A Festa dos Tabernáculos
Jesus Cristo Reina sobre Toda a Terra
Mas o que são esses “tempos de refrigério” e “tempos de restauração” de que falou Pedro?
O plano de Deus para a humanidade inclui uma restauração. A Festa dos Tabernáculos simboliza o processo de restauração, o qual começa com o regresso de Jesus Cristo, representado pela Festa das Trombetas, e a expulsão de Satanás, representada pelo Dia de Expiação. Uma vez que ocorram estes eventos, como representados pelos Dias Santos anteriores, a base estará pronta para a restauração da paz e da harmonia com Deus.
Os sete dias da Festa dos Tabernáculos (Levítico 23:34-35) representam o reino de Jesus Cristo de mil anos sobre a Terra, depois de Sua segunda vinda (ver Apocalipse 20:4). Este período é chamado, muitas vezes, de o Milênio, que simplesmente significa “mil anos”.
Esta festa também reflete o “descanso” simbolizado pelo sábado semanal (Hebreus 4:1-11), que celebra a grande colheita da humanidade, quando todas as pessoas então vivas aprenderão os caminhos de Deus. A humanidade finalmente será restaurada a um relacionamento correto com Deus (Isaías 11:9-10).
No princípio, Deus criou a humanidade para cooperar com Ele em um belo relacionamento caracterizado pelo amor, pela paz e pela obediência às Suas leis. Quando completou a Sua criação “viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gênesis 1:31). Esse tempo de paz e harmonia terminou abruptamente por causa da intervenção de Satanás e da desobediência do homem (Gênesis 3:1-6). A desobediência afastou a humanidade do caminho de Deus (versículos 21-24). Assim a Bíblia descreve esse trágico incidente: “E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gênesis 6:5).
O rompimento desse relacionamento entre Deus e o homem tem persistido através da história até hoje. Paulo refletiu sobre essa condição: “O pecado entrou no mundo por meio de um só homem [Adão], e o seu pecado trouxe consigo a morte. Como resultado, a morte se espalhou por toda a raça humana porque todos pecaram” (Romanos 5:12 BLH).
Paulo sabia que Jesus Cristo tinha fechado a brecha criada pela desobediência do homem: “Porque, assim como a morte veio por um homem [Adão], também a ressurreição dos mortos veio por um homem [Cristo]. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Coríntios 15:21-22).
Isaías profetizou a restauração do mundo
Deus usou o profeta Isaías para revelar partes do Seu magnífico plano para restaurar o mundo. O livro de Isaías foi escrito durante um tempo em que Israel sofria a punição por sua contínua desobediência e foi inspirado por Deus para dar encorajamento à nação através da promessa de um mundo melhor no futuro. Depois ler na sinagoga uma das profecias de Isaías, Jesus Cristo reconheceu que Isaias recebeu um entendimento especial: “Isaías disse isso quando viu a Sua glória e falou dEle” (João 12:41). Isaías não só profetizou do ministério de Cristo na terra, como também escreveu do regresso de Cristo em poder e glória (Isaías 66:15-16).
A base do governo messiânico de Jesus será a lei de Deus. Pois, assim Isaías profetizou: “E acontecerá, nos últimos dias, que se firmará o monte da Casa do SENHOR no cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. E virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do SENHOR” (Isaías 2:2-3).
Um mundo de paz e abundância
Após regressar, Cristo fará com que a criação volte à sua total harmonia com Deus, e paz jamais voltará a ser exceção. O rei Davi disse: “Muita paz têm os que amam a tua lei” (Salmos 119:165). Imagine-se como será o mundo quando todos souberem da lei de Deus e viverem de acordo com ela!
Evidentemente, será preciso mais do que conhecimento para se alcançar essa transformação. Uma mudança espiritual ocorrerá nas pessoas. Deus, falando por intermédio de Ezequiel, descreve como isso acontecerá: “E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ezequiel 36:26-27).
O Espírito Santo influenciará as pessoas a obedecer, voluntária e entusiasticamente a Deus de todo o seu coração. Elas vão começar a se interessar mais pelas outras do que por elas próprias. Começarão a ver as outras pessoas como “superiores a si mesmo” (Filipenses 2:3). O seu objetivo será o de ajudar o seu semelhante em vez de cuidar do seu próprio interesse. Não haverá mais roubo. O desrespeito pela propriedade e os sentimentos dos outros vão acabar. E o mundo finalmente viverá em paz, porque as nações “converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças, em foices; não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerrear” (Isaías 2:4; Miquéias 4:3).
Durante esse período de mil anos, Deus mudará até a natureza dos animais selvagens, refletindo a paz que virá sobre a sociedade. Descrevendo esse tempo idílico, Isaías 11:7-9 diz: “A vaca e a ursa pastarão juntas, e seus filhos juntos se deitarão; e o leão comerá palha como o boi. E brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da Minha santidade…”
Revertendo os efeitos do pecado
Deus também vai curar as enfermidades físicas das pessoas. Isaías 35:5-6 profetiza sobre isto: “Então, os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão...os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará.”
E o mais importante será a cura espiritual que acontecerá. Isaías profetiza que Jesus Cristo completará a cura que começou durante o Seu ministério na Terra: “O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado...” (Isaías 61:1-3, ARA; Lucas 4:18-19). Os maus resultados acumulados por gerações que viveram nos caminhos pecaminosos de Satanás serão revertidos.
A festa dos Tabernáculos também se chama Festa da Colheita (Êxodo 23:16). Este nome significa a conclusão da colheita agrícola anual de Israel. Neste cenário disse Deus: “Vos alegrareis perante o SENHOR, vosso Deus” (Deuteronômio 12:12, 18; 14:26). Essa Festa é uma ocasião para celebrar a abundância dada por Deus.
Esse mesmo tema da generosa colheita continua na futura realização dessa festa. Através de Isaías, Deus diz que o deserto se tornará terra produtiva: “Águas arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo. E a terra seca se transformará em tanques, e a terra sedenta, em mananciais de águas” (Isaías 35:6-7).
Nessa altura a terra produzirá abundantes colheitas. “Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que o que lavra alcançará ao que sega, e o que pisa as uvas, ao que lança a semente; e os montes destilarão mosto, e todos os outeiros se derreterão” (Amós 9:13).
O significado de tabernáculos
O nome Festa dos Tabernáculos deriva da ordem que Deus deu à antiga Israel para erguer “tabernáculos” temporários, às vezes chamados de “barracas” ou “cabanas”, para viverem durante a festa. Os israelitas deixavam as suas casas e construíam residências temporárias (do hebraico succah que significa “barraca de ramos entrelaçados”) para nelas residirem enquanto festejavam perante Deus. Isto recordava-lhes de sua libertação da escravidão e de quando viveram em tendas quando Deus os tirou do Egito (Levítico 23:34, 41-43). Contrastando completamente com o sofrimento da escravidão essa festa ressalta o descanso, a paz e a prosperidade ao satisfazer as necessidades do povo, inclusive de estrangeiros, viúvas e pobres.
A Bíblia realça que, tal como as cabanas ou residências temporárias, a nossa vida física é transitória. Os registros do apóstolo Paulo refletem esse tema: “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu” (2 Coríntios 5:1-2).
O livro de Hebreus relata exemplos de muitos servidores fiéis de Deus através dos séculos, e conclui: “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas, vendo-as de longe, e crendo nelas, e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra” (Hebreus 11:13).
A Festa dos Tabernáculos é uma lembrança anual do nosso estado temporário e de que também nós “buscamos uma pátria” (versículo 14). Esta lição é reforçada quando viajamos para algum local da Festa dos Tabernáculos e celebramos o festival em habitações temporárias como hotéis e acampamentos.
Essa festa nos lembra que, independente de nossas posses materiais, ainda somos mortais com uma necessidade de ser transformados para obter a vida eterna (1 Coríntios 15:50-54).
Nos registros da visão conhecida por “transfiguração,” Jesus deu um vislumbre do Reino de Deus a Pedro, Tiago e João. Cristo apareceu em glória e falava com Moisés e Elias. A reação imediata de Pedro foi sugerir que fossem feitos rapidamente três tabernáculos (cabanas). Tudo indica que ele compreendeu a importância da ligação entre tabernáculos e a nossa busca pela vida eterna no Reino de Deus (ver Mateus 17:1-9; Lucas 9:27-36).
A função no Milênio dos santos ressuscitados
O julgamento dos habitantes da Terra que vão viver durante os mil anos, como retrata a Festa dos Tabernáculos, (Isaías 2:4; 51:4-5) começará logo após Cristo trazer “muitos filhos à glória” (Hebreus 2:10). Estas escrituras mostram que esse julgamento é um tempo de oportunidade universal para salvação. Por isso, Deus determinou mil anos em que os santos ressuscitados, as primícias da colheita de Deus, reinarão com Cristo na Terra como reis e sacerdotes para que muitos outros possam entrar no Reino de Deus (Apocalipse 5:10; 20:6).
Jesus prometeu que “ao que vencer e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações” (Apocalipse 2:26). Aqueles que Deus ressuscitar, no regresso de Cristo, terão a estupenda oportunidade de trabalhar com Ele para ajudar todas as nações a desenvolverem um relacionamento com Deus. (Para mais detalhes, solicite nosso guia de estudo bíblico gratuito Qual é o Seu Destino?).
A base para essa relação começa com a instrução da lei de Deus e dos próprios Dias Santos. Observe as palavras de Zacarias: “E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorarem o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrarem a Festa dos Tabernáculos” (Zacarias 14:16 ACF). Outros profetas descrevem esse período como uma era em que a lei de Deus cobrirá a Terra “como as águas cobrem o mar” (Isaías 11:9; Habacuque 2:14).
Muitos ajudarão a Jesus Cristo nesse programa educacional universal que tem o objetivo de auxiliar aos outros a compreender o caminho de Deus. Ao falar sobre esse tempo, Isaías diz que os “...instruidores nunca mais fugirão de ti, como voando com asas; antes, os teus olhos verão a todos os teus mestres. E os teus ouvidos ouvirão a palavra que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho; andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda” (Isaías 30:20-21).
A oportunidade de ajudar a outros a compreender e a reconciliar-se com Deus é um maravilhoso chamado. E aquele que fizer parte desse processo será chamado “Reparador das Roturas e Restaurador de Veredas para Morar” (Isaías 58:12).
Atualmente, Deus está chamando algumas pessoas para sair deste mundo e tornar-se Seu povo escolhido, santificado e redimido (2 Coríntios 6:16; 7:1). Essas pessoas devem viver uma vida exemplar enquanto Deus as prepara para servirem durante e depois do reino milenar de Cristo.
“Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma,” escreveu o apóstolo Pedro, “tendo o vosso viver honesto entre os gentios, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no Dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem” (1 Pedro 2:11-12).
Um conflito final
Através de todo Seu plano para salvar a humanidade, Deus nunca força alguém a obedecer-Lhe. Todas as pessoas são livres para escolher o que farão e se aceitarão ou rejeitarão o Seu caminho de vida.
Depois desses mil anos, Deus permitirá a Satanás testar as convicções espirituais dos habitantes da Terra. Apocalipse 20:7-10 descreve esse tempo. Deus soltará o diabo da prisão e permitirá que ele engane aqueles que não estão convictos da perfeita retidão do caminho de Deus. Então, Deus destruirá, com fogo, os que seguirem a Satanás nessa rebelião. O esforço fútil do diabo terminará em um fracasso. Essa última e trágica rebelião contra Deus resultará em nada e a influência destrutiva e enganadora de Satanás sobre a humanidade chegará ao fim.
Agora, o palco está pronto para os acontecimentos descritos por outro Dia Santo. A Festa dos Tabernáculos oferece uma maravilhosa oportunidade de salvação para os que ficarem vivos no regresso de Cristo, bem como para os seus descendentes físicos, durante o Milênio. Mas, o que vai acontecer com milhões de pessoas das gerações passadas que viveram e morreram sem nunca compreender — ou até mesmo ouvir — a verdade de Deus? O que vai acontecer com aqueles que vão morrer no cataclismo que precederá o regresso de Cristo? Como Deus vai oferecer-lhes a salvação? No próximo capítulo teremos a resposta.