Que importância tem Israel?
Há Quarenta anos, eu viajei para Israel para passar o verão trabalhando em uma escavação arqueológica no Monte do Templo em Jerusalém. Quando o nosso grupo chegou fomos colocados para trabalhar na base da parede sul, à sombra da mesquita Al Aqsa.
Passamos cerca de dois meses limpando sujeira e entulhos e no processo descobrimos o nível mais elevado dos monumentais degraus onde as pessoas entravam no complexo do Templo nos dias de Jesus Cristo. Atualmente os degraus estão visíveis e podem ser mais bem vistos quando se visita o Parque Arqueológico de Jerusalém.
Também viajamos por toda Israel explorando muitos locais mencionados na Bíblia. Aquele verão está entre as melhores lembranças da minha vida. Conheci pessoas de todo o mundo e vi lugares que eu só conhecia através de livros. Foi uma aventura.
Israel atrai demasiada atenção nos noticiários. Isso se justifica? Por que deveríamos sequer preocupar com este lugar que, para muitos, é longínquo?
A expansão do país após um ataque inimigo
Se Israel não tivesse anexado o território conquistado em 1967 na Guerra dos Seis Dias, eu provavelmente não teria feito essa viagem. Certamente não poderia ter feito uma escavação arqueológica no Monte do Templo. Antes de 1967, a nação árabe da Jordânia controlava essa área, e aos judeus não era permitido ir até lá. Jerusalém era uma cidade dividida, e alguns setores estavam de fora dos limites.
Mas, com a guerra de 1967 tudo mudou. As fronteiras de Israel foram expandidas, dando aos israelenses algum "espaço para respirar" e para se defender dos seus inimigos. E Israel teve que travar outra guerra, a, quase fatal, Guerra do Yom Kippur de 1973, aonde o Egito chegou perto de derrotar a Força de Defesa israelense. Os israelenses, auxiliado pelos Estados Unidos, se uniram e ganharam a guerra, e anos mais tarde, assinaram acordos de paz com o Egito e Jordânia.
Desde essa época há uma relação tênue entre o Estado judeu e os palestinos que continuam buscando retomar as terras perdidas como parte de uma solução final.
A falta de um tratado permanente e do estabelecimento de um Estado palestino é o centro da disputa nessa região. Muitos esperam uma iniciativa das Nações Unidas neste outono para declarar a existência de um Estado palestino, o que deixaria Israel em um grande dilema.
Nova convocação às fronteiras pré-1967
Desde janeiro o Oriente Médio vive momentos de turbulência, com líderes depostos na Tunísia, Egito e Iêmen. E talvez venham outros. A chamada "Primavera Árabe" não criou novas democracias. Em vez disso, desestabilizou a região de uma maneira nunca vista desde a criação do Oriente Médio moderno no final da Primeira Guerra Mundial.
O governo Obama está observando cuidadosamente esses eventos. Seus membros querem estar do "lado certo da história", apesar de que possam não compreender qual é esta "história". O presidente Obama não fez nenhum avanço prático com o mundo árabe desde o seu elogiadíssimo discurso no Cairo há dois anos. Seu recente apelo para que Israel voltasse às fronteiras pré-1967 pelo "acordo de troca de terras" está mal definido.
O que significaria um retorno às fronteiras pré-1967? Em áreas importantes, Israel teria apenas cerca de dezesseis quilômetros de largura, permitindo que as forças armadas inimigas facilmente dividissem o país ao meio em tempo de guerra. O principal aeroporto de Israel, perto de Tel Aviv, estaria apenas a poucos quilômetros do território inimigo, expondo os voos de partidas e chegadas a ataques de mísseis.
A Síria novamente controlaria as Colinas de Golã, um grande planalto no norte de Israel e uma área com vantagem estratégica para alvejar ou atacar as cidades e vilas que estão abaixo. E, a Cidade Antiga de Jerusalém estaria novamente sob o controle muçulmano, cortando o acesso a lugares sagrados para judeus e cristãos — ou, no mínimo, tornando-os inseguros para visitação de ambos.
Israel sabe que precisa ter fronteiras defensáveis. Suas tropas têm de ter margem de manobra para proteger seu povo. Para os israelenses não há espaço para cometer erros. Apenas um poderia ser fatal. Eles sabem que eles, e não os aliados não confiáveis, é que são responsáveis por sua própria sobrevivência.
E Israel entende que precisa negociar um acordo que prevê um Estado palestino ao lado de um Estado de Israel defensável. E os israelenses confirmaram que Jerusalém unida deve permanecer como sua capital. E não se contentariam com nada menos. Eles estão na terra para ficar e não para sair.
Alguns benefícios da espansão do governo de israelita
O que os israelenses têm feito com a terra que conquistaram na guerra de 1967? Eles cultivaram a terra e tornaram-na produtiva. E ela tem sido cultivada não apenas para alimentar o país, mas também para exportar para o mundo. Qualquer um pode passar por essas áreas e ver o progresso que aquele governo democrático e estável tem trazido para a terra e seus habitantes tanto judeus quanto árabes. Mais de um milhão e meio de árabes vive em paz e liberdade dentro de Israel — fato raramente relatado.
Eu vi os benefícios que os árabes têm desfrutado em Israel. Ao viajar pelo Vale do Jordão, por Jerusalém, por Nazaré e pela Galiléia é possível ver os sinais de prosperidade, onde existe cooperação mútua.
Há outro benefício obtido em mais de quatro décadas desde a guerra de 1967. É o conhecimento dos ricos achados arqueológicos que têm revelado a história da terra. A Bíblia, juntamente com as suas diversas personagens, tem sido historicamente comprovada por esses achados. O campo da arqueologia bíblica deu um salto e o mundo está melhor por isso.
Anteriormente, eu havia mencionado que a escavação em que trabalhei no Monte do Templo não teria sido possível se a área ainda fosse controlada por árabes muçulmanos. Da mesma forma, ao sul desta área, na chamada Cidade de Davi, várias escavações revelaram a história da cidade, confirmando a presença de ancestrais judeus e comprovando a exatidão da Bíblia. Nós saberíamos pouco dessa rica história se não fosse a abertura promovida pelo Estado de Israel.
Israel é uma questão crucial
Walter Russell Mead falou sobre o papel de Israel num artigo recente na revista The American Interest [O Interesse Americano]. Ele escreveu que “Israel é importante aos Estados Unidos como nenhuma outra nação na Terra... O povo e a história de Israel mexe profunda e misteriosamente com a alma americana... A crença de que Deus favorece e protege a Israel está ligada à ideia de que Deus faz o mesmo com os Estados Unidos.
"E quer dizer mais. A existência de Israel significa que o Deus da Bíblia ainda está cuidando do bem-estar da raça humana... A restauração dos judeus à Terra Santa e sua bem sucedida concepção de um estado democrático após dois mil anos de opressão e de exílio é um sinal claro de que a religião da Bíblia pode ser confiável" ("The Dreamer Goes Down for the Count" [O Sonhador vai para baixo para a contagem], edição 25 de maio de 2011, grifo nosso).
A existência de Israel é importante para o mundo de hoje. Isso é muito maior do que o problema dos refugiados palestinos. E maior ainda do que a sobrevivência de um grupo étnico. A antiga terra ocupada hoje pelo remanescente de (principalmente) uma tribo da nação bíblica de Israel é o lugar da história de Deus sobre a eterna salvação para todas as tribos da humanidade. E é o ponto culminante onde o Deus de Abraão, Isaque e Jacó se apresentará mais uma vez para o bem de todas as pessoas e trará todas as nações diante Dele para julgamento.
Jerusalém hoje pode ser uma "pedra pesada para todos os povos" (Zacarias 12:3), mas um dia ela se tornará um lugar onde as pessoas viverão em paz, porque "Jerusalém habitará segura" (Zacarias 14:11).
Ao longo dos anos fiz várias visitas a Jerusalém. Apesar de seus problemas atuais, eu sempre me senti seguro. Eu pude colocar minha mão no Muro das Lamentações e caminhar ao redor do Domo da Rocha. Eu pude ver todas as suas fabulosas ruas e edifícios, usufruindo toda a sua história. E tudo isso só me foi possível fazer porque ela tem sido uma cidade livre e unida. E é assim que deve ser para sempre. BN