Esse é o mesmo tipo de existência espiritual, glorificada e imortal, que Deus promete a Seus filhos na ressurreição dos mortos, quando Jesus Cristo retornar! (1 Coríntios 15:50-54). A jornada de Cristo começou e terminou em glória como o propósito final da glorificação dos seres humanos — então Jesus é "o primogênito entre muitos irmãos", e estes serão ressuscitados para a glória (Romanos 8:29; Hebreus 2:10).
Então, voltamos à pergunta que fizemos no começo: Será que importa Quem veio morrer pelos nossos pecados e Quem O enviou? A resposta é um enfático sim! Se Deus, o Filho, não morreu por nós enquanto outro Ser divino, Deus, o Pai, permaneceu vivo, e com o poder de ressuscitá-Lo, então, como disse Paulo, somos os mais miseráveis de todos os homens e não temos esperança de vida eterna (1 Coríntios 15:14-19).
Felizmente, o Deus amoroso que fez o mundo nos deu o Seu Filho unigênito, Quem, de forma voluntária, se desfez de Sua glória e se tornou homem para morrer por nós, para que pudéssemos ter a vida eterna e compartilhar da glória de Deus para sempre.
Essa verdade não é muito difícil de entender. Deus se tornou homem para o homem se pudesse tornar um membro imortal da família de Deus — uma jornada que começou e terminou em glória!