Série Os Dez Mandamentos: O Segundo Mandamento

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Série Os Dez Mandamentos: O Segundo Mandamento

Os seres humanos se sentem desconfortáveis por natureza ao tentar se relacionar com um Deus que é invisível, infinito, imortal, transcendental, intangível e humanamente incompreensível. As pessoas querem reduzir e humanizar a Deus para que Ele seja menos celestial e mais terreno. Contudo, retratar nosso Deus sobrenatural com algo físico é um insulto a Ele.

O paganismo é muito visualmente orientado. Temos que estar focados em guardar os mandamentos de Deus e não em tentar criar ou projetar uma imagem dEle.

A verdade — a suprema verdade— é definida pela Palavra de Deus

Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque Eu, o SENHOR, Teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que Me aborrecem e faço misericórdia em milhares aos que Me amam e guardam os Meus mandamentos” (Êxodo 20:4-6; Deuteronômio 5:8-10).

Assim diz diretamente o segundo mandamento. Ele tem um significado muito diferente do primeiro mandamento. Notadamente, muitas pessoas que creem na Bíblia pensam que esses dois mandamentos são apenas um mandamento — como se tivesse separado por partes. E já outros os aceitam como dois mandamentos, porém estão muito confusos sobre as diferenças entre eles. Infelizmente, essa confusão tende a diminuir a importância de ambos os mandamentos.

Então, qual é a diferença no significado desses dois primeiros mandamentos? Se alguém adora qualquer coisa que não seja Deus, inclusive qualquer imagem (como uma estátua ou pintura), isso corresponde à transgressão do Primeiro Mandamento. E se alguém está adorando o Deus verdadeiro, mas O está retratando física, visual ou mentalmente com imagens, isso é transgressão do Segundo Mandamento.

O Primeiro Mandamento proíbe adorar falsos deuses. O Segundo Mandamento proíbe a falsa adoração.

“Deus é Espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade” (João 4:23-24). Portanto, é absurdo e até mesmo blasfemo retratá-Lo com qualquer coisa física — um ser humano, um animal, um pássaro, um peixe, um "bicho que rasteja", o sol, a lua, as estrelas, etc. (Deuteronômio 4:1-2, 12-19, 23-24; Isaías 40:25).

A verdade – a suprema verdade — é definida pela Palavra de Deus (João 17:17). A Palavra de Deus nos diz como adorar a Deus e proíbe qualquer prática de adoração que não seja bíblica (Deuteronômio 12:1-4, 28-31). Além disso, Deus exige que não “acrescentemos” ou “retiremos” nada de Sua Palavra (Deuteronômio 4:2; 12:32; Apocalipse 22:18-19). E Deus também nos proíbe de inventar uma prática religiosa ou copiar qualquer prática pagã.

Além disso, “adorar em espírito” significa adorar e amar a Deus com a mente e o coração (Mateus 22:37), e isso só pode ser praticado corretamente por aqueles que têm “o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38; Romanos 8:13-14; 1 Coríntios 2:9-14).

O Segundo Mandamento não é uma crítica à arte, aos artistas e à ornamentação. O templo de Deus foi decorado com desenhos de flores, palmeiras, romãs, leões e bois (1 Reis 7). As obras de arte e imagens proibidas por esse mandamento são aquelas usadas para representar, lembrar ou reverenciar a Deus (ver Êxodo 20:5).

O que é um ídolo e o que é idolatria?

Aqui estão três definições da palavra “ídolo”: “Um deus falso. Uma representação de um falso deus. Uma representação física do Deus verdadeiro”. Nesta Série dos Dez Mandamentos, o termo “ídolo” se refere às duas primeiras definições. Assim, “idolatria” se refere a violação do Primeiro Mandamento, porém transgredir o Segundo Mandamento igualmente é um grande pecado.

As pessoas que usam imagens em sua adoração a Deus, geralmente, têm boas intenções. Muitas vezes pensam que estão honrando a Deus e usam uma imagem para se sentirem mais perto dEle e como um auxílio em sua adoração. Mas a verdade é que estão longe dEle ao inserir algo físico entre elas e Deus. Essas pessoas tendem a confundir imagem com essência, então transgridem o Segundo Mandamento e isso, muitas vezes, também leva à violação do Primeiro Mandamento.

A natureza humana anseia por um Deus visível!

Os seres humanos se sentem desconfortáveis por natureza ao tentar se relacionar com um Deus que é invisível, infinito, imortal, transcendental, intangível e humanamente incompreensível. (O significado literal de tangível é palpável). Como resultado disso, as pessoas querem reduzir e humanizar a Deus para que Ele seja menos celestial e mais terreno.

O que as pessoas têm escolhido para representar a Deus, muitas vezes, chega a ser ridículo. E Deus dá risada dessa irracionalidade! (ver Isaías 40 a 46, especialmente Isaías 44:6-20). Hoje em dia, essas imagens são mais sofisticadas, mas, mesmo assim, são blasfemas.

O Segundo Mandamento é singular, pois quase todas as religiões fazem imagens de seus deuses! O paganismo é muito visualmente orientado. E algumas pessoas de outras religiões têm pena daqueles que obedecem literalmente ao Segundo Mandamento! E até questionam: “Como você pode acreditar em um Deus que você nem sabe como Ele se parece?”

Em contrapartida, a Bíblia enfatiza a mente — o pensamento factual e racional, o conhecimento, a compreensão e a sabedoria. Deus nos deu um livro para ler e contemplar. Portanto, nós devemos ouvir a Deus em vez de olharmos para imagens.

Outra razão pela qual as práticas pagãs são populares é que elas são muito lucrativas! Leia Atos 19:23-41 e 1 Timóteo 6:10. 

Pontos de vista de outras religiões e igrejas

As Bíblias da maioria das igrejas protestantes contêm os mesmos Dez Mandamentos que crê a Igreja de Deus Unida. Mas enquanto consideramos Êxodo 20:2 como o preâmbulo dos Dez Mandamentos, o judaísmo considera isso como o Primeiro Mandamento e Êxodo 20:3-6 como o Segundo Mandamento. A Igreja Católica Romana e a Igreja Luterana seguem o ensinamento de Agostinho e combinam os dois primeiros mandamentos em apenas um e dividem o Décimo Mandamento (contra a cobiça) em dois mandamentos.

Essas igrejas usam muitas imagens físicas e simbolismo visual em sua adoração. Elas ensinam contra a adoração de imagens, mas, por acreditar que Êxodo 20:3-6 consiste em apenas um mandamento — que proíbe a adoração de ídolos — elas se sentem justificadas em usar imagens e símbolos na adoração do Deus verdadeiro. E assim, elas transgridem o Segundo Mandamento.

Retratar Deus com uma imagem é blasfêmia!

Retratar nosso Deus sobrenatural com algo físico é um insulto a Ele! Comparar o Criador de todo o universo a uma pequena parte de Sua criação é ridículo, blasfemo e perverso!

Para alguns, o Segundo Mandamento pode parecer relativamente sem importância. Mas, leia todo o mandamento! Ele contém a advertência mais forte de todos os Mandamentos! Ele mostra como Deus se sente a respeito de atos que falsificam Sua identidade e rebaixam Sua glória. Esses atos degradam, depreciam e humilham o nosso Deus Criador Todo-Poderoso! Apesar disso, as pessoas continuam inventando todos os tipos de imagens de Deus Pai e de Jesus Cristo!

Existe uma "imagem do Deus invisível" — o Filho de Deus! (Colossenses 1:15; ver também 2 Coríntios 4:4; Hebreus 1:3). Jesus veio à Terra para revelar a natureza, o caráter e o plano de Deus. (É muito significativo o fato de que Deus não permitiu que ninguém registrasse nada sobre a aparência física de Jesus). Em seu devido tempo, Deus convidará todos a “serem conformes à imagem de Seu Filho” (Romanos 8:29; 12:1-2; e 2 Coríntios 3:18).

A compreensão do restante do Segundo Mandamento

O que Deus quer dizer com visitar “a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que Me aborrecem” em Êxodo 20:5? Obviamente, não significa que Deus pune os filhos pelos pecados dos pais, pois a mesma Palavra de Deus proíbe isso (Deuteronômio 24:16; Ezequiel 18:20). Em primeiro lugar, o pecado geralmente resulta em sofrimento para os filhos e os netos. Em segundo lugar, as crenças e práticas religiosas (verdadeiras e falsas), junto com suas consequências, frequentemente, são transmitidas de geração em geração.

Na Bíblia, as palavras “amor” e “ódio” geralmente não se referem a sentimentos emocionais. Normalmente, esses termos são verbos de ação. Amar a Deus significa obedecê-Lo e odiar o mal, e odiar a Deus significa desobedecê-Lo (Salmos 97:10; Mateus 6:24; 7:21-27; João 14:15; 15:18-25; Romanos 9:13; 1 João 2:4-5; 5:2-3; 2 João 6).

Nesse mandamento, o termo “milhares” pode se referir a “milhares de gerações”. Observe como as recompensas por amar a Deus e guardar os Seus mandamentos excedem em muito as punições por odiá-Lo! Deus é incrivelmente misericordioso e generoso!

As transgressões “cristãs” comuns do Segundo Mandamento

Usar os seguintes tipos de imagens, símbolos e desenhos para representar o cristianismo, a Deus ou a Jesus Cristo são violações do Segundo Mandamento: Pinturas e desenhos destinados a representar Jesus Cristo ou Deus Pai. A cruz latina e o crucifixo. O esboço de um peixe ou pomba. Qualquer desenho de três partes destinado a representar a “trindade". Relíquias supostamente relacionadas à vida ou à morte de Jesus. Um campanário, especialmente, quando em um prédio de igreja. Halos e outros círculos e discos usados para indicar algo como sagrado. Uma estrela usada de maneira específica, como no topo de uma árvore de Natal. Qualquer uma das numerosas abreviações em grego para as palavras "Jesus" e "Cristo." As letras gregas Alfa e Ômega escritas juntas.

Quando o cristianismo falsificado imita os feriados religiosos e rituais pagãos — como, por exemplo, o Natal — isso reforça as diversas ideias corrompidas que existem sobre Deus Pai, Jesus Cristo e a Bíblia. Quando Maria e outros “santos” mortos são venerados como mediadores diante de Deus, isso configura transgressão do Segundo Mandamento. E também representa violação deste mandamento o fato de roupas e objetos religiosos serem considerados sagrados. Até mesmo a música religiosa e os cultos de adoração podem representar algo adorado mais do que a Deus.

Não há problemas em usar analogias, metáforas e símiles

A Bíblia, frequentemente, usa analogias literárias e figuras de linguagem para nos ensinar características sobre Deus e Jesus Cristo, mas isso não viola o Segundo Mandamento. Quando Jesus falou sobre alguém ter que carregar a “sua cruz,” Ele se referia aos sacrifícios e sofrimento que essa pessoa precisa fazer. Quando Paulo falou da "cruz," ele se referia ao plano de salvação de Deus, que tornou-se possível pelo sacrifício de Jesus Cristo.

A Bíblia usa símiles quando diz que Deus “é como” um “noivo” e o “fogo do ourives” e o “sabão dos lavandeiros” (Salmos 19:5; Malaquias 3:2). A Bíblia usa metáforas quando diz que Deus é “fogo que consome” e “sol e escudo” (Deuteronômio 4:24; Salmos 84:11). Jesus usou metáforas quando disse: “Eu sou o pão da vida...a luz do mundo...a porta...o bom Pastor...a verdadeira videira...” (João 6:35; 8:12; 10:9; 10:11; 15:1).

Chamados para ser luz em um mundo tenebroso

Tragicamente, esta sociedade, que um dia foi considerada uma “civilização cristã”, está rejeitando cada vez mais a Bíblia como fonte da suprema verdade. Assim, à medida que auferimos conhecimento secular, vamos perdendo sabedoria, sanidade e compaixão. Essa escuridão espiritual tem coincidido com uma crescente ênfase em imagens. Geralmente, a ignorância e as imagens têm coexistido desde o princípio dos tempos.

A boa nova é esta: Um dia Jesus Cristo retornará e então “a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar” (Isaías 11:9).

Aqueles que já possuem esse conhecimento devem continuar adorando a Deus em Espírito e em Verdade, sendo assim luzes em um mundo que está ficando cada vez mais sombrio (João 4:24; Mateus 5:14-16; Filipenses 2:15).