Promessa é Promessa!
Há uma história sobre uma idosa escocesa que viajava pelo interior do país vendendo utensílios domésticos. Sempre que ela chegava a uma bifurcação na estrada, ela jogava uma palha no ar e na direção que caísse ela seguia viagem.
Os moradores daquela área conheciam seu estranho costume, mas um dia um amigo a viu jogando várias vezes a palha antes de escolher um caminho. Ele perguntou: "Por que você fez isso mais de uma vez?" "Oh", ela respondeu, "porque ela continuava apontando para a estrada à esquerda e eu queria ir para o outro lado, pois me parece mais fácil". Ela começou a atirar a palha ao vento até que ela conseguiu a direção que ela queria.
Todos nós devemos reconhecer que os escoceses não estão sozinhos nesse exercício mental. Frequentemente, nós praticamos muito essa forma mental de jogar a palha para orientar nossas decisões em assuntos muito mais sérios do que vender utensílios domésticos. Sim, até mesmo os cristãos ficam enredados nisso quando confrontados com seus enganos pessoais nessa estrada e buscam, humanamente, esse caminho mais fácil.
"Voltarei a vós"
O que isso significa para nós? Ao fazer o convite para segui-Lo, Jesus Cristo, corajosamente, proclamou: "Eu sou o Caminho" (João 14:6, grifo nosso). E Ele é o Caminho especial para isso!
Ao fazer isso, Ele fez promessas específicas para apoiar e incentivar aqueles que, sinceramente, querem segui-Lo: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Ajudador... o Espírito da Verdade... Não vos deixarei órfãos; voltarei a vós” (versículos 16-18).
Mas com a condição de que devemos estar dispostos a deixar nosso pacote de palhas de segurança.
Aí está o desafio pessoal. Em muitas escrituras se encontram o convite de Jesus Cristo para aqueles que desejam segui-Lo. Ele afirmou claramente nas bem-aventuranças (Mateus 5:1-12) que quem O seguisse poderia ser incrivelmente feliz e livre das armadilhas do destino. Podemos ser destemidos, mesmo quando nossos joelhos tremem, e vivemos em constantes problemas nesse mundo que depende da palha e do vento em vez das verdades eternas.
O que quero dizer com isso? Vamos refletir por um momento:
Num só dia, os discípulos tiveram uma visão da glória de Cristo transfigurado, entretanto, não foram capazes de combater os demônios terrenos (Mateus 17:1-21).
Em um prazo de 24 horas, Cristo passou de momentos preciosos como lavar os pés dos outros a ter as mãos pregadas na viga de madeira.
A alegria do Pentecostes daquele ano durou muito pouco, pois apóstolos foram presos e Estêvão, um dos primeiros diáconos da Igreja, foi martirizado.
A estrada nem sempre é fácil, mas devemos ter em mente o objetivo final e entender que vale a pena cada passo para chegar lá.
O que significa exatamente a promessa do retorno de Cristo? Será que Suas promessas realmente são melhores do que nossos métodos de escolha pela palha?
Diversas promessas de Cristo
Para pessoas da época de Cristo, talvez o Espírito de Deus tenha sido considerado por alguns como impressionante, mas impessoal e reservado apenas para pessoas selecionadas em determinados períodos de tempo.
No entanto, Cristo, a Palavra e a voz de Deus na Terra, declarou aspectos incríveis de um novo relacionamento com muitos e não apenas com alguns.
Jesus afirmou:
• O Espírito estaria conosco para sempre (João 14:16) e não apenas temporariamente.
• Ele seria dado àqueles a quem o Pai chamar e que responderem a esse chamado, mas não ao mundo inteiro, por enquanto (João 14:17).
• Não viria e iria como antes, mas — observe — viveria conosco e até mesmo em nós (João 14:17).
• Embora ele não seja uma pessoa como muitos afirmam (ver o nosso guia de estudo bíblico gratuito Deus é uma Trindade?), o Espírito tem a capacidade de nos ensinar, guiar e nos fazer lembrar as palavras de Cristo (João 14:26).
• Ele nos convenceria (nos deixaria convictos) do pecado, mostrando-nos a justiça de Deus e até mesmo declarando o julgamento de Deus sobre o mal (João 16:8).
• Ele nos guiaria e nos daria uma visão dos acontecimentos futuros — e tudo isso para nos ensinar a dar devidamente a glória Àquele que foi enviado pelo Pai Celestial (João 16:13-14).
Com tudo isso prometido, no Pentecostes daquele ano, os discípulos estavam orando e sendo fiéis, mas, talvez ainda mais importante, eles estavam esperando e acreditando nas promessas de Cristo (Atos 1:12-14).
Mas por quê? Eles passaram muito tempo com o Filho de Deus, que era cheio do Espírito de Deus — Jesus de Nazaré. Eles tinham testemunhado que o Verbo se fez carne e habitou entre eles e que o Espírito desceu do céu e descansou sobre Ele (João 1:14, 32).
Eles tinham experiência de vida real com Aquele que estava cheio do Espírito (Lucas 4:1), que evitou o pecado no deserto, onde exerceu a sabedoria de Deus, lembrando e declarando as Escrituras para evitar o mal e permanecer justo, dando glória a Deus ao afirmar: "Porque está escrito: Ao Senhor Teu Deus adorarás, e só a Ele servirás" (Mateus 4:10).
Ele era a personificação da profecia messiânica de que "repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do SENHOR" (Isaías 11:2).
Mais uma vez, eles não sabiam o que estava por vir, mas sabiam que tinham de usar completamente o Espírito prometido — confiar nele e ser guiado por Deus, através dele, em todos os desafios da vida.
Promessas em que você pode confiar
Elas acabaram por ter a certeza e entender totalmente que seu Mestre e Senhor, Jesus Cristo, e Seu Pai cumpririam o que foi prometido, e que viriam a habitar nos fiéis através do Espírito Santo — sendo este o Espírito do Pai e de Cristo, ambos Santo e Espírito (Levítico 11:44; 1 Pedro 1:16; Acts 2:27; João 4:24).
O apóstolo Paulo relatou essa incrível verdade de modo extremamente simples em Romanos 8:9: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dEle". Esse é o mesmo Espírito, um único Espírito, que nos faz um (Efésios 4:4; Hebreus 2:10-11).
O Espírito Santo não é simplesmente uma ferramenta espiritual para se realizar algo, mas é, literalmente, a essência de Deus Pai e de Cristo habitando em nós, através do qual podemos viver uma vida diária de adoração, glorificando-Os em tudo que fazemos e sendo uma bênção para os que nos rodeiam.
Essa é a compreensão racional do apóstolo Paulo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a Si mesmo por mim" (Gálatas 2:20, ACF).
Há realmente uma diferença entre andar com Cristo e permitir que Ele viva em nós pelo Seu Espírito. Basta observar aos discípulos que passaram pela experiência de caminhar com Jesus Cristo, durante Seu ministério, seguido de Sua morte e ressurreição, antes do evento de Pentecostes. Estou falando sobre comparar as mentes e os corações antes e depois!
Esse é o mesmo Espírito de fidelidade que permitiu que Jesus encarnado buscasse a vontade de Deus e não a Sua em cada pensamento, palavra e ação, mesmo quando os caminhos mais fáceis estavam diante dEle. Cristo nunca lançou uma palha no ar esperando por um caminho diferente do caminho traçado pelo Pai. Ele creu em Deus e fez o que Ele mandou fazer.
Quando realmente entendemos e acreditamos no que Jesus Cristo quis dizer quando falou em manter Suas promessas, ou seja, que isso não significa que a vida vai ficar necessariamente mais fácil para nós. Mas vai se tornar eternamente gratificante, quando chegarmos à encruzilhada de nossa vida e deixarmos de lado a ideia de lançar a palha ao ar.
Devemos escolher existir além do presente, e agradecer diariamente ao Pai por não apenas acreditarmos em Seu Filho como também sabermos que Ele existe dentro de nós e dentro de todos aqueles que atenderam à chamada “Segue-me” .
Agora é a hora de andar no Espírito pela fé, como Ele fez!