O Propósito da Vida e as Consequências de Ideias

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A vida tem sentido sem Deus no cenário? Há um propósito para a Terra e para quem habita nela? Se há, qual é e quais as ramificações disso? Ou, se não há propósito, onde é que isso me deixa?

Como foi referido no início desta publicação, quando Stephen Hawking escreveu o seu livro Uma Breve História do Tempo, depois de explicar o seu ponto de vista sobre a natureza ele concluiu atendendo à questão de por que é que nós e o universo existimos; “Se encontrarmos a resposta para isso, será o triunfo supremo da razão humana—porque então conheceremos a mente de Deus” (p. 175).

Contudo, a resposta a essa questão não virá da inteligência ou da razão humana, mas unicamente d’Aquele que transcende o nosso universo material. Se retiramos Deus da equação, perdemos todo o sentido de propósito para o homem e o universo.

O significado da vida tem sido um ponto de interrogação desde o princípio da humanidade. Está na nossa natureza fazer perguntas como: “Porque estou aqui?” e “Qual é o propósito da vida?”

Na verdade, Deus tem um propósito para o homem, mas são poucos que entendem o que é. Conhecer esse transcendente propósito, e crer nele realmente, infunde significado às nossas vidas. Mas podemos entender o nosso propósito único, se procurarmos as respostas de Quem criou a vida.

Propósito sem Deus

Primeiro consideremos o significado da vida se a evolução fosse verdadeira e se não houvesse nenhum Deus Criador que não tenha tido nenhum envolvimento com a humanidade.

Se não houvesse Deus, não haveria possibilidade de vida para além da morte e nem certamente possibilidade de imortalidade. A vida terminaria na finalidade da morte. Não haveria nenhum propósito transcendente que dê significado à nossa vida. Ela não teria mais valor que a de qualquer animal ou insecto que se esforça pela sobrevivência até ao momento em que morre. Todas as realizações e sacrifícios, todas as coisas boas e maravilhosas que os homens e as mulheres fazem, em última análise seriam esforços fúteis num universo que aguarda o seu próprio triste e negro fim.

O falecido astrónomo e autor Carl Sagan não acreditava em Deus. Depois da morte da sua esposa, após um matrimónio de 20 anos, ele acreditava que jamais a voltaria a ver. Consoante a sua própria morte se aproximava, ele expressou uma mistura de lembranças nostálgicas humanas com a futilidade inerente no ateísmo: “Eu gostaria de acreditar que quando morrer viverei outra vez; que algum pensamento de mim, sentimento ou parte que me recorde continuará. Mas, por mais que eu queira crer isso, não obstante as antigas e mundiais tradições culturais que declaram uma vida depois da morte, eu não conheço nada que sugira que isso não é mais que uma esperança vã (“No Vale da Sombra” [In the Valley of the Shadow], Parade, 10 de Março de 1996).

Quando se retira a possibilidade da esperança de uma vida futura, a vida fica sem valor e sem finalidade. No fim de contas, que diferença fará se vivermos como uma Madre Teresa ou como um Adolfo Hitler? O destino de cada um será o mesmo. As boas contribuições das pessoas não farão diferença alguma ao seu destino ou ao do universo.

Esta é a perspectiva sombria do mundo daqueles que baseiam as suas crenças na evolução ateística, assumindo que esta vida é tudo quanto há.

Mas se Deus existe, as nossas vidas têm uma importância eterna porque a nossa esperança não é a morte mas a vida eterna (ver “Por Que Você Nasceu?” começando na página 76). Se Deus existe, temos um padrão absoluto do que é certo e do que é errado que reside na natureza do Próprio Deus. Isto faz com que as nossas escolhas morais sejam profundamente significativas.

As questões principais da vida

De todas as criaturas que vemos à nossa volta, o homem é a única parte da criação que pode mesmo abordar o assunto do significado da vida, adorar a Deus e expressar uma fé na vida depois da morte. Ao contrário dos animais, os seres humanos podem imaginar a eternidade e imortalidade.

Porque é que somos diferentes? Poderá ser que a nossa faculdade de imaginar o futuro e de ter esperança na vida para além da nossa hora temporal, tenha sido pensadamente posta em nós por um Criador e que Ele mesmo tenha designado um propósito eterno para os seres humanos?

Há uns 3.000 anos, o sábio Salomão, rei de Israel, escreveu dizendo que Deus: “pôs a eternidade no coração do homem” (Eclesiastes 3:11 ARA). Deus deu-nos o desejo de fazer perguntas, mas não a capacidade de saber as respostas a menos que em sinceridade O busquemos e n’Ele confiemos.

Se preferimos não crer que Deus criou o universo, então temos de acreditar que o desejo da explicação para além da nossa vida física é fútil. Ironicamente, se os princípios pelos quais a evolução é assumida operar fossem verdade, o homem não teria necessidade de desenvolver este aspecto do seu intelecto.

Mas o facto é que nós realmente pensamos sobre isso.

Os seres humanos são criação de Deus. Ele teve as Suas razões para nos pôr aqui. O nosso valor não provém de nós, mas deriva do fato de que Deus nos criou à Sua imagem. É Deus quem dá valor à vida humana.

O problema é que, uma vez que nós removemos Deus da nossa consideração, estamos desesperadamente à procura de outro lugar para tentar encontrar a auto-estima. Nós desenvolvemos psicologias que sublinham a nossa auto importância. Um sacerdócio virtual de psicólogos diz-nos que podemos elevar-nos acima dos problemas que nós próprios criamos, desenvolvendo-nos por nossa própria iniciativa.

A maioria do nosso sistema de psicologia foi projetado para acomodar uma visão ímpia da existência. Esse sistema rejeita a ideia de que o nosso valor vem de um Criador que atribuiu um propósito para o homem antes de criar qualquer um de nós.

Os princípios morais de Deus estão expressos nas leis que Ele deu ao homem. Ao contrário dos pontos de vista predominantemente seculares da psicologia, o modo como devemos viver não deveria ser determinado pelo modo como as nossas acções nos fazem sentir. As leis de Deus foram destinadas para actuar para o próprio bem do homem. Quando as seguimos, elas levam-nos não só à felicidade e satisfação da vida, como também nos dão um quadro visual detalhado de como é o próprio Deus. Em certo sentido, a lei de Deus é o que Ele é. As Suas leis refletem o Seu carácter e a Sua natureza.

Banir Deus

Nada tem um impacto mais directo sobre nossas escolhas morais do que se acreditamos em Deus ou não. As escolhas morais que fazemos determinam o resultado das nossas vidas e, colectivamente, da sociedade. A nossa atitude para com a lei, o respeito e o reconhecimento da autoridade, o respeito pelo nascituro e mesmo para com as nossas práticas sexuais é largamente determinada pela nossa crença ou falta de crença em Deus. A nossa conduta para com outros, bem como o amor e dedicação nas nossas relações, geralmente resume-se a um ponto: Cremos Deus quando Ele fala?

Ao longo dos últimos séculos, nós atravessámos uma era de suposta iluminação na qual os filósofos e outros pensadores emitiram a mensagem clara de que não precisamos de Deus para nos dizer o que é certo ou errado. Como resultado, por norma, ateísmo e materialismo são progressivamente aceitos. Os que crêem em Deus e na veracidade da Bíblia, são vistos muitas vezes como incultos, ignorantes, supersticiosos e arcaicos—se não absolutamente perigosos.

O acérrimo defensor da evolução, Richard Dawkins, apresentado anteriormente, diz: “é absolutamente seguro dizer que, se encontrarmos alguém que declara que não acredita na evolução, essa pessoa é ignorante, estúpida ou insana (ou má, mas prefiro não considerar isso)” (Análise de Esquemas: Resolvendo o Mistério da Evolução [Blueprints: Solving the Mystery of Evolution], The New York Times, 9 de Abril de, 1989).

A maioria das instituições académicas e governamentais responsáveis pela determinação do pensamento e comportamento da sociedade têm banido Deus dos seus átrios. A maioria das aulas de filosofia, psicologia, ciências e história começam com uma premissa evolucionária de que não há Deus e que a vida começou espontaneamente e por acaso. Assim, não incluem propósito universal ou sentido final para a vida nos seus cursos de estudo.

O que é que está por trás deste movimento social, e quais são as repercussões?

Um motivo base

Quais são os frutos da negação da existência do Criador? Isso distorce o raciocínio de alguém? A Bíblia diz em dois versículos dos Salmos: “Disseram os néscios no seu coração: Não há Deus” (no Salmos 14:1 e no Salmos 53:1, ênfase adicionada). Em seguida os mesmos versículos descrevem as consequências de quem assim pensa, declarando: “têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem.” A resposta de Deus a esta questão é que a percepção inteira do mundo está contaminada.

Deus compreende as verdadeiras motivações das pessoas que negam a possibilidade de que Ele é real. Quando elas se convencem que Ele não existe, então para elas o que é certo ou errado já não lhes importa. Elas não têm padrão objectivo de comportamento. Elas não vêem razão para não fazerem o que desejam.

No início do século 20 o autor e ardente evolucionista Aldous Huxley, membro de uma das famílias intelectualmente distintas da Inglaterra, admitiu: “eu tinha motivos para querer que o mundo não tivesse sentido; conseqüentemente, eu assumi que não tinha nenhum, e fui capaz, sem qualquer dificuldade, de encontrar razões satisfatórias para essa suposição . . . Aqueles que decidem que não há nemhum sentido no mundo, geralmente o fazem porque, por uma razão ou outra, isso é conveniente aos seus [propósitos] de que o mundo não tenha sentido” (Fins e Meios [Ends and Means], 1946, p. 273).

Para onde leva tal pensar? Huxley explica: “Para mim, como, sem dúvida, para a maioria dos meus contemporâneos, a filosofia da falta de sentido era essencialmente um instrumento de libertação. A libertação que desejávamos era simultaneamente libertação de um certo sistema político e económico e libertação de um certo sistema de moralidade. Nós protestámos contra a moralidade porque ela interferia com a nossa liberdade sexual. . .Havia um método admiravelmente simples para refutar as pessoas e ao mesmo tempo justificarmos a nossa revolta política e erótica: nós podíamos negar que o mundo tinha qualquer sentido, fosse ele qual fosse” (p 270, ênfase adicionada).

Huxley confessou que foi o seu desejo de ser livre dos padrões morais que impulsionou a ele e a outros, que compartilhavam do mesmo sentimento, inventar uma base racional para afastar a idéia de quaisquer obrigações morais inatas.

Quantos estudantes nas nossas instituições académicas têm idéia que tais motivos desenvolveram as teorias e filosofias que lhes são ensinadas como fatos? Provavelmente, na verdade, poucos. Mas, por surpreendente que pareça, a teoria de que a vida evoluiu espontaneamente foi gerada e alimentada pela hostilidade para com os padrões e valores de Deus.

Regozijo por negar Deus

Julian, o irmão de Huxley, escrevendo mais tarde no século 20, foi ainda mais brusco: “O sentimento de libertação que vem da rejeição da idéia de Deus como ser sobrenatural é enorme” (Ensaios de um Humanista [Essays of a Humanist], 1966, p. 223).

Aldous e Julian Huxley eram netos do biologista Thomas Huxley do século 19, um amigo íntimo de Charles Darwin e vigoroso promotor da evolução. No princípio do debate sobre a evolução, Thomas Huxley revelou o seu preconceito anti-religioso a um colega: “Sinto-me muito contente por tu veres a importância em se fazer guerra aos clericais . . . Eu desejo que a próxima geração seja menos algemada pelas grosseiras e estúpidas superstições de ortodoxia [religiosa] do que a minha tem sido. E sentir-me-ei bem satisfeito se conseguir alcançar, embora em pequena extensão, esse resultado (citado em A História do Mundo [pela Universidade de] Columbia [The Columbia History of the World], p. 957).

Mais recentemente, o paleontólogo Stephen Jay Gould afirmou: “Nós estamos aqui porque um estranho grupo de peixes tinha uma barbatana com uma anatomia peculiar que poderia transformar-se em pernas para criaturas terrestres; porque cometas atingiram a Terra e obliteraram os dinossauros, dando assim uma chance não possível aos mamíferos de outra forma (por isso, num sentido literal, graças às estrelas da sorte); porque a Terra nunca se congelou completamente durante a idade do gelo; porque uma pequena e frágil espécie, que surgiu em África há 250.000 anos, conseguiu sobreviver, a todo o custo, até agora. Podemos desejar uma resposta ‘mais digna’—mas não existe. Esta explicação, embora superficialmente preocupante, se não assustadora, é em última análise libertadora e estimulante” (citado por David Friend, O Significado da Vida [The Meaning of Life], 1991, p. 33, ênfase adicionada).

Que franca e cândida confissão! Mas porque é que alguém se deve sentir regozijado e liberto por se convencer a si próprio de que Deus não existe?

O problema reside no coração. O profeta Jeremias explicou: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9)

Deus expõe as intenções secretas dos que deliberadamente se opõem a Ele: “porque, [os que desprezam a autoridade de Deus] falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne e com dissoluções aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo” (2 Pedro 2:18-19).

Temos de proteger a nossa mente contra tais pessoas que falam “coisas mui arrogantes de vaidades” que nos bombardeiam com pensamentos evolucionistas não comprovados. Tais pensamentos têm efeito gradual e insidioso em nós e na nossa sociedade—um efeito que a Bíblia iguala com escravatura.

Analisando o motivo

A Palavra de Deus não faz rodeios em identificar a motivação para as pessoas negarem Sua existência. O apóstolo Paulo diz que algumas pessoas rejeitam Deus para não terem escrúpulos quando satisfazem os seus desejos egoístas.

Repare-se no processo e trágicos resultados: “Deus castiga essas pessoas porque o que se pode conhecer a respeito de Deus está bem claro para elas, pois foi o próprio Deus que lhes mostrou isso. Desde que Deus criou o mundo, as suas qualidades invisíveis, isto é, o seu poder eterno e a sua natureza divina, têm sido vistas claramente. Os seres humanos podem ver tudo isso nas coisas que Deus tem feito e, portanto, eles não têm desculpa nenhuma. Eles sabem quem Deus é, mas não lhe dão a glória que ele merece e não lhe são agradecidos. Pelo contrário, os seus pensamentos se tornaram tolos, e a sua mente vazia está coberta de escuridão” (Romanos 1:19-21 BLH).

Paulo diz que, quando olhamos para o firmamento e observamos o mundo à nossa volta, a mão criativa de Deus deve ser evidente. Uma pessoa razoável reconhecerá que Deus existe, pela evidência que pode ver com os seus olhos. Paulo diz que uma pessoa deve lógica e naturalmente concluir que há um Deus Criador e reconhecer muitos dos Seus atributos ao observar as maravilhas que Ele fez. Concluir de outro modo—que o sol, lua, terra e estrelas apareceram por si próprios do nada—é completamente absurdo.

No entanto, há quem sustente um preconceito tão apaixonado contra Deus que conclui o contrário—que o universo físico não requer Deus. Paulo continua a sua descrição do processo que toma lugar no pensar deles: “Eles dizem que são sábios, mas são tolos. Em vez de adorarem ao Deus imortal, adoram ídolos que se parecem com seres humanos, ou com pássaros, ou com animais de quatro patas, ou com animais que se arrastam pelo chão.” (versículos 22-23 BLH) Eles atribuem poderes divinos à criação física e rejeitam o Criador.

Você foi enganado por este raciocínio falso em assumir que os pensadores deste mundo são sábios simplesmente porque observaram semelhanças na vida de animais e plantas deste planeta e elaboradamente criaram uma teoria de que tais originaram de um antepassado comum? Este raciocínio é um dos fundamentos básicos do conceito evolutivo.

Paulo continua: “Por isso Deus os entregou aos desejos do coração deles para fazerem coisas sujas e para terem relações vergonhosas uns com os outros. Eles trocam a verdade sobre Deus pela mentira e adoram e servem as coisas que Deus criou, em vez de adorarem e servirem o próprio Criador, que deve ser louvado para sempre. Amém!” (versículos 24-25 BLH).

Aonde leva tal forma de pensar?

Paulo analisa os frutos do pensamento que deixa Deus fora de cena: “Por causa das coisas que essas pessoas fazem, Deus as entregou a paixões vergonhosas. Pois até as mulheres trocam as relações naturais pelas que são contra a natureza. E também os homens deixam as relações naturais com as mulheres e se queimam de paixão uns pelos outros. Homens têm relações vergonhosas uns com os outros e por isso recebem em si mesmos o castigo que merecem por causa dos seus erros” (versículos 26-27 BLH).

Paulo chega ao âmago do assunto; as pessoas não querem que Deus as impeça de satisfazerem a sua luxúria egocêntrica. “E, como não querem saber do verdadeiro conhecimento a respeito de Deus, ele os entregou aos seus maus pensamentos, de modo que eles fazem o que não devem. Estão cheios de todo tipo de perversidade, maldade, ganância, vícios, ciúmes, crimes de morte, brigas, mentiras e malícia. Caluniam e falam mal uns dos outros. Têm ódio de Deus e são atrevidos, orgulhosos e vaidosos. Inventam maneiras de fazer o mal, desobedecem aos pais, são imorais, não cumprem a palavra, não têm amor por ninguém e não têm pena dos outros” (versículos 28-31 BLH).

Estes são os resultados previstos por se retirar Deus do nosso pensamento (versículo 28). Eles descrevem uma sociedade que não reconhece Deus e a lei moral, nem admite princípios absolutos de certo e errado.

O movimento Deus-está-morto

Um dos filósofos aclamados do mundo moderno, Friedrich Nietzsche, que escreveu na segunda metade do século 19, foi influente no ataque contra Deus como a fonte dos padrões morais. Suas idéias tiveram um impacto radical em alguns dos homens mais influentes do século 20, particularmente em Adolf Hitler.

Nietzsche procurou substituir a religião do Cristianismo, com a sua crença e fé em Deus, por um mundo novo construído numa fundação sem Deus. Ele procurou redefinir a vida humana sem Deus. Ele afirmou que as ideias Cristãs enfraqueciam os homens e as mulheres e impedia-os de alcançar a verdadeira grandeza que estava dentro deles. Para ele, os conceitos morais Cristãos, arrependimento e humildade eram ideias humilhantes que tinham de ser postas de lado para que a humanidade pudesse se libertar, subir a maiores alturas e escalar as montanhas de realização individual.

Nietzsche sustentava fortemente a idéia de que, como ele dizia, “Deus está morto”—referindo-se à concepção bíblica de Deus como uma fonte de sentido e moralidade. Ele escreveu a sua filosofia num estilo que agitou as emoções e imaginações. Ele argumentou que, posto que Deus está morto, nós seres humanos temos de ter valor para ocupar o Seu lugar. Contudo, ele escreveu que o homem não estava preparado para uma posição tão elevada, e até ser capaz de a poder tomar, tem de viver durante algum tempo em sublevação e revolução. O dia viria, contudo, quando este mundo sem Deus seria bem-vindo aos braços de um filósofo libertador.

Entra o super-homem

Em parte, as predições de Nietzsche aconteceram. Os seus ensinamentos niilistas estavam prontos para serem tomados seriamente por um mundo em rápida mudança já influenciado pelos filósofos dos séculos 18 e 19 que o precederam: o céptico David Hume; Immanuel Kant, que exaltou a autoridade da razão humana; e o existencialista Sören Kierkegaard. No século 20 surgiram homens poderosos, ateus e menosprezadores da religião, que procuraram tornar-se no que o mundo esperava deles—os novos super-homens. Homens como Hitler, José Estalin, Mao Tse-tung e Pol Pot foram o produto dessa filosofia experimental.

O historiador Paul Johnson escreveu: “Friedrich Nietzsche . . . viu Deus não como uma invenção mas como um acidente, e a sua morte, como um acontecimento histórico importante, que teria consequências dramáticas. Em 1886, ele escreveu: ‘O maior acontecimento dos tempos recentes—que “Deus está morto”, que a fé no Deus Cristão já não é mais sustentável—está a começar a espalhar as suas primeiras sombras sobre a Europa.’

“Entre as raças avançadas, o declínio e por fim o colapso do impulso religioso deixariam um enorme vazio. A história dos tempos modernos é, em grande parte, a história de como esse vazio tem sido preenchido. Nietzsche observou corretamente que o mais provável candidato seria o que ele chamou o ‘Desejo do Poder’ . . .

“Em vez da fé religiosa, haveria ideologia laica. Os que uma vez ocuparam as fileiras do clero totalitário tornar-se-iam políticos totalitários. E acima de tudo, o Desejo do Poder produziria uma nova espécie de messias, sem inibição por quaisquer sanções religiosas, e com um apetite implacável para controlar a humanidade. O fim da velha ordem, com um mundo desgovernado, à deriva num universo relativista, foi a notificação para que tais estadistas gangster emergissem. Eles não foram lentos em aparecer” (A História do Mundo Moderno de 1917 a 1980s [A History of the Modern World From 1917 to the 1980s], 1983, p.48).

Olhando para trás no século 20, Johnson observou: “Nós temos vivido através de um século terrível de guerra e destruição precisamente porque homens poderosos usurparam as prerrogativas de Deus. Eu chamo ao século 20 o Século da Física, inaugurado pelas teorias especiais e gerais de Einstein. Durante este período, a física tornou-se a ciência dominante, produzindo a energia nuclear e a viagem no espaço.

“O século também causou engenharia social; a prática de empurrar grandes números de seres humanos de um lado para outro como se de terra ou betão se tratasse. A engenharia social foi uma chave mestra nos regimes totalitários do Nazismo e do Comunismo, onde se combinou com o relativismo moral—a crença de que o certo e o errado podem ser mudados para a conveniência das sociedades humanas—e da negação dos direitos de Deus.

“Para Hitler a lei mais alta do partido tomava lugar de preferência acima dos Dez Mandamentos. Lenin glorificou a consciência Revolucionária como um guia mais seguro para a humanidade do que a consciência implantada pela religião” (“A Mensagem Verdadeira do Milénio” [The Real Message of the Millennium], Selecções da Reader’s Digest, Dezembro 1999, p. 65).

Engenharia Social

Foi Charles Darwin quem deu aos filósofos o que eles queriam ouvir. Antes de Darwin as idéias eram abstratas, talvez reacções a anteriores instituições e governos abusivos. Darwin deu vida aos filósofos niilistas e existencialistas. Com a sua teoria do mecanismo da seleção natural, agora era possível explicar cientificamente—pelo menos em teoria—que, depois de tudo, não era preciso nenhum Deus Criador. A vida poderia acontecer por si mesma e a partir daí evoluir sem Deus.

Agora, a ciência e a filosofia fizeram equipa, para romper a influência que a religião tinha no povo. Com a aceitação da teoria da evolução—e as ramificações desse pensamento—viria o mais sangrento século na história da humanidade.

O grande moralista Victor Frankl, sobrevivente de Auschwitz, escreveu: “Se apresentamos o homem com um conceito de homem que não é verdade, podemos bem corrompê-lo. Quando o apresentamos como . . . um pacote de instintos, como uma peça de energia e reacções, como um mero produto de hereditariedade e meio-ambiente, alimentamos o niilismo ao qual o homem moderno é, em todo o caso, propenso.

“Eu fiquei conhecedor da última etapa da corrupção no meu segundo campo de concentração, Auschwitz. As câmaras de gás de Auschwitz foram a consequência final da teoria de que o homem nada é senão o produto da hereditariedade e meio-ambiente . . . Eu estou absolutamente convencido que as câmaras de gás de Auschwitz, Treblinka, e Maidanek, no final de contas, foram preparadas não num ou outro ministério, em Berlim, mas sim nas mesas e salões de palestras de cientistas e filósofos niilistas” [O Doutor e a Alma: Introdução à Logoterapia [The Doctor and the Soul: Introduction to Logotherapy], 1982, p. xxi).

As palavras de Hitler, afixadas em Auschwitz na esperança de que a raça humana jamais voltaria a descer a uma tal crueldade, são uma sóbria lembrança do que acontece quando rejeitamos a moral absoluta de Deus: “Eu libertei a Alemanha de estúpidas e degradantes falácias de consciência e moralidade . . . Nós treinaremos jovens perante quem o mundo tremerá. Eu quero jovens capazes de violência—dominadores, rígidos e cruéis” (citado por Ravi Zacharias, Pode o Homem Viver Sem Deus? [Can Man Live Without God?]1994, p. 23).

Sobrevivência dos mais aptos

Recordando a história recente, podemos entender como as idéias de um universo sem Deus, da espécie humana emergir e persistir no desafio da sobrevivência do mais apto—evoluindo e elevando-se a níveis mais elevados do poder—levaram inevitavelmente ao fato vergonhoso que na primeira metade do século 20, mais pessoas foram mortas por outras pessoas do que em toda a história até aquele periodo. A justificativa para uma grande parte desta carnificina foi a idéia da selecção natural inerente à teoria da evolução de Darwin.

A aplicação do princípio da sobrevivência do mais apto aos assuntos humanos é também conhecido como Darwinismo social. Ainda que, Darwin aparentemente não aceitou a extrapolação da sua teoria da selecção natural em relações sociais, contudo, ele argumentou que a evolução humana progredia através de guerra e luta.

Um observador reparou: “Há alguns evolucionistas que tenham sido embaraçados pelas implicações sociais da evolução e que tenham realçado a cooperação (em vez de luta) como um factor na evolução. Outros têm dito que a evolução é aplicada incorretamente quando é usada para defender militarismo e abusos sociais.

“É claro que a aplicação de sobrevivência darwiniana do mais apto aos assuntos humanos por pessoas sem escrúpulos não tem relação direta com a questão se os seres humanos e outras criaturas evoluíram a partir de formas de vida simples ou não. Mas esses abusos foram sancionados e instigados pela evolução como uma desculpa, e, se a evolução não é verdade, então neste caso ainda mais trágico tudo se torna” (Bolton Davidheiser, A Evolução e a Fé Cristã [Evolution and Christian Faith], 1969, p. 354).

O futuro da evolução

O princípio evolucionista tendo produzido os seus mortíferos frutos ao longo de muito do século 20, sem dúvida continuará a crescer no século 21. Agora, a ênfase está em melhorar geneticamente a humanidade. Os investigadores falam em aumentar a longevidade e erradicar doenças com terapia genética e implantes genéticos. Há conversas de melhorar as capacidades físicas e mentais e conferir talentos individuais naturais através da manipulação genética. Por agora, luta-se com os assuntos éticos, emocionais e legais envolvidos com tais práticas.

Em suma, muitos pensam que o homem é capaz de dirigir a sua própria evolução. Esse pode não ser um pensamento tão estranho. É o resultado natural do homem tentar encontrar o seu próprio caminho para uma vida superior sem Deus—talvez mesmo incluindo a noção de que através da evolução artificial a humanidade possa vencer a morte e, por fim, alcançar a imortalidade.

Em primeiro lugar, seria muito mais simples e seguro acreditar em Deus. O homem pode alcançar tudo o que é bom para ele agora—uma vida alegre e plena—e, no futuro, a imortalidade na divina família de Deus. Mas o homem tenta alcançar isso por seus próprios meios, sem reconhecer ou obedecer o seu Criador. A sua natureza egocêntrica leva-o a satisfazer as suas paixões, trazendo-lhe assim penalizações físicas, mentais e emocionais resultantes de infringir as leis de Deus—mas ele responde e usa do intelecto que Deus lhe deu para tentar evadir-se ao pagamento do preço.

É irónico como o homem segura firmemente a crença que as leis físicas e naturais são absolutas, mas objeta vigorosamente à simples idéia de que as leis espirituais de Deus sejam do mesmo modo imutáveis e absolutas. Quando se trata ao comportamento humano, a humanidade encontra, de alguma forma, uma maneira de explicar que Deus não existe, pensando que isso removerá as consequências. Não haja dúvida: Quando a humanidade infringe qualquer lei de Deus, negar que Deus não existe de modo algum retira o preço que tem de ser pago.

Inestimável privilégio ou substituto barato?

De toda a Sua criação terrena, Deus deu só aos seres humanos a capacidade de escolher viver pelas Suas leis, ou por quaisquer valores que nós determinemos por nós próprios para nossa própria satisfação. As leis de Deus não são meras responsabilidades, mas Ele projectou-nos de forma a sermos mais felizes, satisfeitos e realizados por fazer o que Ele diz. Posto que Deus nos fez, Ele sabe o que é melhor para nós. Ele dá-nos instruções que nos beneficiarão.

O homem não é um mero boneco nas mãos de Deus. Nós temos a escolha de fazer ou não o que Deus diz (Deuteronômio 30:19). Nós podemos reconhecer que Ele é o Criador e Legislador do cosmos, ou podemos negar que Ele existe. Podemos escolher viver uma vida sem sentido, ou podemos escolher uma vida com propósito.

Se nos louvamos a nós mesmos imaginando que somos a classe mais alta de vida no processo evolucionário, então, na realidade nós estamos a roubar-nos a nós próprios do valor incalculável que Deus coloca em nós. A nossa existência e futuro são desvalorizados de sermos filhos e filhas de Deus para sermos somente uma de muitas espécies de animais. É trágico que os homens tenham substituído o sentimento barato da auto-importância pelo incalculável privilégio de se tornarem próprios filhos de Deus, partilhando com Ele do impressionante universo em glória e imortalidade.