Servindo a Deus e à Humanidade

Servindo a Deus e à Humanidade

Deus encarregou Seus anjos de responsabilidades importantes. Existem tarefas individuais especiais, existem diferentes deveres para diferentes tipos de anjos, e há obrigações para todos os anjos.

Algo comum a todos os anjos é o dever de atender e obedecer a Deus. Os anjos foram criados como agentes divinos para realizar a vontade de Deus. E os anjos justos obedecem totalmente a Deus. É por isso que oramos a Deus: “Seja feita a Tua vontade, tanto na terra como no céu" (Mateus 6:10). Os anjos celestiais cumprem perfeitamente a vontade de Deus — e nós, em oração, pedimos que todas as pessoas na Terra sigam esse exemplo. Em Salmos 103:20 está escrito: “Bendizei ao SENHOR, anjos Seus, magníficos em poder, que cumpris as Suas ordens, obedecendo à voz da Sua palavra".

Embora Deus seja capaz de ver tudo através do Seu Espírito, parece que Ele também aprecia ter um relatório pessoal de Seus anjos dos acontecimentos na Terra. Nós vimos isso no caso dos anjos que foram enviados a Sodoma em Gênesis 19. Nós vemos isso nos sete espíritos de Deus como "os sete olhos do SENHOR, que discorrem por toda a terra” (Zacarias 4:10; ver Apocalipse 3:1; 4:5; 5:6; comparar Provérbios 15:3).

Deus usou alguns anjos como intermediários para comunicar várias instruções e leis. Atos 7:53 diz que os israelitas “receberam a Lei por intermédio de anjos, mas não lhe obedeceram" (NVI). Gálatas 3:19 diz que o sistema jurídico e cerimonial completo de Israel "foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador [Moisés]" (ARA). Hebreus 2:2 também se referiu a esta "palavra falada pelos anjos”, que “permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição". Igualmente, Deus às vezes usava anjos para comunicar mensagens aos profetas e aos apóstolos, como ocorreu em Zacarias e Apocalipse (ver também 1 Crônicas 21:18).

Servindo ao povo de Deus e às necessidades da humanidade

Frequentemente, os anjos são espectadores ou observadores do que Deus está fazendo através da humanidade. A partir disso, eles aprendem mais sobre o plano de salvação de Deus (ver "Os Anjos Não São Pessoas Falecidas — O Futuro e O Propósito do Homem São Muito Maiores”). Embora os anjos sejam seres espirituais, geralmente, eles ministram ou servem de maneira física. Eles ministram especificamente para aqueles que são chamados para ser o povo de Deus hoje em dia.

Lemos sobre esse papel no primeiro capítulo do livro de Hebreus: “Porque a qual dos anjos disse [Deus Pai] jamais: Tu és Meu Filho, hoje Te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e Ele Me será por Filho? E, quando outra vez introduz no mundo o Primogênito [Jesus Cristo, como precursor], diz: E todos os anjos de Deus O adorem...Não são, porventura, todos eles [os anjos] espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?" (Hebreus 1:5-6, 14).

Em um famoso exemplo de serviço físico, um anjo providenciou comida e água ao profeta Elias e encorajou-o a comer:

"E deitou-se e dormiu debaixo de um zimbro; e eis que, então, um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come. E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se. E o anjo do SENHOR tornou segunda vez, e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque mui comprido te será o caminho. Levantou-se, pois, e comeu, e bebeu, e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe [Monte Sinai], o monte de Deus” (1 Reis 19:5-8).

O anjo providenciou as necessidades físicas de Elias, e não as espirituais. Note que o anjo não pregou nada a ele nem lhe disse que se arrependesse. Essa não era sua função naquele momento. Alguns capítulos depois, Elias ouve a palavra de Deus.

Geralmente, os anjos não cuidam de assuntos espirituais para Deus. Pois é Jesus Cristo, os ministros ordenados por Deus e outros membros da Igreja de Deus que costumam fazer isso. Os anjos não têm essa responsabilidade a menos que sejam especificamente designados.

É claro que, às vezes, eles têm essa tarefa, como na ocasião que transmitiram as leis de Deus, como vimos acima, e na pregação do evangelho a todo o mundo (Apocalipse 14:6). Mas, geralmente, a responsabilidade deles é ajudar nas necessidades físicas.

Os anjos nos protegem: "O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que O temem, e os livra" (Salmos 34:7).

Lembra-se da proteção física que os anjos proporcionaram a Daniel? Eles fecharam a boca dos leões (Daniel 6:22). Em Atos 12:7-8, um anjo tirou Pedro da prisão, e então se certificou de que ele se vestiu e colocou os sapatos adequadamente! Mais uma vez, vemos os anjos atendendo às necessidades físicas dos servos de Deus e dando-lhes a assistência necessária.

Observe também em Salmos 91:10-11: "Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos Seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos".

Os anjos também nos defenderão contra os nossos inimigos: “Pleiteia, SENHOR, com aqueles que pleiteiam comigo; peleja contra os que pelejam contra mim...Sejam como pragana perante o vento; o anjo do SENHOR os faça fugir" (Salmos 35:1, 5).

Arautos, que avisam sobre julgamentos e únem os eleitos

Deus também usa anjos como arautos para proclamar as boas novas e advertir sobre o julgamento.

Gabriel foi usado para anunciar o nascimento de João Batista e do próprio Jesus, como vimos em um capítulo anterior. Anjos removeram a pedra do túmulo de Cristo e anunciaram que Ele não estava lá — que tinha ressuscitado dentre os mortos.

Em Apocalipse 14:6, citado acima, o apóstolo João escreveu: “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo". Então, o anjo diz a todos: “Temei a Deus e dai-Lhe glória, porque vinda é a hora do Seu juízo" (versículo 7).

Outro anjo anuncia a queda da Babilônia (versículo 8), enquanto um terceiro anjo adverte contra receber a marca da Besta para não ser "atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro" (Versículos 9-11).

Também no livro de Apocalipse vemos anjos tocando as sete trombetas que anunciam as calamidades do Dia do Senhor e o glorioso retorno de Jesus Cristo. Em Apocalipse 8:13, vemos um anjo em forma de uma águia proferindo as agonias dos habitantes da Terra ao longo das três últimas trombetas.

E os anjos são usados para cumprir o julgamento de Deus. Após o pecado de Davi em relação a Israel, um anjo foi usado para trazer uma praga — e mostrar onde um novo altar de sacrifício deveria ser construído (2 Samuel 24; 1 Crônicas 21).

Ao defender Jerusalém de invasores, um anjo do Senhor matou 185 mil pessoas no acampamento do exército da Assíria, fazendo com que o rei Senaqueribe voltasse derrotado para casa (2 Reis 19:32-37).

Em Ezequiel 9, vemos anjos, em forma de homens de Deus, enviados para matar o povo de Jerusalém, a partir do templo, por causa dos pecados do povo.

Deus fustigou o Egito com pragas no tempo do Êxodo "quando os atingiu com a sua ira ardente, com furor, indignação e hostilidade, com muitos anjos destruidores" (Salmos 78:49, NVI).

Quando, em certa ocasião, Herodes permitiu que seus súditos o adorassem como a um deus, "no mesmo instante, feriu-o o anjo do Senhor, porque não deu glória a Deus; e, comido de bichos, expirou" (Atos 12:23).

Em Apocalipse 15 e 16, vemos anjos derramando taças na Terra, as quais continham as sete últimas pragas da época do retorno de Cristo.

Também já vimos, em Apocalipse 12:7-9, que Miguel e seus anjos vão lutar contra Satanás e seus demônios e lançá-los de volta à Terra. Logo depois, no retorno de Cristo à Terra, Ele enviará um anjo para deter Satanás e o encarcerar por mil anos (Apocalipse 20:1-3).

Jesus falou de uma colheita de Seus seguidores no fim dos tempos em que "os ceifeiros são os anjos" (Mateus 13:39). E eles se livrarão de tudo que se opõe a Deus: “Mandará o Filho do Homem os Seus anjos, e eles colherão do seu Reino tudo o que causa escândalo e os que cometem iniquidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo" (versículos 41-42).

Contudo, eles trarão até Ele os Seus verdadeiros seguidores: "E Ele enviará os Seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os Seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus” (Mateus 24:31).

E, num futuro distante nesse novo paraíso e nessa nova terra, encontraremos anjos nas doze portas da Nova Jerusalém (Apocalipse 21:12).

Os anjos justos de Deus sempre estarão lá, pois eles são imortais, como também nós seremos (Lucas 20:36). E para sempre servirão devotadamente a Deus e a Seus filhos glorificados. Outra vez, que todos nós possamos seguir o exemplo da perfeita obediência deles!