O Perene Amor de Deus por Israel
Uma importante conjuntura tem sido alcançada por um país e um povo cuja própria existência Deus e a Bíblia nos dizem que é garantida. Esse país, foco contínuo da atenção mundial no Oriente Médio, é o Estado de Israel — agora comemorando seu septuagésimo aniversário. Nação composta principalmente de judeus — 6,5 milhões de judeus vivem em sua terra natal e esse número é maior do que os que vivem no exterior, principalmente nos Estados Unidos. O Estado judeu e seu povo são um sinal de que Deus se importa e está envolvido na história — uma evidência da graça de Deus.
Você já se perguntou se Deus realmente se importa com a raça humana? Com todo o mal e sofrimento do mundo, podemos realmente confiar no ensinamento da Bíblia sobre um Deus justo, misericordioso e todo-poderoso?
Essas são perguntas honestas que, às vezes, vêm à mente de pessoas sinceras que querem acreditar na Bíblia e confiar em Deus. Quando olhamos o mundo e a história podemos nos decepcionar ou até mesmo duvidar. E alguns até leem a Bíblia e se perguntam por que Deus fez aquelas coisas que estão escritas nela.
Então, vamos ponderar esse amor perene de Deus por Israel.
Entendendo o mundo através do passado de Israel
Jesus Cristo disse às pessoas de Sua época que precisavam "discernir este tempo" (Lucas 12:56). Ele disse que eles eram capazes de olhar para o céu cheio de nuvens escuras e dizer: "Vem chuva", enquanto que se sopra o vento sul, dizem: "Haverá calor" (versículos 54-55, ARA). Mas essas mesmas pessoas tinham dificuldade em discernir exatamente quem Ele era e não conseguiam se comportar de acordo com a mensagem de Seu evangelho.
E você?
Você consegue discernir seu tempo, nosso tempo, em relação à profecia bíblica? Você consegue discernir o mundo de hoje com todos os inúmeros eventos que moldam nossas vidas? Será que entendemos por que o mundo de hoje parece estar cada vez mais fora de controle e repleto de mudanças morais, culturais e sociais?
Você pode e precisa entender os eventos mundiais de hoje. Porque a sua fé e compreensão sobre Deus depende de seu discernimento sobre esta era. Deixe-me mostrar-lhe como se concentrar em uma parte do mundo que, geralmente, estampa as manchetes.
Mais uma vez, vamos olhar para o Estado de Israel. Essa pequena nação no Oriente Médio tem um papel significativo nos assuntos mundiais. O Estado de Israel tem agora setenta anos de existência, desde que foi proclamado em 14 de maio de 1948 por David Ben-Gurion, presidente da Agência Judaica, após o pronunciamento da Resolução 181 das Nações Unidas no dia 29 de novembro de 1947 que determinou a divisão da Palestina em Estados judeus e árabes.
Durante este período de setenta anos, o Estado judeu teve que lutar muitas guerras contra seus vizinhos árabes. Constantemente, sua sobrevivência é ameaçada por grupos terroristas islâmicos hostis e implacáveis. Com o passar do tempo, as Nações Unidas chegaram a condenar regularmente a Israel por meio de resoluções em que Estados membros atacavam as políticas e as ações de Israel. Israel vive em um bairro do Oriente Médio, onde é continuamente forçada a defender sua existência para sobreviver.
No entanto, apesar de setenta anos de hostilidade, Israel desenvolveu uma sociedade forte e próspera. Seu povo contribui positivamente para melhorar a vida no mundo por meio de muitas áreas críticas, como tecnologia, medicina, educação e esforços humanitários. Então, por que Israel sempre está lutando contra ameaças? Por que deve se defender diante da corte das nações do mundo? Qual o motivo desse antagonismo e ódio?
Se quisermos entender esse paradoxo de hostilidade e bênçãos ao redor de Israel, precisamos olhar para a Bíblia e para a história. As escrituras nos dão a história dos bastidores da origem de Israel. Somente na Bíblia encontramos o propósito divino para a existência de Israel — tanto no mundo antigo quanto como uma nação moderna hoje em dia.
Uma aliança decorrente do dedicado amor de Deus
A antiga nação de Israel era composta pelos descendentes dos doze filhos de Jacó, ele mesmo filho de Isaque, que era filho de Abraão, conhecido como o pai de todas as pessoas fiéis que buscam o verdadeiro Deus Criador. Agora, qualquer homem que tenha doze filhos é uma história interessante. E Jacó não foi uma exceção. Sua vida, como revelado no livro de Gênesis, envolve todos os elementos de uma história intrigante — traição, vingança e filhos com várias esposas e concubinas. Uma trama completa que envolve o bem e o mal.
O propósito do relato da história da luta de Jacó com um Ser, que só pode ser Deus, talvez seja muito importante em tudo isso. Ao romper do dia Deus muda o nome de Jacó para Israel, que significa "aquele que luta com Deus" ou "príncipe que prevalece com Deus”. Esse nome, Israel, também foi dado à nação que surgiu de seus doze filhos. O homem Israel termina sua vida no Egito com seus filhos e familiares depois de escapar de um grave período de fome. Os anos se passaram e os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó saem da escravidão no Egito, sob a liderança de Moisés, num grande êxodo.
Enfim, Deus lembra-se da promessa que fez a Abraão — uma promessa de que seus descendentes seriam estrangeiros e servos em uma terra estrangeira. O cativeiro egípcio durou várias gerações até que Deus libertou os israelitas da escravidão e os trouxe de volta à terra que havia prometido aos seus antepassados, a terra hoje conhecida como Israel.
Quando Deus fez uma aliança com Abraão, Isaque e Jacó acerca de uma terra, Ele entrou em um relacionamento pactual com seus descendentes, os filhos de Israel que tinham crescido na nação de Israel. Este relacionamento pactual entre Deus e o povo, cujos termos foram acordados, é o núcleo da história do atual Estado de Israel.
Essa não é uma velha história dos tempos antigos. E não é um mito criado por tribos ignorantes que, de alguma forma, vagaram por aquela terra e deram origem a uma história épica para justificar sua presença. Deus amou esse povo. Seu desejo era dar-lhes todas as oportunidades para a paz e o sucesso, permitindo-lhes crescer e prosperar. A nação de Israel deveria se tornar um modelo para que todas as outras a imitassem e seguissem seu estilo de vida, e também para demonstrar que as leis e os juízos de Deus podem gerar uma cultura abençoada pela paz e pela prosperidade.
Observe como Deus disse isso nas Escrituras em Deuteronômio 7: "Porque tu és povo santo ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o Seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra" (versículo 6). Os israelitas tiveram uma incrível oportunidade com Deus. Eles receberam uma terra especial para servir como um povo especial.
Veja a motivação de Deus ao escolhê-los: "O SENHOR não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos, mas porque o SENHOR vos amava; e, para guardar o juramento que jurara a vossos pais, o SENHOR vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa da servidão” (versículos 7-8).
Deus tinha um profundo amor espiritual pela nação de Israel. Esse amor, repito, é a cerne dessa história. Deus prometeu a Abraão que sua família se tornaria uma nação e herdaria promessas que durariam por gerações, muito além de seu dia e do mundo moderno. Observe o que Deus disse a seguir:
"Saberás, pois, que o SENHOR, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda o concerto e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos" (versículo 9).
Deus é fiel. Ele mantém Seus acordos por mil gerações. Aqui está uma chave para entender por que o moderno Estado de Israel fica no mesmo ponto geográfico que a antiga Israel. O Estado judeu é uma continuação do povo com quem Deus fez uma aliança há muito tempo.
Havia várias alianças envolvidas nesse relacionamento, incluindo a anterior com Abraão. A aliança de Deus com Israel no Monte Sinai, onde a nação concordou em ser Seu povo e aceitar os termos de obediência às Suas leis, foi um acordo matrimonial, o qual tinha Deus como Marido (comparar Jeremias 31:32). E Deus fez outra aliança com os israelitas antes de entrar em Canaã, em Deuteronômio 29-30, com respeito à habitação naquela terra — incluía invasão, destruição e expulsão da terra por desobediência, e, no futuro, trazer o povo de volta através do arrependimento.
Isso é algo que você não lê nos livros de história. Mas esse relacionamento especial de alianças, promessas e profecias de Deus sobre Seu povo e a Terra Prometida é o núcleo do entendimento sobre a importância do atual Estado de Israel após setenta anos de sobrevivência e controvérsias sobre Jerusalém, sua capital.
Uma história de amor que deu errado — mas que ainda vai dar certo
Deixe-me levá-lo a uma passagem muito profunda da Bíblia. Ela revela o profundo amor e paixão que Deus tem por Israel. Este amor começou há milhares de anos e continua até hoje. Embora seja uma história de amor entre Deus e um povo em particular, ela também diz respeito a todos os povos e nações. E também é um sinal de que Deus é fiel a todas as Suas promessas para a humanidade.
Esta narrativa encontra-se em Ezequiel 16, onde Deus fala, através de Seu profeta, a Jerusalém, o coração da nação. "No dia em que nasceste, não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com água...nem envolta em faixas. Não se compadeceu de ti olho algum, para te fazer alguma destas coisas, compadecido de ti; antes, foste lançada em pleno campo..." (versículos 4-5).
Lembre-se de que Abraão, Isaque e Jacó eram errantes, sem lar permanente. Quando a esposa de Abraão, Sara, morreu, ele teve que comprar de seus vizinhos um local para o sepultamento. Jacó levou sua família para o Egito em busca de comida para sobreviver, e seus descendentes se tornaram escravos fazendo tijolos de barro para o faraó. Ninguém a não ser Deus estava procurando pelos filhos de Israel.
Então Deus disse: “E, passando Eu por ti, vi-te manchada do teu sangue e disse-te...vive...Eu te fiz multiplicar como o renovo do campo, e cresceste, e te engrandeceste, e alcançaste grande formosura..." (versículos 6-7). "Mas", Ele disse ainda, "estavas nua e descoberta” (versículo 7).
Deus libertou os israelitas da escravidão egípcia e os trouxe para a terra prometida a Abraão, Isaque e Jacó. Depois de muitos anos como uma pequena confederação de tribos, aquela nova nação tornou-se uma grande potência liderada por seu grande rei Davi e o seu filho Salomão. A localização de Israel permitiu equilibrar o poder, impedindo o domínio da região pelo Egito, Assíria e Midia.
A transformação que Deus fez a Israel é descrita nestes termos: "Você já era moça feita, pronta para o casamento...Fiz um trato com você; jurei ser Seu marido...Dei a você belas roupas bordadas, de linho e de seda...Também lhe dei joias para enfeitar ainda mais sua beleza, pulseiras para as mãos e colares para o pescoço, brincos para o nariz e as orelhas, e uma linda coroa para sua cabeça...Assim, você foi enfeitada com ouro e prata... Ficou famosa entre as outras nações" (versículos 8-14, Bíblia Viva).
Mas isso não durou muito tempo. Israel não cumpriu sua parte do acordo. Não guardou as leis de Deus. As pessoas adotaram as formas pagãs de adoração das nações vizinhas e, enfim, abandonam a Deus, a verdadeira e única fonte de sua riqueza, segurança e posição entre as nações.
Deus descreve isso como adultério — uma relação imoral, infiel e extraconjugal — e até mesmo como prostituição.
Ele afirma: "Mas você confiou demais em sua beleza — achou que não precisava mais de Mim. Acabou se transformando numa prostituta, entregando-se a qualquer um que passasse perto de você" (versículo 15, Bíblia Viva).
Deus disse que eles levaram as roupas e a boa comida que Ele havia dado — riqueza, prosperidade e status como uma nação poderosa — e as usaram para adoração idólatra e estranha: "Até isso você ofereceu aos seus ‘deuses’, como um sacrifício de amor!” (versículo 19, Bíblia Viva).
Israel, a noiva infiel de Deus era tão depravada que, em vez de receber dos estranhos para ter relações sexuais, como qualquer prostituta, ela é quem pagava por isso (versículos 31-34). Toda e qualquer regra foi virada ao avesso!
Essa passagem gráfica das Escrituras, com suas belas imagens declinando ao horror, mostra a profundidade do sentimento de Deus pela nação que Ele criou do nada e a tornou Sua própria nação modelo para todas as outras nações. A história de Israel não terminou bem. Deus trouxe outras nações poderosas, como os assírios e babilônios, contra o seu povo para destruí-los e removê-los da terra.
No entanto, apesar de toda a infidelidade, a idolatria e um derradeiro declínio, Deus sempre manteve a esperança com base em Seu amor perene pelo povo que uma vez recebeu tamanha promessa.
Deus disse a Israel: “Mas Eu me lembrarei das promessas que fiz a você, quando ainda era uma nação jovem. Farei um novo trato com você, um trato que vai durar para sempre” (versículo 60, Bíblia Viva). Então, Israel seria perdoada e transformada: "Você se lembrará com vergonha de seus antigos pecados, e isso acabará com seu orgulho, quando Eu tiver perdoado o mal que você fez contra Mim” (versículo 63, Bíblia Viva).
Essa fase final de uma nova aliança eterna com Israel ainda não aconteceu. A Igreja de Deus, como a Israel espiritual, é uma precursora desse novo relacionamento, cuja plenitude não ocorrerá até que Jesus Cristo retorne à Terra e estabeleça o Reino de Deus, o qual vai durar para sempre. Naquela época, toda a Israel será trazida para esse relacionamento, e os israelitas ao redor do mundo voltarão à mesma terra. Então, Jesus Cristo sendo o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores sobre toda a Terra, todas as nações serão levadas a fazer parte dessa aliança de Deus com Israel.
Judá é apenas uma parte de Israel — e um testemunho evidente
Vamos fazer uma pausa para analisar um pequeno componente desse quebra-cabeça histórico. O moderno Estado judeu tem o antigo nome de Israel, mas na realidade ele representa apenas uma pequena parte de todo o povo de Israel, cujos ancestrais viviam na terra e a quem são direcionadas muitas das profecias bíblicas.
Como vimos, na Bíblia a nação de Israel se refere às doze tribos que saíram do Egito sob o comando de Moisés na história do êxodo. Essas doze tribos eram descendentes dos doze filhos do patriarca Jacó, cujo nome Deus mudou para Israel.
Mas aqui está o que você deve entender neste momento. Um desses filhos foi chamado Judá. Seus descendentes eram judaítas, mais tarde, ao passar por outras línguas, esse nome resultou no termo judeus. O rei Davi, que era da tribo de Judá, acabou governando todas as doze tribos — como também seu filho Salomão.
Mas, depois de Salomão, a nação foi dividida em dois reinos — o reino de Israel, ao norte, composto por dez tribos, e o reino de Judá, ao sul, composto pelas tribos de Judá e Benjamim e grande parte da tribo de Levi, bem como alguns de outras tribos que acabaram se mudando para o sul. As pessoas desse reino do sul vieram a ser conhecidas como judaítas ou judeus.
Isso significa que os judeus, o povo de Judá, é composto de apenas uma parte da grande nação de Israel. Então, você não precisa ser etnicamente judeu para ser um israelita!
Mas como os judeus se tornaram tão proeminentes? Por que as pessoas, hoje em dia, costumam pensar que somente os judeus são israelitas? É uma boa pergunta e a Bíblia nos dá a resposta.
O nortenho reino de Israel existiu por cerca de duzentos anos após a morte de Salomão antes de ser conquistado pelo Império Assírio. Os israelitas do norte foram exilados da terra e dispersos à força. Eles são conhecidos na história como as dez tribos perdidas de Israel. Mas, na verdade, eles não estão perdidos, embora tenham esquecido sua identidade.
Deus havia dito que seriam peneirados como grãos entre as nações, mas sem que o menor grão caísse no chão (Amós 9:9). E, de fato, comparando a história e a profecia, conseguimos identificar as nações descendentes das tribos do norte de Israel na atualidade (leia nosso guia de estudo bíblico gratuito Os Estados Unidos e a Inglaterra na Profecia Bíblica para saber mais).
O sulino reino de Judá sobreviveu mais tempo do que Israel, mas, por fim, também caiu — neste caso, conquistado pelo Império Babilônico. A maioria do povo do antigo Estado judeu foi levada para a Babilônia. Setenta anos depois, após a Pérsia tomar o poder da Babilônia, um grupo de judeus, cumprindo uma profecia de Jeremias, retornou a Jerusalém, logo outros também iriam, e a cidade de Jerusalém e seu templo foram reconstruídos.
Então, uma nação judaica, parcialmente restaurada, passou a existir em Jerusalém com sua cultura distinta até a época de Jesus e da Igreja do Novo Testamento, quando o Império Romano governou aquela terra.
Por conseguinte, cerca de quarenta anos depois de rejeitar a Jesus, a nação judaica entrou em colapso, no ano 70 d.C., pelas mãos dos romanos, que destruíram Jerusalém e seu templo após uma rebelião dos judeus. E, em 135 d.C, os romanos também impediram outra revolta judaica. Muitos judeus foram dispersos por causa dos romanos, juntando-se à diáspora judaica (ou dispersão entre as nações), a qual existia desde os tempos babilônicos. Os descendentes dos judeus dispersos fundaram o atual Estado de Israel em 1948.
A existência do moderno Estado de Israel é necessária para se cumprir certas profecias do fim dos tempos e também para garantir à humanidade a fidelidade contínua de Deus. E como Ele continua comprometido com o Seu povo, podemos também confiar que Suas promessas a todas as nações e povos são seguras. De fato, Israel é um fator chave nisso tudo.
A promessa que Deus fez a Abraão, a Isaque e a Jacó envolve promessas físicas e espirituais. Essas promessas serão derramadas sobre todas as nações — inclusive sobre você e sobre mim.
Hoje em dia, entender a existência do Estado de Israel é compreender a Deus e sua linha do tempo profética. A constante oposição da maioria das nações do mundo de hoje a Israel, muitas até com um ódio ferrenho, é uma prova tangível de que Deus retirou o entendimento da humanidade. Mas a graça e o amor duradouro de Deus transcendem essa condição corrupta, a qual chegará ao fim. Sua Bíblia mostra que as promessas espirituais de Deus serão dadas a todos. A paz, a restauração e a vida eterna são a esperança de todas as nações!
O povo de Deus não foi rejeitado — ainda será uma bênção para todos
No livro de Romanos, o apóstolo Paulo conta a história da ascensão, da queda e da esperança de restauração da antiga Israel. Os israelitas tinham um relacionamento profundo com Deus. Eles tiveram a oportunidade de se tornar uma nação fundamentada na lei de Deus e em Sua glória. Deus fez promessas especiais ao povo de Israel, separando-o de outras nações e prometendo-lhe proteção e prosperidade. Todas as bênçãos físicas prometidas por Deus eram tipos minúsculos das grandiosas bênçãos espirituais contidas em Jesus Cristo, um descendente direto do rei Davi.
Mas a antiga Israel falhou. Como vimos anteriormente, eles se separaram e, por meio de uma combinação de idolatria e transgressão do sábado, desonraram e desobedeceram a Deus — resultando em seu cativeiro e exílio. A maioria do povo de Israel, exceto os judeus, esqueceu-se de sua identidade. E os judeus não fizeram o que deveriam fazer.
O desejo de Paulo, em sua oração por Israel, seu povo, era que eles fossem salvos (Romanos 10:1). Mesmo se eles não obedecessem ao evangelho (versículo 16), sua rejeição não seria total ou permanente, como Paulo deixa claro em Romanos 11. Deus não rejeitou Israel. Por meio de Paulo, Deus revela que há um remanescente de Israel entre as nações de hoje e, por Sua graça, eles serão reunidos.
Mas aqui está a surpreendente e pouco compreendida verdade: A rejeição de Deus por Israel trabalha para a glória e propósito de Deus! Todas as outras nações e povos, que a Bíblia chama de gentios, podem ter este mesmo relacionamento com Deus, baseado em Suas promessas eternas. No tempo determinado por Deus, todos terão a oportunidade de conhecê-Lo. Porque Deus ama não apenas o povo de Israel, mas também o mundo inteiro, pelo qual Ele entregou Seu Filho para morrer (João 3:16).
O apóstolo Paulo diz que a cegueira atingiu Israel até chegar a plenitude dos gentios. Em uma magnífica obra escrita, Paulo se encontra inspirado para mostrar que Israel, isto é todas as doze tribos, e o mundo inteiro terão a oportunidade de salvação. Todas as nações terão a oportunidade de receber todas as promessas de Deus, tanto físicas como espirituais.
Observe a pergunta de Paulo em Romanos 11:1-2: “Porventura, rejeitou Deus o Seu povo?” Ele então responde: “De modo nenhum! Porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o Seu povo, que antes conheceu". Deus usou israelitas físicos como Paulo para lançar os alicerces da Igreja Cristã. O próprio Jesus era judeu!
Paulo prossegue explicando que, por causa da incredulidade que os levou a pecar, os primeiros israelitas físicos foram impedidos de fazer parte da Israel espiritual — o povo da aliança de Deus — mas estes serão reunidos a Israel espiritual quando se arrependerem, tal como os gentios.
Nos versículos 11-15, Paulo diz que por causa dos descendentes dos israelitas físicos estarem cortados neste tempo, a salvação está disponível ao mundo. Os gentios, portanto, têm um lugar na verdadeira e atual Israel espiritual de Deus. Adicionalmente Paulo explica que Deus não acabou Seu trabalho com os descendentes físicos de Israel. Eles serão trazidos de volta para a graça de Deus e ainda servirão como a nação modelo para todos os povos, que é o propósito a que foram destinados. Isso acontecerá durante o vindouro reinado de Cristo na Terra. Então todos terão a oportunidade de serem salvos, e todas as tribos de Israel reunidas (não apenas os judeus) serão usadas, de forma poderosa, nessa "reconciliação do mundo" inteiro (versículo 15).
Então toda a humanidade buscará ao SENHOR. De fato, "naquele dia, sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla da veste de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco" (Zacarias 8:23). Todas as nações virão a Jerusalém e aprenderão os caminhos de Deus. Jerusalém, a capital do moderno Estado de Israel, um dia se tornará a capital do mundo inteiro sob o governo de Deus (ver Jeremias 3:17).
Por isso Israel é importante. Não apenas o atual Estado judeu do Oriente Médio. Mas todas as tribos de Israel são importantes para Deus. E também todas as nações do mundo são importantes para Deus — mas todas elas devem se tornar parte de Israel espiritual para serem salvas e viverem para sempre como a família, a nação, e o Reino de Deus.
E numa erupção final de euforia e inspiração, Paulo exclama: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os Seus juízos, e quão inescrutáveis, os Seus caminhos!” (Romanos 11:33).
A compreensão da identidade e do papel de Israel é a chave para entender o mundo de hoje e a marcha da história em direção ao Reino de Deus. O entendimento sobre Israel nos mostra as duradouras promessas da salvação de Deus para todas as nações. Por ser fiel em seu compromisso com Israel, Ele também será fiel em Suas promessas, através de Cristo, a todas as pessoas — inclusive a você e a mim — pois, todas vão ter a oportunidade de participar na Sua nação da aliança. Essa grande história de amor envolve o amor de Deus por todas as pessoas. Essas são as boas novas do evangelho!
Finalmente, deixe-me repetir que entender Israel é entender a Deus e a sua linha do tempo profética. A existência do Estado de Israel, apesar de todas as improbabilidades, é um sinal de que Deus controla o destino de todas as nações. E é a prova de que Deus vigia a história e está guiando nosso mundo com todos os seus habitantes para o Seu propósito final. Deus vigia as nações. O Estado de Israel é uma prova viva disso!
Em geral, o mundo continuará planejando atacar Israel e o povo judeu. Mas eles sobreviverão e completarão seu propósito ordenado por Deus. Lembre-se disso quando leia as manchetes diárias!