Comentário Bíblico: Deuteronômio 11

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Comentário Bíblico

Deuteronômio 11

Uma Escolha a Ser Feita

Moisés continua insistindo com os filhos de Israel sobre a necessidade absoluta de obedecer a todos os mandamentos de Deus (versículo 8) para que Ele os abençoe (versículos 13-15, 23-25). E se eles amassem a Deus de todo o coração e alma, então deveriam guardar seriamente Seus mandamentos e andar em Seus caminhos, apegando-se firmemente a Ele (versículos 1, 13, 22). Afinal de contas, esse é o amor de Deus — “derramado em nosso coração” (Romanos 5:5) — “que guardemos os Seus mandamentos” (1 João 5:3, ARA, comparar 2 João 6). Contudo, assim como a antiga Israel, temos a escolha de seguir ou rejeitar a Deus. Então, Deus colocou diante deles “a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus” (Deuteronômio 11:26-28, ARA).

Deus quer que o homem escolha o caminho dEle, que traz bênçãos (Deuteronômio 30:19), mas Ele não força ninguém a escolhê-lo. Deus criou o homem com o propósito de desenvolver um caráter piedoso — uma preocupação amorosa e enfática pelos outros — que necessariamente envolve a decisão voluntária do indivíduo de escolher e, então, agir de acordo com esse caminho justo. Caso contrário, o homem não passaria de um robô, agindo corretamente, mas de forma programada, sem mente e consciência. Mas Deus, que está num processo de aumentar Sua família, deseja que Seus futuros filhos e filhas imortais pensem e ajam como Ele — e desde a eternidade Deus escolheu nunca se desviar de Sua própria natureza amorosa. Deus espera que todos nós também escolhamos o Seu caminho de vida — e quando formos ressuscitados, com um espírito incorruptível e um caráter piedoso e perfeito, manteremos essa escolha certa por toda a eternidade.

Os versículos 10-12 descrevem algumas práticas agrícolas do Egito e de Canaã, contrastando a maneira como as plantações recebiam a irrigação necessária. Todas as plantações no Egito eram irrigadas pelas águas do Nilo. A expressão relacionada ao Egito de que o povo "regava com o pé" se refere à abertura ou fechamento de saídas de água que regulavam o fluxo nos canais que irrigavam as plantações. Entretanto, Canaã não tinha nenhum grande rio. E as plantações dali dependiam da água da chuva. Deus colocou Seu povo em uma terra em que os padrões climáticos exigiam observar o céu para que reconhecessem sua dependência dEle.

Aliás, nos versículos 11-14, Deus apresenta um quadro de fartura e refrescância daquela região. Os israelitas estavam indo para uma "terra de montes e de vales; da chuva dos céus beberá as águas... terra de que o SENHOR, Teu Deus, tem cuidado; os olhos do SENHOR, Teu Deus, estão sobre ela continuamente, desde o princípio até ao fim do ano... então, darei a chuva da vossa terra a seu tempo, a temporã e a serôdia". É preciso ressaltar que a atual terra de Israel não é a mesma da época de Moisés. Uma terra rica em leite e mel, a Terra Santa era então exuberante e verde — densamente arborizada e com grandes áreas de boas pastagens e solo fértil para plantações. Obviamente, a Terra Prometida era um tipo físico das maravilhosas bênçãos do vindouro Reino de Deus, que será estabelecido sobre todas as nações.