O Fim do ‘Presente Século Mau’

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O Fim do ‘Presente Século Mau’

Eles queriam saber quando a era do desgoverno humano sob a direção de Satanás—à qual o apóstolo Paulo se refere como o “presente século mau” (Gálatas 1:4), daria lugar ao Reino de Deus.

Jesus explicou que Seu retorno seria precedido por uma “grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais” (Mateus 24:21, ARA).

É difícil imaginar a magnitude do sofrimento que terá lugar durante alguns dos terríveis anos do fim de nossa era. A profecia retrata esse tempo como o período mais violento e tumultuado da história. Jesus continuou: “Se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém sobreviveria” (versículo 22, NVI).

Felizmente, esse tempo assustador vai passar rapidamente. Imediatamente depois começará a era maravilhosa do Reino de Deus, sobre o qual escreveu Daniel. Cristo voltará para pôr um fim nessa violenta era e para estabelecer a paz permanente.

Por que, então, Deus permitirá que ocorram esses dias de guerra e caos?

A mão invisível do arquienganador

Como vimos, a Bíblia nos adverte sobre Satanás, quem engana toda a humanidade. Através deste engano ele tornou-se o governante e o deus da presente época. Pouco antes de Jesus voltar, o Deus Todo-Poderoso permitirá que Satanás, finalmente, realize o que ele começou com a cidade original da antiga Babel, ou Babilônia (Gênesis 11:1, 4). Satanás usou um homem chamado Ninrode para organizar as muitas tribos humanas, embora pequenas mas que se multiplicavam rapidamente, em um sistema bem diferente do que Deus havia planejado.

O reino de Ninrode foi a primeira tentativa registrada de unir todas as pessoas em um único império (Gênesis 10:8-12). Seu esforço ambicioso, no entanto, era contrário ao propósito de Deus. Essa foi a primeira tentativa da humanidade para frustrar o desejo de Deus em dar a cada grupo familiar seu próprio território como uma herança (Gênesis 10:32). Deus queria que a humanidade lançasse mão da extensão familiar como base para organização e estrutura. Entretanto, Ninrode, por sua vez, persuadiu ao povo a rejeitar o plano de Deus em favor de um único império apoiado por uma poderosa força militar.

Aos seguidores de Ninrode faltava fé na proteção, na liderança e no modo de vida de Deus. Eles queriam decidir por si mesmos como a terra deveria ser organizada e governada. Eles preferiram permanecer como um povo e organizar-se sem distinções de família (Gênesis 11:1, 4).

Qual foi a reação de Deus? Ele interveio no incidente da Torre de Babel e, confundindo a linguagem deles, obrigou aos primeiros habitantes da terra a se espalhar e formar nações separadas como era Sua intenção (versículos 6-8). Desde então, os profetas de Deus têm usado o termo Babilônia como uma representação simbólica do domínio de Satanás através do governo humano e de sua cultura e religião.

Durante os últimos dias do reino de Judá, no século VI a.C., a antiga cidade de Babilônia, expandiu o seu poder para se tornar o império regional dominante, sob a liderança do rei Nabucodonosor II (o Nabucodonosor da Bíblia).

No tempo do fim, Satanás, por um breve tempo, voltará a organizar vários blocos de nações significantes como potências mundiais (Apocalipse 9:16-18; 17:12-13).

A besta simbólica ressurgirá novamente

O capítulo doze de Apocalipse descreve Satanás como “um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas” (versículo 3). E também descreve sua tentativa de destruir Jesus Cristo logo após Seu nascimento: “E o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho” (vers. 4; compare Mateus 2:13-21).

E finalmente a cena muda para o tempo do fim: “Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar! Porque o diabo desceu a vós e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo” (versículo 12).

E no próximo capítulo, Apocalipse 13, começa a descrição de “uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os chifres, dez diademas, e, sobre as cabeças, um nome de blasfêmia” (versículo 1). Esta besta reflete as características de quatro bestas semelhantes mencionadadas em uma das visões proféticas de Daniel (Daniel 7).

O apóstolo João, quem escreveu o livro de Apocalipse, mais adiante, descreve a besta como ele a viu: “A besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés, como os de urso, e a sua boca, como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio” (Apocalipse 13:2).

Satanás (o dragão) é o poder nos bastidores. Esta aliança política e militar do fim dos tempos refletirá muitas das características dos quatro impérios antigos, que começou com o rei Nabucodonosor da Babilônia.

“A besta que viste [com as mesmas características básicas das quatro bestas de Daniel 7, que representam a antiga Babilônia, a Pérsia, a Grécia e a Roma], era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá” (Apocalipse 17:8, ARA).

Com a queda de Roma, esse o antigo sistema supostamente havia acabado —como se mortalmente ferido. Mas, o seu renascimento surpreendente, a partir das cinzas do Império Romano, é descrito aqui no livro de Apocalipse: “Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta” (Apocalipse 13:3, ARA).

Observe o poder e a influência que esse sistema de governo, guiado malignamente, irá exercer nos últimos dias: “E adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?” (Versículo 4, ARA). O mundo vai temer e se encantar com o enorme poder dessa aliança das nações.

Repare na configuração desta aliança política e militar. “Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora [a curto espaço de tempo]. Têm estes um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem. Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá” (Apocalipse 17:12-14).

Outra besta

“Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro [como se inspirando ou tentando imitar Cristo], mas falava como dragão [Satanás]. Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada” (Apocalipse 13:11-12, ARA). Esta besta alega representar a Jesus Cristo, o verdadeiro Cordeiro de Deus (versículo 8)—mas na verdade fala por Satanás sobre o que as pessoas devem adorar.

Em Apocalipse 17 esta besta também é retratada como uma mulher caída, uma prostituta: “E vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia e tinha sete cabeças e dez chifres. E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, adornada com ouro, e pedras preciosas, e pérolas, e tinha na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição. E, na sua testa, estava escrito o nome: MISTÉRIO, A GRANDE BABILÔNIA, A MÃE DAS PROSTITUIÇÕES E ABOMINAÇÕES DA TERRA” (versículos 3-5).

A mulher caída monta e guia a primeira besta (a aliança de dez reis, governantes de nações ou grupos de nações). Ela é a principal defensora mundial das doutrinas vergonhosas de Satanás. Ela astuciosamente preserva os mistérios pagãos—fundamentos da religião da antiga Babilônia—em suas tradições e ensinamentos. Ela será uma feroz defensora desses antigos costumes e práticas religiosas no final desta época, mais uma vez tornando-os internacionalmente popular.

Quem é esta meretriz espiritual? “A mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra” (versículo 18). As antigas cidades da Babilônia e de Roma controlavam vastos impérios, sujeitando muitas nações e reis às suas tradições e cultura. A profecia revela que uma cidade moderna assumirá um papel semelhante no tempo do fim.

Esta cidade terá uma poderosa influência no cenário religioso, político e econômico desse mundo. Essa influência será tão grande que quando a mulher caída (esta Babilônia, a Grande) seja destruída por Cristo, o caso será que “todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição. Os reis da terra se prostituíram com ela. E os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias” (Apocalipse 18:3).

Este é um poder religioso que vai influenciar todos os níveis da sociedade. Por um tempo ela determinará o ritmo ao mundo. Ela é a “grande prostituta que está assentada sobre muitas águas, com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição” (Apocalipse 17:1-2).

Satanás vai empregar as tradições e crenças dessa poderosa cidade para enganar o mundo (Apocalipse 12:9). “As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas [idiomas]” (Apocalipse 17:15).

Satanás também usará os líderes destas duas bestas para convencer ao mundo que uma nova aliança política e religiosa é a chave para a paz internacional duradoura. Mas, todo o sistema será construído sobre os conceitos que apelam para o raciocínio, a luxúria e a vaidade humana, rejeitando as leis reveladas e os caminhos de Deus. Em parte, por essa razão, o livro de Apocalipse define adequadamente essa defensora das tradições de Satanás no fim dos tempos como “Babilônia, a Grande” (Apocalipse 16:19; 18:2).

Salmos 2:1-3 descreve a atitude de governantes e de outras pessoas que abraçam os princípios de Satanás: “Por que se amotinam as nações, e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos se mancomunam [conspiram] contra o senhor e contra o seu ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras e sacudamos de nós as suas cordas”. Os sistemas políticos e religiosos de Satanás estão enraizados no conceito popular de que o homem tem o direito de decidir por si mesmo o que é certo e errado.

A paz ilusória

O diabo se gabava, a Jesus Cristo, de seu poder e controle sobre “todos os reinos do mundo” (Mateus 4:8-9). Ele nunca vai abrir mão prontamente de sua poderosa influência sobre a humanidade. É por isso que o mundo irá experimentar o tempo aterrorizante profetizado por Jesus Cristo—uma vez que, se não for abreviado, levaria à extinção da vida humana (Mateus 24:21-22).

Satanás, o arquienganador, muitas vezes ilude as pessoas a propagarem os seus argumentos enganosos. Ele os usa para defender seus conceitos básicos. No tempo do fim, a filosofia de Satanás será divulgada intensamente como a última esperança da humanidade para um mundo de paz e segurança  (1 Tessalonicenses 5:2-3). E esta filosofia será defendida como a maior oportunidade do mundo para trabalhar coletivamente para o bem de todos.

As Escrituras referem-se ao principal defensor de Satanás no tempo do fim como “o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Tessalonicenses 2:3-4).

Seus esforços serão “segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E, por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira” (versículos 9-11). O poder de persuasão deste homem será enorme.

Tragicamente, multidões de todas as nações vão acreditar em suas mentiras inteligentes. E vão apoiar entusiasticamente os conceitos que Satanás introduziu na Torre de Babel. Eles serão completamente enganados e acreditarão nas falsas garantias de que esses conceitos satânicos produzirão a paz e a ordem mundial.

Um tempo de conflito em todo o mundo

Mas, essas falsas promessas de paz e segurança duradouras terão curta duração. O reino político de Satanás do fim dos tempos terá uma falha grave que vai rachar a sua unidade dispersa.

Deus revelou ao profeta Daniel que, em sua fase final, “o reino será forte e por outra será frágil. Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro” (Daniel 2:42-43).

As nações envolvidas não serão capazes de resolver as suas diferenças. E bem no fim “os dez chifres que viste na besta . . . aborrecerão a prostituta, e a porão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo” (Apocalipse 17:16).

Somando-se à desordem e aos conflitos serão os reis do leste do rio Eufrates que participarão da “batalha, naquele grande Dia do Deus Todo-poderoso” (Apocalipse 16:12-14).

Além disso, muitas profecias implicam a existência do povo descendente das doze tribos de Israel no tempo do fim. Algumas dessas profecias indicam que estes descendentes da casa de Israel e da casa de Judá, os judeus, se tornarão alvos da ira de Satanás (Daniel 12:1; Jeremias 31:7-10, Apocalipse 7:2-4, 12:1, 13).

Lembre-se que o apóstolo João, em sua visão sobre o papel de Satanás nos eventos do fim dos tempos, ouviu uma voz, exclamando: “Ai dos que habitam na terra e no mar! Porque o diabo desceu a vós e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo” (Apocalipse 12:12).

As intenções de Satanás não envolvem nenhuma preocupação com o bem-estar dos seres humanos. Ele quer usar as facções da humanidade para a guerra, não para a paz. O diabo sabe que Jesus Cristo em breve voltará. Ele está plenamente consciente de que seu controle sobre a humanidade estará próximo do fim. Portanto, a profecia bíblica revela que Satanás planeja usar os esforços da humanidade para alcançar a paz e a união permanente como uma ferramenta para dar vazão à sua própria raiva contra Cristo.

Em vez de desfrutar de paz e segurança, a humanidade será vítima da ira e do desespero de Satanás. O diabo novamente colocará a humanidade contra o verdadeiro Deus. Os exércitos de muitas nações se reunirão nos arredores de Jerusalém para o confronto militar mais terrível da história. Jerusalém é considerada uma cidade sagrada por três das maiores religiões deste mundo. Geograficamente, este é um dos locais estratégicos mais importantes na terra —a encruzilhada dos continentes africano, asiático e europeu.

A batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso

Para montar esses exércitos, Satanás irá enviar “espíritos de demônios, operadores de sinais . . . [que] se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso” (Apocalipse 16:14, ERAB). Porém, o que os generais, outros oficiais e soldados reunidos não perceberão é que Satanás planeja usá-los para combater a Jesus Cristo quando Ele descer do céu (Apocalipse 19:11-19; Zacarias 14:3-4).

Este “grande Dia do Deus Todo-Poderoso” (Apocalipse 16:14) também é chamado “Dia do Senhor” nas Escrituras. Estes termos, neste contexto, referem-se ao tempo imediatamente antes do retorno de Cristo quando Deus punirá a humanidade hostil por sua rebelião. É o tempo em que as nações do sistema de Satanás atrairão para si a justa ira de Deus (Apocalipse 14:9-10).

Nesta batalha final uma grande facção—o poder da besta apoiado por uma coalizão de dez governantes—vai reunir seus exércitos na planície perto da antiga fortaleza militar de Megido no norte de Israel: “E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom” (Apocalipse 16:16).

A própria palavra Armagedom (a forma grega do hebraico Har Megiddo ou colina de Megido) tornou-se um termo para uma grande e decisiva batalha que ameaça toda a vida no planeta. Esse foi o ponto da declaração de Cristo sobre o tempo do fim: A sobrevivência humana está em jogo! As armas de destruição em massa são tão poderosas que a vida na Terra pode ser destruída várias vezes.

Como Daniel disse: “E, naquele tempo... haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo” (Daniel 12:1). Sem a intervenção de Jesus Cristo para salvar o mundo da astúcia de Satanás e da insensatez do homem, a vida humana seria extinta.

Talvez isso pareça bizarro demais para ser levado a sério. Mas, é real.  E acontecerá. O apóstolo Paulo falou claramente deste tempo de agitação na terra: “Porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite [em um momento inesperado]. Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão”  (1 Tessalonicenses 5:2-3).

Quando o último esforço mundial por uma união internacional para assegurar a “paz e a segurança” cair por terra, uma guerra mundial diferente de tudo que o homem começará. Após um breve período de destruição inimaginável, Cristo vai intervir para evitar a aniquilação humana (Mateus 24:22).

Deus humilhará as nações

Por que o mundo chegará a essa trágica situação? Qual é o propósito de Deus nos eventos cataclísmicos que a Bíblia chama de “o grande e terrível dia do Senhor”? (Joel 2:31).

Objetivo final de Deus sempre tem sido o de trazer todas as pessoas ao arrependimento (2 Pedro 3:9). Mas, uma humanidade arrependida é um objetivo impossível enquanto a maioria das pessoas seguirem o exemplo de Satanás, exaltando orgulhosamente opiniões e tradições humanas acima do ensinamento do Deus vivo.

Há muito tempo, através de Isaías, Deus explicou o que pretende realizar durante o futuro Dia do senhor: “Porque o dia do senhor dos Exércitos será contra todo o soberbo e altivo e contra todo o que se exalta, para que seja abatido” (Isaías 2:12). Antes de Jesus Cristo retornar para assumir o reinado sobre a terra, Deus planeja humilhar todas as pessoas que reagirão contra a Sua correção.

Os sobreviventes deste período breve e devastador—especialmente aqueles descendentes da antiga Israel e Judá—serão principalmente as pessoas cujos corações foram comovidos e humilhados por suas experiências (Isaías 2:11). Através desse trauma Deus vai preparar um povo humilde que aceitará de boa vontade a liderança e o ensino de Cristo, quando Ele voltar.

Através do profeta Sofonias, Deus explicou que usa as catástrofes para humilhar as pessoas: “Porque o meu juízo é ajuntar as nações e congregar os reinos, para sobre eles derramar a minha indignação e todo o ardor da minha ira; porque toda esta terra será consumida pelo fogo do meu zelo... tirarei do meio de ti os que exultam na sua soberba, e tu nunca mais te ensoberbecerás no meu monte santo. Mas, deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no nome do senhor” (Sofonias 3:8-12).

Embora esta passagem seja especificamente dirigida ao remanescente de Israel e Judá no tempo do fim, ela ilustra graficamente como e porquê Deus humilha os soberbos e arrogantes.

Por intermédio do profeta Ezequiel, Deus explicou por que pede a humanidade para se arrepender e abandonar o pecado: “Quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se converter do seu pecado e fizer juízo e justiça . . . andando nos estatutos da vida e não praticando iniquidade, certamente viverá, não morrerá” (Ezequiel 33:14-15). Isaías 59:20 ilustra o mesmo princípio: “E virá um Redentor a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o senhor”.

Por outro lado, Deus não promete resgatar aqueles que rejeitam Sua correção e se recusam a arrepender-se de sua maneira arrogante e rebelde. Eles não receberão proteção divina da destruição horrenda que irá devastar a terra: “Eis que o dia do senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação e destruir os pecadores dela” (Isaías 13:9).

Preparação do mundo para o retorno de Cristo

Muitas passagens proféticas descrevem o tempo de preparação do mundo por Deus para que aceitem o domínio de Jesus Cristo e o estabelecimento do Reino de Deus. Como Criador do universo, Deus irá demonstrar sua autoridade e poder sobre tudo o que criou. A humanidade não terá desculpa para recusar-se a honrá-Lo com o devido respeito ao Seu nome.

Por que são necessárias medidas tão drásticas?

Observe a descrição de Paulo sobre a atitude prevalecente da humanidade no tempo do fim: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela” (2 Timóteo 3:1-5).

A atitude e a motivação da humanidade tem que mudar. As atitudes de arrogância, de teimosia, de desamor e de violência que dominam o mundo do tempo do fim tem que ser modificada. Deus sabe que somente o fim da sociedade deste mundo—ironicamente, e principalmente, pela própria traição e violência do homem—abalará o suficiente a mente humana endurecida para perceber que “presente século mau” é corrupto demais para ser preservado.

Muito rapidamente, nossa sociedade está se deteriorando moral e espiritualmente demonstrando as atitudes e práticas pecaminosas que Paulo alertou que caracterizariam os últimos dias. Jesus dá este aviso às pessoas bastante perspicazes e dispostas a ouvir: “E olhai por vós, para que não aconteça que o vosso coração se carregue de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia. Porque virá como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra” (Lucas 21:34-35).

Sem disposição ao arrependimento

Mesmo em meio a aterrorizante e agonizante destruição do fim dos tempos, a maioria das pessoas se apegará aos seus maus caminhos: “E os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios . . . E não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem das suas ladroíces” (Apocalipse 9:20-21).

A tarefa de trazer a humanidade ao arrependimento não é simples nem rápida, e isso não pode ser feito sem sofrimento. As pessoas têm demonstrado ao longo da história que a maioria não vai enfrentar os seus pecados a menos que, de imediato, experimentem pessoalmente as consequências devastadoras do pecado.

O mundo que conhecemos vai colher todo o castigo por seus pecados. Deus compara os eventos do fim dos tempos a um anjo colhendo uma videira carregada de uvas: “E o anjo meteu a sua foice à terra, e vindimou as uvas da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus” (Apocalipse 14:19). Deus deixará de limitar o poder destrutivo do homem ou de Satanás—exceto quando for intervir imediatamente antes que possa ocorrer a aniquilação humana.

O profeta Sofonias descreve o dia do acerto de contas com toda a humanidade por sua maldade e rebeldia: “O grande dia do senhor . . . é um dia de indignação, dia de angústia e de ânsia, dia de alvoroço e de desolação E angustiarei os homens, e eles andarão como cegos, porque pecaram contra o Senhor; e o seu sangue se derramará como pó, e a sua carne, como esterco. Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do senhor” (Sofonias 1:14-18).

Jesus descreve esse tempo como um tempo de “grande aflição na terra e ira sobre este povo . . . E cairão a fio de espada e para todas as nações serão levados cativos” (Lucas 21:23-24). Ele também explica que “Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (versículo 24). Deus permitirá que os gentios pisem “a Cidade Santa por quarenta e dois meses”, um período de três anos e meio, pouco antes da volta de Jesus (Apocalipse 11:2).

Como o passado se relaciona com o futuro

Jesus liga o futuro com as raízes da crise do fim dos tempos. Para entender a importância de Jerusalém no tempo do fim, precisamos voltar na história até a primeira queda e domínio de Jerusalém pelos gentios. A queda de Jerusalém daquela época se relaciona diretamente aos eventos do tempo do fim.

Em 586 A.C. o Império Babilônico capturou e destruiu Jerusalém. Este acontecimento, juntamente com a captura e exílio dos habitantes de Jerusalém, era a punição final determinada por Deus para as antigas nações de Israel e Judá. E isso trouxe o fim do domínio direto da dinastia do rei Davi sobre a Terra Santa e a cidade de Jerusalém. Jesus Cristo restabelecerá permanentemente o domínio do trono de Davi quando retornar (Lucas 1:32-33).

O Salmo 106:40-42 resume o cativeiro de Israel e Judá: “Pelo que se acendeu a ira do Senhor contra o seu povo, de modo que abominou a sua herança e os entregou nas mãos das nações; e aqueles que os aborreciam se assenhorearam deles. E os seus inimigos os oprimiram, humilhando-os debaixo das suas mãos”.

Daquele momento em diante a esperança de Israel e dos descendentes de Judá foi expressa nesta oração: “Salva-nos, senhor, nosso Deus, e congrega-nos dentre as nações, para que louvemos o teu nome santo e nos gloriemos no teu louvor” (versículo 47). Através de seus profetas Deus prometeu a antiga Israel e Judá que os traria de volta à sua terra na vinda do Messias.

Mas, os profetas também revelam que, imediatamente antes do governo do Messias, Jerusalém estará novamente sob o domínio e a influência dos gentios. Mesmo hoje, com um Estado judeu restabelecido na Terra Santa, muitas outras nações, juntamente com a população árabe nativa, contestam a autoridade judaica sobre a cidade original de Jerusalém (Jerusalém Oriental). O Monte do Templo permanece sob controle islâmico. Jerusalém ainda é uma cidade problemática e dividida, uma fonte constante de atrito internacional.

Jerusalém no tempo do fim

Jerusalém é o ponto focal de muitos eventos significativos do tempo do fim preditos na Bíblia. “Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos”, advertiu Jesus, “sabei, então, que é chegada a sua desolação . . . Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas” (Lucas 21:20-22).

Muitas profecias parecem indicar que esses eventos serão desencadeados pelos judeus, que buscam um “lugar santo” em que possam voltar a oferecer sacrifícios de animais de manhã e de noite. Então, isso poderia irritar outras nações fazendo com que o líder da coalizão de dez governantes, que formam o poder da besta, resolva intervir, dando início a uma “abominação” neste lugar santo escolhido (Daniel 11:31; 12:9-11)—uma profanação, que inicialmente pode incluir uma imagem idólatra, no cumprimento protótipo desta profecia (veja “’A Vindoura Abominação da Desolação” a partir da página 61). Este cenário parece ser o caminho mais provável para essas profecias serem cumpridas à luz das condições atuais.

Observe a extrema importância que Jesus emprega neste evento: “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, que entenda), então, os que estiverem na Judéia, que fujam para os montes; e quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa; e quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. Mas, ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!  E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado, porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais” (Mateus 24:15-21, NVI).

Testemunhas de Deus e de Satanás

Jerusalém será o foco de outros eventos cruciais durante este tempo fatídico. Deus enviará a Jerusalém dois profetas—Suas duas testemunhas—para profetizar e realizar milagres em Seu nome. Como o profeta Elias, na antiga Israel, eles vão testemunhar para um mundo enganado, que rejeitou o verdadeiro Deus em favor de um estilo de vida idólatra que reflete influência maligna de Satanás.

“E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias [três anos e meio] . . . E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca e devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto. Estas têm poder para fechar o céu [como fez o profeta Elias na sua época], para que não chova nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue [como Moisés no Egito], e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem” (Apocalipse 11:3-6).

Mas, Satanás se antecipou a isso e está preparado para resistir a Deus. Ele preparará sua própria falsificação das duas testemunhas de Deus. Estes dois instrumentos de Satanás são profeticamente conhecidos como “a besta” e “o falso profeta, que, diante dela [da besta], fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem” (Apocalipse 19:20).

Estes dupla de líderes espirituais estarão opostos um ao outro por quarenta e dois meses, ou três anos e meio—uma dupla representará a Deus, e a outra representará a Satanás e seu sistema.

A besta de Apocalipse

É importante neste ponto compreender que no livro de Apocalipse o termo besta tanto pode designar o sistema governamental ou religioso de Satanás como também o líder carismático que é o cabeça humano desse sistema de governo. Como nas profecias de Daniel, tanto a estrutura quanto seu líder são representados como uma besta que devora os adversários.

Note que o líder da coalizão dos dez governantes, que formam a besta, terá influência sobre o mundo naquela época: “E toda a terra se maravilhou após a besta. E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?  E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para continuar por quarenta e dois meses. E abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu. E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda tribo, e língua, e nação” (Apocalipse 13:3-7).

A ofensa destes santos, aos olhos de Satanás, é a sua fidelidade a Deus diante da dominação do diabo no mundo. Satanás “foi fazer guerra aos . . . [aqueles] que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo” (Apocalipse 12:17), perseguindo e matando os cristãos fiéis (Mateus 24:9).

Situando no contexto

Os eventos do fim dos tempos são o clímax de tendências que começaram no Jardim do Éden. Ali Satanás persuadiu a Adão e Eva a desafiar os mandamentos de Deus. No tempo do fim, Deus vai estabelecer uma distinção clara entre as pessoas que vivem pelos Seus mandamentos e aquelas que inventam suas próprias práticas religiosas e regras de vida sob a influência de Satanás. No final das contas, quando tudo estiver dito e feito, os vencedores serão “aqueles que guardam os Seus mandamentos” e, portanto, “tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade [Nova Jerusalém] pelas portas” (Apocalipse 22:14, ACF).

Vamos então colocar a determinação de Satanás para destruir o povo de Deus em um contexto maior. Numa visão, o apóstolo João viu Deus Pai entregando a Jesus Cristo, na presença de muitas testemunhas, grande parte do livro de Apocalipse. E estava na forma de um pergaminho. Este pergaminho continha descrições de eventos significativos relacionados com a segunda vinda de Cristo. Mas, estava selado com sete selos. Somente o próprio Jesus foi achado digno de desatar os selos e abri-lo para o nosso entendimento (Apocalipse 4-5).

João havia deixado bem claro em Apocalipse 1:10 que o “Dia do Senhor” é o tema principal dessas visões de Cristo. Elas retiram o véu das profecias do Antigo Testamento que falam do juízo de Deus sobre as nações.

A abertura dos selos

Em Apocalipse 6 Cristo rompe os sete selos e revela os seus significados. Os quatro primeiros representam o engano religioso, guerras, fomes e epidemias que levam até o tempo do fim (Apocalipse 6:1-8). A perseguição de Satanás no fim dos tempos e o martírio do povo de Deus está descrito no quinto selo (versículos 9-11), e os sinais celestes no sexto selo (versículos 12-16) que começam antes do “grande dia da Sua ira” (versículo 17)—antes do Dia do Senhor.

Os primeiros seis selos correspondem aos sinais de Cristo descritos em Sua profecia do Monte das Oliveiras, registrada em Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21. Jesus chama-os de “o princípio das dores” (Mateus 24:8). Estas coisas precedem o tempo da ira de Deus, o Dia do Senhor. Uma vez que estas condições e eventos comecem, eles continuarão até o fim da era—aumentando em freqüência e gravidade, como as contrações de um trabalho de parto. A intensidade da destruição aumentará rapidamente a partir de seus efeitos cumulativos a medida que o fim se aproxima.

E esses primeiros seis selos de Apocalipse 6 resumem os principais eventos e condições que conduzirão ao Dia do Senhor. O restante do livro de Apocalipse se concentra principalmente sobre o que acontece durante o Dia do Senhor. Naquela época, o juízo de Deus cairá sobre as nações, enganadas pela Grande Babilônia. Isto ocorrerá pouco antes de Cristo estabelecer o Reino de Deus.

Perseguição, tribulação e sinais celestiais

É importante que entendamos a relação entre o quinto, o sexto e o sétimo selos. O quinto selo descreve a guerra de Satanás contra o povo de Deus, a perseguição do fim dos tempos e o martírio de muitos daqueles que permanecem fiéis a Deus: “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? . . . e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram” (Apocalipse  6:9-11).

Jesus descreveu detalhadamente a perseguição e o martírio de Seus servos fiéis nesta época sangrenta e perigosa: “Então, vos hão de entregar para serdes atormentados e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome. Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão. E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará. Mas, aquele que perseverar até ao fim será salvo” (Mateus 24:9-13).

Cristo descreve este tempo assustador como tempo de “grande tribulação”, uma era sem precedentes na história. “Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias” (versículos 21-22).

Jesus explica o que deve acontecer a seguir. “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas” (versículo 29).

Agora, observe como isso corresponde ao sexto selo de Apocalipse 6:12-16: “E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue. E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte. E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos do seu lugar” (Apocalipse 6:12-14).

“E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo servo, e todo livre se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro” (versículos 15-16).

O sexto selo anuncia e introduz o Dia do Senhor: “Porque é vindo o grande Dia da sua ira; e quem poderá subsistir?” (Versículo 17). O profeta Joel confirma que o tempo da grande tribulação e os sinais celestes precederão o Dia do Senhor. “O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do senhor” (Joel 2:31).

A chegada do Dia do Senhor

O Dia do Senhor é o tempo da ira de Deus—Seu julgamento contra qualquer um que se opuser a Ele e a seu povo. É o momento do julgamento e castigo do mundo por sua arrogância e desobediência aos Seus mandamentos.

Observe o que acontece quando Cristo abre o selo seguinte: “E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora. E vi os sete anjos que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas” (Apocalipse 8:1-2).

Este é o tempo relatado desde o início na profecia escrita (Lucas 21:22).  Até os anjos do céu ficaram em silêncio enquanto Jesus Cristo desatava o impressionante sétimo selo. O que ele revela está gravado em símbolos que retratam os principais eventos do Dia do Senhor.

Os julgamentos e os castigos do Dia do Senhor são anunciados pelos sete anjos ao toque de sete trombetas. As sete trombetas representam a completa intervenção de Deus nos assuntos do homem no tempo do fim. Veremos brevemente a natureza dessas punições que compõem essa intervenção.

As pragas da sétima trombeta

Os castigos anunciados pelas primeiras quatro trombetas devastam o ecossistema da terra—o sistema de suporte ambiental da humanidade. Um terço das árvores é destruído no desastre da primeira trombeta, um terço da vida oceânica é destruído na segunda, um terço do suprimento mundial de água doce se torna inutilizável no terceiro desastre e parece que a atmosfera fica poluída e escura na catástrofe da quarta trombeta (Apocalipse 8:6-12).

Embora muitos morram durante estes eventos catastróficos (versículo 11), Deus enfatiza a necessidade de a humanidade entender que a vida no planeta só existe por Sua causa. Como o apóstolo Paulo disse aos atenienses: “Nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (Atos 17:28). Deus está lembrando ao mundo, através da única linguagem que todos entendem, que Ele, o Criador da vida, também pode tirar a vida à distância.

Então, as calamidades das últimas três trombetas estão voltadas especificamente para os habitantes da terra, em vez de apenas para o que os cerca: “E olhei e ouvi um anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: Ai! Ai! Ai dos que habitam sobre a terra, por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que hão de ainda tocar!” (Apocalipse 8:13). Agora, Deus começa a punir diretamente as pessoas.

Sob a punição da quinta trombeta, os homens não são mortos, mas atormentados “por cinco meses . . . e o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião quando fere o homem” (Apocalipse 9:5).

Então a ordem é dada “ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos que estão presos junto ao grande rio Eufrates. E foram soltos os quatro anjos que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens. E o número dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões; e ouvi o número deles” (Apocalipse 9:14-16).

Embora essas profecias estejam expressas em linguagem simbólica, o número impressionante de mortes causadas pela fumaça pelo fogo e pelo enxofre indica que, finalmente, os exércitos do mundo vão lançar suas terríveis armas de destruição em massa. E Deus permitirá que isso aconteça. Então começará a devastação maciça da vida humana.

A carnificina indescritível da guerra é parte do julgamento de Deus sobre a humanidade rebelde. Em breve, os Seus anjos também lançarão “as sete últimas pragas” em que “é consumada a ira de Deus” (Apocalipse 15:1). Este tempo coincide com a advertência de Cristo de que nada sobreviveria se Ele não voltasse (Mateus 24:22).

Um anúncio triunfante

Finalmente, o evento mais importante de todos ocorre no momento em que a trombeta final é tocada: “E tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Apocalipse 11:15).

Naquele tempo Cristo vai destruir “os que destroem a terra” (versículo 18). Isto inclui todo o sistema chamado Grande Babilônia, cujas raízes satânicas remontam aos primórdios da história humana: “Então um forte anjo levantou uma pedra como uma grande mó e lançou-a no mar, dizendo: ‘Assim, com a grande violência cidade, Babilônia será lançada para baixo, e não será achado mais” (Apocalipse 18:21).

João descreve a vitória de Cristo em Jerusalém, no Vale de Josafá (ver também Joel 3:2, 12-14), ao acompanhar a batalha: “E vi [em visão] o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja . . . E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército”.

“E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre. E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes” (Apocalipse 19:11-21).

Outra coisa deve acontecer antes de Jesus Cristo começar seu reinado na terra: Satanás deve ser contido e afastado de seu domínio sobre o mundo.  “E vi descer do céu um anjo que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos” (Apocalipse 20:1-2).

Com a oposição organizada removida, Cristo então começará o trabalho de trazer a genuína paz e a justiça para a humanidade. No próximo capítulo veremos descrição dos profetas de Deus sobre o incrível mundo que Jesus Cristo vai construir e como Ele restaurará o governo e os caminhos de Deus.