Comentário Bíblico: Gênesis 41

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Comentário Bíblico

Gênesis 41

Quando José completou trinta anos de idade, após ficar preso por mais dois anos, Deus deu outro grande passo em Seu plano. Ele envia um sonho profético a Faraó que ninguém conseguia explicá-lo. Finalmente, o copeiro-chefe se lembra dos incríveis eventos relacionados ao seu sonho na prisão e da interpretação de José. Então, José é convocado pelo faraó e lhe conta que o seu sonho significa sete anos de fartura seguidos por sete anos de fome.

Há indícios de uma confirmação histórica desse tempo de abundância sucedido por um longo período de grande escassez de alimentos. A informação seguinte é de um livro intitulado A Assinatura de Deus, escrito por Grant Jeffrey (Editora Bom Pastor, edição 1998, pp. 42-43):

“Uma inscrição fascinante confirmando o relato bíblico dos “sete anos de grande fartura” seguidos pelos “sete anos de fome” (Gênesis 41:29-30) foi descoberta durante o século dezenove no sul da Arábia Saudita. Essa inscrição em uma placa de mármore foi encontrada nas ruínas de uma fortaleza às margens do mar de Hadramaut, no atual Iêmen. Uma análise sugere que ela foi escrita [na era patriarcal]... Essa inscrição foi traduzida ao árabe pelo Professor Schultens e, posteriormente, para o inglês pelo reverendo Charles Forster. Esta é a tradução dessa antiga inscrição:”.

“Temos vivido tranquilos nesse castelo por um longo período de tempo;

não tínhamos outros anseios além de servir ao senhor da vinha daquela região.

Centenas de camelos voltavam para nós todos os dias à noite,

seus olhos se alegravam de ver seu lugar de descanso.

E o dobro de nossos camelos eram nossas ovelhas,

um lindo rebanho branco movendo-se lentamente junto com as vacas.

Nós moramos nesse castelo por sete anos tendo uma vida boa

— como é difícil para a memória essa descrição!

Então, vieram anos estéreis e queimados:

quando um ano ruim passava,

então, outro vinha em seguida.

E nos tornamos como quem nunca teve um vislumbre da abundância.

Eles morreram e não restaram nem patas nem cascos.

Assim se dá com aquele que não rende graças a Deus:

Seus passos reprováveis não desaparecem de sua morada”.

Embora notável, isso não deveria nos surpreender tanto, afinal de contas, a Bíblia é a Palavra de Deus — e é verdadeira, apesar dos argumentos dos céticos. O trecho a seguir foi extraído das páginas 44-45 do livro A Assinatura de Deus:

“Como registrado no livro de Gênesis, a fome de sete anos foi tão severa no Egito que José, como principal administrador, teve que ser muito cauteloso para vender aquelas preciosas reservas de grãos para saciar a fome de todos os habitantes dos países vizinhos. José não podia vender as reservas de grãos do Egito para todos em troca de ouro e prata por causa do perigo de esgotamento todo o estoque. Quando a fome estava em seu ápice, aqueles grãos se tornaram muito mais valiosos do que ouro ou dinheiro”.

“Durante o século dezenove, alguns exploradores descobriram uma série de outras fascinantes inscrições antigas no Oriente Médio, que confirmaram os fatos registrados nas Sagradas Escrituras... O maior tesouro de todos era uma fascinante tabuleta de pedra gravada [encontrada no túmulo de uma nobre rica iemenita da era patriarcal] com uma inscrição que corroborava o relato bíblico da cuidadosa administração de José do restante das reservas de alimentos durante os sete anos de fome no Egito”.

Uma inscrição iemenita sobre uma fome durante o tempo de José.

Em teu nome, ó Deus, o Deus de Hamyar,

Eu, Tajah, filha de Dzu Shefar, enviei meu mordomo a José,

E como ele demorou a voltar para mim, enviei minha serva

Com uma medida de prata para me trazer de volta uma medida de farinha:

E não podendo obtê-la, enviei-a com uma medida de ouro:

E não podendo obtê-la, mandei-a com uma medida de pérolas:

E não podendo obtê-la, ordenei que fossem triturados:

E não conseguindo nenhum lucro neles, estou aqui paralisada.

Quem souber disso, que tenha pena de mim;

E se alguma mulher se enfeitar com um adereço

De meus ornamentos, que ela morra com nada mais que uma morte igual a minha”.

(relato contido no livro Voyage en Arabie [Viagens pela Arábia, em tradução livre] de Carsten Niebuhr).

Cabe ressaltar que a tradução acima parece bastante confiável, uma vez que o explorador alemão Frieslander Carsten Niebuhr foi um respeitado pioneiro em exploração arqueológica do Oriente Médio e na tradução de inscrições encontradas ali, tendo traduzido com precisão muitas inscrições da antiga Persépolis.