A Curiosa História do Natal
Nesta época do ano é bastante comum ver programas e filmes sobre o Natal. Um anúncio na TV sobre o programa “Christmas Unwrapped: The History of Christmas” (O Natal Desdobrado: A História do Natal, em tradução livre), dizia o seguinte:
"Pessoas de todo o mundo celebram o nascimento de Cristo em 25 de dezembro. Mas por que a natividade do Salvador é marcada pela troca de presentes. Será que Ele realmente nasceu nesse dia? E de onde vem a árvore de Natal?”.
"Vamos fazer uma viagem fascinante através da história desse feriado religioso mais favorito do mundo para aprender as origens de algumas das tradições mais duradouras do mundo ocidental. Descubra como o Natal se originou de festas pagãs, como a Saturnália romana, que celebrava o solstício de inverno”.
Esse programa aborda o fato de que o Papai Noel não existe e que o Natal e seus enfeites advêm das festas pagãs romanas, como corroboram muitas outras fontes.
Haveria mais coisas nessas antigas tradições e costumes além das que sabemos? E, o mais importante, será que faz alguma diferença se continuarmos a observá-las?
A celebração ao deus sol
Pode parecer estranho que qualquer celebração religiosa com o nome de Cristo possa ser anterior ao cristianismo. Contudo, esse feriado religioso que conhecemos como Natal data de muito antes de Jesus Cristo. Elementos dessa celebração podem ser atribuídos ao antigo Egito, à Babilônia e à Roma. Esse fato certamente questiona o ponto de vista daqueles que, ao longo dos milênios, insistiram em perpetuar sua observância em todo o mundo cristão.
Os membros da Igreja primitiva ficariam surpresos por esses costumes e práticas, associados ao Natal, terem sido incorporado à celebração do nascimento de Cristo. Entretanto, somente depois de vários séculos é que o nome de Cristo foi vinculado a esse popular feriado romano.
Como explica Alexander Hislop em seu livro As Duas Babilônias: “Os escritores mais instruídos e mais sinceros admitem que o dia do nascimento do nosso Senhor não pode ser determinado, e que dentro da Igreja cristã existem festivais, como o Natal, que nunca se ouviu falar até o terceiro século, e que somente no fim do século IV é que isso começa a ser muito observado” (1959, pp. 49-50).
A respeito do dia 25 de dezembro ter sido associado ao nascimento de Cristo, praticamente qualquer livro sobre a história do Natal explicará que esse dia era celebrado no Império Romano como o aniversário do deus sol. Por exemplo, o livro 4000 Years of Christmas (Quatro Mil Anos de Natal, em tradução livre) diz o seguinte: “Esse dia era sagrado não só para os romanos pagãos, mas também para a religião da Pérsia, pois, naquele tempo, ela era uma das mais fortes concorrentes do cristianismo. Essa religião persa era o mitraísmo, cujos seguidores adoravam o sol e comemoravam seu retorno com toda potência nesse dia” (4000 Years of Christmas, edição 1997, p. 37).
O dia 25 de dezembro não era apenas celebrado como o dia do aniversário do sol, mas também como um antigo festival nas nações pagãs, que comemoravam a maior duração de luz solar no dia após o solstício de inverno, o dia mais curto do ano. O precursor do Natal foi de fato um festival de inverno idólatra caracterizado por abusos e libertinagem que, por muitos séculos, antecedeu o cristianismo.
A inclusão de práticas pré-cristãs
Esse antigo festival recebeu diferentes nomes em várias culturas. Em Roma, era chamado de Saturnália, em homenagem a Saturno, o deus romano da agricultura. E sua observância foi adotada pelos primeiros líderes da igreja romana e recebeu o nome de Cristo (“missa de Cristo” ou Natal) para permitir que os pagãos convertidos ao cristianismo continuassem com suas antigas práticas, o que ajudava a aumentar o número de adeptos nominais do cristianismo.
A ideia do clero católico do terceiro século era enfrentar o paganismo com um meio-termo — uma prática “clareada” segundo o amargo lamento do teólogo cartaginês Tertuliano.
Em 230 d.C., ele escreveu sobre a incoerência dos cristãos professos ao contrastar a fé deles com a fervorosa lealdade dos pagãos às suas próprias crenças: “Para nós que somos estranhos aos sábados, às luas novas e às festas outrora aceitáveis a Deus [referindo-se às festas bíblicas descritas em Levítico 23, que eles não reconheciam], agora frequentamos a Saturnália, as festas de janeiro, a Brumália e Matronália; os presentes são levados e trocados entre as pessoas, os presentes do dia de ano novo são feitos com estardalhaço... Oh, como são bem fiéis os pagãos à sua religião, que tomam muito cuidado para não adotarem nenhuma solenidade dos cristãos” (Hislop, p. 93, grifo nosso).
Como não estava conseguindo fazer muito progresso na conversão dos pagãos, os líderes religiosos da Igreja Romana começaram a se comprometer, disfarçando os costumes pagãos em ritos aparentemente cristãos. Porém, em vez de convertê-los às crenças da igreja, eles converteram grande parte dos costumes pagãos em suas próprias práticas religiosas.
Embora, a princípio, a Igreja Católica tenha censurado tal celebração, "esse festival estava muito arraigado na mente do povo para ser abolido, e a Igreja finalmente lhe concedeu o reconhecimento necessário, acreditando que se o Natal não poderia ser extinto, ele deveria ser celebrado em honra ao Deus cristão. Assim que obteve um fundamento cristão, esse festival foi estabelecido plenamente na Europa, com muitos dos seus elementos pagãos inalterados" (Enciclopédia do Sobrenatural, Richard Cavendish, p. 480, "Natal").
Celebrações que ignoram as Escrituras
Alguns resistiram a esse comprometimento espiritualmente venenoso. "Homens justos se esforçaram para conter essa maré, mas, apesar de todo o esforço, a apostasia seguiu adiante, até que a Igreja, com exceção de um pequeno grupo remanescente, se submergiu na superstição pagã. Não resta nenhuma dúvida de que o Natal era originalmente um festival pagão. A época do ano e as cerimônias com as quais ele ainda é comemorado provam sua origem” (Hislop, p. 93).
Tertuliano não estava sozinho em sua discordância dessas tendências. "Ainda em 245 d.C., Orígenes, em sua oitava homilia sobre Levítico, repudia e classifica como pecaminosa a própria ideia de comemorar o aniversário de Cristo como se Ele fosse um faraó" (Enciclopédia Britânica, 11ª edição, vol. 6, p. 293, "Natal").
O Natal não se tornou um feriado romano até 534 d.C. (ibid.). E foram necessários trezentos anos para que o novo nome e os símbolos do Natal substituíssem os antigos nomes e significados desse festival de inverno, uma celebração pagã que remontava a muitos séculos.
Não existe Papai Noel na Bíblia
Como a figura mítica do Papai Noel entrou em cena? Existem muitos livros que esclarecem as origens desse personagem popular.
O Papai Noel é uma das figuras lendárias mais emblemáticas do Natal. A sua origem está intimamente relacionada com a figura de São Nicolau de Mira, um bispo nascido na Turquia em 280 d.C. que ajudava as pessoas carentes. São Nicolau deixava moedas perto das chaminés dos menos favorecidos durante a noite. São Nicolau foi beatificado pela Igreja Católica por conta dos milagres que realizou. O Dia de São Nicolau é comemorado em 6 de dezembro, data de sua morte. Em virtude disso, muitas pessoas costumam montar as árvores de Natal nessa data. São Nicolau é o santo padroeiro da Rússia, da Grécia e da Noruega. Além disso, é considerado o padroeiro dos estudantes.
Em todo caso, podemos nos perguntar como um bispo da ensolarada costa mediterrânea da Turquia passou a ser associado a um homem de casaco vermelho que vive no polo norte e usa um trenó puxado por renas voadoras.
Após conhecer a antiga origem pré-cristã do Natal, não é nenhuma surpresa saber que o Papai Noel também não passa de uma figura reciclada de antigas crenças pagãs.
Os ornamentos associados a ele — vestuário, trenó e renas — revelam sua conexão com os climas frios do extremo norte. Algumas fontes o ligam aos antigos deuses do norte da Europa, Odin e Thor (4000 Years of Christmas, pp. 56-64). Outros o remontam ainda mais no tempo, até ao deus romano Saturno e ao deus grego Sileno (The Story of Santa Klaus [A História do Papai Noel, em tradução livre], William Walsh, pp. 70-71).
Jesus nasceu em dezembro?
A maioria dos estudiosos da Bíblia que tem escrito sobre o tema do nascimento de Jesus concluíram, baseando-se em evidências bíblicas, que é impossível Cristo ter nascido em qualquer data próxima a 25 de dezembro.
Mais uma vez voltamos ao livro de Alexander Hislop: "Não há uma palavra nas Escrituras sobre o dia exato do nascimento [de Jesus], ou sobre o ano em que Ele nasceu. O que está registrado lá implica que a período de Seu nascimento não poderia ter sido no dia 25 de dezembro. No tempo em que o anjo anunciou o Seu nascimento aos pastores de Belém, eles estavam alimentando seus rebanhos durante a noite no campo... O clima da Palestina... de dezembro a fevereiro, é muito frio, e não era costume dos pastores da Judéia ficarem com seus rebanhos no campo aberto muito além do fim de outubro" (Hislop, p. 91, grifo nosso).
Ele passa a explicar que as chuvas de outono, que começavam em setembro ou outubro, na Judeia significaria que os eventos que cercam o nascimento de Cristo, registrados nas Escrituras, poderiam ter ocorrido no mais tardar em meados de outubro, assim o nascimento de Jesus provavelmente tenha ocorrido no início do outono (Hislop, p. 92).
Outra evidência que apoia o nascimento de Jesus no outono é que os romanos eram inteligentes o bastante para não escolherem o auge do inverno para arrecadarem impostos e fazerem viagens. A família de José era de Belém, então ele teve que viajar com sua esposa Maria, que estava grávida, de Nazaré, na Galileia, até Belém, e essa viagem seria praticamente impossível de se fazer no inverno.
Que diferença isso faz?
Não existe absolutamente nada na Bíblia que apoie os mitos e as fábulas do Natal e o Papai Noel. Isso está ligado aos caminhos deste mundo e é totalmente contrário aos caminhos de Cristo e de Sua santa verdade. Deus nos diz: "Não aprendam as práticas das nações" (Jeremias 10:2, NVI).
Os cristãos professos deveriam examinar a procedência dos símbolos do Natal e parar de dizer a seus filhos que o Papai Noel e seus duendes, renas e os presentes natalinos têm algo a ver com Jesus Cristo. Pois isso, sem dúvida, não tem nada a ver com Ele! E Deus odeia a mentira (Provérbios 6:16-19; 12:22).
Cristo revela que Satanás, o diabo, é o pai da mentira (João 8:44). Os pais devem dizer aos filhos a verdade sobre Deus e as práticas religiosas ilógicas e confusas deste mundo. E se não fizermos isso, simplesmente vamos perpetuar a ideia de que é aceitável mentir para as crianças.
Deus ordena a Seu povo a não fazer como os líderes da igreja primitiva, que adotaram práticas idólatras e as rotularam de cristãs. Antes de os israelitas entrarem na Terra Prometida, Deus os advertiu severamente: "Guarda-te para que não te enlaces para as seguires [as nações daquela terra]... e que não perguntes acerca dos seus deuses, dizendo: De que modo serviam estas nações os seus deuses? Pois do mesmo modo também farei eu".
"Não farás assim para com o SENHOR Teu Deus; porque tudo o que é abominável ao SENHOR, e que Ele detesta, fizeram elas para com os seus deuses... Tudo o que Eu te ordeno, observarás; nada lhe acrescentarás nem diminuirás" (Deuteronômio 12:30-32, grifo nosso).
Muitos séculos depois, o apóstolo Paulo estabeleceu muitas congregações da igreja em várias cidades gentias. Paulo escreveu aos membros da Igreja de Deus em Corinto, uma cidade cheia de idolatria: "Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos; pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? ou que comunhão tem a luz com as trevas? Que harmonia há entre Cristo e Belial [ou maldade personificada, referindo-se aqui a Satanás]? ou que parte tem o crente com o incrédulo? E que consenso tem o santuário de Deus com ídolos? Pois nós somos santuário de Deus vivo...”.
"Pelo que, saí vós do meio deles e separai-vos, diz o Senhor; e não toqueis coisa imunda, e Eu vos receberei... Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus" (2 Coríntios 6:14-17; 7:1).
Ao invés de permitir que os membros da Igreja renomeassem e celebrassem os costumes associados a falsos deuses como algo cristão, Paulo os instruiu claramente que não podiam se envolver com essas práticas. E ele disse algo semelhante aos atenienses, que estavam imersos na idolatria: "Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam" (Atos 17:30).
Apenas Deus tem o direito de decidir em quais dias devemos adorá-Lo. Jesus Cristo nos disse que "Deus é Espírito, e é necessário que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade" (João 4:24). Então, não podemos honrar a Deus de verdade com falsas práticas adotadas na adoração de falsos deuses.
Jesus disse: "Este povo honra-Me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim; mas em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens" (Marcos 7:6-7). Então, mesmo que os cristãos celebrem o Natal com boas intenções, isso não torna esse feriado religioso algo bom. Deus não apoia nem se agrada disso!
Você aprendeu como deve honrar ao Deus Todo-Poderoso e ao Seu Filho Jesus Cristo. Será que agora você vai honrar a Deus ou continuará seguindo as tradições errôneas da humanidade?
Saiba mais
Muitas pessoas ficam chocadas ao descobrirem as origens dos feriados religiosos mais populares. E também que os dias de festa ordenados por Deus na Bíblia são ignorados praticamente por todos. Você precisa ler nosso guia de estudo bíblico gratuito Feriados Religiosos ou Dias Santos: Será Que Importa Quais Dias Observamos?