“Os Horrores de Todas as Idades”—Eles não Viram Chegar
Se você soubesse que seria alvo de um ataque mortal, o que faria? Você faria tudo ao seu alcance para entender o que estava acontecendo e agiria? Ou será que você permitiria que uma sucessão de hipóteses absurdas e emotivas cegasse sua análise da situação?
Tragicamente, este último caso é o que muitos historiadores concluem que aconteceu com estadistas, diplomatas, reis, imperadores, generais e líderes políticos altamente educados a um século atrás.
Nesta era moderna, onde vemos carnificinas perpetradas pela tecnologia—derramamento de sangue por drones no Oriente Médio à barbárie digital dos jogos de vídeo—as quais podem ofuscar facilmente o horror da carnificina da Primeira Guerra Mundial. Hoje, alguém pode perguntar: O que realmente aconteceu no século passado?
A entrada espantosa e incomparável de armamentos de guerra, uma subsequente corrida armamentista multinacional, e todas as guerras a partir de 1914 dividiram abrupta e violentamente o continente europeu em duas frentes, derrubando grandes impérios e desestabilizando toda a Europa, juntamente com grande parte do mundo. Além disso, pela primeira vez na história da humanidade houve destruição em massa vinda do ar (guerra com aviões) e subaquáticos (submarinos capazes de lançar torpedos e destruir navios com cascos de aço a grande distância).
Tragicamente, a Primeira Guerra Mundial tornou possível a Revolução Bolchevique, ajudando assim a introduzir no mundo um estado político conhecido por sua obscura filosofia—o comunismo soviético. Durante essa guerra, um número inacreditável de trinta e sete milhões de pessoas perderam suas vidas, muitas vezes de forma desumana e cruel. Outros milhões sofreram lesões incapacitantes. A carnificina nesse continente consumiu todas as economias dos países, deixando milhões de pessoas sem comida ou abrigo.
Mais tarde, o futuro primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, resumiu assim o ocorrido: "Todos os horrores de todas as épocas foram reunidos, e não somente os exércitos, mas populações inteiras foram nelas lançados" (grifo do autor).
Como algo assim pôde acontecer? O que poderia valer o preço de tão grande destruição? E que lições podemos aprender de tudo isso hoje em dia?
As consequências do raciocínio distorcido
A perspectiva de um historiador do século XXI, que pronunciou a frase "a guerra para acabar com todas as guerras"—como a Primeira Guerra Mundial ficou conhecida quando, finalmente, os Estados Unidos entraram no conflito—demonstra um tom zombador e subestima o poder devastador e catastrófico que tomou conta da Europa entre 1914 e 1918.
Quando as nações arruinadas e exaustas cambalearam em direção ao Tratado de Versalhes, em 1918, então o cenário político mundial mudou para sempre de uma forma que ninguém teria sonhado quatro anos antes. Em pouco tempo quatro grandes dinastias imperiais—os impérios Alemão, Rússo, Austro-Húngaro e Turco-Otomano—desapareceram do cenário mundial. Nesse imenso vazio geopolítico surgiu uma nova ordem mundial, que incluiria um regime totalitário selvagem na antiga Mãe Rússia, que viria a exterminar milhões de seus próprios cidadãos.
Em vez de disputas territoriais tradicionais, o raciocínio distorcido levou o mundo à beira da selvageria. O fato impressionante é que quase todas as pessoas achavam, ingenuamente, que a guerra iria durar no máximo cinco meses—"até o Natal a guerra haverá terminado", esta era a previsão da maioria em agosto de 1914.
Além de sua imprevisibilidade, o auge desse conflito global iria, consequentemente, estabelecer um perigoso sentimento latente de ressentimento entre nações. E justamente sobre essa base sangrenta é que a barbárie de outra guerra mundial entorpecente surgiu de novo apenas duas décadas depois na forma maléfica de Adolf Hitler e os Países do Eixo.
Será que ninguém percebeu o que estava porvir?
Surpreendentemente, a resposta é não.
Cegueira coletiva
O chanceler alemão Otto von Bismarck tinha pressagiado com exatidão que "alguma maldita coisa absurda nos Bálcãs" poderia provocar um conflito mundial. No entanto, agora reconhecido por todos como o "estopim" em 1914 que gerou a conflagração que se espalhou pelo globo—assassinato do arquiduque austríaco Franz Ferdinand—isso, a princípio, não foi visto como um evento de grande importância.
Como o historiador Zbynek Zeman escreveu mais tarde: "O evento quase que falhou em causar qualquer impressão. No domingo e segunda feira (28 e 29 de Junho de 1914) a população de Viena ouviu música e bebeu vinho, como se nada tivesse acontecido". Alguns meses mais tarde, praticamente o mundo todo estava envolto numa hedionda guerra de trincheiras. Sem dúvida, pouquíssimas pessoas perceberam a aproximação desse conflito mundial.
Por que as pessoas ficaram cegas? Em vez de aprenderem as duras lições acerca do impacto do avanço tecnológico, do mau uso da inteligência e do poder desenfreado da cegueira nacionalista da Guerra Civil Norte-Americana, da Guerra Russo-Japonesa e outros conflitos então recentes, os líderes nacionais e os principais pensadores influentes preferiram ignorar as informações essenciais e seguirem em frente rumo ao absoluto desastre.
À medida que o fogo do nacionalismo desenfreado ardia intensamente no continente europeu em 1914, outras mentes mais racionais olhavam com espanto e incredulidade. Nos Estados Unidos, o presidente Woodrow Wilson prometeu neutralidade diante da insanidade europeia. O povo norte-americano o apoiou e os Estados Unidos ficaram longe do conflito por dois anos depois do início das hostilidades.
A guerra só chegou para os norte-americanos depois de submarinos alemães começarem a afundar os navios dos Estados Unidos no Atlântico e da descoberta de uma mensagem codificada alemã prometendo ao México grandes porções de terras norte-americanas se caso declarasse guerra ao seu vizinho do norte.
Ignorando os avisos importantes
Nos meses e anos que precederam os ataques da Primeira Guerra Mundial, inúmeros sinais e muitas advertências deveriam ter chamado à atenção de quem estava no poder. O poder do nacionalismo insano foi subestimado e desdenhado, seguindo em frente paralelamente aos inauditos absurdos diplomáticos, que beiravam à estupidez.
Diante da amplitude escancarada das crescentes tensões, do acúmulo das enormes forças militares, da quantidade de acordos complexos, nada mais deveria ter surpreendido os líderes mundiais quanto à corrida rumo à guerra total. Muitos historiadores notam, consternados, que muitas oportunidades de evitar esse trágico conflito foram desperdiçadas sem uma boa razão. Em retrospecto, é difícil imaginar a cegueira de tantos líderes, diplomatas, formadores de opinião e generais experientes diante de uma iminente carnificina que estava tomando forma bem na frente deles.
No entanto, eles estavam cegos.
E trinta e sete milhões de pessoas morreriam cruelmente pela trágica consequência dessa cegueira.
Que lição nós poderíamos aprender disso hoje? Será que estamos cegos ante uma iminente catástrofe na segunda década do século XXI?
Um alerta de céu avermelhado?
A aparência de um céu avermelhado em qualquer parte da manhã ou da noite denota para qualquer pessoa experiente o que esperar do tempo. Ao falar há quase dois mil anos, Jesus Cristo usou esse fenômeno natural para enfatizar um ponto fundamental para nós hoje em dia:
“Quando a tarde vem, vocês dizem: “Vai fazer bom tempo, porque o céu está vermelho” e de manhã: “Hoje haverá tempestade, porque o céu está vermelho e nublado”. Vocês sabem interpretar o aspecto do céu, mas não sabem interpretar os sinais dos tempos!” (Mateus 16:2-3, NVI).
Muitas passagens bíblicas alertam para os dias em que o mal desenfreado e o pecado vão se multiplicar, até mesmo um desprezo e rejeição pelas leis de Deus reveladas nas Escrituras. Essa rejeição intencional das leis de Deus levará diretamente a graves consequências globais—ambas as autoprovocadas e, finalmente, aquelas vindas do próprio Deus.
Essas consequências serão muito ruins? O resultado inevitável da transgressão generalizada dos mandamentos de Deus por parte da humanidade levará a uma época em que "haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá" (Mateus 24:21, NVI ).
Essa época de "grande tribulação" mundial, chamada em outras versões da Bíblia de a "grande aflição", será tão intensa em todo o mundo que se Deus não intervir para impedir isso "ninguém sobreviveria" (versículo 22, NVI).
Será que você também está ignorando esses sinais de alerta?
Será que, como os líderes experientes de 1914, você não estaria enxergando o que Jesus chamou de "sinais dos tempos"? Jesus advertiu que o ápice desses "sinais dos tempos" virá "numa hora em que não o esperam" (Lucas 12:40, NVI).
Ao exortar os Seus seguidores a se cuidar e não ficar cegos diante da verdade dos acontecimentos, Jesus usou essa ilustração: “Aprendam a lição da figueira: quando seus ramos se renovam e suas folhas começam a brotar, vocês sabem que o verão está próximo. Assim também, quando virem todas estas coisas, saibam que ele [a sequência de grandes eventos profetizados do fim dos tempos] está próximo, às portas" (Mateus 24:32-33, NVI).
A Bíblia, a Palavra de Deus, tem muitas profecias para o futuro. A maioria delas se concentra na era vindoura do Reino de Deus, um maravilhoso tempo de paz e prosperidade. Mas muitas delas também mostram que o estabelecimento desse reino será precedido de um tempo chamado de a "grande tribulação".
Ao contrário desses diplomatas e líderes de 1914, você pode saber o que está por vir e o que isso significa para você. Uma nova "era de horrores" está vindo, assim também como um tempo incrível de paz depois disso. Em 1914, eles não viram essas tragédias se aproximando. E no século 21, será que você vai conseguir ver? BN