Uma Porta Memorável
Todos nós temos momentos-chave na vida que chamaram nossa atenção e causaram um impacto duradouro em nós. E alguns deles são compartilhados por muitas pessoas. Lembro-me dos momentos que ouvi sobre o assassinato do presidente Kennedy, a explosão do ônibus espacial Challenger e o ataque terrorista ao World Trade Center em 2001. Esses eventos ainda me parecem muito recentes.
Outras lembranças favoritas são mais pessoais e eu gostaria de compartilhar uma delas com você. Lembro-me de onde, quando e, o mais importante, o porquê desse caso que me levou a uma compreensão mais completa sobre o que trazer e o que deixar para trás na jornada espiritual iniciada pelo convite divino para seguir a Jesus.
Eu fui convidado para ir à casa de um membro da igreja que estava doente. Eu o conhecia muito bem, mas estava prestes a ter uma visão mais profunda de como ele caminhava pela vida. Ao entrar em seu quarto, vi acima da porta um grande adesivo escrito: "A preocupação é uma responsabilidade que Deus não me deu". Lindo, você pode estar pensando — um bom pensamento para o dia a dia. Mas permita-me compartilhar mais detalhes dessa ocasião.
O encontro com um homem de visão verdadeira
Esse homem era cego desde a infância. Todos os dias ele acordava e caminhava por um mundo diferente do meu. Todos os dias ele poderia enfrentar o desafio de esbarrar em uma parede, cair de uma escada, tentar pegar algo inalcançável, ser atingido por alguém na calçada, cair de um meio-fio ou ser atropelado em uma faixa de pedestres por algum motorista distraído. Se alguém tinha motivos para se preocupar em cada momento da vida, certamente seria esse homem! Mas ele não se preocupava com isso.
Muitas vezes o vi caminhando pela cidade com sua bengala vermelha e branca, sempre batendo na calçada à sua frente e balançando-a para frente e para trás, como um dispositivo caça-minas, para saber se há algum obstáculo adiante. Mas quando olhei aquilo acima da porta de seu quarto, repentinamente compreendi tudo.
Agora eu sabia por que aquele homem não vivia em um mundo próprio cheio de preocupações e medos. E percebi o que fazia pulsar seu coração espiritual. Aquele adesivo com aquela mensagem, que a preocupação era uma responsabilidade que Deus não o havia dado, não foi colado ali apenas como um testemunho para os outros, mas estava impressa em seu coração como uma ferramenta vital para que ele pudesse peregrinar pelos muitos capítulos de sua vida. Meu amigo cego "enxergou" algo que muitos outros ainda não enxergaram — essa preocupação não vinha do céu, mas era terrena e humana.
Enxergando com os olhos destemidos da fé
E agora eu tenho uma pergunta para você: Com o que você anda preocupado? O que permeia sua mente e aflige seu coração? A preocupação é uma fina corrente de medo destrutivo a gotejar na mente. Se for deixada à vontade, ela obstrui o canal por onde passam todos os outros pensamentos.
Até que ponto as preocupações são prejudiciais? Como atestam antigas expressões, a preocupação não apenas pode nos deixar “bloqueados”, mas também podem “até nos levar à morte” — pelo menos uma “morte em vida” por paralisia autoinduzida, se realmente não morrer pelo estresse. O ponto principal é que o medo exacerbado (preocupação anabolizada!) nos afasta de Deus e nos destrói. O oposto disso — fé confiante — nos aproxima de Deus e nos traz grandes bênçãos.
Helen Keller, notável conferencista cega, ficou muito conhecida pela frase: “O pior cego é aquele que não quer ver”. A visão física do meu amigo cego podia estar inutilizada, mas os olhos do seu coração estavam bem abertos e "vendo" para onde Deus o estava conduzindo.
A luz de Deus penetra em todos aqueles que O buscam fervorosamente. E ao aceitar verdadeiramente o divino convite de seguir a Jesus, uma pessoa recebe uma milagrosa visão interior além dos sentidos físicos: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que O amam” (1 Coríntios 2:9-10).
Viver adorando a Deus ou às preocupações?
Em Seu Sermão da Montanha, Jesus Cristo confrontou a questão da preocupação e deixou um mapa extraordinário e um kit de viagem para nos ajudar a navegar pela vida e determinar o que levar e o que descartar em nossa jornada com Ele.
Naquela época, o público de Jesus se deslocava a pé, movendo-se a menos de oito quilômetros por hora, assim as pessoas podiam absorver muita informação — algo muito diferente de nossa sociedade acelerada e inquieta de hoje. Mesmo assim, elas também precisavam ser lembradas de ficar de olhos abertos e resistir a viver em um mundo sombrio e cheio de dúvidas e medos. Conforme lemos em Mateus 6, Jesus disse àquelas pessoas para não adorarem suas preocupações — ter a mente concentrada nisso — mas adorar a Deus. Eles deveriam ter apenas um Mestre!
"Ninguém pode servir a dois senhores, pois odiará um e amará o outro; será dedicado a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro [ou a qualquer outra coisa, inclusive às preocupações e temores mundanos]. Por isso eu lhes digo que não se preocupem com a vida diária, se terão o suficiente para comer, beber ou vestir. A vida não é mais que comida, e o corpo não é mais que roupa?” (Mateus 6:24-25, Nova Versão Transformadora).
“Observem os pássaros. Eles não plantam nem colhem, nem guardam alimento em celeiros, pois seu Pai celestial os alimenta. Acaso vocês não são muito mais valiosos que os pássaros? Qual de vocês, por mais preocupado que esteja, pode acrescentar ao menos uma hora à sua vida?” (versículos 26-27, Nova Versão Transformadora). Você já viu algum pardal superagitado pela preocupação? E já imaginou algum deles cantando freneticamente como se questionasse as vicissitudes da vida?
Continuando: ““E por que se preocupar com a roupa? Observem como crescem os lírios do campo. Não trabalham nem fazem roupas e, no entanto, nem Salomão em toda a sua glória se vestiu como eles. E, se Deus veste com tamanha beleza as flores silvestres que hoje estão aqui e amanhã são lançadas ao fogo, não será muito mais generoso com vocês, gente de pequena fé?”.
“Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘O que vamos comer? O que vamos beber? O que vamos vestir?’. Essas coisas ocupam o pensamento dos pagãos, mas seu Pai celestial já sabe do que vocês precisam. Busquem, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão dadas” (versículos 28-33, Nova Versão Transformadora).
Livre-se das preocupações
Buscar o Reino de Deus não se trata apenas de ter um destino. Isso diz respeito a uma forma de peregrinar por esta vida — vivendo em retidão. Deus espera que, como filhos dEle, façamos planos com questões legítimas em mente, mas não que planejemos nos preocupar!
Entenda que, quando nos preocupamos, a sabedoria de Deus se torna pequena e irrelevante. Seria como se pensássemos que Deus tem um propósito sem um plano e que é incapaz de fazer o que é melhor para aqueles que pertencem a Ele. Além disso, essa atitude põe em dúvida o amor de Deus. A preocupação de uma pessoa implica na crença de que Deus pouco se importa com aqueles que se entregaram totalmente a Ele. Isso seria como uma asseveração de que Sua graça não é suficiente. Quando nos preocupamos, o poder de Deus é bloqueado.
Está na hora de abandonarmos as preocupações e expulsar nossos medos recorrentes. Claro que isso pode parecer assustador. Pelo fato de termos vivido tanto tempo inseguros, às vezes, ficamos muito focados nisso. Nós conversamos, alimentamos e dormimos com esses medos todas as noites e até acordamos com eles todas as manhãs. Precisamos abandoná-los hoje mesmo e, quando necessário, pedir com sinceridade, confiança e fé que nosso Pai Celestial nos preencha com Seu amor, poder e sabedoria!
E, para finalizar, permita-me compartilhar mais sobre esse senhor que fui visitar. Ele me chamou em seu apartamento para me informar que tinha sido diagnosticado com câncer. Então, ele pediu para ser ungido (de acordo com Tiago 5:14-15) e entregue à manifestação da perfeita vontade de Deus.
Minha última visita a ele foi quando entrei por outra porta, a porta de um hospital. E não havia nenhum adesivo com uma mensagem acima daquela porta além do número do quarto. Os dias dele na Terra estavam chegando ao fim, então compartilhei com ele o que aprendi em minha visita anterior e que agora estava gravado em minha mente e em meu coração.
Naquela ocasião, quando um cego em uma terrível situação tinha todos os motivos humanos para se preocupar, eu pude compartilhar com ele a confiança naquela grande verdade acima daquela outra porta memorável — que a preocupação não era uma responsabilidade que Deus havia dado a mim ou a ele. Ele sorriu como sempre sorria, sabendo que aquilo era verdade. Eu também estava feliz por saber disso. Ambos fomos abençoados. E essa mesma bênção está disponível para você também.
Saiba mais
Parece que todos nós temos nos preocupado com muitas coisas. Mas essa preocupação resolve alguma coisa? Não resolve nada! Em vez de viver preocupados, Deus quer que aprendamos a viver pela fé. Mas como podemos fazer isso? Para ajudá-lo nessa questão, peça ou baixe hoje mesmo nosso guia de estudo bíblico gratuito, Você Pode Ter Uma Fé Viva!