O Crescimento para Alcançar a Maturidade Espiritual

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O Crescimento para Alcançar a Maturidade Espiritual

A Bíblia nos ensina que o Espírito Santo é o poder de Deus que pode transformar a nossa vida e nos ajudar a compreender corretamente o propósito e a vontade de Deus para nós.

Paulo escreveu: “Cresçamos em tudo até alcançarmos a altura espiritual de Cristo, que é a cabeça” (Efésios 4:15, BLH). E também disse: “Irmãos, não sejais meninos no juízo; na malícia, sim, sede crianças; quanto ao juízo, sede homen samadurecidos” (1 Coríntios 14:20, ARA).

Este processo de crescimento tem a ver com o domínio dos apetites da carne, substituindo-os pelo caráter de Cristo. Por onde começamos?

João diz-nos: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus” (1 João 3:9, ARA). O cristão convertido não peca habitualmente. Afinal de contas, ele deve estar determinado a se afastar do pecado.

O sentido aqui não é que um cristão nunca vai pecar (1 João 1:8), pois ainda somos seres humanos falíveis e ainda podemos ser influenciados pela nossa natureza e pelo mundo degenerado em que vivemos. Em vez disso, o sentido é que um cristão não deve deixar o pecado fazer parte de sua prática cotidiana.

Observe esta tradução parafrase de 1 João 3:9: “Os que foram concebidos e trazidos à vida por Deus não fazem do pecado uma prática. Como poderiam? A semente de Deus está no íntimo do seu ser, fazendo deles o que são. Não é da natureza dos nascidos de Deus praticar e ostentar o pecado” (A Mensagem).

Um cristão verdadeiramente convertido vai tropeçar e pecar às vezes, mas sua vida será uma luta ferrenha para evitar o pecado. Isso envolverá o aprendizado não apenas de resistir à tentação, mas também de fugir das circunstâncias em que se poderia ser tentado a transgredir (1 Coríntios 6:18).

Em Efésios 4 Paulo apresenta uma fórmula prática para vencer o pecado. Ele ilustra o método com vários exemplos, de forma a podermos entender claramente o que isso envolve. Quando examinamos esses versículos notamos três passos que precisamos tomar para passar de uma vida pecaminosa para outra que represente apropriadamente a obra de Deus  conosco e em nós.

Esta é a instrução de Paulo relativa à superação de nossa tendência ao pecado: “Vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” (Efésios 4:22-24, ACF).

Despojar-se do antigo eu

O primeiro passo, diz Paulo, é se “despojar do velho homem”. Para fazermos isto temos que entender que o velho homem é a nossa natureza egoísta e carnal, a qual é hostil a Deus (Romanos 8:7).

O “antigo eu” a que Paulo se refere constitui-se de nossa mente não convertida e dos atos pecaminosos que daí procede. Como abordado anteriormente, o nosso “antigo eu” deve ser submetido a uma morte simbólica e ser sepultado pelas águas do batismo (Romanos 6:1-4).

Com o passar do tempo, Deus milagrosamente muda o que há de pior em nós com o poder transformador do Seu Espírito. Ele pode nos libertar dos inúmeros pecados que nos aprisionam—pecados que pensávamos que jamais poderíamos vencer. Assim, podemos ser libertados das amarras que nos enlaçaram e nos fizeram escravos por tanto tempo.

Com a ajuda de Deus somos libertados progressivamente de um caminho de vida errado, o qual Paulo chama de servidão (Romanos 6:16). Para nos livrarmos da escravidão, Paulo nos diz: “Matem os desejos deste mundo que agem em vocês, isto é, a imoralidade sexual, a indecência, as paixões más, os maus desejos e a cobiça, porque a cobiça é um tipo de idolatria” (Colossenses 3:5, BLH).

À medida que estudamos a Palavra de Deus, mesmo depois de batizados e convertidos, continuamos a ver revelados detalhes de nossa natureza humana. As Escrituras nos ajudam a identificar as mudanças que ainda precisamos fazer. A Palavra de Deus, se a permitirmos, corta e penetra o âmago do nosso ser “e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4:12).

A Palavra de Deus nos auxilia a identificar os nossas atos e pensamentos errados (ver “Porque o Estudo da Bíblia é Necessário para o Crescimento Espiritual”). Então, podemos nos afastar disso e ter pensamentos puros e fazer boas obras. Mas não podemos fazer isso sozinho!

Precisamos despertar o dom do Espírito de Deus em nós (2 Timóteo 1:6). Este Espírito pode nos renovar diariamente e dar forças à nossa nova natureza para termos sucesso na luta contra o pecado (2 Coríntios 4:16). Com a ajuda do Seu Espírito podemos “mortificar as obras do corpo” (Romanos 8:13).

Alguns perdem a sua luta contra o pecado porque tentam vencê-lo por sua própria força em vez de usar o poder que Deus dispõe através do Seu Espírito. Paulo reconhece esta deficiência humana. Ele conhecia perfeitamente o impacto da natureza humana em nosso comportamento, pois escreveu: “Que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo” (Romanos 7:21). Esta escritura descreve a luta de Paulo—e de todo cristão—entre a sua natureza humana e a sua nova natureza divina.

Somente através da presença de Jesus em nós é que podemos viver uma vida nova, de acordo com as normas de Deus (Gálatas 2:20). Por meio dEle podemos ser redimidos “de toda iniquidade” e purificados para ser “um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tito 2:14). Com a ajuda de Deus podemos vencer.

Revestir-se do novo

Se lutarmos sozinhos para despojar o “antigo eu”, o processo de superação fica incompleto. Agora vem a parte mais difícil. Devemos, com a ajuda de Deus, imprimir em nosso caráter os traços positivos que são o oposto das falhas que identificamos. Como Paulo explica, temos que nos “revestir do novo homem” (Efésios 4:24) com todas as suas características divinas. Devemos concentrar a nossa atenção e esforços no comportamento santo que desejamos apresentar.

Temos de nos concentrar no positivo para eliminar o negativo. É aqui onde os exemplos que Paulo usa são tão instrutivos e úteis: “Por isso deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo” (versículo 25).

Quando é que um mentiroso deixa de ser mentiroso? Ele não deixa de ser um mentiroso apenas por ficar de boca fechada. Ele ainda é um mentiroso que vive entre mentiras, por assim dizer. A única maneira em que pode demonstrar a mudança no seu caráter é “falando a verdade cada um com o seu próximo”.

Ele tem de se despir do velho eu e se revestir do novo. Quando um ex-mentiroso, consistentemente começa a dizer a verdade, as suas antigas atitudes de desonestidade e de dissimulação começam a secar e morrer.  É o que acontece quando, com a ajuda do Espírito de Deus, nos esforçamos para vencer nosso antigo modo de vida e substituí-lo pelo de Deus.

Paulo comenta outro exemplo, o ato de roubar. Quando é que um ladrão deixa de ser ladrão? Um ladrão que não esteja roubando alguma coisa agora pode estar “dando um tempo”. A única forma de um ladrão demonstrar que mudou a sua atitude é começando, de forma consistente, a fazer o oposto.

O roubo é simplesmente o ato de apropriação indébita. O ato oposto a essa atitude egoísta de roubar é o de dar. Com a ajuda de Deus um ex-ladrão aprenderá a trabalhar “fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (versículo 28).

Palavras destrutivas ou edificantes?

Paulo cita ainda outro exemplo do modo como nos comunicamos. Frequentemente, a nossa língua manifesta precisamente a nossa natureza dominante, quer seja boa ou má. Jesus disse que “a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12:34, ARA). Tiago diz-nos que a língua desenfreada é um “mundo de iniquidade” (Tiago 3:6).

Manter silêncio para que nenhuma conversa corrupta saia da boca pode ser um passo na direção certa. Mas manter a nossa boca fechada, por si só, não é prova de que a nossa natureza mudou. Pois, “até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio” (Provérbios 17:28). A nossa natureza muda fundamentalmente quando começamos a usar a língua de uma maneira positiva. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem” (Efésios 4:29).

Para vencermos a tendência de falar coisas erradas, devemos pedir a Deus que, através do poder do Seu Espírito, nos ajude guiando as nossas conversas para o encorajamento e edificação dos outros em lugar da recriminação e desprezo. As nossas palavras devem brotar de um “manancial de vida” (Provérbios 10:11). A nossa conversa deve ser como “prata escolhida” (Provérbios 10:20). Devemos rogar a Deus para que a nossa linguagem seja “sempre agradável, temperada com sal” (Colossenses 4:6).

Podemos vencer as nossas características ruins concentrando-nos num comportamento justo. Através do uso desta fórmula, com a ajuda do Espírito de Deus, a mudança torna-se uma parte permanente de nosso caráter.

Que espírito estará contigo?

O Espírito de Deus contrasta com o espírito da “amargura e ira” em Efésios 4:31-32: “Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda malícia seja tirada de entre vós. Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”. Quando cedemos à natureza do velho homem, com todas as suas práticas corruptas, “damos lugar ao diabo” (versículo 27). Quando somos amáveis e clementes refletimos o Espírito de Deus.

Talvez agora possamos compreender porque podemos extinguir o Espírito de Deus (1 Tessalonicenses 5:19) se recusamos sua orientação e praticamos o roubo ou conversação corrupta, como mentir. Satanás vive em tal ambiente.

Mas quando nos revestimos do espírito do novo homem, prevalecem os resultados opostos. Satanás odeia o comportamento divino e não pode prevalecer num ambiente assim. No entanto, o Espírito de Deus se desenvolve numa pessoa que se esforça para viver uma vida piedosa.

Tudo isso ilustra maravilhosamente algumas verdades simples, mas profundas. Quando “nos sujeitamos a Deus” e “resistimos ao diabo,” ele foge de nós (Tiago 4:7). Como disse Paulo: “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gálatas 5:16).

O meio mais simples de tirar o ar de um copo é enchendo-o de água. Do mesmo modo, Deus pode superar nossa natureza humana enchendo a nossa mente com a Sua natureza e os seus inúmeros atributos maravilhosos.

Como 2 Pedro 1:5-8 nos diz: “Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor. Porque, se essas qualidades existirem e estiverem crescendo em sua vida, elas impedirão que vocês, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos” (NVI).

Isto não significa que não voltaremos a pecar, pois ainda somos seres físicos sujeitos à fraqueza humana. No entanto, não precisamos desanimar diante dos nossos pecados. Na verdade, devemos estar agradecidos por estarmos cientes deles, porque a consciência é o primeiro passo para a sua erradicação.

O apóstolo Paulo, referindo-se ao fato de ainda não ter alcançado a perfeição em seus esforços para eliminar o pecado de sua vida, dá-nos esta perspectiva: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prémio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3:13-14, ARA).

No livro de Hebreus encontramos estas palavras encorajadoras: “Portanto, fiquemos firmes na fé que anunciamos, pois temos um Grande Sacerdote poderoso, Jesus, o Filho de Deus, o qual entrou na própria presença de Deus. O nosso Grande Sacerdote não é como aqueles que não são capazes de compreender as nossas fraquezas. Pelo contrário, temos um Grande Sacerdote que foi tentado do mesmo modo que nós, mas não pecou. Por isso tenhamos confiança e cheguemos perto do trono divino, onde está a graça de Deus. Ali receberemos misericórdia e encontraremos graça sempre que precisarmos de ajuda” (Hebreus 4:14-16, BLH).

“Portanto, deixemos de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que se agarra firmemente em nós e continuemos a correr, sem desanimar, a corrida marcada para nós. Conservemos os nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio dele que a nossa fé começa, e é ele quem a aperfeiçoa. Ele não deixou que a cruz fizesse com que ele desistisse. Pelo contrário, por causa da alegria que lhe foi prometida, ele não se importou com a humilhação de morrer na cruz e agora está sentado do lado direito do trono de Deus. Pensem no sofrimento dele e como suportou o ódio dos pecadores. Assim, vocês, não desanimem, nem desistam” (Hebreus 12:1-3, BLH).

A nossa transformação definitiva

O processo completo de conversão tem a ver com a maravilhosa transformação que Deus—por intermédio de Cristo e do poder do Espírito Santo—opera em nós. O último e mais dramático aspecto de nossa transformação ocorrerá na ressurreição dos mortos, quando Jesus regressar.

O apóstolo Paulo revela o que acontecerá aos “chamados, escolhidos e fiéis” discípulos de Cristo nesse momento: “E, agora, digo isto, irmãos: que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção. Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta”.

“Porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então, cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória” (1Coríntios 15:50-54).

Daniel também fala desse evento maravilhoso: “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno. Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do firmamento [céus]; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente” (Daniel 12:2-3). (Para saber mais, solicite nosso livro gratuito Qual é o Seu Destino?)

Finalmente, Paulo descreve a fantástica conclusão de tudo o que Deus está fazendo por nós: “Nós somos cidadãos do céu e estamos esperando ansiosamente o nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que virá de lá. Ele transformará o nosso corpo fraco e mortal e o fará ficar igual ao seu próprio corpo glorioso, usando para isso o mesmo poder que ele tem para dominar todas as coisas” (Filipenses 3:20-21, BLH).

Por isso, em Tito 2:12-14 Paulo nos ensina “que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras”.