Epístolas de Paulo: A situação no primeiro século - A influência do gnosticismo

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Epístolas de Paulo

A situação no primeiro século - A influência do gnosticismo

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A influência na igreja primitiva dos pagãos recém-convertidos foi ainda mais eficaz que a influência do judaismo. Algumas dessas pessoas se infiltraram na Igreja, disfarçadas como ovelhas mas eram lobos roubadores (Mat. 7:15) e desturparam o evangelho de Cristo para outro evangelho, embora o continuaram a chamar o "evangelho de Cristo" (Gal. 1:6-8). O resultado (após vários séculos) é o falso cristianismo que temos hoje, cheio de variantes, e todas elas falsas que derivam originalmente da Babilônia (Apoc. 17:5). Na realidade o Maligno enganou o mundo todo (Apoc. 12:9). Este sermão descreve como este engano de Satanás que procede da Babilônia foi "reformado" para o "cristianismo" actual.

Transcrição

Bom dia, boa tarde, queridos irmãos! Aqui é Jorge de Campos

Uma grande causa de nós não entendermos muito dos pontos difíceis das Epístolas de Paulo, quando ele fala acerca da lei e da graça; é porque nós não entendemos o contexto da sociedade em que a Igreja primitiva se encontrava. Basicamente, em princípio, a situação hoje não é nada diferente. Na nossa sociedade existem aqueles que puxam a direita: mais legalistas, mais rígidos, mais severos e há também aqueles que puxam para a esquerda: mais permissivos, mais libertinos. No tempo de Cristo e da era da Igreja primitiva, no tempo dos apóstolos, existia a mesma coisa: existia uma influência da sociedade em relação a abordagem da lei de Deus em contraste com a graça. Existiam aqueles que puxavam para a direita e aqueles que puxavam para a esquerda.

Basicamente o judaísmo puxava para a direita: um legalismo adicionado ao espírito da lei, um legalismo tal que não foi instruído por Moisés nem por Deus. Nesse ponto, esse legalismo abordamos num sermão na semana anterior.

Hoje, irmãos, vamos abordar o extremo oposto deste espectro de comportamento, vamos abordar a influência das ideias libertinas e pagães, a influência do gnosticismo.

Notem, queridos irmãos, que o caminho de Deus é um de equilíbrio: equilíbrio mental, equilíbrio emocional, equilíbrio no nosso comportamento, na maneira de nos conduzirmos e de falarmos, duma maneira geral, nossa maneira de viver. É o caminho de equilíbrio. Em Mateus 7 versículos 13 e 14, Jesus Cristo diz:

Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela),

Porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.

Sim, o caminho que é espaçoso dá espaço para ir para a direita e para a esquerda. Mas  o caminho de Deus é apertado, há um equilíbrio, aí é bem moderado. Ao fim de contas, vemos em II Timóteo capítulo 1 versículo 7, diz assim:

Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia [ou de temor], mas de poder, de amor e de moderação.

Uma mente sã, uma mente moderada, uma mente bem equilibrada.

Queridos irmãos, a situação no I Séc., que havia duas influências opostas: uma, era a grande influência do judaísmo e do legalismo que abordamos previamente; mas também haviam outras pessoas que estavam a entrar na Igreja que eram gentios com ideias pagães e trouxeram consigo suas ideias, as suas filosofias que hoje, é conhecido como o gnosticismo, um sincretismo com ideias pagães, gnósticas, simplesmente, uma mescla disto tudo.

Hoje, pessoas, quando vêm para a Igreja de Deus, trazem consigo suas ideias protestantes, evangélicas, católicas e as vezes, demora muitos anos para se desfazerem destas ideias erradas.

Queridos irmãos, não estou a dar uma desculpa para as pessoas se arrependerem, mudarem, pois, o mais rápido que se mudam, se arrependam completamente, o melhor para eles; mas a realidade é que mesmo que façam o compromisso e se baptizem, demoram tempo a se ver a si mesmo porque, como sabemos, o coração é enganoso (Jeremias 7:19) e isto, queridos irmãos, é uma realidade. As pessoas demoram tempo a se mudarem, a se arrependerem.

Por isso, o tema principal da Bíblia, digamos assim, é o Reino de Deus, o Evangelho do Reino de Deus e de Cristo, é o caminho de chegarmos ao Reino de Deus. Ao fim de contas, o nosso objectivo, o nosso golo, é a justiça de Deus, para irmos nesse caminho e realizarmos a entrada nesse Reino, nessa promessa da vida eterna. Noutras palavras: uma parte deste caminho, um dos passos deste caminho, é a justificação; esse equilíbrio entre a lei de Deus e a graça de Deus.

A justificação, que ao fim de contas, concluirá em como vamos ser salvos. Mas, um dos primeiros passos é sermos justificados. E o que é a justificação? Justificação é ser feito justo perante Deus. Somos justificados, irmãos, de graça pela fé. Somos justificados de graça pela fé. Isto é, somos justificados pela morte de Jesus Cristo, pelo seu sangue. Romanos 3 versículo 28:

Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.

Vejamo neste exemplo simples das leis de trânsito. Uma pessoa quebra uma lei física e depois, uma vez que realiza esse acto delituoso, há uma certa multa. Por exemplo, no trânsito, em um semâforo, a pessoa não pode passar quando dá vermelho e se a polícia ou regulador do trânsito o apanhar, ou estiver uma câmera ou máquina fotográfica a registar a infracção, vai receber uma multa e a multa tem um preço: x quantia de dinheiro, um certo valor monetário, um certo preço, digamos assim, mas como você limpa essa multa, como pagas? Pagando a multa. Você não paga a multa por simplesmente dizer que vou sempre passar quando o semâforo está verde. Obedecer a lei não paga a multa. Por isso, essa infracção, quebrar a lei, seja que lei for, tem um preço, tem uma multa que deve ser paga. Obedecer a lei não nos faz justos perante a lei. A mesma coisa com a lei de Deus. Veja em Romanos 6 versículo 23:

Porque o salário do pecado é a morte [o preço, a multa do pecado é a morte. Você peca, eu peco, qualquer um de nós peca; qualquer pessoa que cometa pecado, a multa é morrer. Para você pagar o preço dessa multa, você tem que morrer. Uma vez morto, você pagou o preço do pecado. Uma vez morto, está morto. Por isso que diz:], mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor [nosso Salvador].

Somos justificados pela fé. Jesus Cristo fez com que pela sua fé morresse por nós, dê-se sua vida por nós. Pagou com sua vida o resgate pelas nossas vidas. O dom gratuito de Deus – nós não podemos pagar por isso. O dom gratuito de Deus fez que Jesus morresse por nós para pagar o preço dos nossos pecados e por isso então, recebemos o dom gratuito que é de podermos vir a viver a vida eterna.

Ora, se não tivêssemos esse dom, não teríamos vida eterna; ou, noutras palavras, não temos uma alma imortal. Queridos irmãos, uma vez paga a multa, não quer dizer que agora estaremos sempre a passar pelos semâforos quando vermelhos. Claro que não! Uma vez que a multa está paga, agora, temos uma responsabilidade de obedecer a lei. Igualmente, uma vez que a multa, da lei espiritual, está paga – que é a vida de Cristo pagar por nós, para nós podermos ser ressuscitados e vir a ter uma vida eterna, agora temos uma obrigação de obedecer porque Jesus Cristo não vai morrer uma segunda vez por nós. Não vai fazer isso por uma segunda vez. Por isso, como lemos em Romanos capítulo 3 versículo 31:

Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.

Uma vez que pela graça de Deus, pelo dom de Jesus Cristo, somos redimidos, somos comprados de volta, agora, temos que obedecer a lei por que senão, vamos morrer de novo e Jesus Cristo não vai morrer uma segunda vez por nós. Por isso, estamos a confirmar a lei.

Queridos irmãos, este é o equilíbrio entre a lei e a graça. Por isso lemos em Romanos capítulo 2 versículo 13:

Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. [Ao fim da corrida, está claro!]

Pondo Romanos 3 versículo 28, que diz: Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei. Quer dizer: os pecados do passado são perdoados pela fé independentemente das obras da lei, é de graça, é dom gratuito de Deus, mas agora pagos, é nossa responsabilidade não cairmos na mesma cova pecaminosa; e daqui em diante, nossa responsabilidade, é praticarmos a lei de Deus, que ao fim da corrida, ao fim da nossa vida ou vinda de Cristo, qual deles venha primeiro, para podermos estar ou vir a ser justificados, ao fim desta corrida.

Pondo isto em maneira simples, o princípio que Paulo está aqui a explicar nas suas epístolas, o princípio deste evangelho de Jesus Cristo, esta boa nova de Jesus Cristo que é parte do Evangelho de Deus, este princípio que Paulo explicou, particularmente, na epístola aos Gálatas:

  1. Somos justificados de graça pelo sangue e sacrifício de Jesus Cristo; isto é, pela fé de Jesus Cristo! Não somos justificados pelos sacrifícios de bodes e touros mas pelo sacrifício de Jesus Cristo. Este é o primeiro ponto. Precisamos encaixar isto na cabeça. Somos justificados pelo sacrifício de Jesus Cristo, de graça, pela fé que ele teve em dar sua vida por nós, a fé que ele teve no Pai que o havia de o ressuscitar e a esperança que ele tem que nós venhamos a nos arrepender da nossa maneira de viver. Por isso, somos justificados de graça pelo sangue e sacrifício de Jesus Cristo e não por sacrifícios de bodes, ou touros, no templo.
  2. Essas leis de sacrifícios e touros, essas lavagens também que existiam; os sacrifícios e as lavagens apontavam para o sacrifício de Jesus Cristo e para a obra de santificação da obra do Espírito Santo de Deus. Essas leis sacrificiais e as lavagens foram adicionadas por causa do pecado. As leis dos sacrifícios e as lavagens apontavam para o sacrifício de Jesus Cristo e para a obra do Espírito de Deus e foram adicionadas por causa do pecado.
  3. As leis de Deus que definem o amor, que definem o que é bom para nós, mantêm-se. E, queridos irmãos, não estou a falar só dos dez mandamentos. Estou a falar das leis de Deus que, está claro, incluem os dez mandamentos. Mas é mais! Todas as leis de Deus são para o nosso bem e se mantêm. Queridos irmãos, isto é importante para nós entendermos o Evangelho de Jesus Cristo que é parte da Boa Nova do Reino de Deus, que é através do sacrifício de Jesus Cristo e pela santificação do Espírito Santo. Por isso, queridos irmãos, o meu sermão prévio demonstrei claramente que é muito importante entender isto e falar acerca da influência da situação no I Séc. pelo judaísmo e, mencionei que o judaísmo era diferente da verdadeira religião de Deus. Por exemplo, em João capítulo 7 versículo 19, aqui Jesus Cristo a falar e ele diz:

não vos deu Moisés a lei? Contudo, ninguém dentre vós a observa [está a dizer ao judaísmo, aos judeus, aos fariseus que não observavam a lei de Moisés. Isto é Jesus Cristo a falar deles. Por isso, o judaísmo não era a verdade revelada por Deus a Moisés, tal como, o cristianismo, hoje, não é a verdade de Deus revelada no NT]. Por que procurais matar-me?

Por isso, vimos e estamos a falar hoje acerca da influência que estava a afectar a Igreja no I Séc.; uma delas era a influência legalística do judaísmo e por outro lado, havia outra influência, oposta, libertina que estava a ser infiltrada pelos ex-pagãos, recéns convertidos cristãos que estavam a arrastar as suas ideias pagães e estavam a integrar, a sincretizar, essas ideias pagães debaixo da desculpa de uma grande arrogância intelectual. Uma arrogância de conhecimento, de sabedoria, de gnosticismo.

O gnosticismo, irmãos, foi um problema que afectou o evangelho e que os apóstolos confrontaram, seja Paulo, seja Pedro, seja João, seja Judas; em todas as suas epístolas você vê esta confrontação com o gnosticismo. Todos eles falam de elementos ou partes deste ensino errado. O que acontecia, é que estavam pessoas a condenar uns aos outros com ideias gnósticas dizendo que tinham uma religião mais avançada, mais espiritual, uma forma de cristianismo mais correcto.

Irmãos, hoje é mesma coisa. Hoje há muitos grupos: católicos, protestantes, evangélicos, independentes, que prometem, melhor dito, que se comprometem ao caminho que eram católicos, evangélicos, protestantes, independentes que vieram e que vêm ao caminho, para a Igreja de Deus, mas se não têm cuidado arrastam com eles as ideias pagães; que tinham ou que carregam com eles os antigos ensinos.

Jesus cristo disse que isso aconteceria de novo. Veja por exemplo em Mateus 24 versículos 4 e 5:

E ele lhes respondeu: Vede que ninguém vos engane.

Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos.

Muitos virão como verdadeiros cristãos e enganarão a muitos. Veja no versículo 11 do mesmo capítulo:

Levantar-se-ão muitos falsos profetas [muitos falsos pastores, muitos falsos ministros de várias igrejas, de várias religiões que parecem pessoas tão boas, pessoas tão santas, pessoas que obedecem a Jesus Cristo tanto, ó têm tanto amor; queridos irmãos, e diz:] e enganarão a muitos.

Veja em I João capítulo 4 versículo 1, diz assim:

Amados, não deis crédito a qualquer espírito [não deis valor a qualquer ideia de pessoas que vêm aí com estas: oh, eu tenho esta ideia! Não deis crédito a estas ideias]; antes, provai os espíritos [provai estas pessoas se vêm de Deus ou não] se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas [muitos falsos pastores, muitos falsos ministros, muitas dessas pessoas com estas ideias incorrectas] têm saído pelo mundo fora.

Veja em I João capítulo 2 versículos 18 e 19:

Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora.

Eles saíram de nosso meio [saíram da Igreja de Deus. Oh, dizem que são da Igreja de Deus! Dizem que são cristãos]; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos.

Queridos irmãos, existem muitas igrejas por aí que se chamam Igreja de Deus. Precisamos ter cuidado. Precisamos estar bem acordados. Veja em Actos capítulo 20, quando Paulo se despedia dos irmãos de Éfesos. Em Atos 20 versículos 28 a 30:

Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos [pastores, ministros], para pastoreardes a Igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue [Jesus Cristo comprou com seu próprio sangue].

Eu [Paulo] sei que, depois da minha partida [vou para outros lugares ou mesmo vou falecer], entre vós [dentro da Igreja. Vai sair dentro da Igreja. Queridos irmãos, estão a ouvir? Estão acordados?] penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho.

E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles.

Queridos irmãos, isso aconteceu na Igreja primitiva. Não é uma coisa nova! Tem acontecido sempre porque existe um diabo, existe o maligno que quer destruir a Igreja de Deus e quer enganar. Veja em III João versículos 9 e 10:

Escrevi alguma coisa à Igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá acolhida.

Existe, certas vezes na Igreja, pessoa que se acha mais importante que os outros “têm que ouvir o que estou a dizer…”

Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica, proferindo contra nós palavras maliciosas [está a dizer do apóstolo João palavras maliciosas]. E, não satifesto com estas coisas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede os que querem recebê-los e os expulsa da Igreja.

Isto é forte, irmãos! Precisamos ter cuidado. Veja em II João versículo 7:

Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo.

O que que isso quer dizer?

Quer dizer que Jesus Cristo veio na carne e morreu mesmo, esteve morto. Aquele que nos criou, aquele que era Deus, como lemos por exemplo em João 1 versículo 1:

No princípio era o Verbo [Jesus Cristo],  e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Jesus Cristo era o Verbo, ele estava no princípio com o Pai, todas as coisas foram feitas por intermédio de Jesus Cristo, tudo foi feito por intermédio de Jesus Cristo. Até os anjos. Por isso que Jesus Cristo não é um anjo. Porque tudo foi criado por ele e nada do que foi feito se fez. Ele se esvaziou … Filipenses 2 versículo 6; se esvaziou da forma de Deus e veio a ser da forma humana e se submeteu, se humilhou até a morte e morte de cruz. Morreu porque veio na carne. Veja em II Coríntios capítulo 11 versículo 13:

Porque os tais falsos apóstolos, obreiros fraudulentos [isto é, pastores, ministros fraudelentos], transformando-se em apóstolos de Cristo [transformando-se em ministros de Cristo, transformando-se em ministros de Deus, mas são fraudulentos, são fakes, são falsos, são mentirosos].

E não é de admirar, porque o próprio satanás se transforma em anjo de luz.

Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras.

Queridos irmãos, eu simplesmente estou a tocar na superfície. Isto é muito profundo. Existe um engano por satanás no mundo e o cristianismo todo, todo, está enganado. Apocalipse 12 versículo 9 diz que:

… satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.

Por isso, irmãos, o que está a acontecer agora foi o que aconteceu no período da Igreja primitiva como acabamos de ler nestas epístolas, vários pontos de João, de Jesus Cristo, no livro de Actos, epístolas de Paulo aos Coríntios; queridos irmãos, como é que tudo isto veio a acontecer?

Um bocadinho da história, muito breve, é que tudo começou da Babilônia. Os ensinos pagãos começaram da Babilônia; depois, no sétimo século antes de Cristo, setecentos ou seiscentos anos antes de Cristo ou periodo assim, houve uma grande mudança de ideias no mundo inteiro, digamos assim, uma reforma religiosa pagã! Sim, houve uma reforma religiosa pagã. Noutras palavras, satanás estava a preparar o mundo pagão por vários séculos de antecedência para enganar o mundo quando Jesus Cristo viesse. Estão a ver, estão a entender isto? Essa reforma religiosa começou na Grécia porque antes disso, a religião pagã era muito materialista, ídolos físicos e coisas assim; e, até os pagãos, adoravam deuses através de sacrifícios de animais e assim continuaram. Houve, assim, uma reforma que mostrou um outro ângulo da religião pagã. Algo aconteceu que transmutou o propósito e o signficado da religião.

Primeiro foi Alfeu, um líder religioso, trouxe o que chamam arfanaísmo que começa a focar no espiritual, isto é, na “alma depois da morte.” Ele então reinterpretou os mistérios religiosos da Babilônia, de Ninrude, de Semiramis; reinterpretou estes deuses falsos. Porque vemos que tudo isso veio da Babilônia. Vemos por exemplo em Apocalipse 17 e 18 que não é nada diferente da Babilônia de hoje em dia. Mas é uma Babilônia reformada, modificada. Por isso Alfeu focou no espiritual, na alma depois da morte. Ele como outros, começara a focar e dizer que o homem tem uma alma mortal. Deixe-me perguntar a você, uma pergunta simples: no mundo cristão, hoje, acredita numa alma inortal; sim ou não? Porque a Bíblia diz que a alma que peca, morre! Mas satanás disse a Eva que “não morrerás.”

Queridos irmãos, isso é um engano de satanás mas durante o período de Alfeu, lá por volta do sexto ou sétimo século antes de Cristo, houve esta, digamos assim, transformação pagã, esta reforma pagã, esta reinterpretação dos mistérios religiosos da antiga Babilônia e depois, no sexto século antes de Cristo, um filósofo, Pitágoras, introduziu a reencarnação da alma. Que a alma podia aparecer como animal, por isso estavam a ensinar vários desvios e sacrifícios de animais e então esta versão de adoração pagã religiosa veio a ser “mais espiritual”, um assunto do coração. Vemos como satanás estava a enganar o mundo pagão. A preparar o mundo pagão para a vinda de Cristo, para enganar quando Cristo viesse.

Depois, havia este engano da cosmologia em que a terra era vista como centro do universo e havia, digamos assim, sete planetas. E depois havia a oitava esfera a partir da terra que tinha um significado especial para eles e que veio a ser associado com o oitavo dia. Quer dizer, quando iam mais longe, tinham uma atitude espiritual, mais vinham para a terra e ficavam mais e mais carnais.

Quando subia nesses níveis de cosmologia tinham um ponto mais esiritual até chegarem ao oitavo, a eternidade, o oitavo dia, da eternidade, o domingo – oitavo dia depois do sétimo dia, o sábado.

Vê-se como isto foi cheio de mentiras. Para eles a salvação era parte deste mundo, era quebrar o cativeiro da alma que estava no centro do ser humano e ser liberada para ir para o céu. Eles pensavam que esta alma tinham vindo das estrelas veio ao ser humano e, depois, tinha que ser liberada. Então, essa religião era para vencer as forças da carne e ser purificado e voltar para o céu. Vê como estas interpretações estão disturcidas. Veja como satanás está a preparar o mundo pagão para o evangelho de Jesus Cristo; para enganar o mundo.

Por isso, hoje em dia, vocês pensam acerca do cristianismo actual, e o que diz hoje? Hoje diz: temos que salvar mais almas. Salvar de que? Deste corpo para irem ao céu? É isto que estão a dizer?

Queridos irmãos, isto não é nada diferente do paganismo, deste ensino de Pitágoras e, mais adiante, foi propagada por Platão. Platão teve uma grande influência na divulgação destas ideias, isto é, a imortalidade da alma e a volta da alma ao céu, sendo este o alvo principal da religião (pagã). E depois apareceram outras ideias como o purgatório, no meio, e locais intermediários até chegar-se ao céu. Isto é se a alma não tivesse totalmente pura.

Depois das conquistas de Alexandre, o Grande; estas ideias helenísticas espalharam-se pelo mundo desta era; não só pela Grécia, pela India, medio oriente, pela Europa ... e se espalhou! E o império Romano veio a espalhar esta cultura grega e a sua religião e influenciou o cristianismo para vir a ser, o que chamam hoje em dia, o cristianismo romano, principalmente, lá para o quarto e quinto século depois de Cristo.

Por isso, essas ideias helenísticas, foram predominantes por um período de quase mil anos, do sexto século antes de Cristo até ao quarto século, depois de Cristo e então se infiltraram na Igreja de Roma e daí vieram a ser chamadas como ideias cristãs. Foram reformadas de novo, agora, com títulos e com nomes cristãos.

Ora, nestas ideias pagães, há basicamente quatro elementos neste pensamento grego que são chamados rudimentos do mundo: o fogo, o ar, a água e a terra.

Estes elementos eram controlados por espíritos, os rudimentos do mundo descritos em Gálatas e Colossenses que não são nada mais, nada menos que demônios. Esses deuses do fogo, do ar, da água e da terra.

Vejam por exemplo em Gálatas capítulo 4 versículo 3:

 Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos [steiks; essas coisas físicas] do mundo;

É claro que está falando aqui de quando éramos pagãos, antes de virmos para a Igreja de Deus.

Como se escreve na BLH:

Antes de ficarmos adultos espiritualmente, fomos escravos dos poderes que dominam este mundo.

Vejam também no versículo 9, de Gálatas 4:

Mas agora que conheceis a Deus ou, antes, sendo conhecidos por Deus; como estás voltando aos rudimentos fracos e pobres aos quais de novo quereis ainda escravizar-vos?

Sim, vocês vieram do mundo pagão, estavam envolvidos nestas coisas pagães, vieram para a Igreja de Deus e querem introduzir estas ideias pagães. Gálatas 4 versículo 9, na BLH:

Vocês agora conhecem a Deus, ou melhor, agora que sois conhecidos por Deus, como querem voltar aqueles espíritos fracos e sem valor? Porque querem voltar a tornar-se escravos deles outra vez?

Veja em Colossenses 2 versículos 8 e 9:

Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo;

Estas ideias que tinham influênciado os irmãos tinha vindo destas ideias pagães. Continuando a ler no versículo 9:

Porquanto, nele [Cristo], habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.

Veja mais adiante no versículo 18:

Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextanto humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal.

Quer dizer, as pessoas traziam esta falsa humildade que não era nada mais nada menos que culto a demônios. Está claro que são demônios porque os anjos do Senhor nunca diriam que estejam a adorar a mim.

Por isso, muitos desses gentios que tinham entrado na igreja, tinham previamente entrado com estes princípios e estes falsos mestres estavam a reintroduzir estes conceitos na igreja de Deus. Os seus ensinamentos eram que a salvação da alma estava nestes rudimentos (físicos) até para poder voltar para o céu.

Outra ideia que tinha influenciado os seus pensamentos era a astrologia e o horoscópio. Quantos hoje em dia lêm o horoscópio para saber o que lhes vai acontecer? Isso é pagão e podem estudar a Bíblia e verão que a astrologia e a Babilônia estão interligados.

Por isso, queridos irmãos, não é minha intenção vos dar um sermão acerca destes temas, mas simplesmente para reconhecer a origem das ideias e filosofias. Então, o que isso tem a ver com o cristianismo? Tem muito porque os cristãos no I Séc. misturaram a religião helenística com o cristianismo do NT e criaram uma religião híbrida, um sincretismo, conhecido como cristianismo gnóstico ou gnisticismo. Isto é, proclamavam os ensinamentos gnósticos gregos debaixo da bandeira do cristianismo.

O termo gnosticismo é um termo geral para uma variedade de ideias religiosas do I Séc. na era cristã. Uma perversão do Evangelho de Jesus Cristo. Embora a Teologia, a Ética, variam bastante dum para outro grupo, como vemos entre as várias igrejas cristães do mundo de hoje em dia, todos proclamavam oferecer salvação e existência materialística através da gnose, isto é, através da sabedoria. Num conhecimento mais iluminado, duma sabedoria especial.

Queridos irmãos, desde o oitavo séculos, muitos trabalhos gnósticos têm sido descobertos e as pessoas estão agora a ver como é que estas ideias se infiltraram na igreja. E por isso vemos que estas ideias se infiltraram na igreja. Por isso é uma colação de várias ideias, vários princípios; é uma colação de associações de reformas religiosas pagães, gregas que começaram com Alfeu, pitágoras e depois Platão.

Em sumário, algumas observações que os gnósticos fazem é que o mundo era mau, incluíndo que o materialismo – como eles entendiam, era mau. Por isso essas ideias escéticas – do não tocar, não manusear; como lemos em Colossenses 2 versículos 21 a 23. Eram ideias escéticas, de não tocar estas coisas da carne. E também estes gnósticos usam ensinamentos cristãos de uma transição da antiga aliança para a nova aliança para harmonizar o cristianismo bíblico com a religião helenística e, assim, rejeitam a antiga aliança. Por isso essas pessoas viam a religião do AT, com base hebráica completamente má. Por isso viam o sábado e os dias santos de Deus, as leis de carnes limpas e imundas como continuação da antiga aliança e disto,segundo eles, estavam libertos, estavam liberados. Para eles, o importante é o NT e não o AT. Por isso, muitas religiões hoje quase não se referem ao AT, indo a ele só para algumas histórias. Esses viam-se com a responsabilidade de converter o cristianismo primitivo, o de Cristo, para um cristianismo mais avançado espiritualmente, baseado numa teologia helenística; um cristianismo de reformação. Eles acreditavam numa revelação progressiva. Exemplo: Paulo tinha uma sabedoria mais avançada, com mais revelações do que a dos escritores dos evangelhos.

Hoje, queridos irmãos, como isso é traduzido? Hoje vê-se que certos teólogos vê o ensino de Paulo como mais importante e por isso fazem conclusões erradas fora do contexto e assim usam o que Paulo diz, perturbando o que Paulo diz, para alterar o que querem alterar. Até, há teólogos hoje, que pensam que sabem mais que a Bíblia e que enventualmente digam: não precisamos da Bíblia. Talvez não digam desta maneira, mas dizem que só precisamos de Cristo e de amor. Esses progrediram para lá da palavra de Deus, da Bíblia.

O que estão fazendo com isto, é desfazer a autoridade da Bíblia. Como lemos em Mateus 4 versículo 4:

Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.

II Timóteo capítulo 3 versículo 16:

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,

Apocalipse 22 versículo 19:

E, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro.

Tiago 2 versículos 8 a 12:

Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura: amarás o teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem;

Se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela lei como transgressores.

Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.

Porquanto, aquele que disse: não adulterarás também ordenou: não matarás. Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei.

Falai de tal maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade.

Queridos irmãos, estas influências gnósticas, pagães, estão a afectar o mundo cristão hoje em dia e afectam, como se vê na Bíblia; por exemplo em Atos capítulo 6, está a falar que em Antioquia, quando os diáconos foram selecionados e um deles era Nicolau. Lemos em Apocalipse que se acredita que os nicolaítas foram fundados pelo bíblico Nicolau, embora isso não se possa comprovar de maneira conclusiva, mas a maioria das pesquisas apontam para esse caso que ele ensinou uma castidade bíblica, tratou a carne com desprezo, o seu ensino era que a moralidade não tinha nenhum efeito na salvação. A espiritualidade não era controlada nas experiências da vida física, mas, na realidade, queridos irmãos, a experiência espiritual é refletida na maneira como é a nossa vida nas coisas materiais. Por exemplo, os dez mandamentos, tem a ver como tratamos o próximo, o esposo, a esposa, como tratamos os pais; os dez mandamentos tem a ver como tratamos as coisas dos outros, não rouba, não digas mal, não mintas; também a vida cristã tem a ver com o nosso corpo físico. Por exemplo, como controlamos as nossas paixões e nossos sentimentos físicos, nossos apetites? Por exemplo, como é que vemos o sexo? Porque a Bíblia diz que o sexo é bom dentro do casamento; fora do casamento é pecado.

Quanto é que comemos ou não comemos, ou somos glutões, comemos demais, comemos doces demais e acabamos por ser diabéticos, ou coisas assim, consumindo coisas que nos põe doentes, precisamos de ter cuidado. Isso é parte de termos cuidado com o corpo que Deus nos deu que é templo de DEUS. Devemos ter cuidado com o nosso corpo.

Outro que veio trazer ensinos falsos, lemos em Atos 8 versículo 9 e adiante, acerca de Simão – o mágico que foi baptizado. Quer dizer que foi um membro da Igreja mas vê-se aí que ele queria comprar o Espírito de Deus com dinheiro mas aí vê-se que o Espírito de Deus vem com a imposição das mãos, que é o baptismo que Jesus Cristo nos dá, após o baptismo físico; a oração e a imposição das mãos dos ministros de Jesus Cristo.

Por isso irmãos, vemos que estes ensinos e estas ideias gnósticas e estas ideias que foram infiltradas por várias pessoas vieram afectar a Igreja. Por isso é que lemos em I João 7, a pouco que acreditavam que Jesus Cristo não veio na carne. Veja em I João capítulo 4 versículo 1 a 3:

Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora.

Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;

E todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo.

Queridos irmãos, Jesus Cristo veio na carne. Precisamos de entender que estas ideias pagães têm afectado a igreja e por isso tivemos a ver neste sermão esta posição gnóstica, extrema de materialismo comparando com a espiritualidade causou que as pessoas não aceitassem a Jesus Cristo, o Verbo, que realmente veio a ser um homem e sofreu a morte. Acreditamos que Deus se humilhou, aquele que nos criou e por quem tudo foi feito, como lemos em Hebreus 1 versículos 1 a 8. Se humilhou e veio como homem.

Então, queridos irmãos, como é que o gnosticismo influenciou o cristianismo hoje em dia? Deixa-me dar uns exemplos: um falso ensino da lei que é basicamente é uma libertinagem; um falso ensino da graça; um falso ensino da alma imortal; um ensino de um falso Cristo; um ensino de segurança eterna – uma vez salvo, sempre salvo, isto é incorrecto, irmãos; um ensino de um estilo de vida incorrecto; um ensino de revelação progressiva.

Por isso irmãos, com este pano de fundo, com este entendimento, não só que o judaísmo influenciou e influencia a igreja, querendo puxar as pessoas para a direita, para o legalismo; e por outro lado, essas influências sincretizadas pagães, gnósticas, intelectuais, afectaram a igreja primitiva e estão a afectar a igreja de hoje em dia.

Por isso vemos que no I Séc. haviam estas duas situações: a influência do judaísmo e a influência do gnosticismo. A influência legalista e a influência libertina, pagã, intelectual. Um princípio que diz que não precisamos da Bíblia, só precisamos de Cristo e de amor.

Mas, queridos irmãos, isso é uma atitude libertina em que deturpam o verdadeiro equilíbrio entre a lei de Deus e a graça de Deus.

Vimos que o judaísmo puxa para a direita, para o legalismo; e a influência gnóstica afecta o cristianismo, hoje em dia, com suas atitudes libertinas e fectivamente dizem que só precisamos de Jesus Cristo e de amor; mas na realidade estão a deturpar o sacrifício de Jesus Cristo e o que é o verdadeiro amor de Deus.

Queridos irmãos, é muito importante entendermos este equilíbrio, esta moderação, para entendermos as epístolas de Paulo e, particularmente, a epístola de Paulo aos Gálatas. Mas na realidade é para entendermos o verdadeiro Evangelho do Reino de Deus.