O Natal Realmente Honra ao Rei Jesus?
À medida que nos aproximamos no fim do ano, os jardins da frente de algumas casas começam a ser enfeitados e as vitrines das lojas decoradas e muitos corais já estão ensaiando as canções natalinas.
Será mesmo que o Natal honra o nascimento de Jesus?
Enquanto as pessoas estão num frenesi de compras, muitos pregadores discursam sobre Cristo ser o cerne do Natal. Mas Jesus Cristo já foi realmente a essência do Natal? A revista eletrônica U.S. News & World Report explica que o registro histórico mostra que “os primeiros cristãos simplesmente não estavam interessados em celebrar essa natividade...Eles 'consideravam as celebrações de aniversário como pagãs'. Orígenes, pai da igreja [católica] do terceiro século, havia declarado que era pecado até mesmo pensar em comemorar o aniversário de Cristo 'como se ele fosse um rei faraó'” (23 de dezembro de 1996, p. 58).
Na verdade, Jesus Cristo não nasceu nem perto do dia 25 de dezembro (para saber mais, ver nosso guia de estudo bíblico oferecido no fim do artigo). O artigo dessa revista eletrônica continua: “Como a igreja [mais tarde] chegou nessa data de 25 de dezembro...é uma questão de conjectura. A mais difundida é a visão de que esse feriado foi uma “cristianização” intencional da Saturnália e de outros festivais pagãos...nos séculos III e IV...que marca o solstício de inverno, quando os dias começavam a se alongar...25 de dezembro — o solstício no calendário juliano — [era o] natalis solis invicti (“nascimento do sol invicto”), um festival em homenagem a Mitra, o deus sol” (p. 59, grifo nosso).
Muitas fontes respeitadas atestam a origem idólatra do Natal e seus costumes. Por exemplo: “Acredita-se que a árvore de Natal tenha sua origem no uso cerimonial da palmeira na adoração da deusa egípcia Ísis... no solstício de inverno... em climas [frios] do Norte...na celebração de 25 de dezembro ela foi substituída pelo pinheiro” (The Lincoln Library of Essential Information [A Biblioteca de Informações Essenciais Lincoln, em tradução livre], Clyde Parke, 1959, p. 2070).
A maioria das pessoas não se importa muito com isso. Mas, à luz dos fatos, devemos ao menos nos perguntar: O Natal realmente honra ao Rei jesus?
O “Natal” antes de Cristo
Hoje em dia, o Natal geralmente é uma ocasião alegre de reunião de família, mas precisamos entender sua origem. Uma parte significativa dele veio da Saturnália romana, um festival hedonista da colheita dedicado ao deus Saturno em que havia troca de presentes. Saturno era adorado em todo o Mediterrâneo sob diferentes nomes e, muitas vezes, com celebrações imorais e horríveis atrocidades. Os fenícios sacrificavam seus filhos a esse deus, identificado na Bíblia como Moloque e o deus sol Baal, cujo nascimento, mais tarde, disseram que ocorreu em 25 de dezembro.
Embora ninguém celebre o Natal dessa maneira hoje, essas são as raízes desse feriado religioso. Tragicamente, até mesmo os antigos israelitas foram influenciados por essas práticas hediondas.
O período do solstício de inverno era visto como o nascimento do deus sol porque marcava o período em que os dias começavam a se alongar. E isso era motivo de grande celebração, pois apontava para a esperança do retorno à vida na primavera. Muitos ritos idólatras devassos surgiram em torno dessa festividade.
Os pinheiros, que permaneciam verdes o ano todo, geralmente eram decorados e incorporados a essas celebrações. Os antigos israelitas adotaram essa prática apesar da severa advertência de Deus contra o costume gentio de cortar árvores para decorá-las (Jeremias 10:2-4). Alguns veem isso como uma descrição de ídolos de madeira esculpidos, mas precisamos entender que as árvores decoradas também eram ídolos, algo que Deus proibiu em Seu altar (Deuteronômio 16:21).
Infelizmente, os israelitas caíram e se envolveram cada vez mais nessa terrível idolatria. Além dessa decoração, os israelitas se engajaram assustadoramente nos depravados rituais sexuais ligados aos festivais de Baal/Moloque, inclusive no sacrifício de seus próprios filhos (Jeremias 32:35).
Essas são as origens antigas do feriado religioso que mais tarde viria a ser conhecido como Natal — idolatria depravada, árvores decoradas, troca de presentes em homenagem ao nascimento de deuses pagãos, licenciosidade sexual e até sacrifício humano. Então, não é de admirar que Deus odiasse tais práticas!
E no caso dos israelitas, eles realmente pensavam que estavam honrando e agradando a Deus. A adoração deles era sincrética — o que significa que eles alegavam adorar a Deus, mas misturavam práticas idólatras pagãs com essa adoração. Entretanto, Deus proíbe, de forma clara e absoluta, qualquer prática advinda da adoração pagã (ver Deuteronômio 12:28-32; 28:9-14; 20:16-18).
Se não pode vencê-los...
Então, há alguma razão para associar o nome de Cristo a esse suposto aniversário de deuses antigos e ainda continuar praticando esses costumes pagãos?
Uma publicação no livro Strange Stories, Amazing Facts (Histórias Estranhas e Fatos Surpreendentes, em tradução livre) diz o seguinte: “Os primeiros missionários enfrentaram uma tarefa árdua. Os pagãos estavam relutantes em desistir de seus falsos deuses e práticas antigas. Assim, os missionários, incapazes de convertê-los facilmente a um código de adoração inteiramente novo, mudaram sua estratégia. Eles aceitaram esses festivais pagãos como eram e, gradualmente, introduziram as observâncias da nova fé nesses rituais e costumes deles” (Strange Stories, Amazing Facts, 1976, p. 283).
Atualmente, muitos acham que isso era aceitável para Deus, acreditando que não há problema em considerar as práticas idólatras como cristãs. Alguns até argumentam que se Deus pode converter uma pessoa pagã ao cristianismo, Ele também pode transformar feriados pagãos em dias santos cristãos. Mas esse raciocínio é falho.
O fato é que a Igreja primitiva de Jesus e dos apóstolos não observavam o Natal. Em vez disso, os cristãos fiéis continuaram celebrando as festas bíblicas (listadas em Levítico 23) não apenas porque Deus ordenou que assim o fizessem, mas também porque entenderam que elas retratam o papel de Jesus Cristo como Rei e Salvador de toda a humanidade no plano de salvação de Deus (para saber mais, peça ou baixe nosso guia de estudo bíblico gratuito As Festas Santas de Deus).
Em contrapartida, o Natal obscurece essa visão ao retratar constantemente Jesus Cristo como uma criancinha indefesa “em uma manjedoura”, em vez do Ser divino todo-poderoso e glorificado que Ele é agora — brilhando em infinita majestade à destra do Pai!
Você consegue imaginar os primeiros apóstolos adotando costumes religiosos pagãos à adoração que aprenderam com o próprio Jesus Cristo? Especialmente à luz do que o apóstolo Paulo disse aos coríntios sobre não misturar costumes gentios idólatras e demoníacos com a verdadeira fé? (Ver 1 Coríntios 10:14-16, 19-22.)
Lembre-se de que Orígenes, o pai da igreja católica primitiva, declarou ser pecado celebrar o aniversário de Cristo. Também há argumentações semelhantes de outros pais da Igreja Católica. E mesmo depois que o dia 25 de dezembro foi declarado como o dia do aniversário de Cristo (no quarto século!), “o uso de pinheiros estava tão intimamente associado às guirlandas dos dias pagãos que em muitas das primeiras celebrações da igreja [católica] elas eram proibidas... Mas, foi somente no século XVI que todas as casas cristãs começaram a ser enfeitadas” (1001 Christmas Facts and Fancies [1001 Fatos e Fábulas Sobre o Natal, em tradução livre], Alfred Hottes, 1944).
E mais tarde ainda, “os puritanos da Inglaterra protestaram contra a permanência desse feriado e conseguiram bani-lo por um tempo. Os puritanos... ‘estavam corretos quando afirmavam — e faziam isso com frequência — que o Natal não era nada mais do que um festival pagão envernizado como algo cristão’” (U.S. News & World Report, p. 60).
A adoração a Deus hoje em dia
Talvez alguns leitores estejam pensando que é irrelevante o fato de o Natal ter vindo do paganismo, pois creem que não estão adorando nenhum deus pagão com esses costumes porque estão celebrando um tempo maravilhoso em família e honrando a Jesus Cristo. Vamos analisar essa atitude à luz de algumas inequívocas declarações bíblicas e do senso comum.
Jesus Cristo era Aquele que os israelitas conheciam como Deus no Antigo Testamento (comparar Deuteronômio 32:4; 1 Coríntios 10:4; João 1:1-3, 14; Colossenses 1:16; Hebreus 1:1-2. Ler também nosso guia de estudo bíblico gratuito Quem é Deus?). Ele era casado com a antiga Israel por meio de uma aliança (Jeremias 3:14; 31:32). Porém, como vimos, Israel foi infiel ao seu Marido e “se prostituiu” (ver Ezequiel 23:16), tendo inúmeros “casos” com outros deuses! E lembre-se que os israelitas rebeldes até celebraram o solstício de inverno como o nascimento do sol invicto — donde surgiu o Natal.
Alguns dirão que aquela ordem em Deuteronômio 12:28-32 para não adorar a Deus com costumes pagãos diz respeito somente a prática abominável de sacrificar crianças e não a tradições mais brandas como enfeites de árvores e feriados pagãos. Mas isso simplesmente não é verdade. Por exemplo, Deus não disse apenas ao Seu povo para não enfeitar árvores, mas também para se livrarem de todos os locais de culto pagão, altares, colunas sagradas, imagens, etc. (versículos 2-3). “Vocês, porém, não adorarão ao SENHOR, o Seu Deus, como eles” (Deuteronômio 12:4, NVI).
Por que Deus não queria ser adorado dessa maneira? Porque Ele sabe o que representam todos esses costumes. Ele odeia ser lembrado por isso e menos ainda ser associado a essas práticas.
Mas, vejamos isso de outra forma. Pondere mais uma vez sobre o casamento entre Cristo e Israel na antiga aliança. Ele “a repudiou” ou se divorciou dela e, mais tarde, morreu crucificado. Agora ressuscitado, Jesus está no processo de firmar uma nova aliança com Israel (Jeremias 31:31), da qual a Igreja do Novo Testamento é precursora, a “Israel de Deus” (Gálatas 6:16). Essa Israel espiritual está sendo purificada das religiões falsas e do pecado para se casar mais uma vez com Jesus Cristo (ver Efésios 5:22-32; Apocalipse 19:6-9). Porém, dessa vez, ela nunca mais se afastará de seu Marido!
Com tudo isso em mente, pense como Deus se sentiria caso Sua verdadeira Igreja celebrasse o Natal. Imagine um homem gentil e generoso casado com uma mulher que está tendo um caso com um homem devasso. Ela se submeteria a todo tipo de experiências sexuais lascivas com ele para comemorar seu aniversário. Depois de muitas tentativas fracassadas de mudar a conduta da esposa, finalmente o marido resolve se divorciar dela.
Anos depois, as feridas começaram a cicatrizar. Mas a esposa dele volta e parece estar realmente arrependida. Ela implora o perdão dele e pergunta se podem recomeçar a vida conjugal. O coração dele cede e a aceita de volta. Contudo, logo depois disso, a esposa lhe diz que quer comemorar o aniversário dele no dia que ela escolher e fazer uma festa toda decorada ao gosto dela. E ainda lhe diz que isso vai ser maravilhoso.
Sem dúvida, isso soa ridículo — e é mesmo. Entretanto, tudo isso se parece com a atitude de alguns líderes religiosos que “cristianizaram” intencionalmente a celebração da Saturnália. Mas hoje, muitos cristãos professos não conhecem a verdadeira origem do Natal e seus costumes — pelo menos não em seus aspectos mais hediondos. Contudo, isso não pode ser usado para apoiar ou justificar a celebração do Natal. Pois, como mencionado anteriormente, Deus sabe de onde vieram esses costumes. E Ele se lembra de tudo isso!
Colocando as tradições acima da vontade de Deus
Contudo, a maioria das pessoas não entendem o que Deus diz claramente em Sua Palavra e acredita que Ele aprova isso. Para muitos, o importante é o que eles querem e não o que Deus declara explicitamente na Bíblia. E o que eles querem é continuar com suas tradições.
E Jesus também descreveu assim os líderes religiosos de Sua época: “Em vão, porém, Me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens” (Marcos 7:7-8). Hoje em dia, a maioria das pessoas não vê a necessidade de observar as festas ordenadas por Deus, listadas na Bíblia, e persiste em tradições enraizadas em antigas idolatrias. Se você participa disso, ainda há tempo de mudar!
Deus honrará uma atitude humilde de adoração — acompanhada da disposição de examinar e obedecer a Sua Palavra (Isaías 66:2).
Portanto, não se iluda mais! Cristo não pode ser “colocado de volta” no Natal porque Ele nunca fez parte dele! Esse feriado religioso não honra a Jesus Cristo. Na verdade, Jesus o detesta porque está enraizado na repulsiva adoração de deuses pagãos. Será que você vai ignorar o que acabou de ler na história e na Bíblia e continuar celebrando o dia 25 de dezembro?
Ou, em vez disso, você se humilhará diante de seu Criador e respeitará a vontade dEle, afastando definitivamente de si mesmo e de sua família todos os vestígios dessa festa pagã? Você vai amá-Lo e adorá-Lo da maneira que Ele deseja? Ele está esperando para ver o que você fará e se seguirá Suas instruções claras sobre como realmente dar glória ao Rei dos reis!