Série Os Dez Mandamentos: O Terceiro Mandamento

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Série Os Dez Mandamentos: O Terceiro Mandamento

O nome de Deus tem autoridade e poder que devem ser usados corretamente.

“Não tomarás o nome do SENHOR, Teu Deus, em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o Seu nome em vão” (Êxodo 20:7; Deuteronômio 5:11).

A base de um bom relacionamento é o respeito, e Deus merece e exige nosso respeito absoluto e total reverência.

Muitas pessoas pensam erroneamente que esse mandamento diz respeito apenas a nomes falados e escritos, títulos e palavras dentro de um idioma. Nesse mandamento, o "nome" de Deus representa principalmente Sua identidade, posição, reputação, autoridade, personalidade e caráter.

O termo “em vão” refere-se a qualquer forma desprezível ou desrespeitosa, ou alguma outra forma que deturpe a Deus.

Algumas Bíblias traduzem esse versículo como não tolerar qualquer “abuso” do nome de Deus. Existem muitas maneiras pelas quais podemos e devemos usar o nome de Deus. Existem também muitas maneiras pelas quais as pessoas abusam do nome de Deus.

Muitas pessoas pensam que o que dizem não é importante, mas apenas o que fazem é importante. Pelo contrário, nossas palavras são parte importante de nossas ações. Isso é confirmado pelo terceiro capítulo de Tiago, que fala sobre o grande poder da língua para o bem e para o mal.

Jesus disse: “Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca...Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado” (Mateus 12:34, 36-37). Nossas palavras precisam ser verdadeiras, significativas, edificantes e agradáveis a Deus.

Qual o motivo desse aviso severo?

Esse mandamento inclui uma advertência única e severa: “O SENHOR não terá por inocente o que tomar o Seu nome em vão”. Naturalmente nos perguntamos a razão disso, já que a violação de qualquer um dos Dez Mandamentos é um pecado grave. Parte da resposta é que esse mandamento se aplica especialmente a pessoas religiosas que afirmam estar seguindo e representando o Deus da Bíblia.

A palavra “tomar” pode ser mais claramente traduzida como “carregar, suportar ou sustentar” esse nome. Então, quem carrega o nome de Deus? Tanto os verdadeiros cristãos quanto os falsos cristãos carregam o nome de Deus ao alegar serem representantes de Deus, assim Ele está avisando a todos que não devem representá-Lo de maneira incorreta.

O julgamento de Deus sobre as pessoas é baseado em seu nível de compreensão. Quanto mais conhecimento bíblico uma pessoa tiver, mais responsável e censurável ela é diante de Deus (ver Lucas 12:47-48; João 9:41; Romanos 3:20; 7:7; 14:23; Tiago 4:17). Portanto, quando uma pessoa, de forma intencional, representa a Deus inadequadamente, a culpabilidade pecaminosa dela é grande.

Assim, Deus parece estar dizendo: “É melhor que vocês que afirmam me representar não me representem de maneira errada. Se você for carregar o Meu nome, é melhor carregá-lo corretamente. Se você deturpar Meu nome sabendo que não deve fazer isso, certamente sofrerá as consequências”.

A moda dos “nomes sagrados” perverte esse mandamento

Os aficionados por “nomes sagrados” insistem que os nomes de Deus e Jesus Cristo devem ser expressos apenas na língua hebraica. Essa “regra” é um acréscimo à Bíblia, algo que Deus proíbe! (Deuteronômio 4:2; 12:32; Apocalipse 22:18-19). Os que propõem isso estão menosprezando a Deus, pois O tratam como um Ser obcecado por línguas, ortografia e sons! Deus não tem preferência por qualquer idioma. Na verdade, Deus quer que todas as pessoas O amem e adorem com compreensão e sinceridade — com toda a sua mente e coração — e isso vai muito além de qualquer linguagem (Marcos 12:30). Sem dúvida, é uma bênção maravilhosa o fato de que a Bíblia tenha sido, e continua sendo, traduzida para muitas outras línguas do mundo!

A hipocrisia religiosa: A principal transgressão

A Bíblia revela que Deus tem muitos nomes e títulos porque Ele tem muitos atributos especiais e cumpre diversos papéis sagrados. E tudo isso representa plenamente a realidade de Sua identidade, natureza, caráter, características e autoridade. O desrespeito a qualquer um dos nomes divinos significa desrespeito ao próprio Deus.

Contudo, é significativo o fato de que o Terceiro Mandamento diga “nome” (singular) em vez de “nomes” (plural). Nesse mandamento, o nome de Deus representa o próprio Deus. Isso mostra que Deus está muito mais preocupado com toda a Sua identidade e com a reverência das pessoas a Ele do que com os nomes e títulos específicos que usamos para nos dirigir a Ele.

A palavra “nome” costuma ser sinônimo de reputação (ver Provérbios 22:1; Eclesiastes 7:1). Devemos fazer tudo o que pudermos para glorificar o nome e a reputação de Deus e não manchá-los.

Se eu alego representar a Deus e minha conduta não reflete o Seu caráter santo, então estou manchando a reputação de Deus e trazendo “má fama” ao nome dEle. Nosso dever é guiar as pessoas a Deus, mas esse tipo horrível de hipocrisia as afasta.

Muitas vezes, pessoas que praticam atrocidades justificam suas ações alegando que tinham a autoridade ou permissão de Deus e estavam agindo em nome dEle. E geralmente essas ações são coisas terríveis tais como perseguição, guerras, assassinatos, torturas, escravidão, etc. Podemos apenas imaginar o quanto Deus fica irado com essas maldades perpetradas em Seu nome! E quando pessoas religiosas cometem pecados “menores”, elas também mancham a imagem de Deus.

Em alguns aspectos, o falso cristianismo causa mais danos do que outras religiões falsas, porque transmite às pessoas ideias erradas sobre a Bíblia. Pondere nesta advertência de Jesus: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane, porque muitos virão em Meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (Mateus 24:4-5, grifo nosso). Jesus estava alertando especificamente sobre o engano do falso cristianismo que interfere no aprendizado e aceitação das pessoas acerca do verdadeiro cristianismo (ver também 2 Coríntios 11:1-4, 13-15).

Quando as pessoas que professam a Bíblia são hipócritas, elas se tornam “pedras de tropeço” — obstáculos espirituais em vez de auxiliadores (ver 1 Pedro 2:8, Mateus 7:15-16, 21-23; Lucas 6:46; e Romanos 2). As críticas mais contundentes de Jesus foram contra os líderes religiosos hipócritas (Mateus 15:1-9; 23:1-39; Marcos 7:1-23).

Certos tipos de hipocrisia são abomináveis. Por exemplo, alguns líderes religiosos, que são lobos em pele de cordeiro, aproveitam-se de sua posição e poder para molestar crianças ou seduzir mulheres. Parece que eles têm a consciência cauterizada (1 Timóteo 4:2). Outro exemplo diz respeito àqueles que pensam que religião “é simplesmente um meio de ganhar dinheiro” (1 Timóteo 6:5, Bíblia Viva). Eles falam como profetas para conseguir lucrar com a ingenuidade e a boa-fé das pessoas.

Santificado seja Teu nome

Quando Jesus ensinou a Seus discípulos os assuntos mais importantes a serem incluídos em nossas orações diárias, Ele disse para orarmos para que o nome de Deus seja santificado — para que seja considerado e mantido como algo santo (Mateus 6:9).

Deus disse: “Não profanareis o Meu santo nome” (Levítico 22:32). Profanar significa violar a santidade, tratar o que é sagrado e sublime como algo secular e mundano. Tragicamente, esta atual sociedade que nos rodeia usa todos os tipos de palavrões, inclusive aqueles que profanam, difamam e blasfemam os nomes de Deus. Portanto, com a ajuda de Deus, devemos sempre proteger nossos corações dessas más influências e desses sacrilégios.

Sempre que mencionamos um dos nomes de Deus, devemos fazer isso sempre com respeito e reverência. Nunca devemos proferir praguejamentos, gírias, palavrões, interjeições, jargões ou palavras impensadas. Os próximos parágrafos listam algumas das formas pecaminosas pelas quais os nomes de Deus são pronunciados. A lista inclui alguns eufemismos para os nomes de Deus. O termo A palavra “eufemismo” vem do grego eufemísmos, que significa “emprego de uma palavra favorável no lugar de uma de mau augúrio”. A maioria das pessoas não percebe que há algo errado com essas expressões mais suaves e, aparentemente, inocentes. Porém, assim que entendermos suas conexões com os nomes de Deus, devemos evitar usá-las conscientemente. A seguir estão os exemplos:

Associar “Deus” com a palavra “maldição” (ou usando um eufemismo como “dane-se!”). Literalmente, isso quer dizer “vá para o inferno”, o que significa que se está pedindo a Deus para condenar alguém ao inferno, então, como a maioria das pessoas pensam que o “inferno” é um lugar de tortura eterna, isso seria uma coisa horrível para se desejar a qualquer pessoa! E dizer apenas a interjeição “droga!” pode significar a mesma coisa. As interjeições “praga!” e “droga!” são eufemismos para maldição.

Usar os nomes de Deus e de Jesus Cristo como exclamações, palavrões e interjeições. É repugnante como é comum ouvir as pessoas dizerem "Oh, meu Deus!" ou escrever abreviado essa interjeição . A menos que seja dito como parte de uma oração, é errado usar as interjeições "Crê em Deus Pai!", "Senhor Jesus!", “Graças a Deus”, "Pelo amor de Deus!", "A Paz de Deus!", "Pelo amor de Cristo!", “Deus te abençoe!”, “Vá com Deus!” e “Fique com Deus!”, “Deus me livre”, “Santo Deus!”, “Valha-me Deus!” e qualquer outra semelhante.

Também devemos evitar eufemismos para os nomes de Deus e Jesus Cristo.

Ademais, é aconselhável evitar-se palavras que estão intimamente ligadas a Deus — como céu, santo e misericórdia — quando são ditas como expressões petulantes. Tais como "Oh, céus!" e "Cruz credo!" e "Misericórdia!"

Certamente, Deus espera que Seu povo se abstenha de usar palavrões vulgares, “piadas grosseiras” (piadas sujas) e “linguajar sujo” (Efésios 4:29; 5:3-4; Colossenses 3:8).

Ademais, estamos proibidos de usar títulos religiosos que pertencem apenas a Deus, incluindo a palavra “Pai” (Mateus 23:8-10) no sentido religioso. Somente Deus merece ser chamado de “Santidade” ou “Reverendo” (Salmos 111:9; a versão do Rei Tiago em inglês traduz “tremendo” como “reverendo”). Até mesmo proferir "repetições vãs" — balbuciar o nome de Deus continuamente em orações e pregações — desagrada a Deus (Mateus 6:7).

Claro, existem outras maneiras de desrespeitar a Deus. Quando agimos de forma desrespeitosa com as pessoas, estamos desrespeitando o Criador delas. Quando culpamos a Deus pelos problemas que nós mesmos causamos, estamos acusando erroneamente a Deus. Sem dúvida, estamos insultando a Deus se O ignoramos continuamente, exceto quando precisamos de algum favor dEle.

Com relação a jurar por Deus (fazer algum juramento), o Novo Testamento deixa claro que nunca devemos fazer isso (Mateus 5:33-37; Tiago 5:12). Em qualquer tribunal de justiça, podemos dizer apenas: “Eu garanto dizer a verdade”.

Os nomes de Deus têm autoridade e poder e devem ser usados corretamente!

Qualquer coisa que tenha grande poder (energia nuclear, por exemplo) pode ser usada enormemente para bem ou para mal. Os nomes de Deus têm um poder incrível, mas não de uma forma mágica ou pagã. A blasfêmia, a hipocrisia e outros abusos dos nomes de Deus causam um grande dano, enquanto o uso, segundo a vontade divina, desses nomes pode fazer um grande bem.

Por exemplo, nós, seres humanos, não temos autoridade ou permissão para nos aproximar ou falar diretamente com Deus. Mas Jesus Cristo, obviamente, tem autoridade para se aproximar de Seu Pai e Ele se ofereceu para compartilhar essa autoridade conosco! Podemos orar diretamente a Deus indo até Ele "em nome de Jesus Cristo" [pela autoridade de Jesus Cristo] (ver João 15:16, 16:23-27)!

Independentemente do que estejamos fazendo, sempre devemos pensar em nós mesmos como representantes de Jesus Cristo e Deus Pai. Paulo escreveu: “E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus Pai” (Colossenses 3:17). Essa é uma grandíssima responsabilidade!

Então, se Deus o chamou para ser Seu filho ou filha, você está sendo chamado para “glorificá-Lo” sendo a “luz do mundo” (Mateus 5:14-16). Você está sendo chamado para levar Seu nome e refletir Seu caráter em cada pensamento, palavra e ação. Nunca abuse ou deturpe o nome de Deus. Em vez disso, carregue dignamente Seu nome de maneiras que possam honrar, exaltar, magnificar e glorificar a Deus Pai e nosso Senhor Jesus Cristo.