O Oitavo Dia: A Vida Eterna Oferecida a Todos

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O Oitavo Dia

A Vida Eterna Oferecida a Todos

Essa passagem em particular levanta questões difíceis para quem crer que Deus está tentando desesperadamente salvar o mundo inteiro agora. Se esse é o único período de salvação, então temos de concluir que a missão de Cristo para salvar a humanidade vem sendo um fracasso. Afinal, ao longo dos séculos milhares de milhões de pessoas viveram e morreram sem nunca terem ouvido falar o nome de Jesus Cristo. Até mesmo hoje,  morrem diariamente milhares de seres humanos sem nunca ouvir falar de Cristo.

Apesar do zelo missionário de muitos ao longo dos séculos, muito mais pessoas foram “perdidas” do que “salvas”. Se Deus é realmente todo poderoso, por que tantos nem chegaram a ouvir falar do evangelho da salvação? O retrato tradicional do conflito entre Deus e Satanás pela humanidade coloca Deus como perdedor nessa luta.

Qual é o destino dessas pessoas? O que Deus tem em mente para quem nunca creu em Cristo ou nunca compreendeu qualquer verdade de Deus? Como elas se encaixam no plano de Deus? Será que elas estão perdidas para sempre e não têm nenhuma esperança de salvação?

Não devemos duvidar do poder de salvação de Deus! Examinemos algumas suposições comuns e alcancemos o entendimento da maravilhosa solução do nosso Criador!

A solução do dilema

Paulo nos diz que Deus “quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1 Timóteo 2:4). Pedro acrescenta que Deus é “longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pedro 3:9). Este é o objetivo prioritário de Deus em relação à humanidade: Ele deseja que tantos quantos possível se arrependam, tomem conhecimento da verdade e recebam a Sua oferta de salvação!

Jesus explicou como isso acontecerá. João 7:1-14 descreve como Jesus foi para Jerusalém para a Festa dos Tabernáculos. Ele apareceu publicamente e disse às pessoas. “Se alguém tem sede, que venha a Mim e beba. Quem crê em Mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” (João 7:37-38).

A mensagem de Cristo aqui registrada, muito provavelmente, foi proferida à volta do pôr do sol do sétimo e último dia da Festa dos Tabernáculos e ao começo do oitavo dia (os Dias Sagrados de Deus começam com o pôr do sol e terminam no seguinte pôr do sol). Os eruditos se dividem se teria sido no sétimo dia ou no dia seguinte. Isto porque Levítico 23 diz que a Festa dos Tabernáculos dura sete dias, mas que é seguida imediatamente por um Dia Santo Anual, o “oitavo” dia (versículos 33-36, 39).

No entanto o peso da evidência e a sequência dos acontecimentos indicam que o capítulo 7 de João descreve eventos à volta do pôr-do-sol do sétimo dia e ao começo do oitavo dia (os Dias Sagrados de Deus começam com o pôr do sol e terminam no seguinte pôr do sol). O capítulo conclui com as pessoas retornando às suas casas ao anoitecer daquele dia. O tema do ensinamento de Cristo continua no capítulo 8 (que é claramente a manhã seguinte, versículo 2) e inclui a oferta de salvação a toda a humanidade.

Em Levítico 23:39, vemos que este dia segue imediatamente a Festa dos Tabernáculos, mas é uma festa separada com seu próprio e distinto significado. Com base nas palavras de Cristo (em João 7:37) e no tema da oferta de salvação a toda a humanidade, às vezes, esta festa é chamada de o "Último Grande Dia", embora o Antigo Testamento simplesmente a chame de "o oitavo dia".

O simbolismo do ensinamento de Cristo

Qual foi o significado do ensinamento de Cristo sobre a “água viva”? Nos seus dias, segundo a tradição, durante a Festa dos Tabernáculos, os sacerdotes traziam vasos de ouro com água do tanque de Siloé, no lado sul de Jerusalém, e derramavam sobre o altar no templo. Essa alegre celebração ao som de trombetas marcava essa cerimônia enquanto o povo cantava as palavras de Isaías: “E vós, com alegria, tirareis águas das fontes da salvação” (Isaías 12:3).

E, donde todos podiam ouvi-Lo, Jesus deu uma lição sobre essa água (ao fim do sétimo dia, início do oitavo), revelando que todos aqueles que estivessem com sede podiam ir até Ele para serem refrescados — para sempre. A água representava, na analogia de Cristo, o Espírito Santo de Deus, o qual aqueles que acreditavam em Jesus receberiam (João 7:39). Ele mostrava que as necessidades básicas da sede e da fome espiritual somente podiam ser satisfeitas por Ele, que é “o pão da vida” (João 6:48) e a fonte da água viva.

Mas quando isso aconteceria? Em seis meses, os próprios compatriotas de Cristo pressionariam as autoridades romanas a executá-Lo. E cerca de quarenta anos depois, o templo e todas as suas cerimônias, incluindo as descritas acima, chegaram ao fim pelas mãos das legiões romanas.

A humanidade ainda está faminta e sedenta pela mensagem trazida por Cristo — e pelos significado de viver justamente para encontrar a verdadeira felicidade. A promessa de Deus de derramar Seu Espírito sobre toda a carne (Joel 2:28) ainda não foi cumprida, exceto em uma maneira pequena e preliminar entre os poucos que Ele chamou nesta era. Milhares de milhões de pessoas morreram sem satisfazerem suas mais profundas necessidades espirituais. Quando elas serão renovadas pelo poder vivificante do Espírito de Deus?

Uma ressurreição física para uma oportunidade de salvação

Para encontrar a resposta, devemos analisar novamente uma questão que os discípulos trouxeram a Cristo logo antes de Sua ascensão: “Senhor, restaurarás Tu neste tempo o reino a Israel?” (Atos 1:6). Quando os discípulos falaram dessa restauração, eles a entenderam no contexto das muitas profecias de uma nação reunificada de Israel sob o governo vindouro do Messias.

Essa profecia está em Ezequiel 37. Essa escritura descreve a visão de Ezequiel de um vale cheio de ossos. Deus pergunta: “Filho do homem, acaso, poderão reviver estes ossos?”, Ao que o profeta responde: “SENHOR Deus, tu o sabes” (versículo 3, ARA). Deus então diz aos ossos: “Eis que farei entrar o espírito em vós, e vivereis. Porei tendões sobre vós, farei crescer carne sobre vós, sobre vós estenderei pele e porei em vós o espírito, e vivereis. E sabereis que eu sou o SENHOR” (versículos 5-6, ARA).

Nesta visão acontece uma ressurreição física. O relato reconhece a desesperada situação em que essas pessoas se encontravam: “Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo exterminados” (versículo 11, ARA).

Seu Criador, contudo, oferece-lhes a esperança de uma ressurreição e o dom do Espírito Santo num cenário de uma nação reunificada. Nessa dramática visão, a antiga Israel serve de modelo para todos os povos que Deus ressuscitará à vida física. Diz Deus: “Eu abrirei as vossas sepulturas, e vos farei sair das vossas sepulturas, ó povo Meu...porei em vós o Meu Espírito, e vivereis” (versículos 12, 14). Neste tempo futuro, Deus disponibilizará gratuitamentea água espiritual vivificadora do Seu Espírito Santo.

Deus promete: "Farei com eles aliança de paz; será aliança perpétua . . . O meu tabernáculo estará com eles; Eu serei o Seu Deus, e eles serão o Meu povo” (Ezequiel 37:26-27).

O apóstolo Paulo também se referiu a esse futuro evento: “Digo, pois: porventura, rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum! Porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o Seu povo, que antes conheceu” (Romanos 11:1-2).

Como Paulo escreveu ainda: "E, assim, todo o Israel será salvo" (Romanos 11:26). Isso não significa até o último indivíduo, pois alguns acabarão rejeitando a oferta de salvação de Deus (ver “Qual é o Destino dos Impenitentes?”). Mas está claro que a maior parte da nação será salva. Entretanto, não apenas Israel, mas todos os que nunca tiveram a oportunidade de beber da água viva da Palavra de Deus e do Seu Espírito Santo finalmente poderão fazê-lo (Romanos 9:22-26). Deus lhes oferecerá a oportunidade da vida eterna.

O Julgamento do Grande Trono Branco

Em Apocalipse 20:5, João escreve: “Os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram.” Aqui, João faz uma clara distinção entre a primeira ressurreição, que ocorre no momento da segunda vinda de Cristo (versículos 4, 6), e a segunda ressurreição, que acontecerá no fim do reino milenar de Cristo. Lembre-se que a primeira ressurreição é para a vida eterna. Em contraste, Deus ressuscita estes na segunda ressurreição para uma existência física, com carne e sangue.

João relata essa mesma segunda ressurreição para a vida física descrita por Ezequiel: “Vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados, cada um, segundo as suas obras” (versículos11-13).

Os mortos que estão diante do Criador são todos aqueles que morreram sem nunca conhecer o verdadeiro Deus. Como na visão de Ezequiel dos ossos secos voltando à vida, essas pessoas saem de suas sepulturas e começam a conhecer o Seu Deus. Os livros (biblia em grego, donde provém a palavra Bíblia) são as Escrituras, a única fonte do conhecimento da vida eterna. Finalmente, todos terão uma oportunidade de entender completamente o plano de salvação de Deus.

Essa ressurreição física não é uma segunda oportunidade para a salvação. Para essas pessoas realmente é a primeira oportunidade para conhecer o Criador. Os ressuscitados são “julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros” (versículo 12). Este julgamento envolverá um período de avaliação durante o qual eles terão a oportunidade de ouvir, compreender e crescer no caminho de vida de Deus, e os seus nomes serão escritos no Livro da Vida (versículo 15). Durante esse tempo, bilhões de pessoas terão acesso à vida eterna.

Esta última festa do ano mostra quão profundos e  abrangentes são os misericordiosos julgamentos de Deus. Jesus Cristo falou da maravilhosa verdade representada por esse dia quando comparou três cidades daquela época, que falharam em responder aos Seus miraculosos feitos, com três cidades do mundo antigo:

“Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido com pano de saco grosseiro e com cinza. Por isso, eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no Dia do Juízo, do que para vós. E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. Porém eu vos digo que haverá menos rigor para os de Sodoma, no Dia do Juízo, do que para ti” (Mateus 11:21-24).

Os habitantes de Tiro, Sidom e Sodoma da antiguidade — cidades que atraíram a ira de Deus por suas depravações — receberão misericórdia no dia de julgamento. Ao contrário de Corazim, de Betsaida e de Cafarnaum, estas cidades de tempos antigos tiveram pouca oportunidade de conhecer Deus. No entanto, Ele finalmente ressuscitará essas pessoas logo após os primeiros mil anos do reinado de Cristo sobre o mundo, incluindo-as no tempo do julgamento, quando até mesmo aqueles que viveram em eras passadas serão reconciliados com Deus.

Em exemplos semelhantes, Jesus se refere ao povo da antiga cidade pagã de Nínive, à rainha do Sul (de Sabá) do tempo de Salomão e, uma vez mais, a Sodoma e Gomorra da antiguidade, que servem como o epítome da maldade (Mateus 10: 14-15; 12:41-42). Deus não tolera a perversão e o pecado, mas é evidente que Ele não concluiu Seu trabalho na vida das pessoas dessas gerações antigas. Isto requer que eles sejam ressuscitados — trazido à vida física de novo — e, finalmente, instruídas em Seus caminhos.

Jesus estava descrevendo uma época em que pessoas de todas as eras passadas — as pessoas falecidas da antiga cidade assíria de Nínive e a bíblica “rainha do sul” da época de Salomão se levantarão com as pessoas de Sua geração e viverão ao mesmo tempo...e, juntas, toda entenderão a verdade sobre quem era Cristo e o propósito da vida. Será um tempo de conhecimento universal de Deus. Desde o menor até o maior, todos O conhecerão (Hebreus 8:11). Essa pessoas, mencionadas especificamente por Jesus mencionou e muitíssima outras, finalmente terão sua oportunidade de salvação.

Esse último período de julgamento conclui o plano de Deus para salvar o mundo. Será um tempo de amor, de profunda misericórdia e do insondável julgamento de Deus. A oportunidade de beber das águas vivificantes do Espírito Santo realmente saciará a mais profunda sede de homens e mulheres. Esse tempo de justo julgamento trará de volta à vida aqueles que já haviam sido esquecidos pela humanidade, mas que nunca foram esquecidos por Deus.

Qual é o destino dos que morrem sem conhecer realmente a Jesus Cristo, o Filho de Deus? Qual a esperança de bilhões de pessoas que viveram e morreram sem conhecer o propósito de Deus? As Escrituras mostram que elas não estão sem esperança. Ele os trará de volta à vida e lhes dará a oportunidade de vida eterna como seres espirituais no Reino de Deus.

Deus fará com que o Seu plano se realize e trará muitos filhos à glória (Hebreus 2:10). Sua promessa de derramar o Seu Espírito sobre toda a carne será totalmente cumprida. As águas que saciam a sede do Espírito Santo estarão disponíveis a todos no tempo representado pelo Oitavo Dia, a última das festas anuais de Deus.

Essas festas bíblicas representam um plano maravilhoso! Estaríamos completamente desnorteados sem o entendimento delas!