Comentário Bíblico: Deuteronômio 15

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Comentário Bíblico

Deuteronômio 15

O Ano Sabático

         Aqui observamos que, no versículo 4, a frase “para que entre ti não haja pobre” significa que essa lei ajudaria a prevenir a pobreza extrema ao impedir que dívidas fossem cobradas daqueles que não podiam pagá-las integralmente. A Bíblia Viva traduz esse versículo como "fazendo assim, ninguém vai ficar pobre" — indicando que o ano de libertação não empobreceria os credores. E Bíblia na Linguagem de Hoje traduz os versículos 4-5 dessa forma: "Portanto, não haverá nenhum israelita pobre, se todos derem atenção ao que o SENHOR ordena...".

Embora não devesse haver pobreza dentro da nação de Israel, uma vez que Deus prometeu abençoar todos eles (Deuteronômio 15:4) — o que acontecerá em todo o mundo durante o futuro reinado milenar de Cristo (Miquéias 4:4) —, a promessa de Deus aos israelitas dependia da obediência deles (Deuteronômio 15:5). Mas, conhecendo o caráter deles (Deuteronômio 5:29), Deus sabia que haveria pobres na nação (Deuteronômio 15:11; comparar Mateus 26:11). Então, Ele criou um sistema misericordioso e compassivo para lidar com a pobreza, algo bem diferente de qualquer sistema social conhecido atualmente no mundo.

Ao fim de cada sete anos, todas as dívidas tinham que ser canceladas (Deuteronômio 15:1). Talvez um paralelo moderno disso seria a lei de insolvência civil — exceto que, na antiga Israel, esse cancelamento de dívidas a cada sete anos era obrigatório, independentemente da anuência do credor ou do devedor. Além disso, essa norma exigia que um hebreu pobre, que havia “se vendido” ao seu credor para pagar suas dívidas, também fosse libertado. E mais ainda, uma vez que o servo hebreu pobre havia trabalhado diligentemente para seu mestre, ele deveria receber uma provisão generosa ao ser libertado (versículos 12-15, 18), pois isso possibilitaria que ele recomeçasse sua vida. Entretanto, era permitido ao servo continuar trabalhando para o seu senhor se assim o desejasse (versículos 16-17), sem contudo estar sujeito a qualquer pagamento de dívidas passadas. Em todos esses casos, principalmente em relação à libertação de Israel do Egito, Deus enfatiza que Seu caminho é o caminho do livramento e da liberdade.