Comentário Bíblico
Deuteronômio 8
"Guarda-te para que te não esqueças do SENHOR, Teu Deus"
Moisés lembra Israel que o grande poder de Deus os manteve vivos no deserto por quarenta anos, e Ele os adverte a não se esquecerem de Deus quando entrarem na Terra Prometida e se tornarem prósperos, achando que já têm tudo o que precisam. Sem dúvida, é mais fácil lembrar de Deus quando precisamos desesperadamente de Sua ajuda do que quando achamos que podemos fazer tudo sozinhos. Em uma sociedade materialista, quando muitos têm dinheiro no banco e comida em suas geladeiras e despensas, as pessoas podem negligenciar facilmente a oração sincera pelo pão de cada dia (Mateus 6:11). Deus permitiu que os israelitas passassem fome no deserto para testá-los e descobrir o que havia em seus corações (Deuteronômio 8:2-3, 16).
Ele lhes deu o maná para ensiná-los que o homem não vive apenas de pão. Em vez disso, o homem precisa viver diligentemente pela Palavra de Deus (versículo 3). Enquanto buscarmos primeiramente o Reino e a justiça de Deus todas as nossas necessidades físicas serão supridas (Mateus 6:33). Quando foi tentado pelo diabo, que lhe disse para transformar pedras em pão para saciar sua fome, Jesus Cristo citou essa mesma passagem de Deuteronômio 8:3, demostrando que Ele sabia da importância de viver fielmente pela Palavra de Deus em qualquer situação (Mateus 4:2-4). Depois que o diabo parou de tentá-Lo até outro momento oportuno (ver Lucas 4:13), os anjos de Deus trouxeram a Jesus, que estava faminto, as coisas físicas que Ele precisava (Mateus 4:11).
Continuando, Moisés disse para a nova geração de israelitas que era importante se lembrarem de sua total dependência de Deus. Moisés conhecia a natureza humana. Pois quando as pessoas estão cheias de bênçãos e abundância, elas são suscetíveis a concluir não apenas que podem sobreviver sem um Provedor, mas também que elas mesmas podem se manter por conta própria (Deuteronômio 8:11-17). Então Moisés admoesta o povo: "Antes, te lembrarás do SENHOR, Teu Deus, porque é Ele o que te dá força para adquirires riquezas" (versículo 18, ARA). Mas, tragicamente, os antigos israelitas se esqueceriam de Deus — e também seus descendentes, as nações dos atuais israelitas.
No meio da Guerra Civil Americana, o presidente Abraham Lincoln emitiu uma proclamação observando que exatamente isso havia acontecido com o povo estadunidense. Eloquentemente, ele declarou: "Somos os destinatários das generosidades mais seletas do céu. Fomos preservados, nesses muitos anos, em paz e prosperidade. Crescemos em número, riqueza e poder como nenhuma outra nação jamais cresceu. Porém, nos esquecemos de Deus. Esquecemos da mão graciosa que nos preservou em paz, e nos multiplicou, enriqueceu e fortaleceu; temos imaginado em vão, no engano de nossos corações, que todas essas bênçãos foram produzidas por nossa própria sabedoria e virtude superiores. Intoxicados pelo sucesso constante, nos tornamos demasiadamente autossuficientes para sentir a necessidade da graça redentora e preservadora [de Deus], orgulhosos demais para orar ao Deus que nos fez. Então, é conveniente nos humilhar diante do Poder ofendido, confessar nossos pecados nacionais e orar por clemência e perdão" (Proclamação de um Dia Nacional de Jejum, Humilhação e Oração, 30 de abril de 1863).