O Evangelho e o Trono de Davi

Por que milhões de pessoas em todo o mundo assistiram ao funeral da rainha Elizabeth II, uma mulher nonagenária que reinou por setenta anos? Por que neste mundo moderno as pessoas são fascinadas por alguém que usa a coroa da Inglaterra? Os reis e rainhas não estão obsoletos e fora de moda em nosso moderno mundo tecnológico?
Haveria algo mais do que mera celebridade e glamour nessa antiga instituição conhecida como monarquia britânica?
A monarquia britânica está entre as mais antigas do mundo. Ela remonta aos primeiros reis ingleses e normandos, bem como os governantes da Escócia. Ela é uma monarquia constitucional, o que significa que o soberano não detém o poder absoluto. Contudo, a monarquia britânica tem uma história e mística que a torna única entre todas as monarquias atuais.
O foco, o fascínio e o impacto emocional da morte da rainha apontam para algo além desta época. Quando entendemos toda a história, conseguimos ver na família real algo muito mais do que apenas riqueza, fama, regalias e celebridade. Então, podemos concluir que há uma conexão com Deus, com a história bíblica, com o importante entendimento sobre o mundo atual e com as profecias sobre o futuro.
Desde o reinado de Davi
Em uma coluna escrita poucos dias após a morte da rainha Elizabeth II, a jornalista britânica Melanie Phillips refletiu sobre o papel crucial da monarquia britânica para a coesão do Reino Unido. Enquanto a multidão saía às ruas, mostrando sua devoção à falecida monarca, ela escreveu:
“A devoção...tem um significado religioso. Na Inglaterra, que atualmente é bastante secular e irreligiosa, há um forte elemento do sagrado nessa relação entre o povo e a Coroa. O monarca britânico é consagrado como um rei superior...O juramento que ele faz não é para o povo, mas para Deus. É por isso que seu dever de servir ao povo é indelével. E é por isso que o monarca é uma força aglutinadora que une o povo em uma nação coesa. A família real ajuda a transformar o país em uma espécie de família nacional” (“The Momentous Task for King Charles III” [O Dever Histórico do Rei Charles III, em tradução livre], 16 de setembro de 2022).
Logo, essa jornalista faz uma notável conexão com um ensinamento bíblico: “Ademais, poucos entendem que a monarquia britânica remonta à antiga Israel. Por isso, o monarca é ungido; por isso é que o hino Zadoque, o Sacerdote, composto por George Frideric Handel, que usa textos do primeiro Livro de Reis, é cantado [nas coroações]... Alguns monarcas britânicos do passado alegavam que sua ascendência remontava ao rei Davi” (grifo nosso — a transcrição do artigo completo de Melanie Phillips se encontra na página 24).
Precisamos considerar seriamente o que diz essa escritora britânica. Ela está conectando eventos atuais — a morte da rainha Elizabeth e a coroação do rei Charles — com elementos da longa história da monarquia britânica e, finalmente, com a Bíblia e a história de Israel e seu líder mais famoso, o rei Davi.
Essa conexão é essencial para nosso entendimento não apenas dessa transição de liderança no Reino Unido e em outras nações da Comunidade Britânica. Ela é a base de uma perspectiva bíblica sobre o mundo, a qual chamamos de cosmovisão bíblica. Usando a Bíblia como nosso guia, podemos entender o mundo de hoje e o que está por vir para as nações, especialmente as nações anglófonas, tais como, Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
O impacto mundial da vida e morte da rainha Elizabeth, e a seguinte coroação de um novo monarca, é um testemunho vivo da verdade de que as promessas e as alianças de Deus com os patriarcas bíblicos são relevantes no mundo de hoje. Essas promessas continuam moldando os eventos mundiais e terão um impacto ainda maior no futuro.
O fato de que as nações de língua inglesa terem sido responsáveis pela maior parte da riqueza mundial e que ainda impactam significativamente o mundo moderno não é uma mera coincidência histórica. Tudo isso está ligado ao propósito que Deus está cumprindo na História. Em última análise, esse entendimento faz parte do evangelho, ou boas novas, acerca do reino que Jesus Cristo trará à Terra — o Reino de Deus.
Promessas acerca de Jesus
No Evangelho de Lucas, vemos o anjo anunciando a Maria que ela daria à luz um filho. Ele seria chamado Jesus e seria o Filho de Deus. E também que estava destinado a herdar o famoso trono de Davi, o maior rei de Israel.
Esse anúncio faz parte do evangelho, ou boas novas, do Reino de Deus e de seu Rei Jesus Cristo, além de apontar o caminho para entrar nesse reino. Isso encapsula tudo o que Israel esperava. Essa era a resposta às mensagens dos antigos profetas. E, quando totalmente compreendido, isso aponta para a futura intervenção nos assuntos deste mundo na segunda vinda de Cristo. Observe o que ele diz:
“E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. Disse-lhe, então, o anjo...E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus Lhe dará o trono de Davi, Seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o Seu Reino não terá fim” (Lucas 1:26-33 Lucas 1:26-33 [26] Ora, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
[27] a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
[28] E, entrando o anjo onde ela estava disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo.
[29] Ela, porém, ao ouvir estas palavras, turbou-se muito e pôs-se a pensar que saudação seria essa.
[30] Disse-lhe então o anjo: Não temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus.
[31] Eis que conceberás e darás � luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus.
[32] Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu pai;
[33] e reinará eternamente sobre a casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.
Almeida Atualizada×, grifo nosso).
Nesse anúncio, temos o cerne da mensagem do evangelho. O Messias, nascido de uma virgem, seria “o Filho do Altíssimo” e, cumprindo muitas profecias, receberia autoridade para sempre em Seu Reino. Este é o evangelho, as boas novas de Jesus Cristo como Rei dos reis.
O trono de Davi
E o Messias, Jesus Cristo de Nazaré, é exatamente isso — o Rei de Israel predito, que reinará sobre todas as nações. E como parte da garantia dessas profecias, Deus disse que o trono de Davi duraria por todas as gerações, ou seja, nunca desapareceria. Ele continuaria reinando sobre os povos israelitas. E esse é um testemunho do que ainda está por vir.
O Reino de Deus é um reino literal que Cristo estabelecerá sobre todas as nações quando retornar. O anúncio do anjo Gabriel a Maria também era uma profecia. Precisamos entender que o trono desse reino, que será governado por Jesus Cristo, será uma continuação do trono do rei Davi, que governou a nação de Israel, conforme descrito na Bíblia.
E o que era esse trono de Davi? Após Saul, Davi foi o segundo rei humano a governar Israel. O que as pessoas frequentemente esquecem é que Deus foi o primeiro e legítimo “Rei” das tribos de Israel. Os israelitas queriam um rei como as outras nações e foram até o profeta Samuel exigir isso.
“Porém essa palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao SENHOR. E disse o SENHOR a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te disser, pois não te tem rejeitado a ti; antes, a Mim me tem rejeitado, para Eu não reinar sobre ele. Conforme todas as obras que fez desde o dia em que o tirei do Egito até ao dia de hoje, pois a Mim me deixou, e a outros deuses serviu, assim também te fez a ti” (1 Samuel 8:6-8 1 Samuel 8:6-8 [6] Mas pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei para nos julgar. Então Samuel orou ao Senhor.
[7] Disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não é a ti que têm rejeitado, porém a mim, para que eu não reine sobre eles.
[8] Conforme todas as obras que fizeram desde o dia em que os tirei do Egito até o dia de hoje, deixando-me a mim e servindo a outros deuses, assim também fazem a ti.
Almeida Atualizada×; comparar 1 Samuel 12:12 1 Samuel 12:12Quando vistes que Naás, rei dos filhos de Amom, vinha contra vós, dissestes-me: Não, mas reinará sobre nós um rei; entretanto, o Senhor vosso Deus era o vosso Rei.
Almeida Atualizada×).
Deus reinou sobre Israel desde o tempo em que os libertou da escravidão egípcia. Embora Deus tenha dado a eles um rei humano, como pediram, o trono ainda era dEle — embora em parte delegado a um governante humano temporário.
A princípio, Deus escolheu Saul, mas depois, devido a sua desobediência, o rejeitou e escolheu Davi. Davi era um homem segundo o coração de Deus, por isso Ele lhe prometeu uma dinastia duradoura. Observe o que Deus disse: “Também o SENHOR te faz saber [a Davi] que o SENHOR te fará casa [dinastia governante]...farei levantar depois de ti a tua semente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao Meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre...Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre” (2 Samuel 7:11-16 2 Samuel 7:11-16 [11] e como desde o dia em que ordenei que houvesse juízes sobre o meu povo Israel. A ti, porém, darei descanso de todos os teus inimigos. Também o Senhor te declara que ele te fará casa.
[12] Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, que sair das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino.
[13] Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino.
[14] Eu lhe serei pai, e ele me será filho. E, se vier a transgredir, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de filhos de homens;
[15] mas não retirarei dele a minha benignidade como a retirei de Saul, a quem tirei de diante de ti.
[16] A tua casa, porém, e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre.
Almeida Atualizada×).
Em outra referência, essa aliança com a casa de Davi é chamada de “aliança de sal” (2 Crônicas 13:5 2 Crônicas 13:5Porventura não vos convém saber que o Senhor Deus de Israel deu para sempre a Davi a soberania sobre Israel, a ele e a seus filhos, por um pacto de sal?
Almeida Atualizada×, ACF) — sendo o “sal” um símbolo de conservação. Essa promessa é repetida em Salmos 89:3-4 Salmos 89:3-4 [3] Fiz um pacto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi:
[4] Estabelecerei para sempre a tua descendência, e firmarei o teu trono por todas as gerações.
Almeida Atualizada×, 25-27 e novamente em Jeremias 33:17-26 Jeremias 33:17-26 [17] Pois assim diz o Senhor: Nunca faltará a Davi varão que se assente sobre o trono da casa de Israel;
[18] nem aos sacerdotes levíticos faltará varão diante de mim para oferecer holocaustos, e queimar ofertas de cereais e oferecer sacrifícios continuamente.
[19] E veio a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:
[20] Assim diz o Senhor: se puderdes invalidar o meu pacto com o dia, e o meu pacto com a noite, de tal modo que não haja dia e noite a seu tempo,
[21] também se poderá invalidar o meu pacto com Davi, meu servo, para que não tenha filho que reine no seu trono; como também o pacto com os sacerdotes levíticos, meus ministros.
[22] Assim como não se pode contar o exército dos céus, nem medir-se a areia do mar, assim multiplicarei a descendência de Davi, meu servo, e os levitas, que ministram diante de mim.
[23] E veio ainda a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:
[24] Acaso não observaste o que este povo está dizendo: As duas famílias que o Senhor escolheu, agora as rejeitou? Assim desprezam o meu povo, como se não fora um povo diante deles.
[25] Assim diz o Senhor: Se o meu pacto com o dia e com a noite não permanecer, e se eu não tiver determinado as ordenanças dos céus e da terra,
[26] também rejeitarei a descendência de Jacó, e de Davi, meu servo, de modo que não tome da sua descendência os que dominem sobre a descendência de Abraão, Isaque, e Jacó; pois eu os farei voltar do seu cativeiro, e apiedar-me-ei deles.
Almeida Atualizada×.
Alguns dirão que Jesus já cumpriu tudo isso. Mas isso não é verdade! Em Sua primeira vinda, Jesus não assumiu o trono, mas se comparou a um nobre que “partiu para uma terra remota, a fim de tomar para si um reino e voltar depois” (Lucas 19:12 Lucas 19:12Disse pois: Certo homem nobre partiu para uma terra longínqua, a fim de tomar posse de um reino e depois voltar.
Almeida Atualizada×).
Os judeus e até os discípulos de Jesus pensavam que o reino seria restaurado na época deles. Contudo, isso não ocorreria naquele época, mas num tempo futuro. Cristo se assentará no trono de Seu pai [ou ancestral] Davi em circunstâncias completamente diferentes quando voltar. Esse será Seu trono legítimo, reservado conforme uma promessa divina. Ele foi o membro da família de Deus que guiou os israelitas através do mar; Cristo era a Rocha espiritual que os acompanhava e sobre a qual a nação foi estabelecida (1 Coríntios 10:4 1 Coríntios 10:4e beberam todos da mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os acompanhava; e a pedra era Cristo.
Almeida Atualizada×).
Um testemunho vivo
Então, o que aconteceu com a dinastia davídica? Vimos que a aliança era perpétua. Essa história é contada por meio das profecias entregues a Jeremias e a Ezequiel. Elas fazem parte de uma trilha conexa de eventos bíblicos, profecias e promessas que têm fortes vínculos com a perene fidelidade de Deus a Abraão, seus descendentes e a todas as nações e povos da Terra. Quando analisadas de uma perspectiva bíblica, elas revelam informações sobre o evangelho de Deus, que mostra o cumprimento do propósito divino através de Cristo. O Deus que está convergindo todas as coisas a Cristo tem guiado a História por meio de voltas e reviravoltas para manter intactos os principais componentes de Suas promessas e objetivos.
Com base nessas passagens bíblicas, podemos concluir que, em algum lugar, alguém — que remonta à linhagem do rei Davi — estará apto ou qualificado para assentar-se no trono davídico, através das gerações, até que Cristo volte para reivindicá-lo para Si mesmo. Evidentemente, o Evangelho de Lucas afirma que Cristo é o último postulante: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus Lhe dará o trono de Davi, Seu pai” (Lucas 1:32 Lucas 1:32Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu pai;
Almeida Atualizada×).
Contudo, as profecias não poderiam ser cumpridas se Cristo fosse o único postulante. (Para saber mais sobre isso, leia “A Identidade Bíblica da Família Real Britânica”). O trono de Davi precisa existir atualmente em algum lugar. Cristo vai retornar e Seus pés estarão no Monte das Oliveiras e Ele reinará de Jerusalém no trono de Seu pai Davi. Deus se comprometeu em fazer com que todas essas promessas se cumpram.
O fato de alguns monarcas britânicos, inclusive a rainha Vitória (que reinou por mais de sessenta e três anos, de 1837 a 1901), acreditarem que a monarquia britânica descende do rei Davi é uma história instigante. Embora isso seja negado, essas genealogias existem, e muitos membros da família real ou pessoas ligadas a ela acreditaram nisso. E isso não é uma lenda ou ideias fantasiosas e distorcidas das Escrituras. Tudo isso faz parte de uma estrutura que conecta a Bíblia com a História Contemporânea. E quando entendemos isso, alcançamos uma dimensão de conhecimento que explica o mundo moderno.
Intrínseco ao evangelho de Deus está Sua promessa de trazer a salvação espiritual para todos os povos e nações por meio de Seu Filho, Jesus Cristo de Nazaré. Todas as promessas de Deus concernentes a Seus servos, os profetas, e Seu Filho são firmes e fiéis. Deus as têm cumprido em seus mínimos detalhes, mesmo que nossos registros históricos não consigam captar cada evento de forma precisa e criteriosa. Devemos acreditar piamente nas promessas de Deus a Davi, pois elas são verdadeiras e imutáveis.
Por que isso importa? Observe que quando Jesus estava prestes a ascender ao céu, Seus discípulos fizeram uma pergunta importante a Ele: “Senhor, restaurarás Tu neste tempo o reino a Israel?” (Atos 1:6 Atos 1:6Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntavam-lhe, dizendo: Senhor, é nesse tempo que restauras o reino a Israel?
Almeida Atualizada×). Então, a mensagem fundamental que eles entenderam durante o tempo que estiveram com Cristo é que Ele iria restaurar e exaltar o reino e o trono de Israel. E Jesus não negou que esse era o principal foco, mas disse-lhes que não era para eles saberem a hora em que isso iria acontecer e que deveriam continuar sendo testemunhas dEle (versículos 7-8).
Em algum momento, Cristo retornará à Terra e se assentará no trono de Davi. Esse trono ainda existe. E no trono da Inglaterra temos um testemunho vivo do propósito de Deus no mundo de hoje. Cristo está no céu à direita do Pai esperando o momento de retornar e estabelecer um reino de justiça — um reino que não será transferido a nenhum outro povo. Um reino diferente de qualquer reino da atualidade. E isso nos faz confiar na fidelidade de Deus para cumprir todas as Suas promessas a todos os povos.
E quanto a Israel?
A perene fidelidade de Deus a Abraão alcançará sua plenitude quando Jesus Cristo se assentar nesse trono de Davi no reino vindouro. Então, Israel será restaurado como um povo que Cristo usará para ensinar o caminho da salvação às nações.
Essa verdade fundamental explica por que uma parcela desproporcional da riqueza mundial se encontra hoje nas principais nações anglófonas. Deus disse a Abraão que seus descendentes seriam uma multidão de nações — uma promessa transmitida a Jacó como uma nação e um grupo de nações (Gênesis 35:11 Gênesis 35:11Disse-lhe mais: Eu sou Deus Todo-Poderoso; frutifica e multiplica-te; uma nação, sim, uma multidão de nações sairá de ti, e reis procederão dos teus lombos;
Almeida Atualizada×). E Jacó transferiu a seu filho José essas promessas, dizendo que no fim dos tempos os descendentes de Jacó seriam um “ramo frutífero” (Gênesis 49:22 Gênesis 49:22José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto a uma fonte; seus raminhos se estendem sobre o muro.
Almeida Atualizada×).
O fato de Deus ter feito isso, mantendo Sua palavra, é um sinal — uma garantia — de que Ele fará o mesmo para todos os povos e nações. Quando o véu do engano for removido das nações, elas aprenderão o caminho de Deus:
“E acontecerá, nos últimos dias, que se firmará o monte da Casa do SENHOR no cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. E virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos Seus caminhos, e andemos nas Suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do SENHOR” (Isaías 2:2-3 Isaías 2:2-3 [2] Acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor, será estabelecido como o mais alto dos montes e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações.
[3] Irão muitos povos, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, � casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor.
Almeida Atualizada×).
O evangelho da salvação será ensinado de Jerusalém. Haverá um tempo de restauração das bênçãos de Israel. E a grande pergunta que o apóstolo Paulo fez sobre seu povo será respondida.
Paulo sabia que as dez tribos que formavam o reino nortenho de Israel haviam sido levadas cativas séculos antes e agora estavam espalhadas entre as nações, assim como muitos das duas tribos que formavam o reino sulista de Judá. Por isso é que o apóstolo Tiago dirigiu sua epístola “às doze tribos que andam dispersas” (Tiago 1:1 Tiago 1:1Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, �s doze tribos da Dispersão, saúde.
Almeida Atualizada×).
Paulo, um ex-fariseu, levou o evangelho aos judeus, mas, geralmente, eles rejeitavam a mensagem. Em um lamento registrado em sua carta aos romanos, Paulo desejou ser amaldiçoado se isso permitisse que seus companheiros israelitas fossem salvos (Romanos 9:3 Romanos 9:3Porque eu mesmo desejaria ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne;
Almeida Atualizada×).
Ele escreveu: “Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus” (Romanos 10:1-3 Romanos 10:1-3 [1] Irmãos, o bom desejo do meu coração e a minha súplica a Deus por Israel é para sua salvação.
[2] Porque lhes dou testemunho de que têm zelo por Deus, mas não com entendimento.
[3] Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram � justiça de Deus.
Almeida Atualizada×). A salvação não chegou a Israel em sua totalidade, mas chegará no período do reinado de Cristo na Terra.
Deus restaurará Israel à posição que Ele sempre almejou que tivesse — uma nação que deve ser uma luz para o mundo: “Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o SENHOR Meu Deus; para que assim façais no meio da terra a qual ides a herdar. Guardai-os pois, e cumpri-os, porque isso será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida” (Deuteronômio 4:5-6 Deuteronômio 4:5-6 [5] Eis que vos ensinei estatutos e preceitos, como o Senhor meu Deus me ordenou, para que os observeis no meio da terra na qual estais entrando para a possuirdes.
[6] Guardai-os e observai-os, porque isso é a vossa sabedoria e o vosso entendimento � vista dos povos, que ouvirão todos estes, estatutos, e dirão: Esta grande nação é deveras povo sábio e entendido.
Almeida Atualizada×, ACF).
Assim, no mundo de amanhã, Deus usará Israel para ensinar todas as nações da Terra!
Veja como Paulo relata isso: “Acaso o povo de Deus tropeçou e caiu sem possibilidade de se levantar? Claro que não! Foram desobedientes e, por isso, Deus tornou a salvação acessível aos gentios, para que seu próprio povo sentisse ciúme. Se os gentios foram enriquecidos porque os israelitas fracassaram ao rejeitar a salvação que Deus lhes oferece, imaginem como será maior a bênção para o mundo quando Israel for plenamente restaurado!”.
“Dirijo-me especialmente a vocês, gentios. E, uma vez que fui designado apóstolo aos gentios, enfatizo isso porque desejo que, de algum modo, o povo de Israel sinta ciúme e assim eu possa levar alguns deles [na Igreja] à salvação. Pois, se a rejeição deles possibilitou que o resto do mundo se reconciliasse com Deus, a aceitação será ainda mais maravilhosa. Será vida para os que estavam mortos!” (Romanos 11:11-15 Romanos 11:11-15 [11] Logo, pergunto: Porventura tropeçaram de modo que caíssem? De maneira nenhuma, antes pelo seu tropeço veio a salvação aos gentios, para os incitar � emulação.
[12] Ora se o tropeço deles é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!
[13] Mas é a vós, gentios, que falo; e, porquanto sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério,
[14] para ver se de algum modo posso incitar � emulação os da minha raça e salvar alguns deles.
[15] Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?
Almeida Atualizada×, Nova Versão Transformadora).
Paulo entendeu que seu povo Israel havia rejeitado a Deus por um tempo e por um propósito. Durante esse tempo, Jesus Cristo veio e morreu, sendo rejeitado por Seu próprio povo para que a porta da salvação fosse aberta aos gentios para que estes pudessem ser “enriquecidos”. Assim como a obra de salvação espiritual não foi concluída com Israel nem com todas as nações do mundo. Quando ocorrer a “aceitação” de Israel no tempo da restauração, então as nações do mundo conhecerão completamente o evangelho de Deus e começará um tempo de salvação para todo o mundo.
Paulo sabia que Deus não havia rejeitado Israel. Ele sabia que sua esperança de vida eterna seria cumprida (Atos 26:6-7 Atos 26:6-7 [6] E agora estou aqui para ser julgado por causa da esperança da promessa feita por Deus a nossos pais,
[7] a qual as nossas doze tribos, servindo a Deus fervorosamente noite e dia, esperam alcançar; é por causa desta esperança, ó rei, que eu sou acusado pelos judeus.
Almeida Atualizada×). Deus restaurará o reino a Israel quando Jesus de Nazaré se assentar no trono que Ele deu a Davi. Enfim a justiça será ensinada a partir daquele trono pelo próprio Rei da Justiça. Deus realmente tem assuntos pendentes com Seu povo Israel.
Hoje em dia, Deus não nos deixou sem um testemunho de Sua fidelidade e intenção de cumprir Seu grande propósito de salvação de todos os povos. Uma monarquia moderna assentada em um trono lendário, cujas raízes remontam à antiga Israel e ao rei Davi, serve de testemunho dessa providência divina.
E nenhuma zombaria, negação ou rejeição dos fatos podem mudar essa verdade. A Palavra de Deus é verdadeira. Alguns apontam para as fraquezas e falhas da monarquia britânica, tanto no presente quanto no passado. Sem dúvida, os membros da família real são humanos e falhos. Contudo, assim também era o rei Davi e muitos de seus descendentes que reinaram na antiga Judá. Alguns deles eram muito perversos. Apesar disso, Deus preservou a monarquia davídica, cumprindo fielmente Seu propósito em cada detalhe. As Escrituras nos mostram isso. E temos um testemunho!
Como disse Melanie Phillips em seu artigo, citado anteriormente: “Alguns monarcas britânicos do passado alegaram que sua linhagem remonta ao rei Davi”.
Há uma razão para eles terem alegado isso. E há mais entendimento e verdade bíblica nisso do que muitos imaginam!
Saiba mais
Há muito mais sobre essa história notável do que podemos cobrir neste espaço tão curto. Para ter um panorama geral desse assunto, peça ou baixe nosso guia de estudo bíblico gratuito Os Estados Unidos e a Inglaterra na Profecia Bíblica.