A Nossa Espantosa ‘Nave Espacial Terra’

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Alguma vez imaginou viajar através do espaço? A possibilidade soa excitante para a maioria das pessoas.

Por incrível que pareça, nós estamos a viajar através do espaço—mas sem darmos por isso! O nosso planeta pode ser perfeitamente comparado a uma nave espacial gigante transportando mais de 7 bilhões de pessoas juntamente com bilhões de animais e plantas. O cientista Americano Buckminster Fuller cunhou o termo adequado para descrever o nosso planeta: “Nave Espacial Terra”.

Nós estamos a ser verdadeiramente projectados através do espaço nesta gigante nave espacial chamada Terra—à fantástica velocidade média de 107.182 Kms/hora (em relação ao Sol). Isto é muito mais rápido do que as mais rápidas aeronaves humanas. Ao mesmo tempo, este veículo espacial está girando a 1.600 Kms por hora a nível do equador. Nós damos, todos os anos, uma volta completa ao sol—uma viagem de quase um bilhão de quilómetros!

Contudo, talvez o aspecto mais espantoso da nossa viagem é que nós não sentimos o nosso passeio de modo algum. Obviamente, quando viajamos num carro à velocidade de 80Km/hora, podemos sentir a velocidade e ver a paisagem a passar-nos ao lado. Porém, o paradoxo é que uma vez que saímos do carro tudo na Terra nos parece estar em repouso—mas ainda estamos viajando a uma velocidade fantástica.

Se nós terminarmos a jornada da nossa vida com uma longevidade média, teremos viajado à volta do sol umas 76 vezes, e percorrido mais de 70 bilhões de quilómetros—o equivalente a ir e vir várias vezes a Plutão! E tudo isto acontecendo sem sentirmos a velocidade ou estarmos conscientes da mesma viagem. Esta é uma das incríveis características da nossa notável nave espacial.

O nosso planeta privilegiado

As descobertas científicas dos últimos 30 anos têm destruído a idéia que era popular entre alguns cientistas e académicos de que vivemos num planeta corriqueiro, simples, sem destaque. Esta idéia era resumida na opinião do astrónomo Carl Sagan, que falava da “ilusão que temos uma posição privilegiada no Universo”(Ponto Azul Pálido [Pale Blue Dot], 1994, p. 7, ênfase adicionada).

Nós avançámos muito da noção semelhante, que foi proposta pelo filósofo Bertrand Russell, e que afirmava que a humanidade é meramente, como ele a descreveu, “um acidente curioso em águas estagnadas” (Religião e Ciência [Religion and Science], 1961, p. 222). Consoante as descobertas científicas se têm acumulado, o planeta Terra tem demonstrado que não é uma região de águas estagnadas mas, ao contrário, é um planeta muito privilegiado.

O astrónomo Guillermo Gonzalez e o filósofo Jay Richards escreveram recentemente um livro sobre as mais recentes descobertas científicas que refutam a afirmação de Sagan de que vivemos num planeta insignificante. Eles intitularam o livro apropriadamente: O Planeta Privilegiado (The Privileged Planet).

Em vez de um universo que se pensava estar possivelmente a transbordar de vida, mais e mais cientistas se apercebem agora das raras qualidades do nosso globo terrestre. Os cosmólogos Peter Ward e Donald Brownlee escreveram em 2003 o livro Terra Rara: Por que a Vida Complexa é Incomum no Universo (Rare Earth: Why Complex Life Is Uncommon in the Universe) para explicar algumas das características únicas do nosso planeta e como seria difícil duplicar estas condições noutro planeta.

De igual modo, o influente compêndio de ciências Earth (Terra) começa a sua introdução com uma secção intitulada “a exclusividade do planeta Terra” (Frank Press e Raymond Siever, 1986, p. 3). Têm de haver tantos factores absolutamente certos para se duplicar os feitos da nossa Nave Espacial Terra que a esperança está enfraquecendo lentamente, de alguma vez encontrar vida inteligente em outros planetas.

Explicam os Drs. Gonzalez e Richards: “Desde o século dezassete ao século vinte, muitos esperaram encontrar vida inteligente, mesmo superior, na Lua, Marte e outros planetas no Sistema Solar . . . Agora, no princípio do século vinte e um, apesar da grande publicidade dos entusiastas de vida em Marte, a busca mudou-se dos planetas para algumas afastadas luas obscuras. Ao mesmo tempo, as aspirações têm diminuído substancialmente” (O Planeta Privilegiado [The Privileged Planet], 2004, p.253).

Quais são algumas das notáveis características da nossa Nave Espacial Terra? Exploremos algumas delas para podermos apreciar como é cuidadosamente criada em pormenores ínfimos. Então, podemos perguntar: Todas estas condições exatas podiam ser unicamente um acidente da sorte? E, de mãos dadas, uma outra questão crucial: Qual é o propósito final da caminhada da nossa vida através do espaço?

Uma maravilhosa ‘janela’ para ver através do universo

Tal como toda a nave espacial tem uma escotilha para ver o exterior, assim, de igual modo, actua a nossa atmosfera.

Com efeito nós temos uma janela muito melhor do que uma nave espacial comum. A nossa “janela” nesta Nave Espacial Terra não está limitada a uma determinada área de visualização, mas, na verdade, abrange todo o planeta. É como se tivéssemos um cristal poroso com a espessura de 700 Kms que permite todos a bordo ter uma visão completa de tudo fora do nosso planeta e contudo ainda bloqueia o espaço intergalático sem ar.

Alguns planetas estão cobertos por nuvens espessas que tornam impossível ver-se deles para fora. Mas a nossa atmosfera permite-nos ver e descobrir o universo à nossa volta. Assim, a nossa Terra é um navio de exploração.

A cobertura transparente que cobre o planeta abriga também uma fonte renovável de oxigênio para os seres humanos e animais, e dióxido de carbono e nitrogênio para as plantas. Também proporciona a pressão de ar adequada para os seres vivos. A borda externa desta concha translúcida é composta de uma camada de ozônio que protege a vida dos raios ultravioletas prejudiciais.

Por mais estranho que possa parecer, esta cobertura até vem equipada com um campo de força magnética protetora! Soa como algo da série de TV Guerra das Estrelas (Star Trek), mas é verdade. Temos um campo magnético gerado pelo núcleo de ferro girando no centro do nosso planeta que desvia os raios cósmicos prejudiciais e ventos solares mortais. Sem esses recursos, a vida aqui não seria possível.

Por fim, mas não menos importante, esta maravilhosa cobertura contém uma “cortina” que se ajusta automaticamente para sombrear a superfície terrestre de demasiada exposição à luz. Este manto delicado é formado pelas nuvens, as quais lançam sombras que cobrem cerca de 60% da superfície da Terra em qualquer momento dado.

O que está na cabine do piloto?

Que acontece se entrarmos na cabine do piloto? O que encontramos?

Inacreditávelmente, não há piloto a bordo, mas em vez disso encontramos um sistema de “auto-piloto” dirigido por leis físicas cuidadosamente ajustadas. Conquanto não se veja ninguém fisicamente a bordo da nossa nave espacial para dirigir o sistema, o nosso planeta obedece fielmente às ordens pre-programadas e primorosamente afinadas e completa a sua viagem de um ano à volta do sol, regressando obedientemente ao seu ponto de partida para novamente começar um outro circuito.

O que é que mantém a Terra na sua órbita? É principalmente a força gravitacional do sol que mantém o planeta na sua rota circular. Verdadeiramente, como diz a Bíblia acerca do nosso Deus omnipotente e invisível, “estendeu o céu sobre o vazio e suspendeu a terra por cima do nada,” (Job 26:7 BLH). Esse “nada” é o espaço exterior onde a Terra se “suspende” em nada através da invisível força da gravidade.

Nesta cabine, ainda que invisível, está o equivalente a centenas de elaborados mostradores, cada um regulando um aspecto das características do nosso planeta. Cada um destes mostradores foi cuidadosamente calibrado para permitir que a vida floresça no planeta. Não se pode ver o grande Engenheiro que montou o sistema, mas pode-se medir a precisão de cada configuração—e cada uma delas está absolutamente no alvo!

O professor Robin Collins traça esta comparação relativamente às configurações precisas da Terra: “Eu gosto de usar a analogia dos astronautas a aterrar em Marte e encontrar uma biosfera fechada, como a da cúpula que foi construída no Arizona há alguns anos. No painel de controlo vê-se que todos os botões de controle para o seu ambiente estão perfeitamente ajustados para a vida. A proporção do oxigénio é perfeita; a temperatura é de 21ºC; a humidade é de 50%; há um sistema para renovar o ar; há sistemas para produzir comida, gerar energia e dispor dos resíduos.

“Cada botão de controle tem uma enorme gama de possíveis configurações, e pode-se ver que se ajustarmos um ou mais deles apenas um pouco, o ambiente desequilibrar-se-ia e a vida tornar-se-ia impossível” (citado por Lee Strobel, O Processo para um Criador [The Case for a Creator], 2004, p. 130).

Tudo—tudo, até no mais ínfimo dos detalhes—está “ajustado” perfeitamente para vivermos confortavelmente neste planeta. Nós temos um vislumbre do maravilhoso Desenhista que montou todo o sistema quando a Bíblia diz: “o Deus que formou a terra . . . não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada” (Isaías 45:18).

Verdadeiramente, o nosso planeta não é um acidente do acaso visto que a evidência mostra que foi cuidadosamente desenhado para ser habitado pela humanidade e por todas as outras formas de vida.

Os motores da nave espacial

O que é que move e projecta esta nave através do espaço? Existem “dois motores” a bordo, um empurra o planeta para a frente e o outro mantém-no girando e abastecendo o seu calor interior.

A força centrípeta causada pela gravidade mantém o globo na sua órbita. Quando um objecto atinge uma certa velocidade e é girado por forças centrípetas, ele mantém-se num circuito estável à volta do centro. É isto o que a Terra faz quando orbita em torno do sol. E a distância do nosso planeta ao sol, embora ligeiramente variável, é perfeita para a vida—nem muito próximo do sol para que nos queimemos, nem muito distante para que nos congelemos.

A Terra, ao orbitar o sol, viaja através do espaço à velocidade de aproxi-madamente 108.000Km/hora. Essa velocidade contrabalança perfeitamente a atracção gravitacional do sol e mantém a órbita da Terra à distância adequada dele. Se a velocidade da Terra fosse menor, ela seria gradualmente arrastada para o sol, eventualmente abrasada e a vida seria extinta. Mercúrio, o planeta mais próximo do sol, tem uma temperatura diurna de cerca de 316ºC.

Porém, se a velocidade da Terra fosse maior, com o tempo, ela afastar-se-ia do sol tornando-se uma desolação gelada como Plutão, eliminando também toda a vida, com uma temperatura negativa de à volta de -184ºC.

O segundo motor está no interior profundo da própria Terra. Aí, o combustível é feito de elementos radioactivos em decadência que aquecem o planeta e movem as placas tectónicas. Os geologistas Frank Press e Raymond Siever chamam a isto “um gigantesco mas delicadamente equilibrado motor de aquecimento abastecido por radioactividade” (Terra [Earth], p. 4).

“Não só as placas tectônicas assistem com o desenvolvimento de continentes e montanhas, que evitam uma inundação mundial,” acrescenta o astrônomo Guillermo Gonzalez, “mas também impulsiona os ciclos de dióxido de carbono e rochas da Terra. Isso é importante para regular o meio ambiente através do equilíbrio de gases de efeito estufa e manter a temperatura do planeta em um nível habitável . . .

“Esta decadência radioactiva também ajuda a impulsionar a convecção do ferro líquido que envolve o núcleo da Terra, o qual resulta num fenômeno surpreendente: a criação de um dínamo que realmente gera o campo magnético do planeta” (citado por Strobel, pp.182-183).

Certamente, como Provérbios 3:19 diz: “O Senhor, com sabedoria, fundou a terra; preparou os céus com inteligência.”

A cabine de passageiros

E que dizer sobre a cabine de passageiros da Nave Espacial Terra? Quão bem desenhada é? Vemos que o nosso planeta fornece todo o conforto que um passageiro espacial possa desejar—comida abundante e deliciosa, água com fartura, cenário vistoso e divertido, um clima confortável, trabalho desafiador e muito espaço para ter uma família.

O nosso planeta é uma verdadeira arca de Noé com animais e plantas viajando na sua jornada sem fim através do espaço. É uma unidade auto-suficiente com recursos renováveis que podem durar potencialmente ainda milhares de anos, se devidamente cuidados.

A atmosfera na cabine de passageiros está perfeitamente sintonizada para a vida. Nenhum outro planeta em nosso sistema solar tem algo remotamente parecido. Alto na atmosfera, o ozônio bloqueia as irradiações causadoras de cancro emanadas pelo sol. A atmosfera também nos protege de meteoros, queimando-se na maioria das vezes, muito antes de chegarem à Terra. Caso contrário eles iriam causar grandes danos e perdas de vida.

A nossa atmosfera contém uma mistura de gases em perfeitas proporções para manter a vida. O oxigénio constitui 21% do ar. Sem oxigénio toda a vida animada—incluindo toda a vida humana—morreria dentro de minutos. Mas oxigénio em demasia é tóxico e torna os materiais combustíveis mais inflamáveis. Se a proporção do oxigénio no ar aumentar somente para 24%, incêndios destruidores aconteceriam frequentemente e seriam muito mais difíceis de controlar. Objetos ao nosso redor poderiam, literalmente, explodir em chamas.

O nitrogénio, constituindo 78% da atmosfera da Terra, dilui o oxigénio e serve uma função vital como fertilizante para as plantas. Todos os dias, no nosso planeta, milhões de relâmpagos gerados por trovoadas misturam algum nitrogénio com oxigénio, criando compostos que depois são descarregados pela chuva para a Terra onde podem ser utilizados pelas plantas.

O dióxido de carbono completa a maior parte do resto da nossa atmosfera. Sem ele a vida das plantas seria impossível. As plantas necessitam de dióxido de carbono, o qual absorvem enquanto expelem oxigénio. Os animais e os seres humanos actuam ao contrário, inspiram oxigénio e expiram dióxido de carbono. A vida da flora sustenta a vida humana e da fauna e vice-versa num ciclo auto-sustentável, magnífico e minucioso.

Uma outra condição que torna a Nave Espacial Terra hospitaleira para a vida é o seu tamanho, o qual determina a sua gravidade que por sua vez afeta a atmosfera. Se a Terra fosse um pouco maior, tornando a sua gravidade ligeiramente mais forte, o hidrogénio, um gás leve, seria incapaz de se libertar da gravidade da Terra e acumular-se-ia na nossa atmosfera, tornando-a inospitável para a vida. Contudo, se a Terra fosse ligeiramente mais pequena, o oxigénio—necessário para a vida—escaparia e a água evaporar-se-ia. Assim, se o nosso planeta fosse um pouco maior ou mais pequeno, a vida humana não poderia existir aqui.

Mas isto não é tudo. Até a espessura da crosta terrestre desempenha um papel regulador da nossa atmosfera. Se a crosta terrestre fosse muito mais grossa ela açambarcaria oxigénio, debaixo da superfície, como óxidos. Mas uma crosta mais fina deixar-nos-ia susceptíveis a frequentes tremores de terra e devastadores vulcões que permeariam a nossa atmosfera com cinzas vulcânicas.

Quão importante é o equilíbrio exacto da nossa atmosfera? Vénus, o nosso vizinho planeta, sofre do que se supõe ser o efeito descontrolado de estufa no qual o calor é retido e não pode libertar-se. O cientista planetário da NASA John O’Keefe nota que a Lua, estéril e sem vida “é um lugar amigável comparado com Vénus, aonde, do céu, cai da altura de quarenta quilómetros uma chuva de ácido sulfúrico concentrado para uma superfície tão quente como chumbo em ebulição” (Deus e os Astrônomos [God and the Astronomers], 1992, p. 117).

Para conservar a temperatura confortável para os passageiros, o nosso planeta permanece em órbita à distância precisa do sol e está desenhado com uma inclinação óptima de 23,5 graus. Como indica Fred Meldau em Porque Acreditamos na Criação não na Evolução (Why We Believe in Creation Not in Evolution):“Se a Terra tivesse uma inclinação de 45 graus em vez da que tem, as zonas temperadas teriam calor tórrido no verão e frígido no inverno. Por outro lado, se o eixo da Terra fosse vertical ao plano da órbita, Janeiro e Julho teriam o mesmo clima e o gelo acumular-se-ia durante seis meses cobrindo muito dos continentes e durante outros seis seriam inundados” (1972, pp. 27-28).

O astrônomo Hugh Ross aponta alguns de outros meios pelos quais o nosso planeta está perfeitamente equilibrado para a vida: “Agora os bioquímicos concordam que para a vida molecular operar de maneira que os organismos possam viverem requer-se um ambiente onde a água líquida seja estável. Isto quer dizer que um planeta não pode estar muito próximo da sua estrela nem muito distante. No caso da Terra uma mudança da distância ao sol de apeans 2% removeria toda a vida do planeta . . .

O período de rotação de um planeta, que suporte vida, não pode ser mudado por mais que por uns tantos por cento. Se a rotação do planeta for demorada a diferença da temperatura entre o dia e a noite será muito grande. Por outro lado, se a rotação for muito rápida, a velocidade do vento subirá a níveis catastróficos. Por exemplo, um dia calmo em Júpiter, cujo período de rotação é de dez horas, tem ventos com velocidade de milhares de quilómetros/hora . . . ” (O Criador e o Cosmos [The Creator and the Cosmos], 2001, pp. 135-136).

Por contraste à rotação de dez horas de Júpiter a do nosso vizinho planeta Vénus é de 243 dias. Se a rotação da Terra fosse tão demorada a vida das plantas seria impossível por causa da extensa escuridão e extremos de calor e frio devido aos longos dias e às longas noites.

Lê-se em Salmos 104:24: “Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas.”

Uma esquadra protectora de naves espaciais

A nossa nave terrestre não só tem um campo de força magnética e fontes renováveis, como também tem um número de naves espaciais que a acompanham para a estabilizar e proteger.

A primeira delas é a Lua. É um verdadeiro cavalo de trabalho. Não só protege o nosso planeta de quedas de meteoros (é só ver a sua superfície por um telescópio!) como estabiliza a inclinação vital da Terra. Tal como um relógio tem pesos contra-balançantes, assim pois a lua actua como contra-balanço da Terra, mantendo a inclinação do planeta cuidadosamente ajustada para permitir as quatro estações do ano. Esta inclinação permite os raios solares aquecer uniformemente o globo, do mesmo modo que um grelhador rolante assa lentamente uma galinha.

A Lua, juntamente com o sol, também regula as nossas marés marítimas. Elas ajudam a água a circular nos oceanos e a retirar os resíduos das costas marítimas. “Se a lua estivesse a metade da distância, ou o seu diâmetro fosse o dobro,” diz Fred Meldau, “as marés-altas destruiriam os nossos portos . . . Se a lua fosse mais pequena e estivesse a maior distância não teria influência suficiente nas marés para limpar os portos ou rejuvenescer adequadamente (com oxigénio) as águas dos oceanos” (Porque Acreditamos na Criação Não na Evolução [Why We Believe in Creation Not in Evolution], p. 31).

É também notável o tamanho relativo e a localização da lua em relação ao sol. O diâmetro do sol é 400 vezes o da lua, mas também está 400 vezes mais distante—uma disposição que produz eclipses solares perfeitos quando observados da Terra.

Este fenómeno extraordinário tem revelado factos científicos cruciais sobre a composição do sol e outras estrelas, bem como fornecido evidência concreta da teoria da relatividade de Einstein (uma vez mais ilustrando como a Terra está de tal modo colocada para nos permitir fazer descobertas científicas do universo).

Mas a Lua é simplesmente a primeira da frota protectora da Nave Espacial Terra. Os dois gigantes gasosos, Júpiter e Saturno com as suas fortes atracções gravitacionais, também ajudam a proteger o planeta funcionando como gigantes aspiradores de pó, varrendo o sistema solar de cometas e asteróides perigosos. Os astrónomos testemunharam um exemplo resoluto de tal protecção em 1994, quando Júpiter recebeu um golpe do cometa Shoemaker-Levy 9 que se quebrou devido à atracção gravitacional de Júpiter e se esmagou na sua atmosfera.

O Dr. Hugh Ross descreve como estes planetas executam um papel vital na preservação da vida na Terra: “No fim de 1993, o cientista planetário George Wetherell, da Instituição Carnegie, de Washington, D.C., fez uma descoberta excitante sobre o sistema solar. Ao observar no computador simulações do nosso sistema solar, ele viu que sem um planeta com o tamanho de Júpiter posicionado onde ele está, a Terra seria atingida cerca de mil vezes mais do que o que já é por cometas e fragmentos de cometas. Por outras palavras, sem Júpiter, impactos como o que se pensa que destruiu os dinossauros, seriam vulgares.

“Eis como funciona o sistema de protecção. Júpiter é duas vezes e meia mais pesado que todos os outros planetas juntos. Por causa da sua enorme massa tem uma enorme força de gravidade, e a sua posição entre a Terra e a nuvem de cometas que envolvem o sistema solar, Júpiter ou atrai (pela gravidade) cometas a colidirem com ele mesmo, como aconteceu em Julho de 1994, ou, mais vulgarmente, desvia os cometas (também pela gravidade) para fora do sistema solar. No dizer de Wetherell, se não fosse por Júpiter ‘nós não estaríamos aqui a estudar as origens do sistema solar’.

“Nem estaríamos aqui se não fossem as altas regularidades das órbitas de Júpiter e de Saturno. Também em Julho de 1994, o astrofísico Francês Jacques Laskar concluiu que se os planetas periféricos fossem orbitalmente menos regulares, os movimentos dos planetas internos seriam caóticos, e a Terra sofreria alterações orbitais tamanhas que alterariam a sua estabilidade climática. Por outras palavras, o clima da Terra seria inapropriado para a vida . . . Por isso até mesmo as características das órbitas de Júpiter e de Saturno têm de se ajustar a certos limites estreitamente definidos para que a vida na Terra seja possível . . . ” (O Criador e o Cosmo [The Creator and the Cosmos], pp. 137-138).

Como anota o livro O Planeta Privilegiado (The Privileged Planet): “A existência dum bom posicionamento da Lua, das órbitas planetárias circulares . . . de remotos planetas gigantes de gases que varrem o Sistema Solar dos cometas que podiam destruir a vida . . . tudo isto e mais é profundamente importante para a existência de formas complexas de vida no nosso planeta” (p. 256).

Viajar na zona certa

A Nave Espacial Terra não só está à distância certa do sol para ter um clima temperado, como o seu sistema solar está numa excelente vizinhança de estrelas. Está entre dois braços espirais da Via Láctea, muito distante do perigoso centro galáctico ou dos ramos espirais, e está no que os astrónomos chamam uma “zona segura”.

Guillermo Gonzalez explica: “obviamente, o tipo da galáxia optimiza a habitabilidade, porque fornece zonas seguras. E acontece que a Terra está localizada numa zona segura, razão pela qual a vida pode florescer aqui . . .

“Lugares em que existe uma formação activa de estrelas são muito perigosos, porque é onde há supernovas a explodir com considerável frequência. Na nossa galáxia, esses lugares perigosos estão principalmente nos ramos espirais, aonde também há nuvens moleculares gigantes e perigosas. Felizmente, de qualquer forma, acontece que nós estamos situados seguramente entre as espirais Sagitário e Perseu da Via Láctea” (citado por Strobel, p.169).

Esta zona limpa é uma boa vantagem para se ver a nossa galáxia e o resto do universo—demonstrando, uma vez mais, o modo como a nossa nave espacial exploradora está situada para descobertas cósmicas.

Algumas perguntas difíceis

Podemos aprender muito examinando o universo com telescópios, ou observando a vida através de um microscópio, mas, mesmo com os melhores instrumentos científicos, nunca encontraremos o propósito final de por que viajamos através do espaço ou qual é o significado da nossa existência.

Tudo quanto podemos inferir das minuciosas leis naturais e das características finamente ajustadas do nosso planeta é que a Terra foi optimamente desenhada para a vida e para o entendimento científico. Até um astrofísico cético como Stephen Hawking admite isso mesmo sobre o assunto da vida. Escreve John Boslough: “Wheeler concorda com Hawking e Carter, que o nosso próprio universo está precisamente afinado de modo único para produzir vida, mesmo se num pequeno canto perdido” (O Universo de Stephen Hawking [Stephen Hawking’s Universe], 1985, p. 125).

O bioquímico Michael Denton depois de avaliar a evidência astronómica e biológica chega a esta conclusão: “Quatro séculos depois da revolução científica a ciência não fornece nenhuma evidência significante de que qualquer forma de vida alternativa seja possível . . . A exploração científica não encontrou sinal algum de outras formas de vida, nenhum fragmento de evidência de qualquer outra coisa aparte de nós mesmos, ou do nosso tipo de vida tal como existe na Terra.

“Ao contrário, a ciência tem revelado um universo estampado em todo o canto, delineado em todo o mais pequeno detalhe, com um desenho onipresente e predominantemente bio-cêntrico [desenhado para a vida] e antropocêntrico [desenhado para a humanidade]” (O Destino da Natureza: Como as Leis da Biologia Revelam Propósito no Universo [Nature’s Destiny: How the Laws of Biology Reveal Purpose in the Universe], 1998, p. 380).

Assim, aqui estamos nós, viajando nesta nave espacial chamada Terra, e tudo o que vemos à nossa volta está cuidadosamente desenhado e calibrado para sustentar a nossa existência. Não admira que o registro da criação, no Gênesis, termine com este sumário da obra de Deus: “E Deus viu que tudo o que havia feito era muito bom” (Gênesis 1:31 BLH).