O Doador de Vida

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Como começou a vida? A vasta gama da vida da Terra evoluiu do nada? Como é que matéria inerte, sem vida, se torna tecido vivo? Que processo químico transforma substâncias inertes em organismos vivos? Podem esses processos começar espontaneamente, ou requerem intervenção miraculosa? A vida pode ser convincentemente atribuída a uma causa sobrenatural—a um Doador de vida?

Estas são questões fundamentais para as quais precisamos de respostas críveis.

Esta área é particularmente embaraçosa para os que abraçam com entusiasmo a explicação evolucionista da vida. Mesmo Richard Dawkins, o ateu evolucionista duro de torcer, admite que “a essência da vida é estatisticamente improvável numa escala gigantesca. Por conseguinte, qualquer que seja a explicação da vida, ela não pode ser o acaso. A verdadeira explicação da existência da vida tem de incluir a própria antítese do acaso” (O relojoeiro Cego [The Blind Watchmaker], p. 317, ênfase adicionada).

A ciência não consegue provar convincentemente a teoria da evolução de que a vida surge de matéria inerte. Simplesmente, não existe evidência sólida de geração espontânea, a despeito de anos de tentativas concertadas.

Permanece o facto de que nenhuma evidência científica prova que a vida veio de matéria inerte. As tentativas para mostrar que a vida pode espontaneamente gerar do que não é vivo têm, ao contrário, demonstrado o oposto. Quando os cientistas tentaram criar as condições mais favoráveis em controlados laboratórios experimentais, de forma alguma eles se aproximaram, apesar de muitas parangonas sensacionalistas publicadas. Eles conseguiram somente confirmar as probabilidades astronómicas contra o aparecimento espontâneo da vida. Não aconteceu, nem nunca acontecerá. A vida tem de vir de vida preexistente. Isto é uma lei comprovada da ciência.

Depois da questão da origem do universo e do ajuste delicado do nosso planeta para a vida, a grande questão que temos de enfrentar é: Como foi que a vida veio para cá? Uma vez estabelecido que o universo teve um princípio e que não surgiu de si próprio a partir do nada, deveria ser óbvio que também a vida não surgiu da não existência.

Contudo, os evolucionistas ateus insistem na idéia de que a vida surgiu por um mero acidente e evoluiu puramente através de processos físicos de mutações aleatórias e de selecção natural sem a ajuda de um criador inteligente. A sua assumida progressão de formas de vida simples evoluindo para vida complexa ao longo de milhares de milhões de anos parece ignorar a pergunta primordial: Como apareceu a vida a partir da ausência da vida?

A teoria do caldo pré-biótico

Muitos têm tentado mostrar como a vida começou descrevendo um passado distante hipotético. A cena é uma descrição da terra recentemente formada gradualmente arrefecendo, com uma atmosfera de gases simples como hidrogênio, nitrogênio, amônia e dióxido de carbono, com pouco ou nenhum oxigênio.

Diz-se que este tipo de atmosfera estava sujeita a formas de energia, tais como descargas elétricas de raios, provocando reações que formaram aminoácidos elementares, a base da formação da proteína. Teoriza-se que os compostos se acumularam até que os oceanos primitivos atingiram a consistência de um caldo quente diluído. Afirmam que com o tempo, os compostos se desenvolveram em cadeias de DNA e por fim em células. De algum jeito, a vida surgiu a partir deste caldo pré-biótico.

Há investigadores que produziram uma variedade de aminoácidos e outros compostos complexos emitindo uma descarga eléctrica numa mistura de gases. Contudo, por mais que tentem, não têm sido capazes de criar vida. O que demonstraram é que os componentes químicos existiam na Terra. Eles nem remotamente mostraram que a vida pode surgir de produtos químicos, até mesmo dos produtos químicos certos, misturando-os durante um período indeterminado sob pré-determinadas condições.

O homem inteligente, com tecnologia avançada, produziu apenas um pequeno punhado de componentes os quais os organismos precisam deles para viver. Mas nunca foi capaz de criar um organismo, muito menos um vivo. A própria clonagem, um notável feito científico que regularmente cria manchetes, utiliza vida já existente. Nenhuma forma de vida jamais foi criada por experiência humana—nem mesmo uma célula viva, quanto mais algo tão vastamente complicado como uma bactéria.

A metodologia científica tem estado às avessas. Os cientistas sabem que existe vida, mas assumem que não houve envolvimento de nenhum criador, desenhista ou inteligência externa. Eles têm tentado recriar o mais provável cenário sob o qual a vida, no parecer deles, podia ter surgido espontaneamente. Até agora, só conseguiram rearranjar matéria inerte e inanimada noutra matéria inerte e inanimada.

Isso não tem impedido que muitos na comunidade científica continuem a concluir que a vida apareceu espontaneamente de um caldo pré-biótico. Eles ainda não geraram—e nem podem gerar—matéria viva de matéria inanimada.

A vida vinda do espaço exterior?

Nem todos os cientistas se sentem confortáveis baseando a origem da vida em meras assumpções. Muitos sentem-se profundamente perturbados com a teoria do caldo pré-biótico como origem da vida. Alguns admitem que isso não é mais que uma positiva fantasia.

O falecido biofísico Francis Crick, um eminente cientista que ganhou o Prémio Nobel por assistir a determinar a estrutura molecular do DNA, rejeitou este cenário. Ele escreveu: “Um homem honesto, armado com todo o conhecimento agora disponível para nós, só pode declarar que em algum sentido, no momento, a origem da vida parece ser quase um milagre, tantas são as condições que tinham de ser satisfeitas para a causar” (A Vida: Suas Origens e Natureza [Life Itself: Its Origin and Nature], 1981, p. 88).

Admitindo que as probabilidades contra a vida surgir na Terra por acaso fazem com que isso seja uma pura impossibilidade, ele adoptou, como fizeram outros cientistas notáveis, a crença da panspermia—a idéia de que a vida não pôde surgir espontaneamente na Terra, mas se desenvolveu só quando microrganismos ou esporos vieram à deriva de outros planetas algures no universo. Crick sugeriu que as sementes da vida podem ter sido deliberadamente espalhadas por uma civilização extraterrestre.

O falecido Sir Fred Hoyle foi um dos mais famosos astrofísicos Britânicos. Ele e o seu colega Chandra Wickramasinghe, professor de matemáticas aplicadas e astronomia na universidade de Cardiff, País de Gales, computaram as possibilidades de proteínas necessárias para a vida se formar por acaso num local, como cientistas assumem aconteceu na Terra. As possibilidades que eles determinaram foram a de 1 em 1040.000 —isto é, o número 1 seguido por 40.000 zeros (tantos zeros que quase podem cobrir 15 páginas desta publicação).

Para pôr esse número em perspectiva, em todo o universo visível só há cerca de 1080 partículas sub-atómicas. A probabilidade de menos de 1 em 1050 é considerada ser pelos matemáticos como uma completa impossibilidade. A possibilidade da vida surgir de acordo com o cenário científico tradicional, eles concluem, é: “uma probabilidade escandalosamente pequena que não pode ser enfrentada, mesmo se todo o universo fosse caldo orgânico” (Evolução Vinda do Espaço [Evolution From Space], 1981, p. 24).

O professor Hoyle foi forçado a concluir que “a vida não pôde ter origem na Terra. Nem parece que evolução biológica de qualquer forma possa ser explicada a partir da teoria material da vida . . . Isso tudo pode ser consolidado por meios estritamente científicos, por experiência, observação e cálculo” (O Universo Inteligente [The Intelligent Universe], 1983, p. 242).

Hoyle e Wickramasinghe admitem a impossibilidade da explicação científica tradicional da origem da vida, escrevendo mesmo: “Não houve caldo primitivo, nem neste nem noutro planeta, e se o início da vida não foi ao acaso, tem de ter sido produto de inteligência intencional” (Evolução Vinda do Espaço [Evolution From Space], p. 148).

Não obstante, recusando aceitar a idéia de um Deus Criador, eles acreditaram em super-inteligências menores e também se viraram para a teoria da panspermia como a explicação mais aceitável da origem da vida na Terra. É óbvio, em primeiro lugar, que a noção de panspermia não explica como foi que a vida apareceu; ela simplesmente retira a questão da origem da vida para algum canto distante no universo. Hoyle e Wickramasinghe atribuem a vida a super-inteligências menores, mas que poder inteligente menor que Deus, pode desenvolver vida com todas as suas complexidades e inter-relações, e dar forma ao universo para se ajustar ao desenvolvimento da vida?

Que tais respeitados e honrados cientistas—incluindo um laureado Nobel e um nomeado Cavaleiro pelas suas realizações científicas—tenham abraçado essas quase inimagináveis especulações, salienta a impossibilidade dos milhares de intrincados blocos de elementos fundamentais da vida emergirem por processos sem supervisão, ao acaso, de acordo com o ponto de vista tradicional evolucionista.

Explicação de Darwin para novas espécies

Se a ciência não pode explicar como a vida começou, pode ela explicar como as novas formas de vida apareceram? Charles Darwin, simplesmente, evitou o assunto da origem da vida adoptando a atitude de que “é mera futilidade pensar, presentemente, sobre a origem da vida; vale mais pensar sobre a origem da matéria” (citado pela Enciclopédia Britânica, 15ª. edição, Macropédia, Vol. 10, p. 900, “Life”).

A teoria da evolução é amplamente falada de como um fato—“fato” baseado em duas assumpções prévias: de que o universo apareceu do nada e de que a vida se criou espontaneamente a partir de matéria química sem vida. Supondo que esses dois são verdadeiros, a evolução afirma então o caso de que formas de vida complexas e variadas desenvolveram-se a partir da célula que ganhou a vida numa presumida sopa prebiótica.

É aqui onde Charles Darwin entra em cena. Darwin gerou a idéia da evolução propondo que as espécies se transformam continuamente com pequenas alterações através de mecanismo de selecção natural dos organismos individuais. Ele diz que estas pequenas variações se deram ao acaso e que se propagaram ao acaso. Por fim, que elas influenciaram o sucesso reprodutivo, e, então, a selecção natural foi capaz de transmitir, aos descendentes, as novas vantagens alcançadas.

Obviamente, este cenário apresenta diversos problemas sérios. De acordo com a idéia da “sobrevivência do mais apto”, que é o alicerce da evolução, tem que haver pressão para que estas vantagens sejam desenvolvidas. Se uma mudança em particular (por exemplo, pernas para ajudar uma criatura a mover-se melhor na Terra, ou asas para a evitar de quebrar o pescoço numa queda) fosse necessária para a sobrevivência, então ela tinha de se realizar rapidamente, de outro modo ela não poderia beneficiar a criatura em questão.

Em quase toda a circunstância concebível, meia perna num anfíbio, ou meia asa num dinossauro põe o animal em distinta desvantagem na luta pela sobrevivência. Assim, essa criatura com a vantagem parcialmente desenvolvida seria eliminada pelo princípio da selecção natural e a sobrevivência do mais apto de Darwin e incapaz de passar essa característica às gerações futuras.

O maior desafio de Darwin

O registro de fósseis que encontramos descrito nos compêndios escolares descreve diversas formas de vida, muitas das quais estão extintas, que existiram ao longo da história da Terra.

A concepção comum sobre o registro fóssil é principalmente uma interpretação humana usada para apoiar a teoria de Darwin de que a vida se desenvolveu a partir de formas simples para complexas sem assistência de uma causa sobrenatural. Pode ver-se gráficos e desenhos em quase todos os livros de biologia descrevendo uma transição gradual de uma espécie para outra—de peixes para anfíbios, de anfíbios para répteis, de répteis para aves e mamíferos, e assim por diante.

Estes desenhos e gráficos descrevem um padrão consistente do fóssil de forma simples para o de forma complexa, nos estratos da Terra. Mas na vida real da geologia esse padrão não é tão consistente. A inconsistência entre os gráficos e os desenhos e o que é realmente encontrado no estrato é raramente admitido nos livros escolares ou em artigos populares sobre evolução. Os evolucionistas estão tão convencidos que a vida se desenvolveu a partir de formas simples para complexas criaturas vivas que tendem a excluir evidência que contradiga as suas conclusões.

Se a evolução fosse a explicação para a variedade transbordante de vida na Terra, de certeza que encontraríamos abundante evidência de incalculável número de variedades intermediárias que teriam de ter existido. O próprio Charles Darwin lutou com este fato que o registro fóssil fracassa em apoiar as suas conclusões. Ele interroga-se: “Porque motivo é que, se as espécies descendem umas das outras por gradações finas, não vemos por toda a parte inumeráveis formas transicionais? . . . Porque não as encontramos encrostadas em números incontáveis na crosta da terra?” (A Origem das Espécies [The Origin of Species], 1859, edição Obras-primas da Ciência, 1958, pp. 136-137).

Ele escreveu: “O número de variedades intermediárias, que anteriormente existiram, tem de ser verdadeiramente enorme. Porque é que então não se vê toda a formação geológica e todo o estrato da Terra cheios de tais elos intermediários? A geologia não revela nenhuma cadeia orgânica disposta com tal fina graduação; e isto, talvez, seja a mais óbvia e séria objecção que pode ser feita contra a teoria. A explicação reside, creio eu, na extrema imperfeição do registro geológico” (Ibid., pp. 260-261, ênfase adicionada).

Darwin sabia que a sua teoria tinha um problema enorme. Mas ele estava convencido que posteriores descobertas preencheriam as falhas abundantes aonde as espécies transicionais estavam perdidas, nas quais a sua teoria era baseada. Agora, porém, mais de século e meio passado, com poucos cantos inexplorados do globo, o que é que mostra o registro fóssil?

O que o registro fóssil revela

Niles Eldredge, curador no departamento de invertebrados, no Museu Americano de História Natural, e professor auxiliar na City University de Nova York, é um vigoroso defensor da evolução. Porém, ele admite que o registro fóssil falha em apoiar o ponto de vista tradicional evolutivo.

Ele escreve: “Não é de admirar que os paleontólogos se têm afastado da evolução por tanto tempo. Parece que nunca aconteceu. Diligente recolha ao longo de falésias produz variações pequenas, ziguezagues, e muito ocasionalmente uma ligeira acumulação de mudanças—ao longo de milhões de anos, a uma taxa lenta demais para realmente explicar toda a prodigiosa mudança que tem ocorrido na história evolucionária.

“Quando vemos a apresentação de novidades evolucionárias, geralmente aparecem com estrondo, e frequentemente sem qualquer evidência firme que os organismos não evoluiram em qualquer outro lugar! A evolução não pode sempre estar sempre insistido em procurar noutro lugar diferente. Todavia, isso é como o registro fóssil tem parecido a muitos paleontólogos que se sentem desesperados quando procuram aprender alguma coisa acerca da evolução” (Reinventando Darwin: O Grande Debate na Mesa Alta da Teoria Evolutiva [Reinventing Darwin: The Great Debate at the High Table of Evolutionary Theory], 1995, p. 95, ênfase adicionado).

O falecido paleontólogo Stephen Jay Gould, da Universidade de Harvard, talvez seja o mais conhecido escritor popular de hoje sobre a evolução. Um evolucionista fervoroso, ele colaborou com o Professor Eldredge, propondo alternativas para a visão tradicional do darwinismo. Como Eldredge, ele reconheceu que o registro fóssil está fundamentalmente em conflito com a idéia do gradualismo de Darwin.

Ele escreveu: “A história da maioria das espécies de fósseis inclui duas características particularmente incoerentes com o gradualismo:

“[1] A estase [estagnação]―A maioria das espécies não apresentam nenhuma mudança direccional durante o seu período de vida na Terra. Elas aparecem no registro fóssil parecendo-se praticamente a mesma quando aparecem como quando desaparecem; a mudança morfológica é geralmente muito limitada e sem direcção.

“[2] Aparecimento súbito―Em qualquer área local, uma espécie não aparece gradualmente pela contínua transformação dos seus antepassados: ela aparece de repente e ‘completamente formada’” (“O Passo Irregular da Evolução [Evolution’s Erratic Pace]”, História Natural, Maio 1977, pp. 13-14).

Falta de fósseis em lugares cruciais

Francis Hitching, membro da Sociedade Pré-histórica e da Sociedade para Investigação Física, também vê problemas em usar o registro fóssil para suportar Darwinismo.

Ele escreveu: “Há cerca de 250.000 espécies diferentes de fósseis de plantas e de animais nos museus do mundo. Em comparação, há à volta de 1,5 mil milhões de espécies conhecidas vivendo na Terra hoje em dia. Dada a taxa conhecida da rotação evolucionária, tem sido estimado que, pelo menos, viveram 100 vezes mais espécies fósseis do que as que têm sido descobertas . . . Mas o curioso é que há uma consistência sobre as lacunas de fósseis: os fósseis sempre faltam em todos os lugares importantes.

“Quando se procuram ligações entre os maiores grupos de animais, elas simplesmente não se encontram; pelo menos em número suficiente que ponha o seu estado além de qualquer dúvida. Elas ou não existem de forma alguma, ou são tão escassas que originam infindáveis argumentos sobre se são de determinados fósseis ou não, ou se é, ou possa ser transicional entre este e aquele grupo . . .

“Deveria haver armários cheios de intermediários—na verdade, devia-se esperar que o fóssil se combinasse tão gentilmente um com o outro ao ponto de se tornar difícil determinar onde terminava o invertebrado e onde começava o vertebrado. Mas não é o caso. Pelo contrário, grupos bem definidos, facilmente classificados como peixes saltam para o registro fóssil aparecendo aparentemente do nada: misteriosamente, subitamente, completamente formados, e de um modo muitíssimo anti-darwiniano. E antes deles há irritantes falhas ilógicas onde os seus ancestrais deveriam estar” (O Pescoço da Girafa: Darwin, Evolução e a Nova Biologia [The Neck of the Giraffe: Darwin, Evolution and the New Biology], 1982, pp.9-10, ênfase adicionado).

O segredo bem guardado da Paleontologia

O que é que isto tudo quer dizer? Em linguagem simples, se evolução significa mudança gradual de uma espécie de organismo para outra espécie, a característica notória do registro do fóssil é a ausência de evidência de evolução—e, abundante evidência para o contrário. O único local lógico para se encontrar prova para a teoria evolucionária está no registro do fóssil. Mas, em vez de mostrar prova de mudança lenta, gradual, ao longo da vida, os fósseis mostram o contrário.

O professor Eldredge tocou na magnitude do problema quando admitiu que Darwin “inventou essencialmente um novo campo de investigação científica—agora chamada ‘tafonomia’—para explicar porque é que o registro fóssil é tão deficiente, tão cheio de falhas, que os padrões previstos da mudança gradual simplesmente não surgem” (pp.95-96, ênfase adicionada).

O professor Gould admitiu de igual modo que a ‘extrema raridade’ de evidência para a evolução no registro fóssil é “o segredo comercial da paleontologia.” Ele prosseguiu reconhecendo que “a árvore evolucionária que adorna os nossos livros didáticos têm dados apenas nas pontas e nós de seus ramos; o resto é inferência, conquanto razoável, não a evidência de fósseis” (p.14, ênfase adicionada).

Mas os paleontólogos compartilham este ‘segredo comercial’ com os outros? Dificilmente! “Ao ler prólogos de livros populares e compêndios de ensino sobre evolução, . . . dificilmente se pode supor que elas [as lacunas fósseis] existam, tão fluentemente e confiantemente a maior parte dos autores deslizam através delas. Na ausência de evidências fósseis, eles escrevem o que tem sido chamado de histórias ‘de fadas.’ Uma mutação adequada acontece no momento crucial, e violá, magicamente, alcançou-se um novo estágio de evolução!” (Hitching, pp.12-13).

O professor de leis Phillip Johnson, da Universidade da Califórnia, abordou a evidência a favor e contra a evolução como se o fizesse num processo judicial. No que respeita à deturpação da evidência pelos evolucionistas ele escreve:

“Quase todo mundo que tenha estudado um curso de biologia durante, mais ou menos os últimos sessenta anos, tem sido levado a acreditar que o registro fóssil era um baluarte de apoio para a tese darwinista clássica, não uma deficiência que tinha de ser explicada satisfactoriamente . . . O registro fóssil mostra um padrão consistente de aparecimento súbito seguido de uma estase; mostra que a história da vida é mais uma história de variação à volta de um conjunto de desenho básico, do que o de a acumulação de aperfeiçoamento; que a extinção tem sido predominantemente por catástrofe em vez de obsolescência gradual; e que a interpretação ortodoxa do registro fóssil muitas vezes deve-se mais ao preconceito darwinista do que com a própria prova. Parece que os paleontólogos pensaram que era seu dever proteger-nos das conclusões erradas que pudéssemos captar se soubéssemos o verdadeiro estado da evidência” (Darwin no Banco dos Réus [Darwin on Trial], 1993, pp. 58-59).

O segredo que os evolucionistas não querem revelado é que, mesmo pelas suas próprias interpretações, o registro fóssil exibe espécies completamente formadas aparecendo por um tempo e desaparecendo depois sem, entretanto, terem mudado. Outras espécies aparecidas noutras épocas anteriores a elas, também desapareceram com pouca ou nenhuma mudança. Claramente, o registro fóssil não apoia a tese central darwinista, que as espécies mudaram lenta e gradualmente de uma forma para outra.

Fato ou observações interessantes?

O professor Johnson notou que “os darwinistas consideram que a evolução é um fato, não apenas uma teoria, porque fornece uma explicação satisfatória para o padrão de relacionamento que liga todas as criaturas vivas—um padrão assim identificado nas suas mentes com o que eles consideram ser a causa necessária do padrão—descendência com modificação—que, para eles, relação biológica significa relação evolucionária” (p. 63, ênfase no original).

A linguagem de fumaça e espelho enganoso da evolução gira principalmente em torno da classificação de espécies vivas. Darwinistas tentam explicar as relações naturais que observam no mundo animal e vegetal categorizando a vida animal e vegetal de acordo com as semelhanças físicas. Pode-se dizer que a teoria de Darwin não é nada mais do que a observância educada do óbvio—ou seja, a conclusão de que a maioria dos animais parecem estar relacionados entre si, porque a maioria dos animais têm uma ou mais características em comum.

Por exemplo, pode-se fazer uma classificação superficial de baleias, pinguins e tubarões juntos num grupo como animais aquáticos. Também se podem agrupar aves, morcegos e abelhas como criaturas voadoras. Estas não são classificações finais porque há muitas outras diferenças óbvias. Contudo, a aproximação darwinista é a de usar as semelhanças gerais óbvias para mostrar, não que os animais eram meramente semelhantes em muitos aspectos, mas que eram relacionados uns com os outros por antepassados comuns.

O professor Johnson expressou isto assim: “Darwin propôs uma explicação naturalista para as características essencialistas do mundo vivo que era tão impressionante no seu apelo lógico que conquistou o mundo científico, ainda que permanecessem dúvidas sobre algumas partes importantes da sua teoria. Ele teorizou que os grupos descontínuos do mundo vivo eram os descendentes dos ancestrais comuns, há muito extintos. Grupos relativamente relacionados (como répteis, aves e mamíferos) partilhavam de um antepassado comum relativamente recente; todos os vertebrados partilhavam de um antepassado comum mais antigo; e todos os animais descenderam de um ancestral comum ainda mais antigo. Então, ele propôs que os ancestrais tiveram de estar ligados aos seus descendentes por longas cadeias de intermediários transicionais, também extintos” (p. 64).

Os evolucionistas preferem enfatizar as semelhanças em vez das diferenças. Por procederem assim, desviam as pessoas da verdade do assunto—essas semelhanças são a evidência de um único Desenhista por trás da estrutura e função das formas de vida. Cada espécie de animal foi criada e desenhada para existir e prosperar de um modo particular. Darwin e os subsequentes proponentes do ponto de vista evolucionista da vida concentraram-se em semelhanças dentro das principais classificações de animais e assumiram que essas semelhanças provam que todos os animais estão relacionados uns com os outros através de antepassados comuns.

Contudo, nós vemos claras e grandes diferenças nas formas de vida na Terra. Se, como a evolução supõe, todas as formas de vida tivessem antepassados comuns e cadeias de intermediários ligando esses antepassados, o registro fóssil devia abundar com muitas dessas formas intermediárias entre espécies. Mas, como já vimos, os próprios paleontólogos admitem que o registro fóssil não mostra tal coisa.

O épico da criação bíblica

Como anteriormente referido, a vida exige um doador de vida. Os cientistas chamam a isto a lei da biogénese, o fato verificado cientificamente de que a vida só pode proceder de vida. A evolução afirma que nós e o nosso mundo somos resultado do acaso, acontecimento acidental, culminação de uma série de acidentes felizes. A Bíblia apresenta um cenário diferente: Um Doador de vida criou vida na Terra para um propósito e de um modo que é vastamente diferente do cenário sustentado pelos evolucionistas. Quem é o Doador de vida? Qual é o Seu propósito?

Nesta publicação nós damos particular atenção ao lado bíblico da história nestes assuntos cruciais. O problema não está em que os cientistas não podem descobrir a resposta. Está em que a maioria tem simplesmente recusado considerar seriamente que a Bíblia possa ser uma fundação fidedigna para conhecimento humano básico e uma fonte segura de respostas para as questões enormemente importantes da vida.

Comecemos no princípio do livro de Gênesis. Primeiro, o capítulo 1 descreve resumidamente a criação dos céus e da Terra, bem como o aparecimento de luz e terra firme.

Depois a Bíblia registra a criação da vida biológica do nosso planeta. A partir do princípio, as coisas com vida foram divididas em amplas classificações, cada uma reproduzindo-se de acordo com a sua própria espécie, com potencial reprodutivo somente dentro da sua espécie.

Aqui observamos um fato científico que os cientistas reconhecem: Os animais reproduzem-se somente dentro das suas próprias espécies, ou géneros. Na realidade, as espécies são definidas pelos animais que se puderem procriar com êxito uns com outros. De acordo com a Bíblia, as espécies principais foram todas criadas segundo a sua própria espécie. Elas não evoluíram uma da outra. (Porém, de acordo com a classificação moderna, pode ser que um “género” particular hoje seja representado por mais que uma espécie—de forma que todas as espécies de um género particular ou do mesmo agrupamento familiar possam constituir a mesma “espécie” bíblica.)

Evidentemente, Deus permitiu um amplo potencial genético entre os géneros ou espécies biblicamente definidos, como se pode observar olhando para os tamanhos, formas, cores e outras características de cães, gatos, gado, galinhas e mesmo os nossos irmãos humanos. As pessoas têm usado, durante séculos, diversidade de espécie genética para criar animais que produzam mais carne, leite ou lã e sementes de trigo, milho e arroz que produzam mais alimento. Mas o potencial genético para essas variações foi criado na espécie original do Gênesis:

“E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi.” (Gênesis 1:11). Claramente, o ponto de vista bíblico é que Deus é o Criador da vida. Ele pôs em movimento um processo pelo qual a vida produz mais vida.

O versículo 21 diz-nos claramente que “Deus criou os grandes monstros do mar e todas as espécies de seres vivos”, nas águas do mar (Gênesis 1:21 BLH). No versículo 24 o Criador diz: “Que a terra produza todo tipo de animais: . . . cada um de acordo com a sua espécie!” (Gênesis 1:24 BLH). Então os versículos 26-27 falam-nos da origem da vida humana.

Deveríamos pagar especial atenção à criação do primeiro homem. Gênesis 2:7 diz: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra [de matéria inerte] e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.” Portanto, a explicação bíblica é que a vida humana veio directamente de Deus. Na verdade, Gênesis explica que Deus é a fonte de toda a vida.

A vida de Deus

A Bíblia revela muito mais acerca do Doador da vida. Ela atesta que “tem, Ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver” (1 Timóteo 6:16). Jesus Cristo diz-nos: “Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo” (João 5:26).

Aqui e no livro de Gênesis encontramos verificação da mais básica lei de biogénese: Vida só pode vir de vida pré-existente. Vida vem somente de alguma coisa que já vive, não de matéria inerte ou morta. Deus tendo vida eterna em Si Próprio é o Doador original de vida.

A Bíblia também revela que Deus existiu sempre. Ele “habita a eternidade” (Isaías 57:15). Humanamente, é-nos difícil entender esse conceito. Para nós, parece-nos natural tudo ter um princípio e um fim. Mas, simplesmente, algumas coisas estão para além do nosso entendimento. Aqui está onde Deus quer que nós confiemos na Sua Palavra, para aceitarmos o que Ele revela e reflectir em quão incrivelmente limitados nós somos em comparação com Ele (Isaías 40:25-26, 28; 46:9-10; 55:8-9).

As Escrituras dizem-nos: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hebreus 11:3). Os materiais à mão, que são aceitos como certos na teoria da evolução, nem tão pouco existiam para começar. Deus não explica como criou os céus e a Terra, somente diz que Ele os fez. Noutras áreas, Ele dá-nos ampla evidência de que a Sua Palavra, a Bíblia, é verdadeira. Ele quer que nós O aceitemos segundo a Sua palavra.

Dar vida espiritual a outros

De novo, somente Deus, que possui vida eterna, pode criar novas formas de vida, sejam elas físicas ou algo muito mais notável. Ele é a fonte da vida.

Do ponto de vista de Deus, muito mais importante que a Sua criação de vida biológica é que Ele está em processo de criação de nova vida espiritual—entre os Seus chamados e escolhidos servos humanos. João escreveu: “Quem tem o Filho tem a vida [eterna]; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida [eterna]” (1 João 5:12).

O apóstolo Paulo fez lembrar a um jovem evangelista que Jesus Cristo “aboliu a morte e trouxe à luz a vida [eterna] e a incorrupção, pelo evangelho” (2 Timóteo 1:10). Os seres humanos, que têm uma longevidade média de 70 anos (Salmos 90:10), têm a oportunidade de viver eternamente. Paulo escreveu sobre a “esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos” (Tito 1:2). Ele ensinou que os alunos fiéis de Cristo foram “feitos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” (Tito 3:7).

O Doador de vida deu primeiro ao homem vida física, como lemos nos primeiros dois capítulos de Gênesis. Tal como os animais, o homem pode e tem de morrer (Hebreus 9:27). Mas, diferentemente dos animais, o homem foi criado com o potencial de alcançar vida eterna. Quando compreendemos que Deus é o Doador de vida, que criou o homem para o Seu Próprio propósito, com o potencial de imortalidade, a vida ganha significado muito maior que a vazia falta de propósito inerente numa fé na evolução.