Descobertas Arqueológicas Recentes Corroboram O Registro Bíblico

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Descobertas Arqueológicas Recentes Corroboram O Registro Bíblico

Restos de porcos e peixes impuros da antiga Judá (24 de maio de 2021). Um esqueleto intacto de um porco foi encontrado na escavação de uma casa judaica de classe alta na cidade de Davi, em Jerusalém, datada do século VIII a.C. Ele estava entre os ossos de outros animais preparados como alimento, evidentemente em uma cozinha. E, mais ou menos na mesma época, uma pesquisa em trinta locais dessa região de Judá concluiu que o consumo de peixes sem escamas, proibidos pela Bíblia, especialmente bagres, tubarões e enguias, era bastante comum durante a Idade do Ferro, época da antiga monarquia judaica e nos subsequentes períodos persa e grego helenístico — o consumo de peixes constituía ao redor de 13% dessa dieta, mas foi diminuindo paulatinamente no período romano.

A conclusão de muitos estudiosos é que as leis de carnes limpas e imundas listadas em Levítico 11 e Deuteronômio 14, junto com o restante da Torá, foram uma invenção tardia, que não se remonta à suposta época de Moisés ou de um reino davídico posterior. Contudo, precisamos levar em conta que 87% dos restos desses peixes eram de variedades limpas. Além disso, achados de peixes imundos e porcos, na verdade, confirmam o registro bíblico de que houve eventuais períodos de apostasia e descumprimento das leis de Deus, como quando o Livro da Lei foi encontrado no templo na época de Josias, após um longo lapso de tempo. Igualmente, hoje em dia, muitos judeus que conhecem as leis kosher também não as obedecem — ou as obedecem seletivamente.

Ao escavar o chamado palácio do rei Davi, a falecida Dra. Eilat Mazar descobriu que a porcentagem de bagre consumido aumentou pouco antes de Jerusalém ser conquistada pelos babilônios, em uma época de rebelião contra Deus em que Ele disse: “Os seus sacerdotes transgridem a Minha lei, e...não fazem diferença, nem discernem o impuro do puro” (Ezequiel 22:26). Para saber mais sobre o tema, peça ou baixe nosso guia de estudo bíblico gratuito “O Que a Bíblia Ensina Sobre Carnes Limpas e Imundas?”.

Estela do faraó Hofra da época de Jeremias (5 de junho de 2021). Uma estela de arenito citando o faraó egípcio da 26ª dinastia Wahibre ou Haaibre (Apriés em grego, Hofra em hebraico), que reinou ao redor de 589-570 a.C. foi encontrada no campo de um fazendeiro da cidade de Ismaília, no nordeste do Egito. O faraó Hofra é mencionado pelo nome em Jeremias 44:30, onde o profeta prediz a queda dele.

Os estudiosos estão trabalhando em uma tradução, mas as autoridades de antiguidades egípcias acreditam que se trata de uma campanha militar no leste. Isso pode se referir às forças egípcias sob o comando de Hofra que foram auxiliar o último rei de Judá, Zedequias durante o cerco de Jerusalém pelo monarca babilônico Nabucodonosor, cerco que acabou sendo suspenso temporariamente, como mostra Jeremias 37:5-8.

Evidências de um impacto cósmico em Tall el-Hammam, provável local da antiga Sodoma (20 de setembro de 2021). Em um dos maiores sítios da Idade do Bronze no sul do Vale do Jordão, a nordeste do Mar Morto, no lado leste da campina circular do Jordão identificada como o bíblico kikkar (vocábulo hebraico para “disco”), análises detalhadas de materiais escavados revelaram que uma bola de fogo celeste produziu um pulso térmico de alta temperatura que derreteu materiais expostos, seguido por uma onda de choque que demoliu e pulverizou a cidade e seus habitantes. Para obter mais detalhes sobre essa descoberta, leia o artigo “E Se Sodoma Tiver Sido Encontrada?” na edição de janeiro-fevereiro de 2022 desta revista.

Santuário judaico da época do rei Salomão, provavelmente para adoração a uma divindade cananeia (27 de outubro de 2021). Um grande fragmento de bloco de pedra que parece representar as pernas de uma divindade cananeia da tempestade foi encontrado nas ruínas de um templo em Tel Motza, a cinco quilômetros do Monte do Templo de Jerusalém. O santuário lembra o templo de Salomão e data da mesma época, do século X a.C., assim como vários outros nessa região. Por conta disso, muitos pensam que a religião israelita dessa época era politeísta e não monoteísta como descreve a Bíblia.

Mas, como observado antes, o que realmente a Bíblia descreve são períodos recorrentes de apostasia, quando o povo de Israel e Judá se voltou à adoração de falsos deuses — quando Deus frequentemente admoestava os reis por permitirem a permanência dos “lugares altos” pagãos. Na verdade, o próprio Salomão, quase no fim de sua vida, vergonhosamente se inclinou a essa apostasia, chegando até a construir santuários pagãos para suas esposas estrangeiras (1 Reis 11:4-8). E esse santuário de Motza pode ser um deles.

Nova evidência física da crucificação romana na Inglaterra (8 de dezembro de 2021). O esqueleto de um homem crucificado na Inglaterra da época romana em algum momento entre os séculos II e IV d.C., com um prego de ferro no calcanhar direito, foi encontrado entre os restos de 48 corpos em uma escavação de 2017 em Fenstanton, Cambridgeshire, e publicada agora. Essa é a primeira evidência esquelética de crucificação no norte da Europa e a quarta relatada em todo o mundo, em dois dos casos os pregos estavam encrustados nos ossos e outros dois tinham apenas os buracos dos pregos.

Tanto essa como a famosa descoberta de 1968 em Jerusalém mostram pregos na parte lateral do calcanhar — em vez de na parte superior dos pés, como retratado frequentemente na iconografia de Jesus. Muitos entendem que isso significa que as pernas dos crucificados eram pregadas separadamente na parte inferior do poste vertical, em vez de juntas, uma diante da outra. Cabe salientar que a primeira profecia do Messias em Gênesis 3:15 afirmava que Satanás, a serpente, feriria ou morderia o calcanhar dEle.

Segunda sinagoga encontrada em Magdala (15 de dezembro de 2021). Uma antiga sinagoga foi encontrada na cidade galileia de Migdal ou na antiga Magdala — a segunda encontrada nesse local data do período do Segundo Templo, na época de Jesus. A primeira, maior e mais ornamentada, foi descoberta em 2009.

Maria Madalena, que aparentemente era daqui, pode ter frequentado uma delas. E, provavelmente, Jesus pregou nela: “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas...” (Mateus 9:35). Alguns estudiosos argumentam que as sinagogas eram uma característica do judaísmo posterior e não da religião judaica do primeiro século, como descreve o Novo Testamento. Mas, como afirmou o codiretor dessa escavação: “Quanto mais estudamos mais percebemos que as sinagogas eram muito comuns”.

Tabuleta de maldição encontrada no altar do Monte Ebal com o nome divino YHW (31 de janeiro de 2022). Logo após encontrar um altar sob outro posterior no Monte Ebal, identificado como o altar israelita na época de Josué, conforme descrito em Deuteronômio 27 e Josué 8 (onde a Bíblia menciona maldições por desobedecer a Deus), foi encontrada uma tabuleta de maldição contendo o nome YHW, uma forma abreviada do nome de Deus, YHW ou Yahweh.

O altar e a inscrição protoalfabética, a mais antiga de Israel, são aproximadamente do ano 1400 a.C. — confirmando a datação inicial do Êxodo e da conquista israelita registrada na Bíblia. Saiba mais sobre esses achados no artigo “Outras Descobertas da Arqueologia Bíblica” na edição de maio-junho de 2023 desta revista.

Epitáfio de 1.800 anos na lápide de um prosélito da Galileia (1º de junho de 2022). Uma lápide no cemitério de Bete-Searim, inscrita em grego com uma maldição contra a violação do túmulo, nomeia a pessoa enterrada como Iokobos (ou Jacó), o prosélito (ou convertido). Esse termo grego, que denota literalmente aquele que “veio”, é usado frequentemente no Novo Testamento para os “plenos convertidos” ao judaísmo, em contraste com os "semiconvertidos", chamados “tementes a Deus”, que seguiam algumas regras judaicas, mas não eram circuncidados.

Portão da cidade e local do antigo tabernáculo identificados em Siló (13 de agosto de 2022). Siló era o local do tabernáculo israelita que abrigava a Arca da Aliança desde a época de Josué até muito tempo depois. Arqueólogos descobriram pilares que formavam uma porta para um complexo de portões no extremo norte da cidade bíblica e uma brecha simétrica no aterro que circunda a muralha de fortificação da cidade, que os moradores usavam pata ter acesso a uma nascente próxima àquele lado.

O diretor da escavação, Scott Stripling, acredita que provavelmente esse é o portão onde Eli, o sacerdote e juiz israelita, caiu da cadeira e morreu quando recebeu a notícia de que a arca, que havia sido levada para a batalha, foi capturada pelos filisteus (1 Samuel 4:18).

Além disso, ao longo do perímetro das paredes da parte norte havia salas de armazenamento exclusivas posicionadas estrategicamente ao lado de um monumental edifício descoberto antes que, pelo seu dimensionamento, parece ser uma plataforma do tabernáculo, junto com raros “chifres” de altar em blocos de pedra, que também foram encontrados ali. E próximo desse local havia um depósito de cerâmica e ossos de animais exclusivamente kosher datados de cerca de 1400 a 1300 a.C., condizente com o período bíblico. A maioria dos ossos era do lado direito dos animais sacrificados, correspondente à porção dos sacerdotes (Levítico 7:32-33).

“Tudo isso junto nos sugere indutivamente que estamos vendo o que é encontrado na Bíblia”, disse Stripling. “Existem muitas linhas de evidências e delas emerge uma imagem abrangente”.

Fique atento para mais informações sobre outras descobertas esclarecedoras relacionadas à Bíblia em uma próxima edição desta revista.